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    Magnus parecia incrédulo diante da situação inesperada que estava acontecendo com ele.

    “Você está realmente surpreso?”

    Perguntou Ken enquanto se aproximava até Magnus, depois, chutou seu rosto fazendo-o cair impotentemente no chão.

    “Gack!…isto dói…arde…arde muito…”

    Magnus começou a gritar de dor com o rosto contorcido. Não por causa do chute de Ken, mas porque seu inesperado poder o parecia estar matando. O poder do veneno estava consumindo seu interior, provavelmente derretendo todos seus órgãos internos, Ken também podia notar a forma como sua pele estava derretendo.

    Neste momento, ele deve estar sentindo uma dor infernal que o estava fazendo desejar a morte.

    “Me mate…por favor, me mate…”

    Dizia Magnus rangendo os dentes que começavam a cair.

    “Não tão rápido.”

    Mas Ken não tinha planos de deixá-lo ir tão rápido. Aproximou-se dele e se agachou. Depois, retirou as correntes de seu braço direito e cerrou seu punho com força por cima da barriga de Magnus.

    O sangue começou a escorrer das feridas de seu punho, caindo sobre seu umbigo.

    Depois, com o dedo indicador, Ken começou a desenhar um círculo mágico, detalhando os símbolos e gravuras ao redor do umbigo.

    “O que…você…está fazendo?…”

    Perguntava Magnus com dificuldade.

    “…”

    Mas ao invés de responder, Ken continuava a desenhar ainda mais rápido até terminar. Assim que terminou, pousou seu dedo sobre o círculo. O círculo mágico emitiu um brilho vermelho, marcando seu abdômen.

    Magnus, vendo isso, ficou ainda mais confuso.

    “O que voc-”

    “Selei sua energia vital. Com isso, não importa quanta dor você sinta ou se até mesmo seus órgãos vitais sofram danos, você não irá morrer tão fácil.”

    Disse Ken de maneira fria.

    “Kr…que absurdo…algum assim não existe…”

    Magnus ficou irritado diante das palavras de Ken que pareciam absurdas.

    Mas Ken apenas o ignorou e começou a olhar para todo o corpo de Ken como se estivesse procurando por alguma coisa, e então virou a cabeça de Magnus para o lado.

    “…”

    Bem na lateral esquerda de seu pescoço, havia uma pequena marca de cor preta, parecendo uma gota que soltava vapor.

    Normalmente parecia uma simples marca que alguém normalmente ignoraria, mas sabendo que Harper também tinha uma marca pequena, embora fosse uma caveira, ainda assim não podia simplesmente ignorar.

    Então, Ken voltou a olhar para Magnus.

    “Que marca é essa?”

    “!”

    Os olhos de Magnus pareceram ter se arregalado ligeiramente após Ken ter mencionado aquela marca, como se não esperasse que ele tocasse neste ponto.

    “…”

    Mas Magnus desviou o olhar, não parecendo que iria responder enquanto contorcia o rosto de dor.

    Vendo isso, Ken simplesmente respondeu.

    “Você está fazendo um esforço desnecessário. Assim como eu disse, enquanto aquele círculo continuar sobre seu umbigo, você não morrerá até que seu corpo seja completamente derretido. Será que você poderá suportar o sofrimento de ter seu corpo lentamente derretido Pouco a pouco quando poderias simplesmente evitar essa tortura ao responder minhas perguntas? Seu corpo já não tem solução de viver, então pelo menos prometo em te conceder uma morte rápida.”

    “…”

    Magnus voltou a ignorar as palavras de Ken, mas uma vez achando-as ridículas.

    “Ugh!…”

    Mas a dor que sentia era intensa, capaz de fazer alguém desmaiar apenas de dor, mas não importava quanto tempo passasse, ele não apagava. Depois de cerca de um minuto, seus dedos até o osso começavam a derreter, e ele até podia sentir seus órgãos internos deixarem de funcionar, e mesmo assim ainda continuava vivo.

    Foi aí que ele percebeu que não queria estar vivo até sentir todos seus órgãos serem derretidos lentamente até a morte.

    “!”

    O pânico começava a tomar conta dele, se o que Ken havia dito era verdade, ele iria sentir todo seu corpo sendo torturado da pior maneira possível até a morte. Ele então olhou para Ken, desesperado, esperando que visse seu estado patético e simplesmente o desse uma morte rápida.

    “!”

    Mas assim que olhou para ele, apenas recebeu um olhar frio e gelado, como alguém que não tinha nada a perder. Então, sem escolha, ele começou a falar.

    “Não sei… que marca é essa… apenas o recebi de alguém… que conheci…”

    “E foi esta mesma pessoa que lhe concedeu este poder?”

    “Sim… não sei… quem ele… é de verdade…só sei que…um homem mistério veio até mim… e me prometeu poderes… inimagináveis… se  seguisse…”

    Dizia Magnus, olhando para Ken esperando uma mudança de reação. Mas Ken não parecia satisfeito, o que o deixou ainda mais desesperado.

