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    O Imperador Relâmpago apenas olhou para Shang com uma expressão descrente.

    — Um Deus que não é o Deus Mago — disse ele em um tom neutro.

    — Correto — respondeu Shang — mas, como eu disse, esse já não é mais meu motivo para querer me tornar mais forte.

    — Por que não é mais seu motivo?

    Shang não respondeu imediatamente.

    — Já não parece tão importante — disse ele.

    — Você acredita que esse Deus é real? — perguntou o Imperador Relâmpago.

    — Ele é real — respondeu Shang.

    O Imperador Relâmpago respirou fundo.

    Shang estava perdido demais.

    Embora, de certa forma, isso também fizesse sentido.

    Alcançar um Sentido Espiritual sêxtuplo era tão incrivelmente difícil que algo precisava estar errado com alguém que estivesse disposto a se esforçar tanto para isso.

    Só para obter um Sentido Espiritual quíntuplo, já seria necessário sacrificar bastante, mas um sêxtuplo era ainda mais insano.

    Pessoas dispostas a fazer algo assim não podiam ser normais.

    Embora, ter delírios não fosse exatamente o tipo de condição mental que parecia estar relacionada a alcançar um Sentido Espiritual sêxtuplo.

    No entanto, Shang não poderia ser normal, e ter delírios seria apenas mais uma excentricidade.

    Naturalmente, Shang percebeu que o Imperador Relâmpago não acreditava nele.

    Normalmente, Shang não se importaria com o que os outros pensavam sobre ele, mas, desta vez, ele precisava se importar.

    Afinal, o Imperador Relâmpago tinha o poder de matá-lo sem qualquer repercussão.

    No início da conversa, Shang estava bastante nervoso, mas não esperava que ela tomasse um rumo no qual ele fosse essencialmente forçado a revelar a existência do Deus.

    Afinal, se Shang se recusasse a responder, o Imperador Relâmpago assumiria algo ainda pior do que a verdade.

    De repente, algo apareceu na mão de Shang, e ele o colocou sobre a mesa.

    O Imperador Relâmpago olhou e arregalou os olhos em surpresa.

    — Espere, você era aquele guerreiro? — ele perguntou ao ver o livro à sua frente.

    Era a cópia original do Mapa Estelar para guerreiros.

    — O Deus me deu este livro — disse Shang.

    Quando o Imperador Relâmpago ouviu isso, seus olhos se arregalaram em surpresa genuína.

    O mundo havia ressoado, o que significava que Shang acreditava que estava dizendo a verdade.

    Isso significava que Shang realmente acreditava que algum Deus lhe havia dado aquele livro.

    O Imperador Relâmpago pegou o livro e o analisou.

    Ele podia sentir claramente a Aura do Lorde do Martelo Tranquilo nele.

    Quando o Imperador Relâmpago viu esse livro pela primeira vez, supôs que um dos outros Imperadores o havia perdido.

    Mas agora, Shang estava afirmando que algum tipo de Deus lhe havia dado esse livro.

    — O que o faz ter certeza de que a pessoa que lhe deu isso é um Deus? — perguntou o Imperador Relâmpago.

    Em sua mente, ele imaginou uma cena onde um Lorde Mago de outro Império conseguira, de alguma forma, infiltrar-se na Área 23 e dizer a um pequeno guerreiro que era um Deus.

    Para as pessoas da Área 23, um Lorde Mago pareceria um Deus.

    — Porque ele também me deu isto — disse Shang.

    Então, ele colocou uma de suas espadas sobre a mesa.

    O Imperador Relâmpago não havia analisado os pertences de Shang antes, mas agora, ele olhou para a espada.

    Imediatamente, seus olhos se arregalaram em choque genuíno.

    — Uma Arma Acompanhante do Ápice! — o Imperador Relâmpago quase gritou.

    Ao ouvir isso, Shang percebeu que estava certo.

    Ele suspeitava que armas como essa existiam no passado, e o fato de o Imperador Relâmpago ter mencionado o nome significava que elas realmente existiram.

    A espada flutuou diante do Imperador Relâmpago, que a observou por vários segundos.

    Quanto mais ele olhava para a espada, mais surpreso e preocupado ficava.

    A espada começou a girar lentamente e, à medida que o fazia, encolheu e ficou mais fraca.

    Shang ficou um pouco preocupado com sua arma, mas sabia que não tinha o luxo de reclamar.

    Eventualmente, a espada retornou à sua aparência original.

    Naquele momento, os olhos do Imperador Relâmpago se estreitaram, e a Mana na sala tremeu.

    Lentamente, a espada parou de girar, mas a Mana no ambiente parecia se tornar cada vez mais tensa.

    Era quase como se estivesse prestes a explodir.

    Então, a espada girou em velocidades insanas por apenas um segundo antes de retornar à sua forma normal: Addum.

    O Imperador Relâmpago soltou um suspiro profundo.

    Ele colocou Addum de volta sobre a mesa e recostou-se.

    Permaneceu em silêncio por vários segundos.

    Shang também não disse nada.

    — Se eu forçasse, talvez conseguisse recriar sua Aura original — disse o Imperador Relâmpago. — Mas isso desequilibraria a Mana e faria com que todos os Imperadores e Reis exigissem uma explicação minha.

    O Imperador Relâmpago suspirou novamente. — Mas isso realmente não importa. O fato de eu precisar me esforçar tanto significa que essa arma deve ter sido feita por alguém no Nono Reino.

    Shang percebeu que o Imperador Relâmpago não disse que ela havia sido feita por um Imperador, mas sim por alguém no Nono Reino.

    Isso significava que essa espada poderia ter sido criada por alguém que não era um Mago há muitos milhares de anos.

    — Onde você conseguiu essa espada? — perguntou o Imperador Relâmpago.

    — O Deus me deu.

    — Por quê?

    — Porque eu precisava de uma arma que pudesse crescer. Sem essa arma, eu teria que aprender forja em algum momento — disse Shang.

    — Oh? — murmurou o Imperador Relâmpago. — Qual é sua conexão com esse Deus?

    — Ele me tirou do meu mundo natal e me trouxe para Aterium — disse Shang.

    Silêncio.

    — Seu mundo natal? — perguntou o Imperador Relâmpago.

    Shang assentiu. — Um lugar chamado Terra.

    — Conte-me mais sobre esse lugar — disse o Imperador Relâmpago.

    Shang descreveu a Terra e o universo em que ela estava para o Imperador Relâmpago com o máximo de detalhes possível, incluindo o motivo pelo qual aquele universo existia.

    Apenas um projeto secundário interessante para o entretenimento do Deus.

    Um pequeno gesto, um grande impacto.

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