Índice de Capítulo

    Sentado em uma pequena mesa de discussão, Mayck observava atentamente os dois homens que conversavam de maneira inesperada. Isso porque o que ouviu sobre Mathias dava a entender que era alguém totalmente difícil de se ter uma conversa normal, Hugo, no entanto, provou que não era verdade. Mas isso só se aplicava a ele, já que Elias foi posto para fora da sala e só foi permitida a presença de Mayck. 

    O motivo era um mistério. Mas, segundo o líder da zona oeste, Mathias tinha um certo apego a ele, ao contrário de sua relação com Elias. 

    Depois de conseguir o apoio de Hugo, Mayck pediu a ele que lhe ajudasse a trazer Mathias para o seu lado, o que foi aceito rapidamente. E após alguns pequenos desafios sem sentido por parte de Hugo, eles se dirigiram imediatamente para a zona norte, em busca de uma reunião com o líder de lá. Mathias os recebeu tranquilamente. Embora quisesse dizer amigavelmente, essa não era, nem de longe, a palavras correta. 

    Assim como ouviu de Elias e dos demais da zona leste, Mayck viu com seus próprios olhos do que era feito aquele tal Mathias. Um homem com um semblante completamente sem emoção, que não dava um único sorriso, nem que fosse falso. Até mesmo suas palavras exalavam frieza. 

    O garoto pensou que sua própria frieza não era nada comparado àquele homem que machucaria, sem hesitar, a pessoa mais importante para ele se isso fosse deixá-lo viver. Um completo psicopata. 

    Os homens a seu serviço pareciam compartilhar do mesma forma de vida; não era ouvido um único ruído de suas bocas. Era como se todo lá estivesse praticando algum tipo de desafio silencioso, onde quem falasse mais alto que seu senhor teria seu CPF calculado dos meio dos cidadãos brasileiros — isso levando em conta que eles sequer possuissem um documento desses. 

    Apesar de ser menor que a mansão de Hugo, a casa de Mathias daria um bom trabalho, mesmo para algumas dezenas de empregados e isso só no primeiro andar. 

    Em meio a todo aquele silêncio, apenas a voz calma e gentil de Hugo corria pelos corredores até onde dava. Pela forma que a conversa se desenvolvia, Mathias ajudando na guerra contra a organização não parecia um sonho distante. Quem ouvisse a forma como eles se entendiam assumiria, sem pensar duas vezes, que eles eram ótimos amigos. 

    “É por isso que precisamos da sua ajuda. Estaria disposto a cooperar conosco?” Depois de contar a história para Mathias, Hugo perguntou, por fim. 

    “Você está querendo lutar contra a organização e precisa da minha ajuda?”

    “Mais especificamente, do seus homens. Você sabe que eles possuem um grande número, então para derrotá-los de vez, precisamos de um número igual.”

    “… Não vou fazer isso. É perda de tempo”, Mathias recusou imediatamente com a sua frieza contínua.

    Mayck já esperava aquela resposta. Nunca passou pela sua cabeça que ele aceitaria tão rapidamente como Hugo. No entanto, o ‘não’ ele já tinha. Ser recusado ali não era um opção. Hugo percebeu isso apenas por olhar sorridente para o garoto. 

    Ele percebeu que ainda era muito cedo para desistir. E também possuía uma ótima carta na manga para fazer Mathias mudar de ideia. 

    “Mas, sabe, isso vai ser um benefício pra você.”

    “Hm? O que quer dizer?”

    Mathias mordeu a isca. Ali, Hugo viu que poderia negociar, então levantou de sua cadeira e começou uma espécie de atuação. 

    “A organização vem nos oprimindo por muito tempo. Nos ditando o que fazer e o que não fazer. Todos os nossos sonhos e objetivos foram presos em uma caixa selada por eles. Essa é a nossa chance de tirar eles da jogada e garantir o controle sobre todos aqueles que querem tomar nossos lugares.”

    Mathias fixou seus olhos em Hugo e em sua atuação ridícula, que parecia estar zombando dele. No entanto, suas palavras o interessaram e ele quis ouvir até o final. 

    “Quando mostrarmos a eles nosso poder, poderemos ter a vida tranquila que sempre buscamos.” Parando de se mover, Hugo olhou para Mathias com um sorriso malicioso. “Não é isso o que você quer? Um futuro onde possa viver em paz?”

    Mathias o analisou em silêncio. Aquelas palavras eram verdadeiras e ele poderia amaldiçoar o dia em que revelou suas intenções para Hugo em uma noite amigável de bebedeira. Quando surgia uma oportunidade para chegar ao seu objetivo de forma fácil, ele não conseguia dizer não. Por isso, Mathias fechou os olhos e ponderou por um tempo. 

    Era uma chance de usar eles para atingir seu objetivo de ter uma vida pacífica em que não era desafiado por ninguém, ele pensou. Mathias abriu os olhos e procurou por Mayck, o encarando por alguns segundos. 

    Mayck retribuiu o mesmo olhar de frieza, embora estivesse com o rosto coberto por sua máscara. 

