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    Então as informações eram verdadeiras. 

    Enquanto eu observava o avião decolando, tentando conter o frio na espinha que eu senti segundos atrás, respirei fundo. 

    No meio daquela multidão de pessoas que estavam pensando apenas em suas próprias vidas, não tinha como elas imaginarem o que estava acontecendo. 

    O vôo para Nova Iorque acabara de decolar e tudo o que eu pude fazer foi refletir no quão impotente eu fiquei só de ver aquele olhar. 

    Segundo informes, um dos membros da Ascension, mais precisamente um subordinado direto de Yang, havia saído de uma companhia de viagens, então foram postos agentes atrás dele. Eu, Haruki, fui um deles. 

    Tive sucesso na minha perseguição, mas, claro, depois de muitos contratempos. Como se fosse as forças do universos ou sei lá o quê, eu sempre o perdia de vista. Naquele momento, no entanto, eu acreditava que ele se deixou ser visto por mim — que pessoa assustadora. Eu ri, mas meu corpo estava tão gelado quanto minhas habilidades. 

    Eu não pude o seguir na hora do embarque, até porque minhas ordens não eram para sair do país, então eu o observei com um binóculo por uma das janelas do avião. Foi aí que, como se por instinto ou mera coincidência, nossos olhares se encontraram e ele sorriu de orelha a orelha. 

    Foi só uma coincidência…né…?

    Eu queria que fosse, mas minhas mãos suadas diziam o contrário.

    “Haha… que porcaria.”

    Minha missão foi encerrada no momento em que o avião levantou vôo, então era hora de partir. 

    Quando retornei para casa, fiz um relatório em live para os meus superiores através do meu computador. 

    Foi um dia longo. O sol estava se pondo e eu estava terrivelmente cansado. Depois de tomar um banho relaxante, comi a marmita pronta que havia comprado mais cedo e me deitei, não para dormir, mas para jogar um dos meus jogos favoritos. 

    “Mais um chefe derrotado! Isso aí!”

    Eu tinha essa mania de comemorar sozinho. 

    Apesar de me distrair por um tempo, o caso de Kanemi ainda me reprimia. O que ele estava indo fazer nos Estados Unidos? Ter contato com alguém?

    Havia muitas possibilidades, mas eu não conseguia dizer exatamente e isso me torturava. 

    “Será que Mayck pode descobrir isso?”

    O grandioso Mayck era capaz disso. Eu conhecia poucas pessoas que podiam pensar tão calmo e logicamente com informações tão superficiais.  

    Dei um tapa em ambas minhas bochechas. 

    “Pense com sua própria cabeça, Haruki.”

    Por mais complicado que fosse, eu tinha que tentar. 

    No dia seguinte, fui para a escola, como de costume, ainda pensando no que Kanemi poderia fazer. Eu queria me orgulhar por solucionar um caso desses. Poderia até ser prestigiado na GSN por isso. 

    Porém, longe das minhas dores de cabeça, havia coisas acontecendo ao meu redor. 

    Chika estava de mau humor, Hana estava distante e Mayck indiferente… ele não havia mudado muito ou era o que eu pensava na época. 

    Isso tudo, com certeza, aconteceu logo após o incidente de algum tempo atrás. Mayck me contou seu plano antes e ele realmente tinha o potencial para causar isso. 

    De forma resumida, ele usou Miyabe-san — descobrir que ela era uma portadora da Black Room me surpreendeu muito — e a fez afastar Ryuu de onde ele confrontaria Masato-san, para que ele não interferisse. Como consequência, Chika estava com raiva por sua amiga e Hana abalada por descobrir que seu pai era um traidor e que cooperava com Yang. 

    Isso, no entanto, era uma informação já bem conhecida pela GSN, quando usamos arquivos antigos e percebemos algumas ligações entre diversas pessoas ‘famosas’ e a Ascension. 

    Mas, claramente, aqueles três ambiciosos não diriam a ninguém, afinal, eles tem suas próprias lutas, sem contar que não havia mérito nenhum em ajudar aquelas duas organizações. 

    Se eu dissesse para alguém sobre isso, me tornaria um traidor, então eu mantive minha boca fechada por muito tempo e não pretendia revelar nada ainda. 

    Mas Mayck e seus amigos poderiam acabar descobrindo tudo cedo ou tarde, então não importava muito. 

    No fim do último período, vi uma mensagem da organização no meu smartphone. Era codificada, mas eu pude compreender rapidamente, até porque nós, agentes da GSN, éramos ensinados à risca. 

    “E eu pensando que poderia descansar…”

    Encarei a mensagem que me convocava.

    “Você tá legal?”

    Mayck perguntou atrás de mim. 

