Capítulo 9: Raio Branco
No dia seguinte, Bertolt decidiu ensinar a Ken a como transformar a mana em ki, e a como circular ela nos seus meridianos. O segredo do aumento da força física dos artistas marciais, é fazer o ki circular nos meridianos enquanto estão em constante treinamento físico.
Neste dia, Ken passou a aprender os requisitos desta técnica. Ele teve que fazer uma série de exercícios muito mais pesados do que ele fazia quando estava em seu mundo.
Em uma montanha não muito longe de casa, Ken era obrigado a descer e a subir constantemente enquanto carregava um cesto cheio de pedras amarradas nas costas. O cesto de pedras pesava uns 100 kg.
Quando não era para correr, fazia agachamento com pesos ou levantamento de pesos. E então os dias foram passando.
Sobre a história de Bertolt.
Bertolt é um artista marcial de nível intermediário, ele costumava ser um aventureiro antes da sua aposentadoria. Depois de se aposentar, ele comprou uma pequena terra não muito longe da cidade mais próxima e construiu sua própria casa.
Como sua casa era próxima da estrada que levava para a cidade mais próxima, ele as usa para vender suas mercadorias para a cidade. Eles possuem uma fazenda de gado e também diversas laranjeiras.
Por isso sua principal renda é a venda de compotas de laranjas.
Mas para além de ser aventureiro, Bertolt também tinha um grande conhecimento sobre ervas medicinais, e a floresta era um bom lugar para encontrar estas ervas.
Com estas ervas, Bertolt consegue fazer diversos remédios naturais e vende para quem não possui muito dinheiro, como para a vila mais próxima ou para as pessoas pobres que moravam na cidade, além de também vender algumas ervas raras.
Ken não apenas treinava artes marciais, para agradecer a ajuda que recebeu do casal, ele também ajudava com os afazeres da pequena fazenda. E também foi adquirindo mais conhecimento sobre ervas medicinais e como fazer remédios.
Por causa de seu corpo anormal que rejeitava magia, remédios naturais seriam sua única escolha caso ele se machucasse, então não teve preguiça de aprender tudo que podia caso a hora chegasse.
Depois de mais um dia de trabalho extenso, de noite, enquanto o casal estava dormindo, Ken estava em seu quarto, sentado em uma cadeira em frente a uma mesa, com o candeeiro iluminando a mesa.
Por cima da mesa havia vários papéis e um lápis improvisado feito com carvão. Cada papel tinha um desenho de um círculo com várias gravuras estranhas, mas estes círculos estavam tornos e as gravuras mal desenhadas, só depois de muitos esforços, Ken conseguiu desenhar um círculo perfeito e as gravuras legíveis.
“O que serão essas coisas?”
Os desenhos na mesa são gravuras de círculos mágicos que foram surgindo na mente de Ken na hora em que selou o portal do submundo. Como ele não sabia como invocar estes círculos a partir das mãos como os magos faziam, decidiu desenhá-los para ver o que aconteceria depois.
“Será que falta adicionar mana no desenho?”
Era uma hipótese, mas havia um problema, Ken não conseguia invocar seu ki para o exterior do corpo, apenas para o interior.
Embora Ken tenha conseguido criar seu próprio núcleo de mana, ele não conseguia emanar para fora do corpo, e isto provavelmente era por causa do emblema-amaldiçoado. Ele apenas podia fortalecer seu corpo a partir do interior, o fortalecimento da pele apenas era influenciado pelo aumento da força interior.
Não importa o quanto ele tentasse, nada acontecia.
“Haa…”
Ken suspirou e olhou para o teto, depois levantou sua mão direita e olhou para sua palma, para ser mais preciso, para o emblema-amaldiçoado.
Em um pequeno quarto escuro, com apenas o candeeiro iluminando a mesa, Ken perguntou.
“Porque você está complicando tanto a minha vida, hein?”
Mas não importa o quanto ele esperasse, não houve resposta, e claro, Ken não esperava por uma resposta, apenas sentiu que deveria fazer.
O emblema-amaldiçoado o impossibilitou de fazer várias coisas, o que Ken as chamou de as 4 proibições.
