Capítulo 100: Resgatando as crianças.
Meu nome é Kebolt, um órfão de 9 anos de idade.
Desde que me entendo por gente sempre morei nas favelas, na verdade, cresci em um orfanato, mas por causa do sistema de escravidão que eles impunham sobre nós, eu e mais quatro crianças decidimos fugir.
Desde então vivíamos por nós mesmos para sobreviver, engraxar sapatos, mendigar nas ruas, vender flores comuns, tudo o possível para poder comer ao menos dois pães ao dia. Também nos esforçamos para evitar os bandidos ou qualquer tipo de pessoa perigosa na favela, isto se ainda quisermos continuar vivos.
Mas eu sempre pensei mais longe, eu não queria continuar vivendo com medo de ser roubado depois de passar horas trabalhando apenas para poder comprar um simples pão.
Eu prometi a mim mesmo que trabalharia e sairia da favela, então, criei um plano. Eu iria estudar todas as áreas da cidade e então guiar aqueles que visitavam a cidade por um preço considerável.
Eu iria me tornar um guia, estudar, e quando crescer, arranjar um trabalho na área central da cidade e então finalmente deixar a favela.
A cidade vinha recebendo muitos visitantes desde o último ano, então era um ótimo negócio. Quando comecei, apenas conseguia receber um cliente ao dia, uma moeda de bronze por visita.
Mas com o passar do tempo, consegui aumentar o número de clientes que recebia por dia, aumentando assim o dinheiro que ia para o bolso. Também passamos a receber alças acadêmicas de uma velha senhora que passava para nos visitar, nos ensinando a ler, escrever, e até sobre os números.
E este passou a ser o meu cotidiano durante um bom tempo, até que conheci ele. Na entrada para a cidade, um homem enorme se aproximava com passos firmes que inevitavelmente chamavam a atenção das pessoas ao redor.
Sua pele era branca como mármore com cabelo platinado, A iris de seu olho direito era negro, uma cor de olho que eu não sabia que existiam, e usava um tapa olho esquerdo que lhe dava uma aparência mais discolada.
Ele tinha uma aparência ameaçadora, e havia uma estranha barreira ao seu redor que me impedia de aproximar dele, mas mesmo assim ganhei coragem e fui até ele.
“Vo…você gostaria de um guia? Eu posso mostrar-lhe a cidade.”
“…”
Diante da minha pergunta, ele apenas ficou um tempo olhando para mim, como se estivesse me estudando com seu olho negro, o que dava calarfrios.
“Qual seu nome?”
Perguntou ele depois de um longo silêncio.
“K-Kebolt.”
Respondi, embora gaguejando.
“Me chamo Ken, mostre-me a cidade.”
“!…”
Mas sua resposta indiferente me deixou surpreso. Normalmente, quando eu aparecia para as pessoas para dar meus serviços de guia, eles me desprezavam como se eu fosse algum tipo de parasita ou me empurravam bruscamente, e mesmo aqueles que aceitavam meus serviços de guia era apenas depois de muita persistência.
Mas aquela pessoa era diferente, ele não ligava que eu era alguém da favela, ouvia com calma tudo que eu dizia e até me fazia perguntas sobre a maior parte da cidade, o que, claro, embora um pouco hesitante, cobrava, mas felizmente ele não fazia cena e pagava por tudo.
Era estranho o quanto ele perguntava sobre a cidade, como se fosse algum tipo de inspetor, mas desde que me pagasse, não era da minha conta.
No final, ele me pagou cinco vezes mais do que eu havia pedido. Fiquei tão feliz que queria celebrar com minha família, meus três irmãos e a minha irmã caçula. Eu percorri a favela com saco de pães e legumes para festejar e contar sobre a pessoa misteriosa que havia conhecido.
Quando cheguei, eles já estavam reunidos e como nas raras ocasiões, tivemos um banquete que nos satisfez a noite toda, e então fomos para a cama.
“Kyaaaa!”
Até que no meio da noite o grito da nossa irmã nos despertou, e vimos vários bandidos dentro da nossa cabana, segurando minha irmã e nocauteando meus irmãos.
“Desgraçados! Larguem ela!”
Eu imediatamente percebi o que estava acontecendo, então saltei para cima deles tentando pelo menos libertar a minha irmã, mas eu era apenas uma criança contra vários adultos e infelizmente fui derrubado.
Quando acordei, já me encontrava dentro de um lugar escuro como um breu e com cheiro de metal enferrujado. Além de meus irmãos, também haviam várias outras crianças, não dava para saber quantas eram por causa do escuro, mas conseguia saber por causa do intenso barulho de confusão e choro.