    “Huh? Si-sim eu tô. Só lembrei que tenho algumas coisas para arrumar em casa. Hehe…”

    Ele fez um som como se não estivesse interessado nisso e voltou-se para guardar seu material escolar. 

    Isso definitivamente era bom. Se fosse algo com que ele se preocupasse, eu estaria em maus lençóis. Não que eu tivesse algo a esconder. 

    Em uma sala escura e fria, eu me encontrei com alguns agentes que eu poderia até chamar de amigos, mas não sei se isso era certo, mas, pelo menos, eles eram meus colegas de trabalho…

    Havia muitos outros além de nós. 

    “Ugh…! Nós estarmos aqui significa…” Yuno olhou ao redor com uma cara descontente. 

    “Hmpf.”

    “Certamente… estamos prestes a começar uma ‘caçada’.”

    Rikki e Kaito também pareciam ter compreendido. 

    “Hahaha… isso é chato pra caramba”, eu concordei. 

    Reuniões geralmente eram feitas apenas entre os agentes escolhidos a dedo pelos líderes, já que não existia um sistema de equipes fixas na organização. Portanto, ver todos os agentes reunidos aqui só poderia significar uma caçada. Em outras palavras, perseguição e assassinato.

    Como se estivessem nos ouvindo, um painel gigante se acendeu na nossa frente, iluminando aquela sala escura e vazia. 

    Três figuras surgiram no monitor e todos, inclusive eu, ficaram eretos, em posição de sentido. 

    Suas vozes estavam editadas por algum programa de computador, então nós não sabíamos quem eles eram realmente. Porém, suas palavras nos surpreenderam de tal maneira que até pensamos que algo estranho estava acontecendo. 

    Dessa vez, nós não fomos chamados para uma caçada, mas para um aviso. 

    Pelo que disseram, havia sinais de que “algo” surgiria em breve. Segundo o que eles disseram, nossos contatos detectaram pequenas anomalias no curso de energia em alguns pontos da cidade que as outras organizações não se certificaram de monitorar, já que elas eram tão pequenas que pareciam insignificantes. 

    Eu já sabia o que isso poderia significar. Se fosse uma daquelas ‘coisas’, as quais a GSN se interessava, então nós iríamos esconder essas anomalias até que chegasse o momento de capturá-las. 

    Eu não sabia porque eles queriam tais coisas e isso nem me interessava na realidade. Eu só queria o dinheiro para o tratamento da minha mãe, que sofria por alguma doença que ninguém conseguia dizer o que era. 

    Enfim, nós fomos orientados a usar alguns equipamentos que foram negociados com a Black Room — a propósito, havia sido encerrado aquele antigo contrato no momento em que eles se aliaram à Strike Down — o objetivo era simples: ficar atento às ondulações de energias por menores que fossem. 

    O que quer que fosse, me deixava com um gosto amargo na boca. 

    Depois da reunião eu me distanciei do ponto de teletransporte e segui pelas ruas vazias em direção a minha casa. Foi quando fui abordado por Fuka. Como sempre, ela mantinha um capuz sobre sua cabeça. A franja dela também cobria metade do seu rosto. 

    Mas, bem, eu só aceitava isso como sendo ela. 

    “Oh, Fuka-chan, como vai? Ansiosa pelo que vamos enfrentar?”, eu disse, sorrindo. 

    “Nem um pouco… na realidade, isso só me deprime”, disse ela, caminhando ao meu lado. 

    “Hahaha. Você lembra um amigo meu… sempre se  afastando de problemas.”

    A lua estava alta no céu e havia algumas nuvens também. Dava para dizer que o dia seguinte seria com muito sol… se o clima esquentaria era outra questão. 

    “O que você acha que pode ser a tal coisa que eles disseram?”

    Fuka continuou olhando para frente enquanto falava. 

    “Hmm… eu não faço ideia, mas pode ser um portador específico ou até mesmo um Ninkai novo. E você, o que acha?”

    “Ninkai… acho que pode ser isso também.”

    Quando falamos sobre isso, me lembrei que Mayck uma vez comentou sobre um monstro estranho, totalmente diferente de um Ninkai. Eu suspeitava que podiam ser novos tipos de classe Pesadelo, mas ele negou a possibilidade com muita confiança. 

    “Haruki, você…”

    “Hm?”

    “Não… não é nada.”

    Ela estava prestes a dizer algo, mas desistiu. Eu, porém, fiquei curioso e insisti bastante. Aí, ela cedeu. 

    “Eu só estava pensando sobre algo… você, por acaso, acredita em Youkais?”

    Ao ouvir, levantei uma sobrancelha e olhei para ela. Ela parecia estar séria sobre isso.

    “Youkais? Hahaha. Isso é só folclore. Não acredito nessas coisas.”

    “Mesmo que existam monstros e portadores vagando por aí?”

    Senti uma leve pitada de ansiedade em sua voz e acabei ficando sem reação por um momento. 

