Ivar havia encontrado a entrada para o setor isolado da cidade, onde o aliado mencionado por Nestor supostamente residia. 

    A área era uma mistura de ruínas e construções improvisadas, e parecia que o tempo havia se esquecido daquele lugar. 

    Ele se aproximou de uma construção antiga, uma espécie de fortaleza em miniatura coberta por trepadeiras e detritos. 

    O interior da fortaleza era um labirinto de corredores e salas cheias de livros, pergaminhos e artefatos antigos. 

    Finalmente, chegou a uma sala onde um homem não tão velho, mas com cabelos e barba branca estava sentado à mesa, rodeado por pilhas de tomos empoeirados. 

    O homem ergueu os olhos ao ouvir o som de passos, e uma expressão de reconhecimento cruzou seu rosto.

    — Ivar… — o homem murmurou, sua voz rouca e hesitante. — Não esperava vê-lo por aqui. O que o traz aqui, meu amigo?

    — Preciso de informações sobre um artefato antigo. Um artefato que pode implantar almas em outros corpos. Nestor me enviou para você. É vital que eu encontre este artefato. 

    O homem, cujo nome era Dorian, estudou Ivar com um olhar de curiosidade misturado com desconfiança. 

    — Um artefato como esse é extremamente perigoso e difícil de localizar. Dizer que você está se metendo em algo grandioso é um eufemismo. Mas, considerando nosso passado e a urgência em sua voz, posso ajudá-lo. 

    Levantando-se foi até uma estante de livros, puxando um volume antigo coberto de poeira. 

    — Este é um registro de artefatos mágicos perdidos. Aqui deve ter a informação que você procura — ele entregou a Ivar um diário antigo com uma descrição do que aparenta ser do artefato e uma possível localização.

    — Obrigado, Dorian — Ivar agradece enquanto guarda o diário com cuidado — Obrigado mesmo. Você me ajudou mais do que imagina. 

    Com a possível nova informação em mãos, Ivar se preparou para partir. Ele sabia que o tempo era essencial, e que ainda precisava se livrar dos ladrões para obter o mapa que Bronn havia prometido. 

    Enquanto Ivar saía da fortaleza, Elara o observava de uma posição escondida. 

    Sua mente trabalhava a mil por hora, tentando compreender o que acabara de ouvir. O artefato que Ivar estava procurando parecia ser muito mais do que apenas uma relíquia antiga; tinha o potencial de mudar o equilíbrio de poder de todo o mundo. 

    Com a confirmação da nova pista de Ivar, Elara sabia que precisava agir com rapidez. 

    Ela decidiu seguir Ivar até o esconderijo dos ladrões, esperançosa de que poderia obter mais informações ou, se possível, interceptá-lo antes que os encontrasse. 

    Ivar avançou pelas ruas escuras, guiado pelo mapa. O esconderijo dos ladrões estava localizado em uma antiga taverna abandonada nos arredores da cidade, uma estrutura reforçada e oculta entre os escombros. 

    Ele se aproximou com cautela, evitando qualquer sinal de movimentação suspeita. 

    A entrada estava fortemente guardada e parecia estar protegida por uma série de armadilhas. Utilizando suas habilidades e conhecimentos adquiridos ao longo dos anos, começou a desativar as defesas. 

    A entrada para o armazém não foi uma tarefa desafiadora, e ele facilmente conseguiu abrir uma brecha. 

    O ambiente dentro do esconderijo era como um grande salão, possuía apenas um andar, mas também uma passagem secreta por de trás do antigo balcão da taverna. 

    A passagem levava para uma caverna subterrânea, provavelmente utilizada para se esconderem das autoridades. Ivar movia-se com cautela, cada passo calculado para evitar armadilhas e guardas. 

    Finalmente, ele chegou a uma sala principal, onde os ladrões estavam reunidos planejando o próximo roubo. 

    Ivar era muito habilidoso com magia de ilusão, utilizando ela, ele é capaz de ficar invisível, criar distrações e cópias de si mesmo, imagens e sons e também em se disfarçar. 

    E foi isso que ele fez, ficou invisível e partiu para o primeiro e perfurou seu peito com uma de suas mãos, após matar o primeiro bandido sua invisibilidade foi desfeita e também desfez seu disfarce. (Ivar nunca anda por aí com sua verdadeira aparência, ele tem a habilidade de se transmutar, ele é um transmorfo) 

    A imagem que os bandidos viram foi um ser encapuzado de manto branco caracterizado como o manto de um clérigo da Deusa da vida e da justiça, dois chifres médios saiam de sua testa, atrás dele um rabo de cor acinzentada, uma foice enferrujada em sua mão direita e uma máscara de caveira cobrindo o seu rosto, eles viram o Darklurker, a própria Morte encarnada.

     Em seguida, Ivar criou três cópias suas, isso deixou os bandidos confusos e aterrorizados, era o darklurker que estava diante deles, alguns bandidos sacaram suas armas mesmo morrendo de medo, outros se ajoelharam e pediram misericórdia, mas Ivar sabia que deveria eliminar toda a escória do mundo. 

    Enquanto isso, Elara observando escondida cada movimento. Ela não acreditava no que estava vendo, era o próprio Darklurker que estava diante dela. 

    Ivar sabia que Elara o havia seguido novamente, ele permitiu que ela visse do que ele era capaz, ele não se importava muito com sua identidade, afinal, ele já era procurado de qualquer jeito. 