Meu coração batia forte com a realidade da situação, nós havíamos sido sequestrados, e por não saber o que poderiam querer de nós, fazia minha ansiedade subir, quase me fazendo perder a cabeça.
Não sei por quanto tempo ficamos aqui, havia uma porta que abria durante um longo tempo nos trazendo comida, sempre de noite, não nos permitindo ver a luz do dia. Mas se as vezes que trouxeram comida foram os dias que passamos aqui, então seriam três. Saber disso é o que me permitia manter são, embora já estava começando a perder as esperanças.
“Ahhhh!”
“So-socorro!”
“!”
Foi então que de repente gritos de horror começaram a ecoar por fora da sala onde estávamos.
“Argh!”
“Agh!”
Eram gritos horríveis de desespero, como se estivessem sendo mortos por alguma coisa, ou alguém, e por não sabermos o que estava acontecendo fora de nossa visão, era aterrorizante.
Quando seria nossa vez? Este era o pensamento que provavelmente passava na mente de todas as crianças aqui, assim como a minha.
Depois de um tempo, os gritos pararam.
*Bom! Downs, crash!*
“!”
E depois de mais um tempo, fortes sons de destruição começaram a ecoar, como se um desastre estivesse acontecendo fora de onde estávamos.
‘Vamos morrer? Este é realmente o nosso fim?’
Sem saber o que estava realmente acontecendo, apenas o pior cenário passava na minha mente. Será que este é realmente o nosso fim? Será que também iremos morrer como as pessoas que gritaram antes?
Depois de um tempo, os sons de destruição pararam, nos fazendo acalmar um pouco.
*Tap, tap, tap…*
Mas podíamos ouvir o som de passos se aproximando lentamente da gente, enchendo-nos de terror.
Os sons pararam bem na porta do contentor.
*Deng!*
Ouviu-se um som agudo de metal quebrado bem na entrada do lugar e, em seguida, a porta abriu.
“Ugh!…”
A luz do sol entrou com força queimando nossos olhos, nos obrigando a cobri-los para não sentir esta terrível dor. Mas à medida que fui me acostumando com a luz, calmamente fui retirando as mãos dos olhos e, hesitante, olhei para a porta.
A luz que entrava pela porta batia nas costas do enorme homem na nossa frente, criando uma sombra sobre nós. Sua roupa preta e seu manto escuro, mesmo ensanguentados, eram familiares.
Uma pele branca como marmore e um longo cabelo branco amarrado em um rabo de cavalo, e sem esquercer daquele seu olho negro como a meia noite.
No exato momento, senti um aperto no peito e meus olhos se arregalaram com a presença que acabara de entrar.
“Vocês estão seguros.”
Disse ele, com sua voz aguda que por alguma razão fez meu coração acelerar e um alívio se instalar. Todas as outras crianças pareciam tremer, mas eu conhecia quem era ele.
Ken Wolff.
“Hic…”
Sem que eu pudesse controlar, as lágrimas começaram a cair de meus olhos e simplesmente comecei a chorar, não eram lágrimas de tristeza ou medo, mas sim lágrimas de felicidade ao ver este homem na minha frente que parecia afastar todo mal apenas com sua presença, eu estava feliz.
Porque agora todos nós estávamos salvos.
§§§§
O portão proibido é o esconderijo de um dos maiores grupos criminosos das favelas, um lugar onde apenas os membros mais próximos da liderança conheciam sobre a localização, e por causa disso, nunca eram encontrados pelos seus inimigos ou até mesmo pela força de proteção de Crystenold, que vinham tentando rastreá-lo a anos.
Trafico de drogas, tráfico humano, roubo, assasinato e além de muitas outras atividades criminosas que eles cometiam, o que os tornava temidos na favela.
Mas com a confusão que aconteceu no esconderijo, o escândalo se espalhou até chegar nos ouvidos das forças de proteção de Crustenold, despachando rapidamente os guerreiros.
Eles marcharam pela favela indo em direção à localização do portão proibido, sendo liderados pelo capitão.
Erik Hansen.
Quando chegaram até o beco, o capitão se surpreendeu ao ver o enorme buraco criado na porta, que era do tamanho de uma pessoa.
‘Isto…parece ter sido feito por mãos humanas, quem fez isso?’
O capitão olhou para a porta, impressionado, depois se virou para seus homens.
“O primeiro grupo fica para proteger a entrada, o restante entra comigo.”