[1º- Não pode segurar nenhuma arma, 2º. Não pode conjurar magia, 3º- Não pode manifestar a aura, 4º- Não pode transferir sua mana para fora do corpo.]
Não se sabe se seu corpo anormal que rejeitava a mana era obra do emblema-amaldiçoado ou não, mas como parecia uma coisa boa, Ken decidiu não adicionar na lista.
Depois de olhar por muito tempo para o emblema, Ken voltou sua atenção para o desenho no papel por cima da mesa, o único que ele conseguiu desenhar com perfeição, com o lápis por cima do papel.
Depois de dar uma breve olhada, Ken de repente sentiu a necessidade de pousar o dedo por cima do desenho, não foi uma intuição, apenas curiosidade.
Depois ele forçou o ki nas pontas dos dedos para o desenho.
Foi quando aconteceu.
*Clash*
“Ugh!”
Um forte clarão surgiu de repente do desenho, preenchendo o espaço escuro do quarto de vermelho.
Ken não suportou a luz intensa e então fechou os olhos, mas quando o clarão finalmente se dissipou e Ken conseguiu abrir os olhos, algo anormal aconteceu por cima da mesa.
O círculo mágico que Ken havia desenhado começou a emitir um brilho vermelho e o papel havia desaparecido. Mas a cena estranha nem foi o círculo brilhante, mas sim o lápis, que agora estava coberto com pequenas correntes de mana vermelha que o cobriram.
‘…O que é isso?’
Parecia que o desenho e seu ki tiveram uma reação que os interligam, ignorando a quarta proibição do emblema-amaldiçoado, de não conseguir extrair a mana para fora do corpo.
Não pode ser considerado magia já que Ken a utilizou sem fazer encantamentos, mas também parecia que o feitiço não era afetado pelo seu corpo anti-magia, ou o que Ken chama, anti-propriedades.
Depois de muito olhar para lápis coberto de correntes mágicas, foi então que Ken conseguiu voltar aos sentidos e pulou da cadeira animado.
“Eu realmente conseg-!…!?”
Quando de repente sua visão começou a girar e começou a se sentir tonto. Um enorme cansaço dominou seu corpo e caiu no chão sem esforço.
‘O que…aconteceu?…’
Sua visão começou a ficar embaçado até que simplesmente desmaiou.
§§§§
Ken abriu lentamente os olhos.
Os raios do sol entravam pela janela, irritando seus globos oculares depois de muito tempo fechados.
Agora estava de manhã. Suas costas doíam e a sensação fria do chão tomava conta de seu corpo.
Foi estranho, mas Ken achou a sensação fria do chão confortável, porque era a prova de que o que aconteceu noite passada não era um sonho. Foi algo que realmente aconteceu, e isto o confortou.
Ken levantou-se do chão e esticou-se para tentar tirar o desconforto que tomou conta de seu corpo.
“Hnnghh…”
Depois de uma longa espreguiçadeira, Ken olhou para sua mesa. O círculo mágico de antes já não estava mais presente, tal como o papel que antes já havia desaparecido, apenas o lápis de carvão estava presente na mesa, assim como os outros papéis com desenhos de círculos mal feitos.
“Hm…”
Ken ficou um longo tempo pensando, se perguntando o que poderia ter causado seu desmaio na noite passada.
Embora Ken não saiba, o que havia acontecido a ele noite passada era chamado de esgotamento de mana, um evento em que você esgota completamente a mana do seu núcleo.
Mesmo o desenho de círculo sendo uma magia pequena, a quantidade de mana de Ken era muito baixa, tão baixa que até um pequeno feitiço seria o suficiente para esgotar sua mana.
“Ha…É melhor eu descer, o senhor e a senhora devem estar à minha espera.”
Deixando os pensamentos de lado, Ken saiu do seu quarto e começou mais uma vez seu novo cotidiano.
Comer, ajudar na fazendo e treinar.
Depois que mais um dia estava quase chegando ao fim, Bertolt pediu ao Ken que levasse algumas caixas contendo ervas medicinais para o armazém das medicinas. O armazém das medicinas era uma pequena construção de madeira do tamanho de um quarto, localizado bem ao lado da casa. Foi construído para guardar todas as ervas medicinais e medicamentos feitos pelo Bertolt.
