Capítulo 101: Culpa.
No escritório do líder da guilda Martelo imortal.
“Porr*!! Maldito desgraçado!!”
O líder da guilda Martelo imortal, Magnus, rugiu furioso enquanto segurava fortemente no pescoço de seu subordinado no meio do escritório que estava uma bagunça, com móveis jogados por todos os lados. Seu rosto estava completamente vermelho pelo sangue que não conseguia retornar ao coração e as veias pareciam que iriam explodir de sua testa.
“Ugh…des…culpa…”
O subordinado tentava desesperadamente se desculpar mesmo com seu pescoço sendo apertado ao ponto de não conseguir respirar. Mas Magnus não sentiu pena e não parou, na verdade, apenas o apertou com mais força.
“Kuh…”
“Aquele desgraçado esteve neste tempo todo desfrutando no bordel que pertence a mim, e eu, como um tolo, só fiquei sabendo depois que ele encontrou as crianças que vínhamos sequestrando. Tudo que você tinha que fazer era me informar de tudo sobre os passos dele! Como foi que você deixou este detalhe importante escapar!?”
“…”
Neste ponto, o subordinado não conseguia respirar mais e seus olhos estavam revirados.
“Tsc!”
Magnus suspirou de frustração e o largou, fazendo seu corpo cair no chão como um saco de batatas. Ele não estava morto, já que ainda respirava, embora com dificuldade.
“Droga…você é realmente alguém cheio de sorte por ainda ser útil para mim.”
Cuspiu Magnus em frustração. Seus olhos começaram a brilhar com um vermelho escuro enquanto apertava seu punho com força.
‘Como?…Como foi que ele achou as crianças em apenas dois dias? Mesmo que ele estivesse usando meu bordel para procurar por informações, duvido que isto seria o suficiente para poder obter algo concreto! Droga!…Quero matá-lo! Quero mata-lo agora mesmo!’
A raiva que estava sentindo era imensurável, tão imenso que ele queria deixar o escritório agora mesmo e matá-lo por si mesmo.
“Haa…vamos nos acalmar…”
Mas então ele suspirou, tentando acalmar a frustração crescente, e seus olhos voltaram a cor marrom normal.
Ele andou até sua cadeira que estava jogada no chão, o levantou e se sentou.
‘O Lobo branco caolho se mostrou ser mais perigoso do que aparentava. Embora o que ele tenha encontrado não tenha sido o verdadeiro esconderijo, mas apenas o ponto de encontro para levá-los para o verdadeiro. Quando descobri o que ele fez, me assegurei de eliminar todos que estivessem envolvidos e destruir quaisquer pistas que poderiam levar até lá. Mas, pelo tempo em que o levou para encontrar o portão proibido, será uma questão de tempo até ele encontrar o verdadeiro esconderijo, é isto que eu sinto.’
Magnus não via mais o Ken como um simples incômodo, ele era uma ameaça real, alguém que se não fizerem nada poderia levar seus planos por água abaixo.
‘Ele deve ser eliminado o quanto antes, mesmo que tenha que sacrificar metade de meus homens.’
*Toc, toc, toc.*
“?”
Enquanto estava imerso em seus pensamentos, houve batidas na porta que chamaram sua atenção, e logo ouviu-se alguém falar.
“Líder, trouxemos a gerente do bordel Prazer dourado, assim como nos foi solicitado.”
Após ouvir aquelas palavras, os lábios de Magnus se ergueram em um sorriso malicioso e então respondeu.
“Deixe-a entrar.”
No exato momento, a porta se abriu e um homem entrou acompanhando a gerente do Prazer dourado.
“…”
Ela entrou hesitante enquanto olhava para o chão ao invés para frente, e suas mãos tremiam por causa do medo crescente. Aquela sua confiança de sempre que tantos admiravam não estava mais presente.
Ela empalideceu e seus olhos se arregalaram assim que viu um homem morto com a cabeça esmagada no chão, ela sentiu seu sangue gelar e um medo avassalador tomando conta dela.