Disse o capitão, se lembrando de sua tarefa enquanto dava ordens aos seus homens.
“Sim!”
“Sim!”
Os homens concordaram, e então o capitão e os outros atravessaram pelo buraco da porta. Havia vários corpos desmaiados no caminho, mas eles os ignoraram e continuaram, chegaram na sala onde encontraram outros corpos e depois saíram.
Quando chegaram no lado de fora, seus olhos se arregalaram com a carnificina que encontraram, inúmeros corpos mutilados com vários membros e órgãos internos espalhados pelo chão, manchando o chão de sangue.
“…”
Ao longe, o capitão podia ver Ken encostado de costas em um contentor e de braços cruzados, rodeado por diversas crianças de ambos os gêneros, alguns, em especial, seguravam em sua calça, como se só de tocá-lo os afastaria de qualquer perigo que aparecesse.
Quando o capitão começou a se aproximar, as crianças aglomeradas fugiram atrás de Ken, com medo das pessoas que se aproximavam como se fossem machucá-las.
“Você chegou.”
Disse Ken olhando para ele, mas sem se mexer do lugar.
“…”
O capitão não respondeu, ao invés disso, olhou para as crianças que se escondiam atrás de Ken.
‘Ele realmente os encontrou? Como? Se a única coisa que ele fez foi dormir com prostitutas?’
Ele não conseguia acreditar, ele achava que o prefeito estava exagerando ao depositar suas esperanças em Ken, ainda mais quando soube que ele apenas passava noites em um bordel e ficava perambulando pela favela.
Então, o capitão olhou para Ken.
“Como você os encontrou?”
Seu tom de voz era controlado, mas acusador, assim como se olhar que achava não demonstrar desconfiança.
“…”
Diante da desconfiança do homem, Ken apenas ficou o encarando com um olhar neutro, depois, deu um tapinha na cabeça de Kebolt, a criança ao seu lado.
“Você sabia que o bordel Prazer dourado pertence à guilda Martelo imortal?”
“!”
Os olhos do capitão se estreitaram quando Ken disse aquelas palavras.
‘Então ele realmente sabia, assim como o prefeito falou.’
Erik se lembrou do pedido do prefeito, para descobrir a quem pertencia o bordel Prazer dourado, e descobriu que pertencia a guilda Martelo imortal.
‘Mas como ele sabia de algo que nem mesmo eu, que sou velho nesta cidade, sabia?’
Esta era uma pergunta que ele ainda não tinha resposta.
‘E que diferença faz que o bordel pertencia a guilda Martelo imortal? Como isso o ajudou a encontrar as crianças que, durante meses, não conseguimos encontrar sequer uma pista?’
Esta era outra pergunta que ele também não sabia a resposta.
“…”
Vendo a confusão no rosto do homem, Ken começou a contar.
A razão pela qual Ken foi até o ponto de prazer ao invés da estalagem onde passava a noite desde que chegou nesta cidade, era por causa do cheiro que vinha do líder da guilda Martelo imortal, Magnus, e de seu subordinado. Para além de terem o cheiro nojento de um cultista demoníaco, os corpos deles também estavam tomados pelo cheiro de fluidos corporais e perfume femenino. claro cheiro de relação sexual.
Então, quando Ken deixou o castelo municipal, seguiu esse cheiro até que o levou até o ponto de prazer, e quando continuou, chegou até o Prazer dourado.
O cheiro do perfume que vinha do líder da guilda, era o mesmo que enchia o espaço do Prazer dourado, o que significava que o líder havia passado por aí antes de aparecer no castelo municipal.
Ken resolveu explorar mais o lugar ao pedir um quarto com uma cortesã, enquanto aproveitava para reabastecer sua energia vital.
Com a modificação corporal feita por Fenrir, a besta divina, todos os sentidos de Ken foram incrivelmente apurados, sendo comparados a uma besta de verdade. Olfato, audição, visão, tato, paladar e sem esquecer de seu sexto sentido.
Naquela noite, Ken aproveitou para utilizar sua incrível audição que conseguia alcançar quase todo o bordel. Tudo que ouvia era um embaralhado de conversas e risos que a princípio não era possível entender nada.
Mas como Ken treinou seus instintos, conseguiu separar cada conversa, cada sorriso, ignorar as partes insignificantes e focar no essencial. Foi aí que ele ouviu conversas da administração de que o bordel pertencia a guilda Martelo imortal, e que ele realmente havia estado ali naquele dia, também ouviu conversas sobre crianças desaparecendo misteriosamente na favela.