    “Eu estava cético em aceitar… e não sei porque… ele me daria tanto poder… mas ele disse que… queria alguém… que controlasse aquela filial… do culto demoníaco por ele…”

    “Por acaso ele chegou a mencionar algo sobre o Apocalipse?”

    Perguntou Ken.

    “!”

    Vendo a expressão surpresa de Magnus, Ken obteve a confirmação que queria.

    “Com sabiá?…”

    Perguntou Magnus, genuinamente surpreso por Ken saber daquilo.

    “Como ele era? Por acaso ele falou algo sobre Cavaleiros do apocalipse?”

    “Cavaleiros…apocalipse? Não, não falou…o que é isso?…”

    Ken leu sua expressão e percebeu que não estava mentindo.

    “O que ele queria de você?”

    Perguntou Ken.

    “Morte…por favor me mata…já não aguento mais…”

    Magnus começava a chorar de dor, toda a parte inferior de seu corpo já havia derretido em uma poça de carne até os ossos, mas Ken o ignorou.

    “O que ele queria de você?”

    Voltou a perguntar friamente.

    “Ugh…”

    Vendo que não tinha outra escolha, Magnus suportou a dor e lutou para falar.

    “Ele queria… que eu controlasse… essa filial do culto demoníaco… assim como outros… em um futuro próximo… por favor… me mate… não sei de mais nada…”

    “…”

    Vendo ele, Ken percebeu que ele realmente não sabia de mais nada.

    “Parece que isto é tudo.”

    Disse Ken, fazendo o rosto de Magnus brilhar em alívio.

    “Obrigado…então…por favor… me mate…-!”

    Ele estava aliviado, mas assim que voltou a olhar para Ken, seu olhar frio como gelo, ele percebeu. Ken não tinha planos de deixá-lo ir tão fácil.

    “Você…me mentiu…ugh! Ahhhhhh!…”

    Seu rosto agora já estava começando a derreter, seus braços e metade de sua barriga já havia desaparecido, exceto a parte do umbigo onde estava o selo.

    Com um olhar frio e pesado sobre ele como uma sobra, Ken falou.

    “Você sequestrou diversas crianças, torturou elas, fez experimentos com elas e esperas morrer fácil? Elas devem ter olhado para você e pedido com todas as forças que pediram para poupá-los. Você também já matou e torturou diversas pessoas inocentes e fez muitos sofrerem por pura injustiça, e todos devem ter  pedido para que você os poupasse. Me responda, você o fez? Não, você os ouviu, mas decidiu ignorar seus pedidos de choro, apenas para saciar a própria ganância. Então, não espere boa fé de mim, seu sofrimento e chore servirá como cânticos para aqueles que morreram injustamente pelas suas mãos, e espero que continues sofrendo onde quer que vás.”

    “Ugh!…”

    Pela primeira vez, Magnus sentiu um medo profundo percorrer tudo que restava em seu corpo. Já nem era o medo da dor que estava sentindo, mas do olhar de Ken e de suas palavras que pareciam cravar e amaldiçoar sua alma.

    “Ken…Wolff…”

    Em suas últimas palavras, pela primeira vez ele pronunciou o nome de Ken até que sua boca derretesse, assim como seu rosto e o restante do corpo.

    Sem dúvidas, Magnus estava morto.

    Com isso, Ken se levantou e olhou para o que restava do antes que era chamado de Magnus.

    ‘Apocalipse…’

    Assim como Ken previa, a organização ou que quer que fossem realmente estavam por trás de Magnus, e não apenas isso.

    ‘Era estranho como o culto demoníaco conseguiu ressurgir 100 anos atrás. Eles não estavam sozinhos, um grupo ainda maior os está apoiando por trás, que é o Apocalipse. Já imaginava que seriam grandes, mas o quão grande são para serem capazes de controlar o culto demoníaco?’

    Quanto mais Ken pensava mais dúvidas surgiam.

    ‘A volta do culto demoníaco, e até o surgimento de diversos portais ao redor do mundo, sem dúvidas eles também devem ter algo haver com isso, já que o número dos portais do submundo supera o de eras anteriores. Será esta é a verdadeira razão dos discípulos divinos terem sido invocados?’

    A última pergunta fez Ken ficar um tempo pensativo.

    ‘Não, os Discípulos divinos têm o objetivo de colocar o fim de uma vez por todas contra o mundo demoníaco, e o Apocalipse provavelmente é uma variável, assim como eu…’

    Um sentimento desconfortável começou a preenchê-lo, como se um novo objetivo estivesse se entrelaçando em sua alma. Para se livrar do selo do emblema amaldiçoado, será obrigado a enfrentar os guardiões espirituais e os discípulos divinos, para isso, teria que se reunir com os outros portadores dos fragmentos dos pecados capitães ou encontrar os próprios fragmentos. Mas agora, teria que descobrir e enfrentar a tal organização intitulada como ‘Apocalipse’ que se mostrou ser mais perigosa que o próprio culto demoníaco.