    “Tudo bem. Eu vou cooperar”, Mathias declarou. 

    “É mesmo? Que ótimo…”

    “Mas tenho uma condição.” Ele acabou imediatamente com a alegria momentânea de Hugo. “Eu quero ver o quão forte o cabeça dessa operação é.”

    “Hmm? Do que você está falando?” Hugo insinuava que ele era o responsável por aquela decisão. No entanto, Mathias não era tão bobo a ponto de não ver o que estava por trás. 

    “Não tente me fazer de idiota. Se isso fosse coisa sua, você teria feito isso há muito tempo. E agora você aparece aqui com um desconhecido mascarado.”

    “Huhu…Como esperado de você. Muito bem, me deixe apresentá-lo. Esse é o senhor M, o cabeça dessa operação.”

    Como forma de respeito, Mayck balançou a cabeça. Mas ele sabia o que viria pela frente. 

    “Senhor M, certo? Okay. Então, o que me diz? Se vencer uma luta você ganha meu apoio.”

    “Bom… eu gostaria de recusar, mas se isso for tudo o que preciso fazer para ter seu apoio, então tudo bem.”

    “Ótimo, então você vai lutar com uma das minhas subordinadas mais fortes. Está bom pra você?”

    Mayck acenou. Com a confirmação, Mathias pegou um telefone e chamou alguém, sem nem mesmo discar um número. Em alguns minutos ouviram uma batida na porta e quatro mulheres entraram. 

    “Essas são minhas subordinadas mais fortes”, ele reforçou. “Pode escolher uma delas para lutar.”

    Mayck virou seu rosto para elas e se espantou levemente. Aqueles rostos não eram desconhecidos. Apesar de ter sido por pouco tempo, ele as viu na noite anterior em uma situação bastante complexa. 

    O quê… Entendi. Então ele já sabe quem eu sou. 

    Mayck percebeu imediatamente que a confusão com as quatro garotas havia sido uma armação, mas ele não sabia dizer o porquê. Estava óbvio que Mathias as enviou para entrar em contato com ele e que sabia sua verdadeira identidade. Porém, não parecia que ele queria revelar tal informação para Hugo ou quem quer que fosse. 

    “Você é bem esperto. Se elas são as suas mais fortes, então quer dizer que elas são ranqueadas. Eu vou deixar você mandar a mais forte delas.” Mayck olhou para Mathias com seriedade. 

    Mathias entendeu a situação. Mayck queria derrotar a mais forte para que não restassem dúvidas de que ele poderia liderar aquele ataque sem problemas. Hugo também não estava no escuro. Mesmo sem muitas palavras ele percebeu o clima e deu um sorriso. 

    “Então façamos assim: lute com as quatro. De uma só vez.”

    Aquele foi uma proposta ousada. No entanto, nem Hugo contestou. Ele só queria ver o circo pegar fogo e também estava interessado no poder do garoto que antecipou seu ataque a zona leste. 

    Quanto mais rápido acabasse, melhor, foi o que Mayck pensou. Então não tinha motivos para recusar ou reclamar. Além do mais, confiava bastante tanto em seu poder como em sua inteligência. Odiava se gabar por isso, no entanto. 

    Decidido aquela luta de quatro contra um, Mathias os orientou que fossem para o espaço interno, destinado ao treinamento de seus homens, que superavam a casa das dezenas. Era um lugar bem grande, e o cheiro de poeira impregnando o nariz do garoto lhe trazia um enorme desconforto. 

    Haviam muitos bonecos de treino esfarrapados espalhados pelo local, o que mostrava o quão árduo e seriamente aquele exército treinava. A luta seria realizada no centro, onde estava livre de qualquer obstáculo e parecia a metade de um estádio de futebol, mas sem gramado. 

    Os lutadores se prepararam e foram para o centro, como lhes foi ordenado. 

    Mayck estava tranquilo, embora ainda sentisse seu corpo um pouco dolorido por causa dos desafios que Hugo lhe deu quando ainda estavam na região oeste. Os desafio eram fazer um certo número de exercícios pesados em uma academia que Hugo possuía em seu quintal e ele não pegou leve com o garoto. 

    Eu acho que dá pra aguentar… mas é melhor tomar cuidado. 

    De incio, era sensato descobrir o tamanho do poder das garotas, das quais Mathias se gabava, e só assim decidir como atacar. Mas uma coisa era certa, Mayck não tinha intenção de revelar todos os seus poderes, então uma luta rápida era o melhor a se fazer. Afinal de contas, o garoto nunca nem cogitou chamá-los de aliados. 

    Assim que tudo aquilo acabasse, não iria nem mais dar as caras naquele lugar, era o que ele dizia para si mesmo. Depois que desse um fim na perseguição que estava sofrendo, ele iria em busca da sua vida pacífica. Mas, embora planejasse isso, o futuro era incerto. Seria ele o vencedor? Essa dúvida plantada em sua cabeça o fazia se questionar nos momentos em que devia ser confiante. 