Ken não conseguiu captar mais nada importante, embora tenha passado a noite toda acordando tentando captar algo importante. No dia seguinte, Ken se moveu para a favela, já que era o lugar com o maior número de desaparecimento de crianças, o que fazia sentido.
Favelas eram lugares longe das autoridades da cidade, e um lugar de mais baixa renda da cidade, então estava claro que se crianças fossem desaparecer, aquele seria o lugar mais apropriado para investigar.
A primeira coisa que Ken fez ao chegar na cidade foi procurar pela criança que o havia mostrado a cidade, apenas para descobrir que ele acabou sendo uma das crianças desaparecidas. Ken conseguiu encontrar sua cabana graças ao seu cheiro que ainda se lembrava.
Descobrindo isso, Ken começou a vaguear pela favela utilizando seus sentidos. Seus ouvidos conseguiam alcançar centenas de metros de distância e seu nariz continuava procurando pela criança.
O número de crianças nas favelas estava relativamente reduzido, Ken podia ouvir as mães chorando pelas suas crianças e de longe conseguia ver orfanatos que reclamavam com o desaparecimento de crianças. Também podia ver bandidos que riam da grana que estavam ganhando, sem contar o que realmente fizeram.
Tudo parecia tão aleatório, mas Ken estava formando um padrão em sua mente. A barraca onde Ken havia parado para comer era um lugar bastante visitado por bandidos, e Ken podia ouvir conversas bastante interessantes.
Foi aí que ele ficou sabendo sobre o portão proibido, um lugar que o grupo mais perigoso da favela fazia suas operações suspeitas, embora as pessoas que contavam não fizessem parte do grupo.
Mas Ken não reagiu, não agiu impulsivamente e não os interrogou. Ele sabia que o tal grupo que sequestrou as crianças provavelmente tinha envolvimento com o Martelo imortal, e qualquer movimento impulsivo apenas alertaria aqueles que escondiam as crianças, correndo o risco de mudar de esconderijo ou, pior, matar as crianças para prevenir quaisquer riscos.
Então Ken deixou a favela e voltou para o Prazer dourado, aproveitou mais uma vez para passar a noite com as cortesãs, e depois que todas dormiram, voltou a se concentrar na sua audição.
Naquela noite Ken havia descoberto que algumas das pessoas que conhecia a localização do portão proibido estavam ali, desfrutando das cortesãs. Ken passou a noite toda ouvindo a conversa deles e assim conseguiu descobrir a localização do portão proibido.
Então, no dia seguinte, Ken seguiu na direção do portão proibido com as informações que havia recebido, e, no final, encontrou as crianças desaparecidas.
“…”
Depois de contar tudo, o capitão Erik olhou para Ken como se ele tivesse duas cabeças, não conseguindo acreditar no que ele havia dito.
“…Você realmente quer que eu acredite nisso?”
Perguntou ele, parecendo não acreditar no que Ken havia dito. Mas Ken ignorou suas suspeitas, e ao invés disso, olhou para o corpo do cultista demoníaco que estava jogado no chão.
“Se você acredita ou não, pouco me importa, mas você tem coisas mais importantes para tratar.”
Erik então seguiu o olhar de Ken, também vendo o corpo do cultista.
“Quem é aquele? Alguém importante da guilda Martelo imortal?”
Perguntou Erik enquanto se aproximava do corpo, mas logo franziu a testa ao ver seu rosto completamente estilhaçado, ao ponto de não ser reconhecido.
“Ele não é um membro da guilda Martelo imortal.”
Disse Ken.
“O quê? Então porque você me fez pensar que ele era alguém imortant-!”
Sentindo-se indignado pelas palavras de Ken, Erik se virou para encará-lo. Mas ele congelou no momento em que encontrou o olhar frio de Ken, o olhar de alguém que estava começando a perder a paciência.
“…”
Erik engoliu em seco e desviou o olhar de Ken que parecia pesar sobre ele, voltando a olhar para o corpo à sua frente.
‘Aquele olhar…porque ele quer que eu preste atenção nesta pessoa…O quê?’
Erik ainda parecia incerto sobre a pessoa morta a sua frente, mas então ele notou algo que chamou sua atenção.
‘Esta mana?…’
Quando alguém com um núcleo de mana morre, a mana não desaparece de imediato, na verdade, ela vai se dissipando lentamente e se misturando com a natureza até se esgotar.
E Erik conseguia sentir a mana dele se despedindo. Não era uma manhã normal, era estranha e desconfortável.