“Então você veio, gerente.”
“!”
Quando ela ouviu a voz de Magnus, seu coração apertou, batendo mais rápido por causa do nervosismo. Mas, conseguiu reunir a força que lhe restava, e sem levantar a cabeça, se apresentou.
“Sou a gerente do prazer dourado, ouvi que você chamou por mim-”
“Não finja que somos estranhos, afinal, a última vez que dormimos juntos foi semana passada, não é mesmo?”
Disse Magnus, cortando a gerente no meio da frase.
Depois, se levantou e se aproximou dela, parando frente a ela. Seus olhos cheios de desejo percorreram por todo seu corpo, peito, pescoço, cintura, bunda, como se a estivesse devorando.
Seus dois dedos, polegar e indicador pegaram seu queixo e puxaram para cima, forçando-a a olhá-lo nos olhos.
“Faz quanto tempo que não te levo para a cama, hein? Senti saudades.”
Disse ele, e continuou.
“Mas depois de passar a noite com o Lobo branco caolho, duvido que seria capaz de satisfazê-la de novo.”
“? Lobo branco caolho?…”
A confusão ficou presente no rosto da gerente enquanto ela repetia o nome que Magnus havia dito.
Magnus, vendo a surpresa em seu rosto, riu.
“Pft, hahaha, não me diga que você realmente não conhecia a pessoa com quem dormias, que incrível. Quando foi que você se tornou tão promíscua?”
“…”
Ignorando os insultos dirigidos a ela, a gerente ficou mais integrada com o fato de que o homem, com quem passou uma noite, era na verdade o Lobo branco caolho que ela já chegou a ouvir nos rumores, mas que nunca pensava em realmente conhecê-lo.
“Tenho um trabalho para você.”
Disse o líder de repente, soltando bruscamente o queixo da mulher. Depois, tirou um frasco do bolso de seu casaco e o entregou para a gerente. Era um pequeno frasco de vidro que continha um líquido verde dentro.
“Se aquele pirralho do Lobo branco caolho voltar para o bordel, coloque isto na bebida dele.”
“?…”
A gerente achou estranho o pedido de Magnus.
“Isto…é veneno?”
Perguntou ela, em choque.
“Não te preocupes, isto não é um veneno que não vai matá-lo. Isto é um sonífero, uma gota seria o suficiente para colocar em um sono tão profundo que não acordaria mesmo se lhe cortassem o braço.”
Disse Magnus com um sorriso, e continuou, pensando.
‘Se eu usar um veneno real, posso correr o risco dele conhecer já que eles têm cheiro, diferente de soníferos.’
“…”
As mãos da gerente que seguravam o frasco de sonífero tremiam. Mesmo que Magnus tenha dito que não era veneno mas um sonífero, ela ainda sabia que era um plano para matá-lo.
“Eu…eu não posso fazer isso…”
Dizia ela com a voz trêmula e quase lacrimejando.
“!”
Mas então o líder a pegou com força pelas bochechas e a encarou, fazendo os olhos da gerente tremularem e sua espinha gelar.
“Ouça-me bem sua vadia, o que estou fazendo não é um pedido, mas sim uma ordem. Se você negar, não farei apenas você, mas todas aquelas prostitutas do Prazer dourado serem usadas por diversos homens até quebrarem, e depois as venderei como escravas. Entendeste? Você não tem escolha.”
Sua voz fria causou-lhe calafrios, fazendo todo seu corpo tremer. E então, ele soltou bruscamente sua bochecha, fazendo a gerente cair no chão.
“Tirem-na daqui!”
Gritou Magnus.
No mesmo instante, a porta se abriu e dois homens entraram, pegaram a gerente e a levaram para fora do escritório.
“Haa…”
Magnus suspirou, depois, tirou um cigarro do bolso do casaco, puxou um isqueiro do bolso da calça e acendeu a ponta do cigarro. Depois, deu uma tragada e depois de um tempo, soprou a fumaça.