    As adversárias dele já estavam prontas para o confronto e elas o encaravam com olhos cheios de frieza, como marionetes que só faziam o que lhes era ordenado. Essas expressões faziam daquela agitação na noite anterior uma história de pescador. Ninguém acreditaria se Mayck dissesse que as encontrou em uma situação tão absurda. 

    Mas era claro que não passava de atuação, embora o motivo ainda fosse um mistério. 

    Hugo decidiu ser o árbitro da partida e as regras eram simples: ganhava aquele que ficasse de pé; além disso não havia tempo determinado. Ele estava insinuando que os competidores poderiam ir com todo o seu poder, não importando a circunstância. Então também não importava se o perdedor estivesse morto ou com algum membro faltando. 

    Mayck começou a se arrepender de ter aceitado aquilo. 

    Com uma palavra de Hugo, dando incio à luta, as quatro garotas se atiraram contra Mayck, cada uma utilizando a arma que sacaram anteriormente — facas e armas de fogo. 

    O garoto se surpreendeu, mas lamentou-se em seguida. Isso porque não foi dito que era obrigatório o uso de ID ou outras habilidades. Era, basicamente, uma luta onde valia qualquer coisa, até mesmo truques sujos. 

    As garotas formaram uma posição onde duas iam para o ataque a curta distância e as outras duas disparavam com suas armas. O objetivo delas era tirar a concentração do garoto e fazê-lo se perder no ataque coordenado, encerrando a disputa rapidamente. 

    Contudo, esse plano chegou ao conhecimento do garoto mais rápido que um objeto em seu campo de visão. Ele nunca iria dizer, mas sua visão aprimorada mandava as imagens ao seu cérebro alguns milésimos de segundos antes da ação acontecer, e com sua capacidade natural de ler e prever os movimentos de seu oponentes, ele não teria dificuldade com movimentos velozes. 

    Então, Mayck se esquivou tanto das balas quanto dos cortes simultâneos das garotas. Imediatamente, antes que recebesse mais uma dose daquela formação, Mayck saltou para trás e tomou uma distância segura. Com seus olhos correndo por todos os lados rapidamente, ele analisou os próximos passos delas e se preparou. 

    As duas garotas portando as facas correram para ele outra vez, arriscando uma segunda tentativa. Para frustrar esse golpe novamente, o garoto abriu seus braços e uma poderosa corrente de ar o cercou, impedindo qualquer aproximação e subindo uma cortina de poeira no campo. 

    Seguindo seus instintos cautelosos, as garotas recuaram. Hugo e Mathias observavam fixamente. Embora Hugo se mostrasse um tanto empolgado com aquela apresentação, Mathias continuava com seu olhar vazio, esperando que a poeira fosse dispersada pelos ventos. 

    Aos poucos, a poeira foi embora e a visão do campo de treinamento foi restaurada. Porém, quando isso aconteceu, Mayck já não estava mais no mesmo lugar. Isso alarmou as garotas, que se juntaram de forma que pudessem cobrir todas as direções. Até mesmo Mathias sentiu algo com aquilo; Hugo percebeu e sorriu. 

    Em questão de segundos, vindo do alto, Mayck desfez a formação das garotas e as atacou, visando desarmá-las para que não tivessem escolha a não ser utilizar suas habilidades, que o garoto tanto queria ver. Mesmo sendo testado, ele quis testar seus inimigos  para ver o tamanho do poder deles.

    Mayck retirou a arma da garota que estava mais ao seu alcance com um chute e se esquivou de alguns cortes que, reagindo mais rapidamente, outra garota desferiu. No entanto, ela também foi desarmada após ter seu braço puxado e virado até suas costas. Com uma delas imobilizada, as três restantes se asfastaram e mantiveram contato visual. 

    “Isso não basta?” Mayck perguntou, esperançoso de que elas desistissem e a luta acabasse ali. Mas, como ele pensava, não foi assim que aconteceu. Ao invés de jogar a arma no chão, a garota mais alta delas começou a rir com a mão sobre sua boca e a arma sobre seu colete preto. 

    Assustadas com este ato repentino, as demais garotas a olharam, como se quisessem silenciá-la. 

    “Shhh, sua idiota. Cale a boca.” Uma delas falou quase sussurrando. 

    Mayck expressou sua confusão e imaginou que elas estivessem escondendo suas emoções de propósito. Se era uma regra da casa manter um rosto neutro e ações e palavras frias, então fazia sentido. 

    “Desculpa…desculpa. Eu não aguentei. Isso ficou mais empolgante do que eu esperava”, ela explicou, tentando se conter. 

    “Acho que também não posso negar isso…”

    “Então vamos levar a sério?” 

    As três conversavam entre si como se tivessem esquecido da existência de Mayck imobilizando sua companheira. 

    Elas largaram suas armas no chão e voltaram seus olhos para o garoto, ainda um pouco perplexo. O sorriso determinado em seus rostos mostravam que elas iriam começar a lutar com tudo o que tinham. 

