Capítulo 3: Um dia de calma em meio a uma tempestade…
Depois de ele ter passado por aquela porta branca, viu uma gigantesca paisagem – estava numa verdadeira masmorra, com o tamanho do nosso mundo.
Havia pequenos trilhos por todos os cantos. E avistava-se pequenas árvores que lembravam cerejeiras, porém estas eram de cor preto avermelhado.
…
Estou no verdadeiro submundo…
Nesse instante virou as costas e fixou o seu olhar na Eleanor. Esperou que ela passasse e foi para seu lado.
— O que fazemos agora? Para onde vamos?
Então, Eleanor virou seu olhar para ele.
— Temos de arranjar suprimentos.
Desse modo, ele deu um passo atrás e perguntou-lhe.
— Sim, mas também precisamos de um abrigo.
— Acho que suprimentos são mais importantes! Além disso eu que sou o líder, eu te salvei, eu que conheço todo este lugar e ainda queres discutir comigo? —
Aproximou-se ainda mais dela e falou em voz mediana:
— Hm… é verdade… é por causa de ti que estou vivo… desculpa.
Então ela olhou para ele com um ar já mais relaxado e disse.
— Olha… mudando de assunto. Vou mostrar-te uma coisa.
Nesse instante, Eleanor tirou uma pequena folha de papel de seu bolso.
— O que é isso? — questionou, fazendo um olhar curioso.
— É um maра.
— Mapa do quê?
— De toda esta zona. Daqui até à base central. — Revelou Eleanor, estando ligeiramente sorridente, demonstrando a sua ânsia por aventura.
— Base central?
— Sim, existem várias bases que são da União.
— Quantas?
— Cerca de 20, sendo que a nossa é base principal da linha da frente.
…
Vinte?
Esta União… é verdadeiramente poderosa…
— Então para onde vamos agora? — perguntou, hesitante.
— Para a base mais próxima.
— Mas vamos precisar de suprimentos… são 5 dias de viagem.
— Cinco dias? — Suspirou tão baixo que ela nem sequer ouviu.
Nós não temos qualquer suprimento, como vamos durar sequer dois dias… bem… ela deve ter algum plano… espero.
Para minha sorte, e azar, fui interrompido.
— Precisamos de seguir o trilho de Edwin, depois pela montanha de Fahozon. E no final pelo estreito de Abaf.
Depois desse momento de conversa começaram a caminhar. Depois de andarem um pouco ele perguntou-lhe.
— Estamos a quanto tempo do fim da trilha? — suspirou, ofegante.
— Ainda estamos no começo, ainda iremos caminhar bastante…
Suas pernas tinham começado a tremer, havia se passado uns minutos. Não resistiu.
Parou.
— Podemos parar um pouco?
— Já está cansado?
— Sim — falou lentamente em voz baixa.
Então Eleanor foi para seu lado e focou o seu olhar nele.
— Hm… está bem… podemos parar um pouco.
Deste modo avançou com ela, em passo lento, até uma pequena descida que existia ao lado do caminho.
— Sente-se aqui e descanse. Irei procurar alguns suprimentos.
Assim, ele a observou a afastar-se cada vez mais de si. Até que ela se aproximou de uma árvore branca, diferente de todas as outras. Então começou a saltar, tentando obter um fruto. Depois de recolher algumas frutas, ela pegou em alguns ramos da árvore e uniu-os com uma espécie de cordão, criando uma espécie de pote.
Depois Eleanor avançou para o pequeno rio que ali se encontrava. O rio era de cor azul-esverdeado, parecia que estava sujo de algo.
Mesmo assim ela entrou no rio, ficando ligeiramente suja. Após isso, ela usou aquele pote que tinha construído para armazenar alguma água.
Desse modo ela caminhou de volta para ele. Atravessou o caminho, desceu.
Foi para o lado dele, abaixou-se e deu-lhe de beber.
— Slurp. — Engoliu a água de uma forma tão rápida que se ouviu ruído.
— Aaa….
— Tão bom, obrigado — falou, tirando os seus lábios daquele pote.
— De nada!
Então, Eleanor afastou-se dele e disse.
— Vou buscar água para beber, já volto! — revelou, quase gritando.
Desta forma ela caminhou, atravessou a colina. Chegou ao rio.
Encheu o copo de ramos, bebeu. Assim encheu-o diversas vezes.
…
Ela deve estar mesmo com sede.
Quase a morrer de sede…
Coitada…
Depois de uns minutos, ela voltou.
— Vamos montar um abrigo! — gritou.
— Estás a ver aquela árvore ao longe?
— Sim — respondeu.
— Pega em seus ramos e folhas, depois trazei-os para aqui.
Depois que ela pronunciou aquelas palavras, ele se levantou e correu rapidamente para a árvore.
…
Que árvore bonita…
É uma pena…
Nesse instante ele arrancou os ramos mais pequenos da árvore.
— CRACK… SNAP! shffft… THUD.
— Aí! — gemeu, um dos ramos tinha caído em cima do pé dele .
Então tentou arrastá-los dali.
— shff… crkk… scrrchc
…
O meu…
pé…
Pouco a pouco aquele ramo foi partindo-se, assim consegui o tirar de lá.
— Ah… finalmente — suspirou, ligeiramente ofegante.
Depois de uns minutos acabou por recolher todos os ramos cuidadosamente. Deste modo levou-os para a Eleanor.
— Estão aqui!
— Boa… boa… agora podes descansar um pouco — murmurou.
Assim, sentou-se naquela pequena descida e ficou a observá-la.
Assim ela uniu os troncos e as folhas. Ela usava as folhas como se fossem cordas e os troncos como tijolos. Horas se passaram e ainda não estava pronto.
Apenas já ao começo da noite que ficou terminado.
— haaah.. — suspirou, estava cansada.
Desse modo, deitaram-se debaixo do abrigo.
De repente, ela questionou-o.
— Quantos anos tens?
— Tenho 23. E tu?
— Eu? 25 anos.
Depois, de repente, ela ficou a olhar para o teto durante alguns segundos. Esticou os braços. Aproximou-se ligeiramente e perguntou-lhe, mudando o assunto da conversa.
— Por que lutas?
— Como assim? — perguntei, murmurando.
— Porque vives? Qual é o teu propósito? Teu objetivo — pronunciou, mostrando uma expressão animada, mesmo estando cansada.
— Eu… tenho de voltar para casa… cuidar da minha família. Sabe… minha família não é propriamente rica…
— Entendo. Tem irmãos ou irmãs?
— Sim, uma irmã mais nova.
— Qual a idade?
— Ela… tem 7 anos — respondeu, em voz lenta e baixa.
Assim continuaram a conversar durante alguns minutos, até que…
— Grrhh… snrrrk… hrrrhhh…
— Eleanor?
Nesse instante virou-se para ela.
…
Hm… ela adormeceu…
Bem… deve estar cansada de tanto trabalhar…
Então ele virou-se para cima de novo.
Caiu no sono.
Até que foi acordado pelo bonito sol daquela manhã.
— Hm… como o sol chegou aqui?
— Através das fendas das rochas — revelou Eleanor.
— Já estás acordada?
— Sim, já estou há mais de uma hora.
— E…
— Levanta-te rápido, não sei quanto tempo temos até alguma das criaturas nos encontrar! — gritou.
— Está bem… está bem…
— Então levanta-te!
…
Parece que não vai ser hoje que vou descansar…
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