Era uma tarde de domingo e um jovem de cerca de 20 anos, cabelo loiro, que vestia um casaco cinzento caminhava pelo parque de Serralves. Era o parque que estava mais perto da casa dele, apesar de ser pequeno, estava sempre cheio de gente.

     Isso acontecia, pois ao lado dele passava um grande e maravilhoso rio chamado Rio Mondego. Assim ele caminhava e observava aquele rio a brilhar ao sol já fraco daquela tarde, como em muitos outros dias. Tudo estava normal, nada era diferente daquilo que era considerado monótono.

    Mas, de repente, um estrondo ouviu-se no rio, assim rapidamente tentou encontrar a origem daquele som tão inesperado. Sem êxito, nada encontrou. Porém, repentinamente, sentiu algo a trespassar a sua cabeça.

    Desequilibrou-se assim. Bateu numa pedra, tropeçou, caiu ao rio.

    Nada mais viu, perdeu todos os seus sentidos, desmaiou.

    Quando acordou, apenas sentia uma forte dor em todo o corpo como se tivesse sido arrastado por dezenas e dezenas de quilômetros. Além disso, nada mais ele sentia. O silêncio percorria todo o espaço desconhecido que se encontrava, não havia vozes ou sequer um leve ruído.

    Então, lentamente abriu os dois olhos castanhos deles, ignorando toda a dor que sentia. Quando finalmente os abriu, apenas via a escuridão que rondava aquele estranho e misterioso lugar. Tentou ver algo que se sobressaísse daquela tenebrosa escuridão, mas apenas viu ao fundo algumas rochas escuras.

    Depois de alguns momentos, a dor já lhe havia passado, levantou-se, mas, por azar do destino, a dor voltou. Caiu, assim o sangue de sua cara espalhou-se. Gritou.

    Assim ele estava, caído, naquele chão de pedra. Seu sangue percorrera toda a sua face. Não mais sabia o que fazer, havia sido tomado por uma força. O desespero.

    Não mais se controlava, correu com as poucas forças que ainda tinha. Bateu numa parede, suspirou:

    — Quando é que o meu sofrimento acaba? Por que eu? O que eu fiz?

    Mas além do suspiro, para tristeza dele, mais nada se ouviu. Encostou-se naquela parede dura e, nesse momento, tudo mudou.

    A sua esperança havia voltado, mas não por um motivo qualquer.

    Uma passagem atrás dele, se havia aberto. Assim, com esperança, uniu todas as forças que lhe restava, entrou.

    Quando adentrou, o silêncio não mais reinava, mas o baixo som de passos. Não dava para ver de onde vinha. Parecia que o som vinha de todos os lados, de todos os cantos e recantos daquele pequeno e estreito caminho.

    Assim explorou, cada parte daquela passagem. Então reparou que, quanto mais ele andava mais pequena e baixa ela ficava, ao ponto de ter de rastejar. Mesmo assim não se queixou de maneira alguma, pois essa era a sua última esperança.

    Mas a carne dele cortava-se em cada pedra que tocava. Suas forças estavam cada vez menores. Ele estava cada vez mais enfraquecido. Quando suas forças se esgotaram completamente, deitou-se para assim descansar. Mas, de repente, já com os olhos ligeiramente fechados, viu uma grande e indescritível luz a passar por seu corpo e alma. Nada mais viu.

    Então, acordou assustado, com o seu coração a bater muito depressa. Estava numa sala acinzentada, nesse novo lugar, nela existira uma coisa, uma pequena tábua de madeira escura pregada numa das paredes daquele lugar. Nela estava escrito em pequena letra, o seguinte:

    Vença ou há de encontrar a morte.

    — Vencer o quê, exatamente? E como? — murmurou em tom de voz baixo, passando com a mão em minha face.

    Continuou a observar toda a sala e encontrou um segundo objeto, também em madeira, era uma espada.

    — Hm… interessante. Parece uma daquelas katanas de treino que vi num anime recentemente — comentou, com uma expressão de surpresa.

     Repentinamente um ruído ouviu-se. Desta forma algumas criaturas surgem, seres que pareciam humanos, porém estes, estavam corrompidos pela escuridão. Quando ele viu que eles se aproximavam rapidamente segurou naquela espada com as suas duas mãos com o máximo de força que tinha.

