— Ai, elee foi chamado para uma guerra… que acontecia perto de nossa vilaa. E… — murmurou, nervoso, parando por um momento, pois…

    — h-hic… — soluçou, hesitante. Tentando limpar a sua cara das lágrimas.

    — Foi… e quando o encontramos… Ele… já tinhaa morr…ido — falou, hesitante. Desviando, ligeiramente, o seu olhar que estava focado na Eleanor.

    — Hm… triste. Meus sentimentos — revelou, tentando manter a sua posição firme.

    —  Não posso falar muito já que nunca passei por algo assim, mas… acho que foi bom desabafares — sorriu, ligeiramente, tentando melhorar o ambiente.

    — Sim… espero que agora não volte a ficar tão triste assim… é horrível. 

    Depois de Eleanor o ouvir, ela afastou-se e disse.

    — Não achas que está frio?

    — Verdadeiramente, não — respondeu de uma forma pragmática. 

    — Hm… — murmurou em voz baixa, parecendo ter medo de que alguém os ouvisse.

    Porque ela está a falar tão baixo? Eu já fiz uma barulheira, porque será que está a fazer isto? 

    Assim, ela interrompe os seus pensamentos, começando a falar.

    — De qualquer forma vou montar uma pequena fogueira para me aquecer.

    Deste modo, ela caminhou para fora do abrigo. Deu alguns passos e subiu numa pequena rocha.

    Desceu de novo, já no outro lado. Colocou sua mão em sua cabeça, procurando alguma árvore.

    Enquanto isso, ele tentava deitar-se em uma posição um pouco mais confortável. Mas acabou por desistir da ideia, ficando a observá-la.

    Enquanto ela procurava, ele acabou por focar-se na montanha que estavam, a montanha de Fahozon.

    Ela era negra, escura e, principalmente, sombria. Suas rochas pareciam batidas, como que pisadas por gigantes e trespassadas por lava. Uma sombra, enorme, nos cobria. Mas não só porque era de noite, mas o motivo foi que aquele amontoado era enorme. O céu parecia ter sido coberto por uma essência do mal. Poderia ser das criaturas que já viveram ali ou da própria montanha, era impossível  saber. 

    Virou de novo o seu olhar, ela tinha batido com o pé numa pedra, bastante dura, fazendo um enorme burulho.

    — WHUMP-TAK! 

    — AAARGH! O meu pé! — gritou de tanta dor que sentia.

    Deixou o “confortável” espaço dele, levantou-se e ergueu a voz, deixando de lado os sentimentos que ainda tinha.

    — EI! — falou, demonstrando uma voz firme, repentina, inesperada.

    — Queres ajuda? — perguntou, já com uma voz mais baixa.

    — Sim, é melhor… — murmurou, abaixando a cabeça, vendo a verdade.

    Então saiu do pequeno abrigo, passou ao lado de uma pequena pedra azul, fazendo contraste com aquela que era grande e negra. A que Eleanor tinha subido. Foi para seu lado.

    — Em qual pé sentes dor? — questionou.

    — No… direito — revelou Eleanor, em voz baixa, quase inaudível.

     Desta maneira,  ele retirou, lentamente, o pequeno sapato castanho dela.

    O seu pé era pequeno e bonito como o de uma princesa. Mas, tristemente, uma parte dele estava vermelho, magoado.

    — Está bastante vermelho teu pé… Ainda consegues andar?

    — Sim, acho que só preciso de dormir uma de dormir— Está bem. — Colocou o sapato dela de novo e andou ligeiramente para o lado. —  Vou então construir uma pequena fogueira para estares aquecida —  falou, levando a Eleanor para o abrigo.

    Desta maneira, pegou nos ramos que ela já tinha juntado e  colocou-os sobre a entrada do abrigo. Após isso, correu para a árvore mais próxima.

    Hm…

    Como posso arranjar lenha o mais rapidamente possível?

    Ah. Já sei!

    — Eu tenho que fazer algo em troca à Eleanor! — gritou, com uma clara determinação e andou ligeiramente para o lado. 

    — Vou tentar derrubar os ramos desta árvore, nem que fique a sangrar, o que importa é o objetivo, a honra! — falou, erguendo a voz, parecia um grito de guerra.

    Assim, ele preparou-se para o primeiro golpe. Ergueu a sua mão com o máximo de força possível e colocou o seu braço esquerdo ligeiramente para trás.

    — WHAM!! 

    —  CRRRAACK!!

    O som do golpe contra a árvore foi notável, mas a madeira não cedeu. A mão dele ficou um pouco ferida, magoada. Saindo pequenas gotas de sangue dela.

    — haaah… 

    O seu suspiro foi de derrota, de frustração, nada se tinha partido, nada tinha escapado dela.

    Não posso desistir, vou continuar.

    Então fechou os seus dois punhos e começou a dar golpes atrás de golpes.

    — WHAP!WHAP!WHAP!WHAP!WHAP!

    — KRK!CRKCH!—THUNK! —  Uma pequena lasca da árvore se soltou. Deste modo, mais sangue dele tinha sido derramado.

    — Raios… raios, raios! — gritou, tendo uma respiração entrecortada, acabou por ceder.

    Caiu no chão, ajoelhado. Estava fraco, sem forças. Fez papel de herói, mas era um mero mortal, algo que não tinha o direito de se chamar homem.

    — Vou levar o que consegui, talvez seja o suficiente… espero — murmurou, lentamente. Tentando limpar-se de seu próprio sangue. 

    Depois de murmurar, levou os ramos, obteve algumas, pequenas, rochas e foi, de novo, para o abrigo.

    Uniu tudo num canto e começou a passar uma das rochas noutra, até que se fez fogo.

    — Boa, boa! Temos fogo, temos calor! — exclamou, festejando a conquista.

    — Ah… obrigada. Mas por que está com sangue nas mãos?

    — Hm.. não sei.

    — Como assim não sabes? O que estivestes a fazer?

    Ele não queria, de todo, falar. Mas não conseguia esconder e era horrível a mentir.

    Hm… o que eu lhe digo? Talvez tenha de lhe dizer a verdade, não sei…

    — Responde…. — falou, não estava com paciência alguma, tinha vontade de saber a verdade.

    — Hm… está bem, está bem, eu digo-te.

    — Bem… eu não queria demorar muito tempo, por isso acabei por conseguir a lenha à porrada.

    — Há porrada com árvores? Por favor… Sinceramente. Tu ficastes a sangrar para seres rápido por causa de mim? Nós quase não nos conhecemos…

    — Eu sei, eu queria ser simpático. 

    — Hm… só não faça isso de novo. Não te magoes por minha causa.

    — Ah… está bem — respondeu, hesitante. Estava, ligeiramente, corado, até tocado.

    Deste modo, ele deitou-se ao lado da, modesta e simples, fogueira que tinha construído. Já quando fechava os olhos, inesperadamente, Eleanor questionou-o.

    — Hm.. curioso. Já sei de seu pai. Mas não sei nada sobre a sua mãe nem o teu nome.

    Mas a Eleanor perguntou-lhe tarde demais. Nem sequer ouviu as suas palavras. 

    Ele tinha adormecido, estava muito cansado.

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