Ken entrou no armazém enquanto carregava duas caixas contendo ervas medicinais, embora não fossem pesadas para ele, estavam tapando sua visão. O armazém estava repleto de caixas com ervas, com prateleiras repletos de frascos contendo líquidos medicinais.
Enquanto andava, Ken sem querer bateu em um amontoado de caixas, deixando tudo cair no chão.
*Brush!*
“Ah! Droga!”
Ken rapidamente pousou as caixas no chão e começou a recolher tudo que havia caído, foi quando ele notou algo que não deveria estar ali. Um livro.
“O que um livro está fazendo aqui?”
Ken pegou o livro e leu o título.
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[Técnica do raio branco]
[Primeira classe]
===
“Técnica do raio branco? Espera! De primeira classe!?”
Ken gritou de surpresa quando leu a palavra ‘primeira classe’
As técnicas de artes marciais, assim como também as técnicas dos cavaleiros e guerreiros dividem-se em 4 classes. Do primeiro o mais avançado ao quarto o mais fraco.
Ken ouviu de Bertolt que as técnicas de primeira classe são extremamente raras, muitas famílias nobres e grupos grandes possuem técnicas de segunda e terceira classe.
Mas as técnicas de primeira classe eram extremamente raras, apenas algumas famílias renomadas as possuíam. Mas uma destas técnicas estava bem na sua frente.
‘Raio branco…”
Ken abriu e começou a ler o primeiro conteúdo do livro.
[A técnica do raio branco é uma técnica da mente. Não é uma técnica feita para pessoas ordinárias. É preciso ter uma mente forte, uma mente aguçada e grande força de vontade. Sem as qualificações necessárias a mente do usuário irá se deteriorar e no pior dos casos morrerá. Se você acha que não está apto para aprender esta técnica, feche-a e nunca mais a volte a abrir…]
“Uma técnica da mente?”
Ken avançou para a página seguinte.
[O raio branco é uma técnica que estimula as funções cerebrais aumentando sua capacidade de processamento exponencialmente. Com as funções cerebrais aumentadas, o mundo se tornará mais lento para o usuário…]
Enquanto Ken estava absorto na leitura dos princípios da técnica do raio branco, ouviu-se um rangido de porta e alguém entrou.
“Ei, garoto, você está bem? Ouvi um estrodo e então…?”
O som das caixas caírem no chão foi tão alto que até Bertolt a ouviu, por isso ele veio para saber se estava tudo bem. Mas antes que terminasse de falar, ele notou o livro que estava nas mãos de Ken.
“…”
Bertolt franziu ligeiramente a testa assim que notou o livro nas mãos de Ken. Ken, tendo percebido a mudança de expressão repentina de Bertolt, se desculpou.
“Ah…desculpe senhor, eu sem querer derrubei as caixas, e então…”
“…Hm? Ah, você não precisa se desculpar. Apenas me perdi um pouco…Primeiro, me dê este livro.”
“Certo…”
Ken entregou o livro ao Bertolt. Não importa o quanto ele estivesse maravilhado por encontrar um técnica de primeira classe, ele não queria estar em maus termos com Bertolt, a pessoa que o salvou.
Depois de receber o livro, Bertolt começou a observá-lo, antes de colocar uma carranca no rosto.
Bertolt parecia estar em um conflito com as suas emoções, e o centro de tudo parecia ser o livro.
Enquanto Ken observava o conflito de Bertolt, ele perguntou parecendo preocupado.
“…O senhor está bem?”
“Hm?”
“O senhor não parece bem”
“Haa…era tão óbvio?”
O senhor deu um suspiro profundo antes de sorrir amargamente.
Bertolt fechou levemente os olhos. Parecia que ele estava organizando seus pensamentos. Depois de um longo tempo, ele os abriu.
“Eu acho que já lhe contei de que eu era um aventureiro, certo?”
“…Sim”
Isto não era novidade. Bertolt é um nível intermediário nas artes marciais, por isso é normal ele ter participado de uma guilda e se tornado um aventureiro, ele próprio já havia contado ao Ken sobre suas aventuras.