    De repente, Mayck sentiu uma queimação, como se tivesse derrubado uma panela de óleo no chão e ela respingou o conteúdo em sua perna. Quando olhou para baixo, viu que a garota imobilizada, com sua mão livre, estava projetando uma esfera alaranjada pronta para explodir. Para evitar quaisquer danos, o garoto a soltou e tomou uma boa distância. 

    Ao longe, vendo o desenrolar das coisas, Mathias acabou arregalando seus olhos levemente e moveu sua cabeça de um lado para o outro como se tentasse melhorar sua visão do local. Parecia que Mayck havia superado suas expectativas, e quando ele sumiu depois da cortina de poeira Mathias se surpreendeu muito. 

    Hugo também continuava observando. Ele era o mais interessado ali e analisava cada movimento do garoto de forma que pudesse entender seus movimentos e ditar o resultado daquela luta. Até ali, não havia nenhum vencedor ao certo, mas, internamente, Hugo tinha certeza sobre a vitória do garoto. 

    “Vamos nos apresentar antes de atacar. Eu sou Tânia.” A garota loira se adiantou e apresentou a si mesma e à suas colegas, que se chamavam Samara, Cintia e Maria. 

    As quatro faziam parte do grupo especial da facção Mathias, e receberam treinamento diretamente do líder do norte. Cada uma delas possuía habilidades referentes a um dos quatro elementos e suas IDs eram perfeitas para um grupo de agentes especiais. 

    Sem dar mais tempo para descansar, elas ativaram suas IDs e partiram para o ataque. Samara, projetou duas pequenas lâminas de água, Cintia estendeu seus braços, que foram envoltos por correntes de ar e Maria fez um gesto de arma e começou a disparar pequenas bolas de fogo. Enquanto isso, Tânia fez algumas  áreas do terreno se quebrarem e transformou aquilo em projéteis de pedra. 

    Os ataques foram todos ao mesmo tempo, e quando desviou de um, Mayck teve que desviar do outro em seguida. Aquilo só mostrava o quão sérias elas estavam, apesar de perseverem estar se divertindo. 

    Elas são fortes e trabalham muito bem juntas. Parece que eu posso me soltar um pouco. 

    Atento aos movimentos das garotas, Mayck se posicionou para ter a chance de desviar ou contra atacar cada investida delas. 

    <—DSi>

    De pé no meio da arena, Diogo se concentrava em seu oponente, enquanto a plateia fazia barulho, entusiasmada, com a partida tão esperada. 

    Josias não mostrava sinais de nervosismo e nem parecia ter dúvidas sobre sua vitória, que estava no horizonte. Diogo, por outro lado, analisou seu oponente rapidamente e pela postura séria e calma dele, presumiu que seria uma luta bastante complicada se ele quisesse vencer. Mas uma coisa era certa, não havia vitória fácil para ele. 

    O apresentador, empolgado, interagindo com a plateia, anunciou a todos o início da penúltima luta, mas antes, revisou os resultados até aquele momento com os espectadores — os números eram: 2 derrotas, 3 vitórias e 1 empate para a equipe do leste. 

    Olhando de uma certa perspectiva, a vitória final parecia ser óbvia, mas as duas lutas que estavam por vir ditariam o sucesso ou fracasso da missão. E era extremamente o que Diogo temia. Ele tinha confiança em sua força, resistência e velocidade, além de suas aprimoradas e excelentes habilidades de luta, mas, mesmo tendo vendo aqueles atributos, Josias não estava nem um pouco cauteloso. 

    Aqueles olhos que transmitiam seriedade não tinham um pingo de hesitação. Ou ele apenas confiava demais em si mesmo? De uma forma ou de outra, o único jeito de descobrir seria lutando; Diogo não possuía dúvidas. No entanto, daria tudo de si, mesmo que a derrota estivesse à espreita. 

     O sinal foi dado e os dez minutos começaram a se esgotar, dando início à partida. 

    Diogo não perdeu tempo e partiu para o ataque com o punho erguido. Deu socos incrivelmente rápidos, mas Josias desviou com facilidade, apenas andando para trás, então ele decidiu mudar de tática, e atacou com um chute no rosto, que foi bloqueado pelos braços não muito musculosos de Josias. 

    O andamento daquele embate forçou Diogo a recuar, mas Josias parecia não querer ficar para trás e avançou, desferindo uma sequência de socos, que foram evitados e bloqueados. Eles estavam em pé de igualdade e a plateia fervia, assim como o sangue dos dois lutadores. Josias se afastou e rapidamente saltou, efetuando um chute giratório. 

    Diogo se abaixou, mas percebeu que aquilo era perigoso, isso por causa da forte corrente de ar que veio logo após o pé de Josias passar por cima de sua cabeça. Mas não era hora de pensar naquilo, imediatamente, Diogo arriscou chutar com a calcanhar após girar. 

    Ele atacou três vezes, mas foi inútil — os reflexos de Josias eram quase perfeitos. Isso porque sua ID causou mudanças em suas habilidades naturais e um ótima previsão e leitura de movimentos vieram juntos. 

    O lutador do leste sabia que as habilidades dos dois eram quase iguais. Portanto, uma pequena diferença, por minúscula que fosse, decidiria o vencedor. 

