A lua continuava sua ascensão no céu, lançando sombras alongadas que pareciam dançar ao seu redor. Ivar, por sua vez, avançava rapidamente pelas ruas escuras, seu destino traçado pelo mapa recém adquirido. 

    Ele precisava chegar às Montanhas Muralha antes que qualquer outro pudesse interferir em seus planos. Cada passo que dava o levava mais fundo em uma jornada que prometia ser repleta de perigos e revelações. 

    Enquanto Ivar seguia em frente, Elara o seguia de perto, sua presença silenciosa e discreta. 

    Ela sabia que ele a perceberia mais cedo ou mais tarde, mas esperava aprender o suficiente sobre suas intenções antes desse momento. Sua mente fervilhava com perguntas e especulações sobre o artefato e o verdadeiro objetivo de Ivar. 

    Após uma longa caminhada, Ivar chegou à periferia da cidade, onde uma antiga estrada de pedra começava sua ascensão em direção ao norte. 

    Ele fez uma pausa para consultar o mapa, verificando a rota que deveria seguir, é uma longa caminhada. 

    A cidade onde ele estava, Erathis, fica perto do litoral, já as Montanhas muralha ficam ao extremo norte do continente, a aproximadamente 50 mil quilômetros de distância. 

    Elara se manteve na espreita, observando cada movimento com atenção. 

    — Ele está indo para o norte?! — murmurou — Mas o que exatamente ele espera encontrar lá?

    Ivar guardou o mapa e começou a subir a estrada sinuosa. A trilha era íngreme e traiçoeira, mas ele avançava com passos decididos, a paisagem desolada refletindo a escuridão de sua missão. 

    Elara seguiu seu rastro, seus sentidos aguçados para qualquer sinal de perigo. 

    Ao longo do caminho, a noite começou a dar lugar à aurora, a luz do amanhecer tingindo o horizonte com tons de laranja e rosa. 

    Finalmente, após várias horas de caminhada, Ivar chegou a um ponto de descanso, uma pequena estalagem no meio da estrada, chamada de “Cavalo manco”. 

    Ele decidiu parar para recuperar as forças antes de continuar, pediu uma refeição e um quarto. Elara, mantendo-se à distância, esperou Ivar ir pro quarto e alugou um do seu lado. Ela sabia que a oportunidade de confrontá-lo novamente viria em breve. 

    Dentro do quarto, Ivar se sentou e abriu o diário que conseguiu com Dorian, estudando as anotações meticulosamente. Cada detalhe era crucial para a localização do artefato, e ele não podia se dar ao luxo de cometer erros. 

    Enquanto lia, sua mente voltou às lembranças da tragédia que havia moldado sua busca por vingança e poder. 

    As lembranças que passam em sua mente são os momentos felizes com sua esposa e filha, seus vizinhos, e em quase que no mesmo instante, a morte de todos eles também, logo depois um em que ele segurava sua filha nos braços, morta. Onde ele viu algo sair do corpo de sua filha, uma luz que flutuava até um colar que Ivar carregava em seu pescoço. 

    A alma de sua filha está guardada dentro do colar.

     Ele segura o colar… 

    — Em breve… — murmurou para si mesmo — em breve tudo isso terá acabado, e você estará comigo novamente, minha filha.

    Elara, ouvindo pela parede, sentiu um misto de tristeza e curiosidade. Ela sabia que sua chance de descobrir mais sobre os planos de Ivar estava se aproximando. 

    Com cuidado, ela preparou-se para a próxima etapa de sua vigilância, pronta para enfrentar o que quer que viesse a seguir. 

    Quando Ivar finalmente levantou e preparou-se para continuar, Elara saiu de seu quarto, decidida a segui-lo. 

    Ivar iria para a próxima parada, a cidade de Thurtem.

    Ele desceu as escadas da estalagem com passos decididos, o colar contendo a alma de sua filha guardado com segurança sob suas vestes. Ele parou brevemente para pagar pela refeição que havia comido na noite anterior e pelo quarto, lançando um olhar breve ao dono da estalagem antes de sair para a estrada novamente. 

    A luz do sol começava a iluminar o caminho à frente, trazendo uma sensação temporária de paz que contrastava com a turbulência interna que ele carregava. Elara, aguardando até que Ivar estivesse fora de vista, saiu de seu quarto e fez o mesmo. Ela pagou discretamente pela estadia e seguiu o caminho que Ivar havia tomado. 

    A estrada para Thurtem era longa e sinuosa, cercada por florestas densas e ocasionalmente cruzando riachos murmurantes. A beleza natural da paisagem era uma distração bem-vinda para Elara, mas ela mantinha seu foco firmemente em Ivar. 

