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    A equipe continuou avançando pelo próximo túnel em busca de sua próxima presa, mas ter vindo até ali já tinha valido a pena.

    Na superfície, a equipe frequentemente precisava de horas de exploração e observação para encontrar uma besta do Estágio General Iniciante que não estivesse ocupada lutando contra outra coisa ou sendo caçada por uma besta mais poderosa.

    Mas ali nas Cavernas, eles já haviam encontrado uma criatura valiosa em apenas alguns minutos.

    Claro, o custo disso era o perigo e o investimento inicial necessário para poder caçar ali.

    Na superfície, havia mais humanos do que bestas, mas nas Cavernas, havia mais bestas do que humanos.

    E a melhor parte?

    Não havia Pássaros Lixo por lá!

    Depois de mais cinco minutos de caminhada, todos pararam, mas dessa vez não foi por causa de Elver.

    — Besta do Estágio General Básico — Shang disse de trás deles.

    A equipe se virou surpresa. — Eu não sinto nada — Elver disse. — Como você pode saber? Sua Afinidade com Gelo não deveria ser útil para rastrear aqui embaixo.

    Sarah olhou para Shang com as sobrancelhas franzidas, enquanto Astor apenas coçou a cabeça, incerto.

    — Vocês não conseguem sentir o cheiro? — Shang perguntou.

    Elver mexeu o nariz no ar, tentando perceber algo. — Não muito — ele disse.

    — Não dá uma leve ardência? — Shang perguntou.

    — Bom, sim, mas isso não seria por causa dos corpos em decomposição? — Elver respondeu.

    — Então por que você não sentiu isso antes? — Shang rebateu.

    — Ehm… — Elver tentou dizer algo, mas não sabia o que responder.

    — O que está tentando dizer? — Sarah perguntou a Shang.

    — Milípede do Pântano adulta — Shang respondeu.

    Isso surpreendeu a equipe.

    Uma Milípede do Pântano adulta? Aqui?

    Sarah franziu a testa.

    Eles haviam saltado do extremo leste do Paraíso do Guerreiro e voado por mais de dez quilômetros. Depois, entraram nas cavernas e caminharam mais para o leste.

    A Zona da Cobra Imperatriz estava a apenas alguns quilômetros a leste.

    Não era tão absurdo que um Milípede do Pântano perdida tivesse chegado até ali.

    — Elver, faça uma exploração, mas tenha cuidado — Sarah disse. — Só confirme se o Milípede do Pântano está lá ou não. Não entre em combate. Não arrisque sua vida.

    Elver não gostou nem um pouco da tarefa, mas acabou obedecendo, contrariado.

    Ele era a pessoa mais adequada para o trabalho, já que conseguia sentir as mudanças no ar com sua Afinidade. Ele não podia sentir outros tipos de Mana, mas certamente podia detectar a presença de veneno ou gases corrosivos nos arredores.

    Elver avançou lentamente e com cuidado.

    Alguns minutos de silêncio se passaram.

    BANG!

    Todos ouviram uma explosão distante e se prepararam para a batalha.

    No entanto, nos segundos seguintes, não ouviram mais nenhum barulho alto, o que os fez relaxar.

    Se Elver tivesse sido descoberto, ouviriam a pesada besta o perseguindo.

    Alguns segundos depois, Elver retornou.

    Seu rosto estava pálido, mas um grande sorriso estava estampado em sua face.

    Em suas mãos, ele segurava uma gosma que chiava calmamente.

    Sarah assentiu e colocou a gosma em seu Anel Espacial.

    Então, ela pegou o mapa e marcou a caverna à frente deles.

    — Bom trabalho trazendo a prova — Sarah disse. — Isso deve nos render mais 400 peças de ouro.

    — Cara, eu quase pensei que ia morrer quando peguei essa gosma — Elver disse com um suspiro. Em seguida, se virou para Shang. — Honestamente, se você não tivesse me avisado sobre a Milípede do Pântano adulta, eu não teria notado.

    — A coisa estava enterrada em uma das paredes, e o único sinal de que ela estava lá era uma grande mancha preta. Eu teria passado batido.