    Quando efetuado um quarto chute de calcanhar, Josias agarrou a perna de Diogo e, sem esperar, o girou e o arremessou para um dos cercado do ringue. Em seguida, correu até ele e iniciou outra sequência de socos explosivos, sem se conter, dos quais Diogo tentava, desesperadamente, se proteger. 

    Cada soco era muito poderoso e se atingissem em algum ponto específico, poderiam nocauteá-lo ali mesmo. O que seria vergonhoso para um dos responsáveis pela missão. 

    No entanto, ficar parado apenas se defendendo no seria bom. Em breve, Diogo chegaria ao seu limite e ele perderia e também estava recebendo um grande número de danos o que seria um problema no fim dos dez minutos. Já haviam se passado quatro minutos. 

    Em uma breve pausa entre os golpes de Josias, Diogo rapidamente se recompôs e chutou o abdômen dele, o afastando de si. Logo, o atacou com socos. Os dois primeiros foram bloqueados, mas o terceiro e o quarto abriram as portas para mais de seis socos seguidos no abdômen e no rosto de Josias; Diogo finalizou a sequência com um perfeito chute no rosto, que arremessou Josias para o outro lado do ringue. 

    Josias cuspiu um pouco de sangue, mas levantou logo, deixando Diogo mais cauteloso. Pelo menos ele descobriu que seu oponente não era invencível. 

    A plateia estava com a animação nas alturas. A torcida de ambos os lados gritavam motivações e ordens para matar. Tanto Diogo quanto Josias conseguiram um ótimo número de torcedores, dividindo os espectadores em dois grupos, que nem sequer sonhavam com a possibilidade de perder — e se sonhavam, pagariam para que não se tornasse realidade. 

    O tempo correndo e Diogo pensando em igualar o número de danos. Apesar de não ter contado, os golpes que recebeu foram muito mais do que os causados por ele anteriormente. Josias pensava em aumentar a diferença. Mesmo que ele pudesse apenas desviar até o fim do tempo, ele escolheu encarar aquela disputa com todo o seu potencial. 

    A partir dali, inconscientemente e sem palavras, eles assinaram um trato, e usando todas as forças que possuíam e toda a velocidade que conseguiam alcançar, eles se jogaram um contra o outro e desferiram golpes extremamente poderosos e velozes. 

    A gritaria da plateia aumentou e parecia a música de fundo de um filme de ação, simultaneamente com os golpes que Diogo e Josias atingiam um no outro. Aquela altura, eles nem sabiam quem tinha acertado mais golpes, porém, seus narizes e bocas escorrendo sangue denunciavam que os dois se acertaram com tudo o que tinham. 

    Eram socos e chutes. E o tempo chegou ao fim. Os dois pararam imediatamente. 

    Assim como em todas as partidas, um portador com uma habilidade de zoom e time lapse estava em cima de um tipo de cadeira de árbitro, observando atentamente. Ele, então, levantou uma placa, enquanto todos, com seus corações angustiados, fixaram seus olhos nele. 

    A placa mostrava 85 e 84. Metade da plateia comemorou, a outra metade se lamentou, batendo seus pés fortemente no chão. 

    Por um ataque, apenas um, Diogo levou consigo a derrota para o time do leste. 

    <—DSi>

    Alexander ficou sem palavras e Roger zombava dele enquanto continuava sua série de exercícios. Ele conseguia sentir na pele o que Diogo estava sentido e poderia dizer em como a frustração o estava corroendo por dentro. Depois de dar tudo de si, ser derrotado por uma margem tão pequena…

    “E aí, o que acha do torneio? Ainda pensa que pode me derrotar?”

    “… Claro que sim. Principalmente agora, que meu companheiro perdeu, eu tenho que me esforçar triplicado.” Alexander respirou fundo e mudou sua visão da tela para Roger. “Eu vou derrotar você. Tenha certeza disso.”

    Após essas palavras, Alexander deixou a sala, onde Roger gargalhava sem parar. Foi desafiado não só uma, mas duas vezes. Era hora de ensinar para os forasteiros como a banda tocava naquela parte da cidade. 

    Após Diogo ser retirado do ringue, o apresentador fez seus comentários sobre a luta e agitou um pouco mais a plateia para a luta final; a luta que iria decidir quem estaria acima de quem, e quem dominaria sobre quem. Era tudo ou nada. 

    O empate que ocorreu entre Luís e Victor foi eliminado, como se a luta nunca tivesse acontecido, o que deixou com um total de 7 lutas sendo efetuadas, na teoria. 

    Alexander assistiu todas as partidas minuciosamente, cuidando para não deixar escapar um único detalhe, por menor que fosse. E com todas aquelas batalhas de tirar o fôlego, ele entendeu uma coisa: se as lutas fossem usando suas IDs, eles não teriam a menor chance. Mayck devia saber disso, já que colocou tal regra. 

    Dali pra frente, Alexander pensou, ele iria lutar como se fosse o maior trabalho da sua vida, ao estilo mercenário, sem se importar com os meios. No fim, o que Mayck queria era ter Roger ao lado deles. 