    “É-é… mesmo com isso… É que, sei lá, pensar que a Yuki-onna existe me parece muito fantasioso. Não consigo acreditar nessas lendas que eu ouvi na infância.”

    Eu me expressei sem medo. Quando olhei para o lado percebi que ela estava me olhando de volta, mas seu rosto virou-se para frente lentamente. Eu me perguntava se não tinha correspondido às suas expectativas…

    “Ah… entendo. São apenas lendas, afinal.”

    Hein…? Ela ficou decepcionada?

    “Mas porquê dessa pergunta?”

    “Não é nada demais. Só estava pensando nisso. Sabe, eles disseram que nenhuma das organizações perceberam as ondulações porque estão ocupados demais, mas eu duvido que eles deixariam passar uma anormalidade dessas, por menor que seja.”

    Tinha uma verdade em suas palavras. Mesmo estando com diversas tarefas, a protetora Black Room e a grande Strike Down jamais deixariam algo tão chamativo passar. Se não fosse nada demais para eles, porque atrairia tanta atenção da GSN?

    Eu chacoalhei minha cabeça levemente para expulsar as dúvidas. Acho que andar com Mayck tinha afetado meu modus operandi de alguma forma. 

    “Então você acha que eles sabem de algo que os outros não saibam?”

    “Algo assim”, ela respondeu sinceramente. 

    “Ah, bem, mesmo que seja isso, não tem nada a ver conosco, certo? Só precisamos executar nossas tarefas e pronto—”

    “Você fala como uma máquina.”

    “Hein?”

    “Você fala e age como uma máquina manipulada pela GSN e isso me decepciona.”

    Com a voz levemente irritada, ela começou a andar mais rápido e logo eu fiquei para trás, observando-a sumir da minha vista. 

    Um vento frio passou por mim. O que eu tinha feito de errado? Eu era uma máquina manipulada pela GSN? 

    Eu não sabia o que ela queria dizer com isso, mas ela conseguiu alugar minha mente de um jeito extraordinário. 

    Eu olhei ao redor pela rua silenciosa. As casas estavam todas dormindo; os postes de iluminação brilhavam e eu podia ouvir o som dos gafanhotos da noite. Respirei fundo. 

    “Desde quando eu sou assim?”

    <—Da·Si—>

    Eu fui visitar Stella outra vez. E como nas outras vezes, Ruby estava lá. Eu ainda não tinha conseguido entender o que havia acontecido realmente, mas fiquei sabendo que Stella lutou contra um dos subordinados de Yang sozinha. 

    Depois que aquele som ensurdecedor ecoou, eu não vi mais nada. Quando acordei, estava em uma ala de enfermaria e com dores de cabeça muito fortes. Lucy também estava assim. Ruby e Stella, porém, estavam em situações piores; ainda mais a última. 

    Já fazia mais de uma semana desde aquela bagunça toda e Stella passou por várias cirurgias intensas e com baixas chances de sobrevivência. Tudo isso tinha dado certo, mas ela estava em uma espécie de coma, e não havia previsão de quando ela acordaria. 

    Por conta de tudo isso, nosso time Delta estava temporariamente inapto de participar das missões. 

    Se eu fosse mais forte… elas não teriam passado por tudo isso. Nem elas, nem Flame, nem Clair-senpai. 

    Qual tinha sido o meu papel na equipe desde que entrei nela? Eu nunca me destaquei em missões, nunca nem sequer fui alvo ou membro principal de alguma.

    Eu estava ficando para trás, enquanto via Ruby, Stella e Keize evoluírem. A pessoa que me fazia ir para frente mesmo contra a minha vontade já não estava entre nós. 

    Se eu continuar fraca desse jeito… vou perder todo mundo. 

    Isso me assustava. Eu não queria sequer pensar nessa possibilidade. 

    Eu preciso ser muito mais forte. Então, eu finalmente vou poder ajudá-los de verdade. 

    Pensando nisso, eu fui até Nikkie e pedi que ela me treinasse. 

    “Mas você tem seu próprio treinamento, não tem? Além disso, me desculpe, eu não tenho tempo para te ajudar.”

    Eu fui rejeitada rapidamente. 

    Meu treinamento não é o suficiente… nunca foi. 

    Tudo o que eu podia fazer era rastrear inimigos e enfrentar lutas corporais e com armas. No entanto, eu não era excepcional nem nisso. Eu provavelmente estava no nível dos outros soldados, então como fui alocada para um dos times especiais?

    Foi por conta do rastreamento? Nesse caso, eu estava fadada a ser protegida pelos outros. 

    Eu não quero isso. 

    Preciso ser mais forte.

    Muito mais.

    Eu devia segurar meu orgulho, então, sem alternativas, eu fui até ele. 