“Eu descobri este livro em uma masmorra enquanto aventureiro…”
Bertolt vasculhou as memórias até o dia em que ele achou o livro. Quando ele ainda era um aventureiro de uma guilda, ele e seu grupo haviam explorado uma masmorra desconhecida, em algum canto dentro da masmorra eles encontraram o cadáver de um homem, sobrando apenas seu esqueleto.
Assim como qualquer outro aventureiro, ele examinou o cadáver para ver se havia alguma coisa de especial, mas a única coisa que ele encontrou foi o livro de arte marcial de primeira classe.
Para outros era apenas uma bugiganga, mas para Bertolt foi um grande achado. Então como ninguém mais se interessou por ela, Bertolt naturalmente o reivindicou.
Mas havia um problema, para usar esta técnica, o cérebro ainda tinha que estar fresco, ou seja, a pessoa tinha que ainda ser jovem. Tentar começar a usar esta técnica com uma idade avançada resultaria em um grande dano no cérebro. Era o que dizia no livro.
O criador desconhecido desta técnica, descobriu que o cérebro é capaz de produzir correntes elétricas através dos neurônios. Então e se pudesse estimular ainda mais estas células? (neurônios?) com ainda mais intensidade e transmitir para o sistema nervoso?
O ki é processado através dos meridianos do cérebro, carregando ainda mais as descargas elétricas criadas pelos neurônios, deste modo gerando uma eletricidade de cor branca.
Chamado de raio branco.
Com o raio branco estimulando ainda mais a atividade elétrica gerada pelos neurônios, os processos como pensamentos, percepção, movimento muscular e as outras funções são elevadas em níveis mais extremos.
O cérebro produz energia suficiente para acender uma lâmpada. Mas com o raio branco, seria o suficiente para alimentar uma casa inteira, ou ainda mais.
Mas para começar a utilizar esta técnica o cérebro deve estar em completo estado. Deve-se começar a utilizá-lo quando ainda se está na juventude para que consoante o tempo o cérebro possa acostumar-se com estes fortes estímulos. Começando a utilizá-lo na idade adulta, o cérebro não teria tempo ou capacidade suficiente para suportar estes estímulos, o que resultaria em danos cerebrais.
Mas também, a pessoa não deve ser apenas jovem, seria necessário uma mente forte e forte força de vontade para suportar qualquer casualidade.
Bertolt, assim como qualquer outra pessoa, tinha a ambição de chegar nas alturas mais altas como um artista marcial, e com este livro de primeira classe, o sonho dele se tornaria realidade.
Mas embora ele tivesse lido as restrições e consequências da técnica, apenas o parou por um tempo, mas logo depois ele tentou aprender,
Tentar aprender a técnica de primeira classe claramente não foi uma tarefa fácil, só depois de um ano foi que Bertolt começou a compreender os princípios e conseguir começar a usar a técnica.
Como esperado, ele ganhou ainda mais poder de processamento o que o permitiu subir na classificação da guilda. Consoante o tempo ele foi ganhando ainda mais riqueza e fama.
Mas infelizmente isto não durou muito, depois de apenas algum tempo utilizando a técnica, ele começou a ter uma série de convulsões junto com uma tremenda dor de cabeça, como se o estivesse martelando diretamente no cérebro.
Deste modo ele começou a ter problemas no corpo todo. Embora ele nunca mais tenha usado a técnica, seu corpo não conseguia mais acompanhá-lo como antigamente e começou a ficar para trás nas suas missões. Como resultado, sua classificação na guilda também baixou consideravelmente.
Ele, que a pouco tempo estava começando a chegar nas alturas, caiu por terra como um castelo de cartas.
Tendo aceitado seu destino, Bertolt decidiu se aposentar e começar uma nova vida com sua esposa. Mas a amargura de ter que desistir de ser um aventureiro por causa desta técnica ainda o perfura terrivelmente.
Ele queria destruir o livro, mas houve alguém que o convenceu a não destruí-lo, então decidiu guardá-lo em um canto mais profundo do seu armazém com a esperança de esquecê-lo, até que voltou a aparecer bem na sua frente.