    Após mais alguns comentários do apresentador, ele chamou os dois últimos lutadores. A plateia gritou como se não tivessem vizinhos e ali deu pra perceber que Alexander não teria nenhum torcedor. Isso porque todos depositaram suas confianças — e dinheiro — em Roger; não tinham dúvidas de sua vitória, que estava no horizonte. 

    Apesar de tudo isso, Alexander não se mostrou abalado. Os espectadores gritando o nome de Roger não o deixavam para baixo. Pelo contrário, ele estava tão confiante que começou a imaginar em como iria ser quando deixasse Roger no chão. Aqueles que assistiam a luta entusiasmados ficariam boquiabertos, outros diriam que foi de trapaça… mas ele não ligaria. 

    Antes do início, Alexander moveu seu corpo e se aqueceu bem, certificando-se de deixar seu corpo o mais flexível possível, considerando o esforço que teria para desviar e atacar o Bodybuilder Supremo, aclamado líder da região sul. 

    Roger acenava para a plateia, confiante e animado. Seu sorriso parecia respeitoso, mas ele estava louco por aquilo. Tudo o que ele queria era dar uma boa surra em Alexander e mostrar a todos os presentes o que acontecia com quem o desafiava. 

    Início da luta. Como um flash de luz, incapaz de ser visto pelos olhos humanos, assim que o apresentador deu a ordem de início, os dois se atiraram um no outro e começaram uma disputa de força, um empurrando o outro segurando as mãos. Alexander estava aguentando, o que foi um pouco inesperado para Roger, que estava certo de sua superioridade física. 

    A força descomunal deles danificou o ringue ainda mais e mandou uma corrente de ar contra a plateia, como uma ventania repentina. Eles estavam em pé de igualdade, até que Roger puxou as mãos de Alexander e o lançou para cima. 

    Em questão de milésimos de segundos, Roger saltou e, com as duas mãos fechadas, atingiu as costas de Alexander, que ainda estava no ar, e o atirou no ringue, piorando ainda mais a situação do local. Uma pequena nuvem de poeira se apossou do campo, mas foi dispersada, quando Roger caiu no chão, tentando pisar na cabeça do mercenário. 

    Alexander se esquivou, apesar de ter sentido totalmente o ataque. Ele se levantou e foi obrigado a se mover pelos socos simultâneos de Roger, que vinham até ele como balas de uma metralhadora. Alexander estava esquivando bem, mas ele sabia que o relógio estava correndo, então não tinha tempo a perder ficando apenas na defesa. 

    Ele decidiu tomar uma atitude. 

    Vou ir com tudo!

    Abaixando-se para evitar um soco direto, Alexander movimentou seu corpo rapidamente e atingiu um soco no estômago de Roger. Foi tão forte que parecia uma batida de carro a 70 km/h. 

    Roger sentiu esse golpe, e se perguntava como alguém com um físico tão inferior ao seu conseguia fazê-lo sentir dor. 

    Isso está ficando interessante. 

    Com um sorriso psicótico no rosto, Roger avançou mais 

    Uma vez e fingiu preparar um soco, mas agarrou o braço de Alexander e o jogou no ar. Alexander caiu bem em cima do punho preparado por Roger e isso lhe causou muito dano. 

    No entanto, ele aproveitou a oportunidade de onde estava e aplicou uma chave de braço e Roger, mas não conseguiu derrubá-lo, ficando suspenso com se ele se agarrasse no galho de uma árvore. Seu pé empurrava a cabeça de Roger e o impedia de machucá-lo com o outro braço, então sua única forma de escapar daquilo era batendo-o contra o chão. E foi isso que ele fez. 

    As costas de Alexander se chocaram no chão do ringue e uma nova cratera foi formada. Roger arriscou pisar no abdômen de Alexander, mas ele desviou rolando para o lado e se pondo em pé, sem seguida. 

    Droga… agora eu levei mais dano… tenho que tomar mais cuidado. Preciso encontrar o ponto fraco dele agora…

    Os pensamentos de Alexander foram interrompidos pela nova investida de Roger, que, sorrindo, direcionou outro soco poderoso em sua direção. A mão dele passou bem perto de Alexander e ele sentiu uma pequena corrente de ar rasgar a arena e sumir como um fantasma. 

    Esse cara é perigoso demais. Alexander sentiu o peso daquela luta, mas acabou sorrindo apenas por pensar na ousadia de Mayck em querer controlar aquele quarteto de monstros. Mas, para ver isso acontecer, ele precisava vencer a qualquer custo… mesmo que fosse trapaceando. 

    “O que houve?! Está cansado?” Roger bradou. 

    Ele atacou outra vez com dois socos seguidos e Alexander deu um salto para trás e se esquivou, mas logo moveu seu corpo rapidamente e pôs as mãos no chão, revidando com dois chutes poderosos que fizeram Roger se defender, pondo os braços na frente do rosto e recuar alguns passos. 

    “Não fique brincando comigo.”

