Capítulo 475: Sem Jogos
Dentro de um salão gigantesco que mais parecia uma caverna, sete pessoas estavam reunidas.
Este era o salão do trono do Rei Trovão Celeste.
No momento, os cinco membros do Conselho principal, a Arquiduquesa e o próprio Rei Trovão Celeste aguardavam o início da reunião.
Os cinco membros do Conselho não estavam nada felizes de estar ali.
Eles tinham uma guerra para lutar, e cada segundo longe da linha de frente colocava em risco o Reino Trovão Celeste.
Ainda assim, o Rei Trovão Celeste havia ordenado que todos se reunissem naquele dia.
Não era possível recusar uma ordem do Rei Trovão Celeste.
Além disso, os cinco membros do Conselho nem sequer sabiam o motivo pelo qual haviam sido convocados. Sabiam apenas que era uma reunião.
Eles esperaram no local por vários minutos. Ninguém se atreveu a falar ou perguntar.
Eventualmente, os cinco membros do Conselho olharam simultaneamente para o sul.
Seus olhos se estreitaram, e suas sobrancelhas se franziram.
Alguém que eles definitivamente não queriam ver havia acabado de entrar em seus Sentidos Espirituais.
O Rei Trovão Celeste permaneceu sentado em seu trono, com um pequeno sorriso no rosto.
Cerca de um minuto depois, a porta do salão se abriu…
E Jerald entrou.
Assim que viram Jerald, o Conselho percebeu que sua aura havia mudado significativamente.
Não apenas ele estava muito mais poderoso, mas a aura amigável e educada ao seu redor havia se transformado em uma apatia fria.
A única coisa que confirmava que ele ainda era o Duque Turbilhão era sua aparência e seu incrível poder.
Ao sentirem a força de Jerald, precisaram respirar fundo.
No passado, Jerald era equivalente ao Conselho em poder, mas isso porque ele era mais forte do que quatro dos cinco membros.
Agora, no entanto, o poder de Jerald era verdadeiramente igual ao do Conselho inteiro.
Se os cinco membros do Conselho combinassem suas forças e atacassem Jerald simultaneamente, o desfecho seria incerto.
Jerald podia enfrentar o Conselho inteiro sozinho, e esse pensamento os aterrorizava.
No entanto, ao lançarem um olhar para o Rei Trovão Celeste e para a Arquiduquesa, suas emoções se acalmaram.
Sim, Jerald podia rivalizar com o Conselho, mas a Arquiduquesa era tão poderoso quanto ele. Assim como Jerald, ela podia enfrentar o Conselho inteiro sozinha.
E então havia o Rei Trovão Celeste.
Diante do Rei Trovão Celeste, Jerald não era nada.
Jerald caminhou lentamente até o centro do salão e parou.
— Você veio negociar uma resolução pacífica depois de tudo o que fez contra nós? — perguntou um dos membros do Conselho, com uma voz fria.
Jerald sequer reconheceu a presença do membro do Conselho.
Em vez disso, olhou para o Rei e fez uma reverência educada. — Meu Rei, posso começar? — perguntou.
O sorriso do Rei Trovão Celeste se alargou um pouco. — Todos — disse ele, olhando para o Conselho e para a Arquiduquesa. — Convoquei vocês hoje porque Jerald tem algo a nos dizer. Jerald, pode começar.
Jerald assentiu uma vez, e seus olhos percorreram os dos membros do Conselho até pousarem na Líder do Conselho.
Ele a encarou por alguns segundos.
— Cansei disso — disse Jerald.
O Conselho não reagiu.
— Cansei desse jogo político estúpido e idiota.
Um dos membros do Conselho bufou. — Você chama isso de jogo? Estamos administrando um Reino aqui e fazendo o nosso melhor para mantê-lo próspero e vivo. Isso não é um jogo, Turbilhão.
Jerald olhou para o membro que havia falado.
— Sim, isso é um jogo. Ou você se recusa a reconhecer isso porque gosta tanto de jogá-lo, ou perdeu completamente sua conexão com a realidade.
— Tire sua cabeça de dentro do próprio traseiro.
Depois que Jerald disse isso, o salão inteiro ficou em silêncio.
Quatro dos membros do Conselho ficaram chocados ao ouvir isso, enquanto a Líder do Conselho estreitou os olhos.