    Um tempo se passa, Ivar decapita todos os bandidos mortos para que suas cabeças sirvam como prova do que ele fez, e também retira todos os corações com muito cuidado e colocando dentro de uma bolsa separada das cabeças. 

    Elara estava paralisada enquanto o via destroçar um por um dos bandidos. 

    —Esses vermes mereceram — diz Ivar enquanto olha para o canto onde ela estava escondida. 

    Com a conclusão de seu trabalho, Ivar se disfarça novamente e parte para encontrar Bronn.

    À medida que a noite avançava, o brilho da lua filtrava-se através das nuvens escuras, lançando um brilho espectral sobre as ruas de Erathis. 

    Ivar, agora disfarçado novamente, avançava com uma determinação imperturbável, o diário antigo de Dorian firmemente preso em sua posse. 

    Seus pensamentos estavam voltados para o próximo passo de sua jornada: ir até Bronn, o único que poderia fornecer o mapa necessário para encontrar Kaygon. 

    Elara, ainda escondida, observava a cena de carnificina com um misto de medo e fascínio. 

    A figura aterradora que Ivar havia assumido, o Darklurker, era uma manifestação de sua crueldade implacável. 

    O contraste entre a brutalidade de sua missão e a frieza calculista de seus movimentos a deixavam inquieta. 

    Quando Ivar finalmente deixou o esconderijo, Elara decidiu seguir seus passos a uma distância segura. Ela estava determinada a descobrir o que o próximo movimento dele poderia revelar. 

    Ivar atravessou os becos e ruas abandonadas da cidade. Ao chegar na taverna, Ivar se aproximou da entrada discretamente e avistou Bronn esperando na porta. 

    — E então, conseguiu?

    — Sim. 

    — Me acompanhe. 

    Bronn levou ivar até uma casa. O interior da casa estava mal iluminado, com móveis antigos cobertos de poeira e teias de aranha. Bronn, sentou atrás de uma mesa, cercado por pilhas de documentos e itens curiosos. 

    — Vamos lá, Ivar. O que tem ai? — sua voz grave e carregada de uma curiosidade calculada. 

    Ivar coloca a bolsa com as cabeças em cima da mesa. 

    — Está feito, entregue o mapa! 

    — Pelos Deuses! você é mesmo um homem muito útil. 

    Bronn levantou-se lentamente e foi até um cofre antigo em um canto da sala. Ele girou a combinação e retirou um mapa envelhecido, cuidadosamente desenrolando-o para exibi-lo a Ivar. 

    — Aqui está! Isso deve lhe dar o caminho que precisa. Não vai dar exatamente a localização dele, mas vai te adiantar em muito. 

    O mapa mostrava locais antigos, onde séculos atrás os nobres se refugiavam em casos de guerra, locais onde hoje são conhecidos como “As Montanhas Muralha”, imensas montanhas congeladas que rasgam os céus, elas impedem a passagem para um misterioso continente congelado, onde ninguém se atreveria a ir, e as informações do diário coincidiam com as do mapa, o artefato também estava localizado nas montanhas, pelo menos a última localização registrada é de lá. 

    — E vou te dar um bónus! Obtive informações de que vários nobres do continente estão se reunindo nessas montanhas.

    Ivar aceitou o mapa com um gesto de agradecimento. 

    — Não me subestime, Bronn. Estou preparado para o que vier. 

    Quando Ivar saiu da casa, Elara decidiu confrontá-lo. Ela sabia que não seria capaz de enfrentar o Darklurker, sua lenda era conhecida por todo o continente, ele era como a própria morte. Mas a mente dela estava cheia de perguntas e preocupações sobre o que ele planejava fazer com tal artefato. 

    Ela o seguiu até um beco escuro, onde ele estava prestes a desaparecer nas sombras. 

    — Ivar! Precisamos falar — ela chamou, com sua voz firme e resoluta. 

    Ele parou, virando-se lentamente para encarar Elara. Seus olhos, escondidos pela capa escura, mostravam uma determinação implacável.

    — Não há nada a discutir. Se você está aqui para me impedir, saiba que isso será um erro. 

    Elara deu um passo à frente, a expressão de sua face misturando a determinação com a preocupação. 

    — Não estou aqui para impedir, mas depois de tudo que vi, quero tentar entender. O que você planeja fazer com o artefato caso o encontre? Pode haver muito mais em jogo do que você imagina. 

    Ivar suspirou, um olhar de compreensão passando por seu rosto. 

    — O que eu planejo fazer é algo que vai além das suas preocupações e você não entenderia. Mas se você deseja saber mais, terá que se arriscar. Eu não preciso e nem tenho tempo para explicações, e o caminho adiante é longo e perigoso. Se ousar me atrapalhar, irei te matar sem piedade.

    Com essas palavras, Ivar se virou e desapareceu nas sombras, deixando Elara sozinha no beco, seu coração batendo com a inquietação do desconhecido que se desdobra diante dela. 

    Ela sabia que sua decisão de perseguir Ivar estava longe de ser fácil, mas também sabia que era crucial. 

    O destino estava se desenrolando, e ela estava prestes a se envolver em algo que poderia mudar o rumo de tudo o que conhecia.

    Elara permaneceu no beco por alguns minutos, seu coração batendo acelerado enquanto processava a conversa com Ivar. Determinada, ela decidiu que o seguiria, mesmo que isso significasse arriscar sua própria vida.

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