“!”
Quando percebeu, seu rosto se contorceu em desgosto e rapidamente se levantou.
“Mana corrompida!? Ele é um cultista demoníaco!?”
Perguntou ele alargadamente enquanto se virava para o Ken.
“…”
Ken não respondeu, embora seu silêncio já servia como resposta.
“Merda…”
Cuspiu Erik, coçando a cabeça.
“E pensar que o culto demoníaco estaria envolvido na nossa cidade, como isso aconteceu?”
A descrença estava estampada em seu rosto enquanto coçava a cabeça, logo, olhou para Ken.
“…Foi você quem o matou?”
Perguntou ele, com o tom de voz calmo e sem a hostilidade de antes.
“Você acha que foram as crianças?”
Respondeu Ken com outra pergunta.
“…Haa…sério, eu mereci essa. Desculpa.”
Erik se surpreendeu com a resposta de Ken, mas logo coçou a cabeça e olhou para o chão, parecendo envergonhado enquanto se desculpava. Depois voltou sua atenção para o corpo do cultista.
‘E pensar que ele derrotaria um cultista demoníaco sem muitos ferimentos. Não sei dizer se era um usuário de aura demoníaca, teremos que ouvir mais detalhes dele depois.’
Pensou Erik, então voltou a olhar para Ken.
“Então, se é o culto demoníaco quem está envolvido, isto significa que não tem nada haver com o guilda Martelo imortal?”
Disse o capitão Erik, com claro desapontamento.
“Pode ser, como também a guilda Martelo imortal pode estar envolvido.”
Disse Ken.
“Porque você acha isso?”
Perguntou o capitão.
“Com o envolvimento de um cultista demoníaco, ficou claro que o culto demoníaco está envolvido com o desaparecimento das crianças, e que estavam dando apoio no grupo de bandidos que os sequestraram. Mas eles não seriam idiotas de dar-lhes apoio diretamente, precisariam de uma grande força da cidade para agir como intermediário deles para controlar e desviar as informações, além de dar suporte aos bandidos.”
“E esta seria a guilda Martelo imortal, certo?”
Perguntou Erik, e Ken balançou a cabeça, concordando.
“Sim, está certo.”
Erik pareceu surpreso, mas perguntou.
“…Você tem alguma prova?”
Perguntou o capitão.
“Ainda não.”
Disse Ken, afastando-se do contentor e começou a andar em direção à saída.
“?”
Mas antes que ele pudesse sair, sentiu alguém pegando sua roupa como se quisesse impedi-lo, então olhou para baixo. Era Kebolt, a criança que o apresentou à cidade, e sua pequena irmã.
“…Você vai?…”
Perguntou Kebolt com a voz trêmula, com medo de Ken ir embora.
“…”
Ken o encarou por um momento com seu olhar sem emoção, depois, riu suavemente e fez carinho em sua cabeça.
“Não te preocupes, estas pessoas vão cuidar bem de vocês. Você deve ser forte pelos seus irmãos, certo?”
“!”
Ao ouvir as palavras de Ken, Kebolt sentiu uma estranha força o preenchendo e as lágrimas em seus olhos logo se secaram.
“Sim! Vou tomar conta deles!”
Gritou ele, seus olhos cheios de convicção.
Depois de dar um último sorriso, Ken voltou para frente, seu sorriso desaparecendo logo em seguida para uma expressão neutra.
“Espera, onde você vai?”
Perguntou o capitão Erik.
“O número de crianças que foram sequestradas chegam aos cem, mas as que encontrei estão apenas perto dos cinquenta. Minha missão ainda não acabou, então estou voltando para o bordel Prazer dourado.”
Disse Ken sem parar de andar, o que deixou Erik confuso.
“Quê? Espera, ainda faltam crianças? Não, mais importante! Prazer dourado? Você está realmente voltando para o Prazer dourado? Mesmo sabendo que pertence à guilda Martelo imortal? Você é maluco? O líder claramente não vai te deixar impune após souber do que aconteceu aqui!”
Disse Erik, claramente preocupado com a atitude despreocupada de Ken.
Com isso, Ken parou de andar, fazendo Erik pensar que ele havia voltado à razão. Mas então, Ken se virou e olhou para ele por cima do ombro.
“!”
O capitão sentiu um arrepio na espinha ao ver os lábios de Ken se erguendo em um sorriso arrepiante e seus olhos negros como a meia noite, dando-lhe uma aprencia arrepiante.
E então, Ken falou.
“Estou esperando por isso.”
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