Capítulo 325: Contrato

BOOM!

O bastão atingiu o chão novamente quando Shang o soltou. Ele já havia provado sua força.

A comandante continuou olhando para Shang por um momento antes de se virar para um dos Magos atrás dela. — Leve-os para a frente — ela ordenou.

A Maga atrás dela fez uma saudação e avançou para conduzir os bárbaros.

— Você, siga-me — disse ela para Shang, enquanto se virava.

Shang pegou sua espada e a seguiu sem dizer nada.

Os dois entraram em um dos prédios e caminharam até uma sala.

A sala era basicamente um escritório militar. Havia alguns mapas, cadeiras, livros e mesas.

Nada de especial.

A comandante gesticulou para uma das cadeiras, e Shang se sentou.

Ela sentou-se do outro lado da mesa, olhando para ele com os olhos semicerrados.

Por um tempo, os dois apenas se encararam.

— Você é um guerreiro, certo? — a comandante perguntou de repente.

— Sim — Shang respondeu com um aceno de cabeça.

A comandante franziu a testa para Shang.

— Você sabe o que é um guerreiro? — ela perguntou.

— Um bárbaro forte — Shang respondeu.

As sobrancelhas franzidas da comandante permaneceram franzidas.

— Não, um guerreiro é alguém semelhante a um bárbaro, mas os guerreiros vivem no Reino do Trovão Celeste — ela disse.

Desta vez, Shang franziu a testa. — Um guerreiro é um bárbaro forte — ele repetiu.

Um pouco de irritação apareceu nos olhos da comandante. — Essa pode ser sua definição, mas no grande esquema das coisas, um guerreiro não é um bárbaro, e um bárbaro não é um guerreiro.

Shang olhou para a comandante com um pouco de ceticismo. Era óbvio que ele não acreditava totalmente nela.

A comandante soltou um leve e quase imperceptível suspiro de frustração.

“Funcionou”, Shang pensou, tentando não sorrir.

Naquele momento, Shang estava feliz por sempre passar por várias conversas hipotéticas em sua cabeça.

Caso contrário, ele teria reagido de maneira suspeita.

Como um guerreiro teria reagido se um Mago do Reino da Montanha Grandiosa perguntasse de repente se ele era um guerreiro?

Eles negariam.

Eles inventariam desculpas para justificar por que não poderiam ser um guerreiro.

Mas isso seria suspeito.

Como um bárbaro estúpido na frente nordeste saberia tanto sobre guerreiros a ponto de argumentar que não era um?

Será que o bárbaro saberia o que era um guerreiro?

E exatamente essa era a armadilha na pergunta.

Um bárbaro estúpido pensaria que ela estava se referindo ao termo geral, geralmente associado a bárbaros fortes.

Um bárbaro apenas confirmaria que era um guerreiro, enquanto um verdadeiro guerreiro negaria.

“Ela deve ter recebido algum tipo de arquivo da Governadora que me capturou. Eu já sou muito notável devido ao meu olho faltante e do meu poder, o que significa que os Magos vão observar de perto tudo o que eu fizer.”

“Isso provavelmente foi um teste para ver se eu era o espião que conversou com alguém no Reino do Trovão Celeste.”

“Além disso, qualquer missão especial em que eu for incluído provavelmente também é sensível e secreta. Eles não podem correr o risco de deixar traidores entrarem.”

Um pedaço de papel apareceu na frente da comandante, e ela escreveu algumas coisas nele.

— Nome — ela disse.

— Zero — Shang respondeu.

A comandante franziu a testa e olhou para Shang. — Isso não parece um nome verdadeiro.

— Eu dei esse nome a mim mesmo — Shang disse.

— Eu preciso do seu nome verdadeiro, o que você recebeu ao nascer — ela disse.

— Não me lembro — Shang respondeu.

A comandante olhou para Shang com olhos semicerrados.

Em seguida, ela lançou um longo feitiço.

Quando terminou o feitiço, nada óbvio aconteceu, mas Shang pôde sentir que a Mana ao redor estava diferente.

— Repita o que acabou de dizer — ela ordenou.

— Não me lembro do meu nome de nascimento — Shang disse.

A comandante fechou os olhos para se concentrar na Mana e, dois segundos depois, os abriu novamente.

— Certo — ela disse, escrevendo Zero no pedaço de papel.

“Provavelmente era algum tipo de feitiço da verdade ou algo assim”, Shang pensou. “Que pena para você. Eu não menti.”

Shang realmente não se lembrava de seu nome de nascimento.

O deus tinha se assegurado disso.

— Se estiver disposto a aceitar a missão, assine aqui — a comandante disse, empurrando o papel para Shang.

Shang olhou para o documento e leu rapidamente.

“Isso é basicamente um AN-D¹”, Shang pensou. “Não posso falar com ninguém sobre o que eu ver, ou sentirei uma dor severa até que os Magos decidam parar com ela.”

Shang assinou o Contrato Mágico.

Assim que terminou de assinar, uma mistura complexa de Mana entrou na mente de Shang.

Assim que chegou à sua mente, Shang sentiu como se uma corrente tivesse sido colocada ao redor dela.

Esse era o efeito de um Contrato Mágico. Ele limitava a liberdade do sujeito em relação a uma coisa específica.

“O Contrato Mágico é fraco”, Shang pensou. “O fato de eu não me identificar muito com o nome Zero enfraquece significativamente o contrato. Além disso, eles provavelmente não usaram os mais poderosos, já que somos apenas bárbaros. É duvidoso que um bárbaro tenha o controle necessário sobre a mente e a Mana para romper o contrato.”

“Posso quebrar o contrato quando quiser”, Shang pensou.

O Contrato Mágico se dividiu em duas partes, e a comandante pegou ambas.

Shang não comentou sobre isso.

Normalmente, a segunda cópia era para a pessoa que assinava o contrato, mas a comandante manteve ambas as cópias.

Isso significava que os Magos poderiam alegar ignorância e inventar qualquer coisa. Afinal, Shang não tinha nenhuma prova de que estavam mentindo.

“Huh, nem me deram minha cópia”, Shang pensou. “Isso significa que eu seria capaz de romper o contrato independentemente, mesmo se tivesse usado meu nome verdadeiro.”

Contratos Mágicos eram caros e muito complicados.

O papel padronizado dos Contratos Mágicos tinha uma cláusula de escape embutida.

Se uma das partes realmente acreditasse que não recebeu sua cópia, poderia anular o contrato.

Claro, primeiro seria necessário saber como ativar essa cláusula de escape, e bárbaros definitivamente não saberiam disso.

Naturalmente, a outra parte também seria informada se o contrato fosse quebrado.

Se Shang decidisse anular ou romper o contrato, a comandante seria imediatamente alertada.

“Mas não preciso fazer isso”, Shang pensou. “Posso quebrá-lo quando eu escapar.”

“É realmente útil ser considerado um idiota.”

Após guardar as duas cópias, a comandante se levantou.

— Siga-me. Temos que ir a outro acampamento para mais testes. Se tiver sorte, sua missão começará amanhã ao amanhecer.

— Você terá um longo dia pela frente.

Então, ela se levantou e saiu do prédio.

Shang a seguiu.

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