    Não dando tempo para que ele se recuperasse, Alexander avançou e diminuiu ainda mais a distância entre eles, iniciando uma luta mano a mano com socos explosivos. 

    Roger estava preparado e conseguia bloquear os ataques, mas ele notou que os golpes estavam ficando mais pesados. Isso o fez sorrir e ficar ainda mais empolgado: era como se estivesse lutando com um reflexo seu.

    À medida que o tempo se passava, os dois iam deixando os gritos enlouquecidos da plateia de lado e começaram a se concentrar apenas naquela luta. Nenhum dos dois podia negar que estavam se divertindo. Aquele embate estava escalando alturas mais altas e eles não se importavam mais com as dores que sentiam. 

    O salão inteiro foi tomado por fortes ondas de choque nascidas do impacto entre os punhos de Alexander e Roger, e todos os espectadores conseguiam ver o quão tenso estava aquela partida, já que sentiam seus corações tremerem a cada golpe trocado. 

    Em um momento, Alexander recebeu um soco direto em seu nariz, o que o fez sangrar, mas logo em seguida revidou e conseguiu tirar sangue de Roger também. Eles estavam em total pé de igualdade, afinal, a luta não iria durar muito mais tempo. 

    Restavam apenas cinco minutos e o analisador na cadeira do árbitro estava contando cada golpe e ele parecia bastante nervoso com o que via — o número de danos era igual entre os dois. Quando um abria a diferença o outro se adiantava e igualava os números. O analisador pegou uma bebida energética e a tomou, mas sem fechar os olhos para a disputa acirrada. Um pequeno descuido e tudo estava acabado. 

    Além disso, os golpes deles eram tão rápidos que quebravam facilmente a visão de zoom e time lapse do analisador, que precisou se esforçar muito além de seu limite desde a primeira luta. Ele tinha certeza de que ficaria sem seus olhos por algum tempo. 

    A trocação franca continuou e nenhum dos dois queria ceder, mas, em breve, um vencedor seria decidido. Se não fosse por nocaute, seria pela finalização do temporizador que ao atingir o zero nenhum movimento era permitido entre os lutadores. Mas Alexander e Roger não estavam mais nem aí. Tudo o que queria era nocautear um ao outro, sem se importar com o tempo. E Roger era o líder do sul: quem iria ir contra ele?

    Com o corpo fervendo e ignorando todos os danos recebidos, Roger ergueu seu punho e o lançou em direção ao rosto de Alexander, que se esquivou e puxou o braço dele, indo para suas costas e atacando-o com o cotovelo. Roger se desequilibrou, mas logo recuperou o ritmo e deu um chute de calcanhar, acertando Alexander, que não esperava aquele movimento. 

    Eles se distanciaram em seguida e limparam o sangue de seus rostos, sabendo que o movimento final se aproximava. O ringue destruído dificultava um pouco a mobilização, mas estes dois não ligavam nem um pouco. Apesar dos ferimentos que possuíam, seus sorrisos não se desfizeram. Isso porque ambos lutavam por seu orgulho e não iriam aceitar a derrota até o último segundo. 

    “Você lutou bem, cara. Mas eu acho que é bom ensinar você a respeitar os mais velhos”, Roger falou em tom sarcástico e com um sorriso perverso. 

    “É mesmo? Então eu vou te mostrar o tanto de respeito que tenho por você. É bom aguentar pelo menos esse.”

    “Há! Sou eu quem deve dizer isso. Tente não morrer!”

    “O mesmo pra você!”

    Como flashes de luz, eles correram mais uma vez e chocaram seus punhos. A força foi tanta que destruiu o que havia sobrado do ringue e a plateia precisou segurar suas máscaras e se agarrarem aos bancos para não serem arremessados. 

    Roger lançou outro soco, mas Alexander percebeu e desviou para baixo. Em seguida, saltou e atingiu o queixo de seu oponente com toda a sua força. Roger foi jogado para trás e o número de danos ganhou uma diferença de dois pontos para Alexander. Isso porque o líder do sul errou um golpe que serviria para igualar os números. 

    Mas ainda dava tempo. Restavam apenas alguns segundos. Roger correu com toda a energia que lhe restava com o punho erguido, mas quando chegou perto,o alarme soou e tudo o que atingiu Alexander foi a rajada de vento, resultado do interrompimento repentino do ataque. 

    Alexander acabou não conseguindo reagir, porém, foi salvo pelo gongo. Quando percebeu que o golpe estava vindo, era tarde demais e só teve tempo de levantar as mãos para proteger seu rosto. 

    O silêncio que a plateia fez ao soar do alarme trouxe um momento de pura tensão. Todos sabiam que Roger havia errado um golpe, mas eles não sabiam qual era o número de danos de cada lado. 

    Com um rosto emanando decepção, o analisador escreveu na placa e a levantou, mostrando os números 432 e 434, sendo Alexander o vencedor daquela luta. 

    O mercenário ficou aliviado em parte, mas também frustrado por não ter conseguido nocautear seu oponente e ainda quase ter sido nocauteado no final por não ter conseguido reagir. 