    M-san. Pelo que eu sabia dele, ele era um portador recém despertado, mas isso não mudava o fato de que ele era excepcionalmente poderoso. Tanto, que foi colocado em missões perigosas pelo próprio Zero. 

    Ele seria capaz de me deixar mais forte. 

    “Claro. Mas… em troca, eu quero que você fique em silêncio quanto a isso.”

    Essa foi a única condição imposta por ele. 

    Sem hesitar, aceitei. Àquele ponto, eu não tinha mais nada a perder criando desculpas. Eu refleti bastante e, realmente, era aquilo o que eu queria — ficar mais forte e poder ajudá-los em combates perigosos. 

    Eu senti meu coração saltar. Finalmente, aquela garotinha que viveu fugindo de todos ao seu redor viu uma luz de esperança e queria protegê-la a todo o custo. 

    <—Da·Si—>

    Era tudo tão escuro e assustador…

    Eu ainda conseguia sentir aquele frio mortal e arrepiante na minha pele. Meu corpo tremia só de lembrar daquelas sensações sombrias. 

    Os rugidos desconhecidos e as sombras bizarras que pairavam em minha mente estavam sendo meus maiores pesadelos. Aquela terra desolada e coberta de neblina, caos e morte não me deixavam dormir bem. 

    O que era tudo aquilo? Alguém poderia me responder? 

    Quando eu pensei que tudo voltaria ao normal, a presença dele me lembrava tudo aquilo. Sim. A mera presença da pessoa que se tornou minha família me deixava aterrorizada. 

    Sozinha, eu chamei por ajuda, mas ninguém apareceu. E quando apareceu uma luz de esperança pra mim, era apenas mais terror. 

    Eu queria dizer que não passava de um pesadelo, mas foi tudo muito real. O que era aquele Mayck Mizuki? Eu não sabia dizer. Tudo o que eu conseguia imaginar era que ele não era um humano… talvez um demônio… não. Isso não era o correto — aquele Mayck que eu vi era muito pior que isso. 

    Eu não conseguia mais encará-lo; ficar perto dele me trazia tanto desconforto quanto terror. Eu também não conseguia me concentrar nas minhas atividades escolares e do clube. 

    Rika demonstrou sua preocupação, mas eu também percebi que algo estava diferente depois que o meu mundo voltou ao normal. 

    Eu ouvi Takashi-san e Mayck conversando… Takashi-san sugeriu que ele tinha me feito algo. 

    Não é nada disso… Ele não tem culpa de nada…

    Minhas palavras prendiam-se na minha garganta e eu me perguntava se ele realmente não tinha nada a ver com tudo aquilo. 

    Como eu poderia falar com ele se meu corpo rejeitava dar um passo em sua direção? Ou como eu poderia falar com ele sobre o assunto se não conseguia falar na presença dele?

    Eu estou com medo…

    Será que aquilo tudo se tornaria verdade um dia?

    Por favor… que não aconteça…

    A escuridão daquele lugar estava tomando conta do meu coração. Tudo ficou tão cinza que eu mal conseguia levantar minha cabeça ou sequer andar tranquilamente com todos os arrepios que eu sentia com cada barulho. 

    Socorro…

    Em um certo dia, me sentindo incapaz novamente, eu faltei a aula. Estava nublado e frio lá fora. Pulei o café da manhã e fiquei trancada no meu quarto, encolhida em minha cama. 

    Batidas na porta do meu quarto me deixaram apavorada e tudo piorou quando ouvi a voz dele. 

    “Haruna. Tem um tempinho?”

    “…”

    Eu queria dizer não, mas também queria que ele entrasse. No entanto, o silêncio foi a minha resposta. 

    Depois de alguns segundos, ele continuou. 

    “Olha, eu não sei o que foi que você presenciou, mas eu quero te dizer que não tem nada a ver com você. Pode pensar que foi um mero pesadelo, não tem problema. Se eu fiz algo que você não gostou, me desculpe. Apenas volte a ser como antes, está bem?”

    Não é isso…

    Eu não estava culpando ele. Eu sabia que não era ele. Mesmo que tivesse sua aparência, o que eu sentia em ambos eram coisas totalmente diferentes. 

    Mas eu não conseguia pôr em palavras. 

    “Se você quiser, eu posso te explicar o que pode ter sido, mas não tenho certeza de nada. Se não quiser ouvir, é só me dizer para sair.”

    Eu quero ouvir. Quero saber o que aconteceu… mas…

    Minha forças sumiram como mágica. 

    “Certo. Sinta-se livre para me pedir uma explicação depois”, disse ele, com sua voz mais baixa. Eu ouvi seus passos se distanciando cada vez mais e quase me levantei. 

    Porém, falhei nisso outra vez. 

    Será que… eu vou ser capaz de superar isso?

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