    Conforme o dia avançava, Ivar mantinha um ritmo constante. Ele estava ciente de que poderia estar sendo seguido, mas não mostrava sinais de desconfiança. Estava focado em sua missão e determinado a chegar a Thurtem sem atrasos. 

    Seguindo a estrada, ele avista mais a frente uma tropa do exército humano, a tropa parecia atormentar os residentes elfos de uma pequena fazenda na região. (Os humanos nesse mundo são uma raça ditadora e abominam a magia, 99% deles acreditam ser superiores a todas as outras raças e desejam subjugar todas elas.)

    O ódio queimava dentro dele, mas ele sabia que interferir colocaria em risco sua missão e possivelmente a alma de sua filha. Além disso, ele estava sozinho e em desvantagem numérica. Ele não podia se dar ao luxo de chamar atenção para si mesmo. 

    Com um último olhar de desprezo para os soldados, ele seguiu seu caminho. Passando perto da fazenda, ele observa que a maioria dos residentes são elfas e que as intenções dos homens da tropa não eram as melhores. 

    Elara observava tudo escondida em meio às árvores. Ivar ouve dois homens conversando. 

    — É, nós vamos nos divertir muito com essas elfas hoje a noite. 

    — Com certeza. A loirinha é minha! hahahaha. 

    De repente uma elfa sai correndo de dentro da casa. 

    — Me deixe em paz! — ela grita. 

    Um homem que aparentava ser o comandante então a puxa pelos cabelos de volta para dentro. 

    — Sua vadia! Vou te dar uma lição! 

    Vendo aquilo, Ivar não se conteve, sem hesitar ele desfez seu disfarce e partiu pra cima de todos, Elara vendo aquilo, correu em direção a ele. 

    — Eu te ajudo!

    Ivar olhou para ela e fez um gesto de concordância com a cabeça.

    Ivar avançou com uma fúria silenciosa, sua forma real emergindo das sombras como um predador à espreita. Ele atacou os soldados com uma precisão letal, suas habilidades de combate implacáveis cortando através da tropa. 

    Os soldados mal tiveram tempo de reagir antes de serem derrubados, um a um, pelo Darklurker.

    Elara, ao seu lado, lutava com determinação, suas habilidades combinando agilidade e magia. Juntos, formavam uma dupla formidável, derrubando os soldados que atormentavam as elfas.

    Os soldados, apanhados de surpresa pela feroz resistência, tentaram se reagrupar, mas a força implacável de Ivar e a habilidade mágica de Elara tornavam qualquer tentativa de defesa inútil. 

    O campo de batalha rapidamente se transformou em um massacre, com os corpos dos soldados caindo ao redor deles.

    Uma vez que o último soldado foi abatido, Ivar virou-se para a casa onde a elfa havia sido levada. Ele arrombou a porta com um chute, encontrando o comandante da tropa com uma espada no pescoço da jovem elfa. 

    — Dê mais um único passo, e eu mato ela. 

    Ivar desaparece diante deles e surge por de trás, ceifando então o último resquício da escória humana naquele local.

    Ele vê a elfa, agora caída e encolhida no chão, com os olhos arregalados de medo. 

    — Ei você! Cuide dela — Ivar se dirige a Elara.

    Ela concorda.

    — Menu nome é Elara.

    Ela então estende a mão para a elfa, tentando transmitir uma sensação de segurança.

    — Você está segura agora, vocês todos estão — disse ela, com uma voz meiga e carinhosa — Eles não vão mais machucar vocês.

    A elfa, tremendo, aceitou a ajuda de Elara, levantando-se com cuidado. 

    Enquanto isso, Ivar leva o corpo do comandante para fora e verifica os arredores para garantir que não haja mais soldados por perto, e logo em seguida retirou os corações dos soldados, guardando-os com cuidado em sua bolsa.

    — Obri… obrigada — diz a elfa, sua voz baixa entrecortada pelo medo e alívio — Vocês nos salvaram.

    Ivar acenou com a cabeça, seus olhos duros suavizando um pouco.

    — Precisamos ir, Elara.

    — Já está tarde, não chegaremos em Thurtem a tempo, teremos que dormir ao relento — ela responde.

    As elfas, embora abaladas, estavam gratas pela intervenção. 

    — Esperem! — disse uma das elfas — Passem a noite aqui, é o mínimo que podemos fazer pela ajuda que nos deram. 

    Ivar e Elara conversam sobre isso por um tempo e concordam em passar a noite ali.

    Elas ofereceram uma refeição quente e um local para dormir. 

    — Não é muito luxuoso, mas é aconchegante. 

    — Está perfeito, agradecemos sua hospitalidade — responde Ivar.

    Elara ouvindo, dá um sorriso de canto enquanto se deita…

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