    Elver coçou a cabeça. — Eu queria voltar, mas achei que seria um desperdício deixar isso para trás. Informação e provas de Milípedes do Pântano valem 400 peças de ouro. Então, segui em frente e tirei um pouco do solo.

    — Mas aí, a coisa enorme enfiou a cabeça para fora e começou a olhar em volta. Acho que sentiu alguma coisa — Elver disse com um arrepio.

    — Como conseguiu escapar? — Astor perguntou, fascinado pela história.

    — Eu me agarrei à parede acima dela — Elver disse nervoso. — Apostei que ela não olharia para cima.

    Então, Elver sorriu, empolgado. — E apostei certo!

    — Bom trabalho! — Astor disse, batendo no ombro de Elver.

    — Não — Sarah disse com os olhos estreitos. — Isso não foi um bom trabalho.

    Astor e Elver olharam para Sarah com as sobrancelhas erguidas.

    — Você entrou numa situação perigosa, sozinho, contra um oponente acima do nosso nível. Por quê? Por 400 peças de ouro? — Sarah disse, com raiva contida em sua voz.

    Nesse ponto, Sarah convocou a gosma que Elver havia entregue.

    E a jogou contra a parede.

    — Ei, ei! — Elver gritou em pânico ao ver a gosma destruída.

    — Eu não vou aceitar algo assim! — Sarah disse com uma voz fria e olhos estreitos. — Suas vidas valem mais do que 400 peças de ouro, e eu não vou encorajar nem tolerar que vocês coloquem suas vidas em risco por isso!

    — Sarah, você não precisava destruir — Astor disse, franzindo a testa.

    — Sim, eu precisava fazer isso — Sarah disse, sem recuar. — Se eu aceitasse isso agora, você não aprenderia! E da próxima vez? Você vê algo que vale algum dinheiro, e eu não estou lá para te impedir. Você sabe que não deveria arriscar, mas quer o ouro. E daí se eu ficar brava? Você faz mesmo assim e pega o dinheiro.

    — A única maneira de te impedir de fazer algo tão estúpido de novo no futuro é anular a recompensa! Nem você arriscaria se não houvesse recompensa! — Sarah quase gritou.

    Elver cerrou os dentes. — Eu quase dei minha vida por isso, e você simplesmente destrói como se fosse lixo?! — ele gritou furioso.

    — Esse é exatamente o problema! Você quase deu sua vida por isso! — Sarah gritou com uma voz fria e imponente.

    Elver não parecia nada calmo agora. — Eu arrisco minha vida, e você pisa no que arrisquei como se não valesse nada! Como você pôde fazer isso?! Achei que fôssemos amigos!

    — Eu sou sua líder, não sua amiga! — Sarah gritou.

    Silêncio.

    Astor olhava desconfortável para os dois, enquanto Elver parecia pronto para explodir de raiva.

    — Meu trabalho é garantir a sua sobrevivência — Sarah disse com uma voz mais calma. — Eu não vou permitir nem recompensar riscos desnecessários na minha equipe.

    Então, Sarah pegou suas coisas e se preparou. — Agora, continuaremos a caçada. Nessa caçada, eu ainda sou a líder, e vocês vão seguir minhas ordens. Se tiverem algum problema com a minha liderança, podem falar comigo depois que voltarmos ao Paraíso do Guerreiro. Este não é um lugar seguro para essa discussão.

    Shang podia ouvir os dentes de Elver rangendo de vários metros de distância.

    Astor colocou a mão no ombro de Elver e balançou a cabeça lentamente.

    O corpo de Elver tremia, mas então ele se afastou de Astor com um movimento brusco e caminhou para frente.

    — Vamos logo — ele disse, com uma voz visivelmente cheia de raiva.

    Astor suspirou enquanto Sarah assentiu.

    Então, Sarah se virou para Shang. — Bom trabalho encontrando o Milípede do Pântano.

    Shang apenas assentiu.

    Shang não havia realmente sentido o cheiro da Milípede do Pântano. Afinal, ele não era um super-humano nem um cão farejador.

    Ele simplesmente a encontrou sentindo a Mana de Escuridão dela.

    E um momento depois, a equipe continuou caminhando por um túnel diferente.

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