“Você está aí?”
Perguntou ele enquanto sentava e se recostava na cadeira, ainda com o cigarro na boca.
Foi então que uma sombra emergiu no canto escuro do escritório, criando a forma de uma pessoa e se aproximando de Magnus. Sua roupa da cabeça aos pés era preto assim como seu manto, e usava uma máscara que escondia seu rosto.
“Eu estava me perguntando do porquê de teres solicitado minha presença tão em última da hora, agora entendo o porquê.”
Disse o homem, com um tom de voz neutro.
Magnus, depois de dar mais uma tragada no cigarro e soltar a fumaça, falou.
“Sim, então serei direito, quero que te livres dele esta noite.”
“Você se refere a aquele tal de Lobo branco caolho? Mas pelo que nos foi enviado pela carta, o nosso alvo é o prefeito da cidade e não ele. Mudar o alvo de assasinato ou aumentá-los depois do pedido ter sido feito está fora das nossas políticas. Estás ciente, certo?”
Disse o homem que se identificou como um assassino, suas últimas palavras carregadas com um tom de voz ameaçador, mas sem demonstrar intenção assassina, mesmo tendo a intenção de matar.
“…”
Magnus não respondeu, ao invés disso, tirou uma sacola de couro do bolso do casaco e jogou aos pés do homem. Quando o saco caiu, se abriu e moedas de ouro saíram de dentro.
“Sua organização não precisa saber deste novo alvo, que tal ficar apenas entre nós?”
“…”
O assassino não respondeu, apenas ficou encarando as moedas. Depois de um tempo, voltou a olhar para Magnus.
“Ouvi coisas problemáticas sobre ele, soube que ele derrotou um guerreiro iniciante de aura de duas estrelas, e recentemente um cultista demoníaco intermediário com aura de três estrelas.’
até conseguir derrotar aquele gigante do grupo Jager. Eu não quero me sobrecarregar em enfrentar alguém problemático quando meu alvo principal já é um problema.”
Disse o assassino.
“Você não precisa se preocupar, você não viu a cena de agora a pouco? Aquele cara gosta bastante do bordel que eu administro, e o sonífero que será colocado em sua bebida o fará cair em um sono tão profundo que não acordaria mesmo se seu braço fosse amputado.”
Respondeu Magnus com um sorriso malicioso.
“Entendo…”
Respondia o assassino enquanto se agachava para pegar a sacola de moedas de ouro, e continuou.
“Mesmo assim, estarei por perto para confirmar se ele realmente irá consumir o sonífero.”
“Faça o que quiser.”
Respondeu Magnus.
“Ah, e só mais uma coisa.”
Disse o assassino de repente enquanto terminava de colocar a sacola no bolso e olhar para Magnus.
“Espero que você não volte a entrar em contato conosco, caso contrário…”
Antes que ele terminasse suas palavras, uma névoa começou a surgir ao seu redor cobrindo todo seu corpo, e quando foi se dilapidando, seu corpo já não estava mais presente em lugar algum, mas sua voz ainda permaneceu, continuando de onde havia parado.
“Nós, os Assassinos da névoa fantasma, iremos te fazer desaparecer da face da terra.”
§§§§
A noite no ponto de prazer continuava tão agitado como sempre, os postos iluminavam as ruas com diferentes cores e o doce cheiro das mulheres e incensos percorriam as ruas, os clientes chegavam com brilhos nos olhos e com o desejo de satisfazer a luxúria crescente, enquanto as mulheres os recebiam com sorrisos largos e doces palavras.
O border Prazer dourado continuava tão cheio como sempre, os clientes riam em suas mesas perfeitamente decoradas enquanto eram servidos pelas belas cortesãs que desfilavam com seus vestidos reveladores que encantavam os olhares dos homens como se fosse hipnose, e a música leve era tocado por uma delas no palco.