    — Quem são vocês? — gritou, tentando afastar as  criaturas.

    Nenhum daqueles seres lhe responderam. Apenas continuaram a caminhar para perto dele. Todos eles estavam com uma cara de hostilidade, de ódio e desprezo. Vendo aquela situação, correu rapidamente para a criatura mais próxima, assim tentou acertar naquela grande fera, mas sem algum efeito. Aquele monstro desviou-se com facilidade. A fera riu-se e atacou-o com uma de suas garras.

    — Ah… que dor… — suspirou, o seu sangue se espalhava pela sala e a espada havia caído para o lado dele.

    Ele é bastante forte, não sei se conseguirei o derrotar.

    Espera… tenho uma ideia.

    Lentamente aguardou que a fera se aproximasse. Quando ela chegou perto de si, pegou rapidamente na espada e trespassou-lhe o centro de seu corpo. Eliminou-a.

    — Maldito sejas humano! — gritou a fera, mostrando uma sede de vingança em seus olhos.

    Assim a criatura fechou os olhos e ficou deitada no chão.

    Todas as outras criaturas gritavam. Fazendo-lhe dor de ouvidos. Depois todas aquelas monstruosidades se aproximaram dele.

    Deste modo, pequenas lâminas surgiram das mãos daqueles seres, lâminas de cor-verde-escuro com um traço de diamante no meio, pareciam feitas de metal que até então ele desconhecia.

    — Ataquem-no, matem-no, honrem a vida de nosso Líder! —  exclamou uma daquelas feras mágicas.

    Líder? Então agora deve ser mais fácil.

    Talvez eu consiga sair daqui…

    Começou a correr, sem mais parar. Pegou na ponta de sua espada. Assim elas se aproximaram. Assim, uma por uma foi sendo derrotada.  — A… a… — suspirei, ofegante. Finalmente acabou… eu não sei se aguentaria um pouco mais de tempo.

    Pouco tempo depois apercebeu-se que tudo aquilo era tão irreal.

    Hm… que foi isto? Foi um sonho, onde estou?   

    Pensou para si mesmo, colocando a sua mão debaixo da face numa posição pensativa.

    Caminhou por alguns momentos naquela estranha sala, mas não encontrou nenhuma saída.

    Como aqueles seres saíram daqui se não há saída alguma? — suspirou, ele já estava cansado. Apenas tinha a vontade de sair dali e voltar para casa.

    Eu tenho de voltar para casa…

    Mesmo sabendo que nada havia de encontrar, continuou a procurar, a caminhar, sem parar. Até que teve realmente de parar, estava cansado, completamente exausto. Encostou-se na parede mais próxima. Adormeceu..

    De repente, algo que lhe acordou. Sentiu uma brisa de vento, uma luz ao longe, ouviu passos. Levantou-se, tentou encontrar algo ou alguém, mas nada encontrou. Até que viu alguém a aproximar-se. Ele estava bem vestido de fato preto, calças azul-escuras. Pena, que além disso nada mais consegui ver. Ele tinha desaparecido. Assim, de um momento para outro, sentiu-se muito cansado. Desmaiou.

    Havia passado menos de um segundo e ele já estava noutro lugar. Temperatura aconchegante, o mesmo estava deitado numa cama composta por lençóis brancos, imensamente confortável. Existia um som de fundo relaxante, não era possível o explicar, mas deixava-o completamente sereno, calmo, relaxado. Como se ele fosse uma árvore dentro de uma floresta encantada, onde tudo pertencia a uma bela sinfonia. Lá também havia uma vela, dela não saía fumo, mas um perfume suave que se espalhava pelo ar.

    Lentamente levantou-se da cama, desprendendo-se daqueles lençóis suaves. Colocou um dos seus pés no chão e depois o outro. O chão era frio, arrepiou-se. Depois uma pessoa aparece, ele tinha olhos azuis-escuros, cabelo castanho ondulado, camisola verde-escura, calças pretas. Ele aproximou-se, em passo lento.

    — Quem és tu? Onde estou? — perguntou com uma certa hesitação, como se ele estivesse sobre muita pressão.

    — Eu sou Mortimer, sou um sargento da União, e bem… você está na União – disse Mortimer com uma voz extremamente relaxa, como se já tivesse dito aquilo inúmeras vezes.

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