    “… Hahahahaha!” Roger levantou sua voz e andou até Alexander, dando tapas em suas costas. “Você venceu mesmo. Eu admito que me surpreendi por um magrelo como você conseguir não só aguentar tanto contra mim, como ter ficado no mesmo nível que eu.”

    “Urgh… Não foi do jeito que eu planejei, mas tudo bem.” Alexander expressava sua dor com os tapas com uma cara amarga e Roger finalmente o deixou, virando-se de costas. 

    Ele olhou para o analisador e deu um aceno de cabeça, tentando confortá-lo. Antes que a disputa começasse, Roger deu ordens para o analisador de que fosse justo, não importando o resultado. Apesar de sua insegurança, ele fez do jeito que lhe fora mandado e isso garantiu alguns pontos com seu líder. 

    Observando as costas de Roger, Alexander se lembrou de algo e decidiu perguntar. 

    “Eu pensei que tudo estivesse calculado. Mas, ainda assim, você perdeu. O que foi que houve?”

    Roger parou. Ele ficou em silêncio por alguns segundos, como se estivesse tentando esconder algo, mas logo ele pôs as mãos na cintura e riu mais uma vez. 

    “Porque você acha que uma das lutas deu empate?” Ele saiu do ringue sem dizer mais nada, deixando Alexander pensativo e a plateia confusa com o resultado. 

    <—Da·Si>

    Os principais líderes da organização foram convocados por Abner para uma reunião de emergência. Ela estava programada para o próximo fim de semana, mas alguns acontecimentos forçaram a mudança repentina. O tópico seria sobre o fato de que Eugênio havia sido derrotado, mas apenas isso não seria motivo para tanta movimentação. O que os fez ficarem alertas foram alguns relatórios de espiões sobre os líderes de regiões. 

    Segundo os espiões, Elias entrou em contato com Hugo, o que não era nada comum, principalmente depois de um conflito que ocorreu na noite anterior, para o qual eles fecharam os olhos, julgando ser apenas mais uma facção aleatória correndo desesperadamente pelo pódio; não tinha como não ser nada, ainda mais havia o relato sobre uma figura mascarada fazendo companhia ao líder do leste. 

    Abner iniciou a reunião com os tópicos mais urgentes

     e, por decisão unânime, eles decidiram colocar uma equipe de investigação sobre os líderes, assim eles poderiam ficar prontos para qualquer movimento estranho vindo deles. 

    Mesmo que Louis tentasse enfatizar sua ideia de eliminar os líderes o quanto antes, Abner se recusava a acreditar que eles quebraram o pacto de não agressão, motivo pelo qual era chamado de ingênuo por seu veterano. 

    Alfred partilhava da ideia de Louis, mas Isaac assumiu uma posição neutra em relação a tudo aquilo e se absteve de dizer qualquer coisa.

    Ele estava apenas ouvindo e memorizando as falas para que pudesse entregar as informações corretamente para Diogo. Mesmo tendo noção do que aconteceria se alguém descobrisse que ele era um traidor, Isaac estava firme em sua decisão de cooperar para o fim da organização. 

    Os espiões foram mobilizados e quando a noite chegou, aqueles que estavam a postos no sul relataram a estranha agitação na cidade e o avistamento de Alexander e Diogo numa disputa contra Roger. 

    “Não precisa de mais nada”, Louis afirmou, “eles definitivamente estão aprontando algo. Não podemos perder mais tempo.”

    “Eu concordo com o diretor. Vamos nos preparar e lançar um ataque, assim a gente pode evitar que eles façam alguma merda.” Tudo o que Alfred queria fazer era eliminar aqueles que ele considerava a escória, então não perderia tempo quando a oportunidade surgisse. 

    “Idiota, mesmo que seja para previnir isso, não podemos simplesmente atacar do nada. Há pessoas na cidade e não queremos chamar atenção deles.” Louis repreendeu Alfred, dizendo que não queria fazer algo que pudesse lhes entregar para a Strike Down. Alfred estalou a língua em frustração. 

    “Mas, mesmo assim, vocês acham que eles quebraram o contrato do nada? E se eles apenas decidiram viver em paz…”

    “Já chega, Abner. Pare de ser idiota. Essa rebelião repentina pode ter vindo daquela pessoa de máscara. Isso quer dizer que ficar parado não é uma opção.  Eu vou cuidar disso, então certifique-se de que a preparação da chave artificial seja um sucesso.” Deixando essas palavras, Louis deixou a sala e Alfred o seguiu ao ser chamado.

    Abene suspirou — Louis não iria voltar atrás. Tudo o que o presidente marionete poderia fazer era ficar em silêncio. Ele olhou para Isaac, que parecia nervoso e resmungou algumas palavras que fizeram o supervisor congelar; ele nunca tinha pensado que ouviria aquilo do presidente da organização. Era como um sonho ou talvez um pesadelo.  

    Pressentindo que algo ruim poderia acontecer, Isaac deixou a sala de reuniões, para realizar suas funções como supervisor. 

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