    Então, sem mais nada para fazer ali, Ken deu uma última olhada na poça de nada antes de se virar para ir embora.

    “Ugh!? Blergh!”

    Mas então uma incrível dor de queimação preencheu seu interior e Ken caiu de joelhos no chão enquanto vomitava sangue. O sangue que caía no chão estava ligeiramente verde e soltava vapor.

    ‘Estou realmente envenenado…’

    Mesmo que Ken tivesse utilizado as correntes para proteger seus antebraços e punhos, aquela aura verde soltava veneno pelo ar, intoxicando-a, então, toda vez que Ken ficava próximo de Magnus e o enfrentava, acabava por inalar aquele ar tóxico o que começou a prejudicar seu interior.

    Se não fosse pelo seu corpo fortalecido pela técnica de modificação corporal e pelo poder do pecado da ira e preguiça, que o fortalecia e curava, embora ligeiramente seu corpo, Ken já teria morrido só de estar próximo dele, na verdade, mesmo um usuário de aura avançado teria morrido se ficasse próximo.

    “Kh…”

    E para piorar, Ken havia utilizado duas vezes a técnica do [coração da besta] Uma vez já era prejudicial, e duas vezes deixou seu interior em um estado completamente prejudicado, e ainda teve que utilizar 60% do raio branco, que deixou seus músculos e ossos bastantes tensos, para além de ter consumido grande parte de sua energia vital.

    “Ugh…”

    Ken suportou o estado de seu corpo, levantou-se e começou a se arrastar para longe daquele lugar. O estrago que fizeram ali era gigantesco, então não demoraria muito para pessoas curiosos, ou pior, monstros aparecerem, então Ken não queria estar lá quando isso acontecer.

    Depois de se arrastar por volta de vários minutos pelo mato, Ken já estava bastante longe do local de combate, e sentindo que não havia perigo por perto, não aguentava mais manter-se de pé e sentou-se perto de uma árvore, apoiando suas costas em seu tronco.

    “Hah…”

    Com a adrenalina deixando seu corpo, ele soltou um longo suspiro de cansaço, tentando relaxar seu corpo dormente.

    Embora pouco, o veneno ainda estava presente em seu interior. Se ele pudesse circular a energia da morte, todo o resquício do veneno seria rapidamente eliminado. Mas com o estado atual de seu corpo, ele não aguentaria, já que ainda teria que circular a energia vital para recuperar o estrago que a energia da morte iria causar. 

    E por usar o raio branco, Ken estava com pouca energia vital.

    Sua pele estava enrugada e ele sentia-se tão cansado como se tivesse 70 anos de idade, ele precisava se reabastecer, ou seja, de mulheres para poder se restaurar. Mas neste momento ele estava cansado, tudo que podia fazer era descansar por um tempo esperando que o pecado da preguiça curasse seus ferimentos e assim ir para a cidade.

    Esta não era a primeira vez que se encontrava neste tipo de situação, e mesmo que tivesse ferimentos internos que pareciam irreversíveis, o pecado da preguiça ainda seria capaz de curar. Houve uma vez em que Ken havia perdido a ponta de um de seu dedo mindinho, mas depois de vários meses, ela se recuperou, tanto os ossos, as veias e até os tendões. Mesmo que tivesse demorado, ainda assim voltaram ao estado normal.

    Então Ken fechou os olhos e relaxou, deixando o pecado da preguiça fazendo o seu trabalho. E Ken ficou assim, caído no sono e deixando toda a condição de seu corpo para a preguiça. Não se sabe quanto tempo passou, minutos ou horas enquanto continuava dormindo.

    Até que ele começou a ouvir passos leves se aproximando dele, rapidamente alterando seu instinto de sobrevivência. Mas como não sentia nenhum perigo, Ken se sentia cético em acordar, como se até abrir os olhos fosse trabalhoso.

    Mas, depois de passar um tempo lutando com essa preguiça, Ken começou lentamente a abrir os olhos. Sua visão estava embaçada, mas podia ver que alguém estava em pé olhando para ele, vendo uma silhueta familiar.

    Podia ver uma combinação de cores azul, branco e preto.

    Quando sua visão foi se recuperando, rapidamente reconheceu a pessoa, era Crystalline. 

    Mas ao contrário de seu olhar e sorriso orgulhoso habitual, sua expressão estava neutra, como se estivesse analisando-o meticulosamente.

    Ken rapidamente reconheceu aquele olhar, era o mesmo olhar de quando estava olhando em um dos posteres do Juiz da morte. Ken não sabia qual era sua intenção, mas o que quer que seja, agora tudo dependia dela.

    Se ele viveria, ou morreria.

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