A Arquiduquesa apenas sorriu, embaraçada, coçando a lateral da cabeça com o dedo indicador direito.
Ninguém jamais havia falado assim naquelas paredes!
Insultar pessoas daquele jeito e usar uma linguagem tão rude não condizia com a postura de um líder deste Reino!
No entanto, Jerald os insultara como se estivesse em uma taverna qualquer!
— Turbilhão! Você tem ideia da gravidade da punição por desrespeitar os líderes deste Reino?! — gritou outro membro do Conselho, com uma voz acusadora.
Jerald bufou com desgosto. — Você é delirante. Está tão acostumado a todos jogarem seu joguinho que acredita que todos precisam segui-lo, gostem ou não.
— Quer me punir? Ótimo! Vá em frente! Tente! — disse Jerald, com os olhos estreitos.
Naquele momento, a aura fria de Jerald se expandiu até envolver todo o salão do trono.
Isso foi ainda mais desrespeitoso do que suas palavras!
Ao expandir sua aura daquele jeito, Jerald estava essencialmente dizendo a todos que ele estava no comando.
E ele fez isso na frente do Rei Trovão Celeste!
— Heresia! Blasfêmia! — gritou outro membro do Conselho, apontando para Jerald. — Você está desrespeitando nosso Rei! Por essa ofensa, será condenado à morte!
Os olhos de Jerald se focaram na pessoa. — Faça isso.
Os olhos do membro do Conselho se estreitaram, mas seu nervosismo cresceu enquanto continuava encarando Jerald.
Ele olhou para os outros membros, e eles estavam igualmente nervosos.
— Vamos lá! — gritou Jerald. — Faça! Estou bem aqui!
Nesse momento, uma nuvem de tempestade aterrorizante apareceu na mão direita de Jerald. Era pequena, mas a Mana dentro dela era assustadora!
O Conselho ativou seus Escudos de Mana, mas não avançou.
Apenas olharam para Jerald com os olhos estreitos.
Segundos de silêncio se passaram.
Então, Jerald desfez a nuvem de tempestade.
— Olhem para vocês — disse ele, com desdém. — Vocês gritam ordens e julgam todos, mas não percebem que não há ninguém aqui para cumprir suas ordens.
— Se nem mesmo vocês ousam cumprir suas próprias ordens, quem pode? — perguntou Jerald.
Os membros do Conselho estavam mais frustrados e enfurecidos do que nunca.
Queriam atacá-lo e matá-lo.
Mas não podiam!
Poderiam morrer!
— Meu Rei — disse um dos membros do Conselho, curvando-se diante do Rei Trovão Celeste. — Receamos não ser poderosos o suficiente para lidar com esta rebelião. Se Vossa Majestade não agir, o Reino Trovão Celeste pode estar condenado.
A Líder do Conselho franziu as sobrancelhas, mas os outros membros também se curvaram educadamente ao Rei.
O Rei Trovão Celeste apenas limpava as unhas com um sorriso.
— Então, qual é o ponto de vocês existirem?
As emoções do Conselho passaram por mais uma reviravolta.
— Mas, meu Rei, ele desrespeitou Vossa Majestade ao envolver o salão inteiro com sua aura! — argumentou um deles.
O Rei Trovão Celeste parou de limpar as unhas e olhou para a pessoa que havia falado, sem nenhuma diversão.
— Você acha que sou cego? — perguntou.
O membro do Conselho ficou pálido. — Não! Não, eu nunca ousaria!
— Então, acha que sou estúpido?
— Não! Jamais! — gritou o membro, horrorizado.
— Então por que está me dizendo coisas que aconteceram segundos atrás bem na minha frente? — perguntou o Rei, com uma voz despreocupada.
— Peço desculpas, meu Rei! — gritou o membro do Conselho. — Nunca deveria ter questionado seu julgamento!
O Rei Trovão Celeste olhou para ele por mais alguns segundos antes de voltar a focar nas unhas.
O membro soltou um suspiro profundo.
— Jerald — disse o Rei Trovão Celeste. — Não gosto de esperar. Diga o que tem a nos dizer.
Jerald assentiu.
Então, olhou para a Líder do Conselho com um olhar frio.
— A Zona da Águia da Tempestade declara oficialmente guerra contra o Reino Trovão Celeste.
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