Os clientes vips se encontravam em suas salas privadas, onde desfrutavam de belas cortesãs que cantavam e serviam petiscos para seus entretenimentos.
Em um dos quartos do quarto andar, Ken se encontrava deitado no banheiro de madeira do banheiro de seu quarto. A água quente escorria por sua pele branca, preenchendo o espaço com vapor, seu punho antes manchado de sangue agora estava limpo, e todo suor e sujeira pelo corpo todo desapareceram.
Ken ainda podia ouvir as conversas e risos que vinham de quase todo bordel, mas desta vez, não estava mais interessado em ouvi-los e simplesmente decidiu relaxar, com seus olhos fechados enquanto aproveitava a água.
Foi então que Ken abriu os olhos com a cabeça ainda encostada no encosto da banheira.
“Por quanto tempo você vai ficar parada aí na porta?”
Disse Ken com um tom de voz calmo, sem se mexer do lugar.
“…”
Não houve resposta do outro lado, apenas um silêncio ensurdecedor. Mas, depois de um tempo, a porta do banheiro se abriu empurrando levemente o vapor, e uma mulher entrou.
Ela estava vestida com um vestido branco quase transparente, revelando seus seios volumosos que marcavam sua pele, seu longo cabelo ruivo chegando até as costas.
Era a gerente do bordel.
“…”
Ken olhou para as mãos dela, percebendo que ela segurava uma pequena garrafa de vinho e um pequeno copo. Fechando a porta por trás dela, ela andou calmamente até a banheira de Ken e sentou-se elegantemente na beirada.
Seus lábios estavam erguidos em um sorriso elegante enquanto olhava com desejo para Ken.
“…”
Ken também a encarava direito nos olhos, mas não era um olhar de desejo. Era outra coisa, não havia emoção, não havia reação, era um olhar tão intenso como se fosse uma besta analisando calmamente sua presa, fazendo a gerente sentir como se Ken estivesse olhando para dentro da sua alma, estudando suas verdadeiras intenções e cada pecado que ela carregava dentro.
A gerente se perguntava o porquê Ken a encarava desse jeito, fazendo-a se sentir desconfortável, como se fosse perder a cabeça a qualquer momento. Mas ela reuniu coragem, continuou com seu sorriso e aproximou o vinho para Ken.
“Eu trouxe vinho…”
“Não bebo.”
“!…”
A voz fria de Ken foi como uma martelada no estômago da gerente. Suas mãos que seguravam a garrafa começaram a tremer, como se Ken tivesse realmente descoberto suas verdadeiras intenções.
“…”
Quanto mais Ken a observava, mais podia perceber manchas vermelhas em suas bochechas que pareciam formas de dedos, que ela tentou ofuscar com sua maquiagem.
“!”
E então, pela surpresa da gerente, Ken pegou a garrafa de suas mãos e começou a beber.
“E-espera, o que você…”
Ela ficou surpresa pela ação repentina de Ken, e, sem querer, tentou impedi-lo de beber. Mas aí ela se lembrou das palavras do líder da guilda, e do quão sério ele estava em destruir a vida dela caso não seguisse sua ordem. Então, sem escolha, ela ficou quieta, deixando Ken beber.
Depois de beber a metade do vinho, Ken pousou a garrafa no chão.
“Kyaa!”
E de repente puxou a gerente para a banheira, bem no seu colo, fazendo a água pular por todos os lados.
“Espero que você não tenha vindo apenas para me entregar uma bebida.”
Disse Ken, seus lábios alargados em um sorriso enquanto a encarava diretamente nos olhos.
“Eu…-”
Ela queria dizer mais alguma coisa, mas Ken a impediu ao roubar seus lábios com os seus. A gerente sentiu uma onda de calor percorrendo seu corpo, e um forte aperto no coração.
Ela estava sentindo uma mistura de emoções, felicidade, prazer, medo, e, acima de tudo, culpa. Seus olhos lacrimejavam, a culpa de seus atos a consumindo.
‘Me desculpa…’
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