“Embora eu não tenha desistido das minhas artes marciais, não poderei mais exercer o mesmo poder que antigamente, senão uma tremenda dor de cabeça me atingiria. Embora eu tenha começado a odiar este livro, sei perfeitamente que a culpa foi por causa da minha própria ganância. E eu paguei o preço por isso.”
Ken apenas ficou em silêncio, sem saber o que dizer. Mas às vezes, o silêncio é o melhor consolo que se poderia dar.
Depois de um momento de contemplação, Bertolt jogou o livro para Ken.
“?”
Ken, surpreso, agarrou o livro.
“Infelizmente este livro já não tem utilidade para mim, então podes ficar com ele.”
“…”
Ken ficou pensativo enquanto olhava para o livro em suas mãos. Depois de ouvir a história de Bertolt, não seria mentira dizer que ficou com medo em tentar aprender a técnica. Mas, assim como Bertolt, estes pensamentos voaram para longe assim que se imaginou aprender esta técnica.
A ganância humana pode ser perigosa às vezes, levando a vários riscos e problemas. Mas, também, sem esta ganância, a humanidade nunca poderia ter chegado até onde estão, é necessário correr risco para poder alcançar um resultado desejável.
Ken apertou forte o livro em suas mãos, tomando sua decisão
“…Então eu aceitarei.”
“Certo, então se apresse com esta bagunça toda, o jantar já está pronto e você sabe como fica a minha mulher quando nos atrasamos.”
“Certo.”
Com isto, Bertolt saiu do armazém deixando Ken sozinho. Depois de arrumar tudo em volta de dez minutos, Ken saiu do armazém.
§§§§
Como já estava de noite, as três luas brilhavam intensamente no céu noturno. Um momento de nostalgia surgiu dentro de Ken
Ele parou de andar, e em sua frente estava uma casa de um andar, feita de madeira.
Ken de repente lembrou-se de quando estava em seu mundo, de quando morava na sua antiga casa, na casa de seus pais. Um lugar onde ele sempre se sentia como se fosse um estranho, por causa dos pais que sempre o ignoravam, sem poder sentir aquele calor de uma família.
Ken afastou as franjas do seu cabelo e acariciou uma pequena cicatriz de corte que se encontrava na testa, perto do olho esquerdo.
“…”
Esta cicatriz o lembrou de uma memória desagradavel, uma memórias de seus pais.
Seu pai segurava um pequeno troféu na mão, ele parecia muito irritado, parecendo que iria jogá-lo a qualquer momento.
-Você nunca deveria ter nascido!
Depois de soltar um grito, ele simplesmente jogou o troféu no Ken, e nesta época, Ken ainda estava no fundamental. A pequena cicatriz na testa de Ken é resultado de ter sido alvejado com um troféu na testa.
Ken de repente sentiu seu coração ficar vazio, então voltou seu olhar pra casa a sua frente.
Mesmo que ele e o casal desta casa fossem estranhos, eles de alguma forma sentiam que estavam ligados por um laço.
Chegando em frente da casa, Ken estendeu a mão para pegar na maçaneta, mas depois hesitou.
Quando estava na casa dos seus pais, sua recepção sempre era fria, como se estivesse entrando na casa de um estranho.
Depois de um tempo, Ken finalmente abriu a porta e entrou, encontrando o casal na sala de jantar.
“Olha, você finalmente chegou, venha e sente-se, o jantar está pronto.”
Disse a senhora da casa, com um sorriso gentil.
“O que você está fazendo parado na porta? Venha logo.”
Disse o senhor Bertolt.
Presenciando essa cena, está recepção calorosa, o coração antes vazio de Ken se encheu de calor, um calor agradável que tranquilizou as trevas que se formavam ao seu redor.
Ken quase deixou escapar uma lágrima dos olhos, mas puxou-os de volta. Mesmo que já tenha alcançado uma idade adulta, embora sua aparência atual pareça com o de uma criança, Ken sempre ansiava pelo calor de uma família.
Seu coração estava tranquilo, ele se sentia à vontade perto deles.
E, se esta era a emoção de ter uma família, então Ken queria aproveitar o máximo que podia.
“…Sim, estou de volta.”
Pela primeira vez depois de muito tempo, Ken respondeu com um sorriso sincero.
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