— Acorda! Acorda! Acorda! — gritou a Eleanor, acordando-o e fazendo-o ficar nervoso, acelerado. 

    — Eu… estou acordado! — respondeu espantado, piscando os seus olhos diversas vezes.

    — Precisamos de ser rápidos! Encontrei uma carta de um batedor.

    — Uma carta?

    — Sim…

    Deste modo, aproximou-se dela. Nesse instante, ela retirou do seu bolso um pequeno envelope, então assim o abriu. A carta estava marcada com um símbolo vermelho, parceria sangue, mas não era. Parecia algo antigo, mas as notícias eram novas.

    — O que diz ai? Não consigo ler.

    — Não consigo perceber tudo, mas parece que menciona uns tais de senhores, que devem ser os superiores desta criatura, depois fala sobre uns fugitivos, deve estar a falar de nós…

    — Fala de onde estamos? — falou, acelerado.

    — Hm… deixa eu tentar ler.

    Assim, ela aproximou a carta de seus olhos, tentando decifrar mais alguma palavra.

    — Parece que falam de algo chamado M…

    — Montanha? 

    Isso não. se sabem que estamos aqui…

    — Espero que não.

    — Também.

    — M O N

    Assim, ele a interrompeu.

    — Conheces mais alguma palavra começada por MON? Não, pois não.

    — Não…

    — Pronto, é o que está escrito.

    — Eles podem estar a falar de alguma outra montanha, de outros fugitivos…

    — Não tenhas falsa esperança… — falou.

    — Não sejas tão negativo… — falou, parando por um momento para respirar. — Se não temos esperança… como iremos sobreviver?

    — Eu não sou negativo, apenas realista… Como sobrevivemos? Sobrevivendo…

    — Olha! Obrigado, muito obrigado…. — falou, revirando os olhos e andando ligeiramente para o lado.

    Eu estou a ser um idiota…

    Como eu posso tratar desta forma alguém que me salvou.

    Bolas…

    — Ah… desculpa. Eu não faço isto de novo… mas poderias dizer para onde vamos agora? 

    Ele está de brincadeira? Ele foi assim e agora diz isto… 

    Pensou Eleanor, tentando entender a sua mudança repentina.

    Depois, ela retirou o pequeno mapa da região.

    — Ok… ok… vamos agora atravessar esta montanha para chegarmos ao estreito de Abaf — falou, olhando para o mapa.

    Guardou-o, de novo, e começou a retirar os poucos suprimentos que ainda tinham para a restante viagem.

    — Pega em alguns suprimentos também, Weast.

    — Entendido! 

    Hm… é a primeira vez que ela usa o meu nome, interessante…

    Os dois começaram a pegar nos sacos velhos  e a colocar tudo o que cabia neles, pouco tempo passou-se e eles já tinham arrumado tudo.

    — Pronto… já está tudo, Eleanor.

    — Boa! Assim, ainda temos bastante tempo para chegar ao estreito.

    — Sim.

    — E se tudo continuar a correr assim chegaremos ainda amanhã de manhã à base!

    — Calma…

    — Não comeces com tretas outra vez!

    — Hm… está bem. — suspirou, ignorando a sua fala.

    Depois de uns momentos, começaram a atravessar a gigantesca montanha, aquilo tudo era horroroso. Havia corpos de animais e humanos espalhados por todos os cantos.

    — Ai! — gritou Weast, aterrorizado.

    Então Eleanor, rapidamente, corre para ele e pergunta.

    — O que foi?! — Por que gritastes?! — perguntou, exclamando.

    — Éeee… — proferiu com extrema dificuldade. — Um humano morto! — exclamou, estava completamente assustado.

    — Ah… isso é normal — falou, mostrando um cara de poucas emoções.

    — Normal?!

    — Sim….

    — Como isso é normal?!

    Hm… o que lhe devo dizer? Ah…. já sei.

    — Isso é bastante comum, vais habituar-te.

    Então, Weast olhou para ela com uma face de desespero, surpresa. Ele não estava, nada, à espera de uma resposta como aquela.

    Mas, para azar dele, inúmeros corpos apareceram.

    — Outro! E agora é de um animal! — Parou durante um segundo, virou-se completamente para Eleanor e referiu. — De certeza que estamos seguros aqui?

    — Quer que fale a verdade?

    — Claro…

    — Não sei.

    — Como não sabes? Estamos a seguir um caminho que nos pode levar à morte?

    — Para de reclamar! Esta é a única rota em que podemos sobreviver…

    — Toc… — Inesperadamente, um som ouviu-se durante a discussão.

    — Cala-te… — suspirou Eleonor, fazendo um gesto de silêncio.

    — Acho que está aqui mais alguém… — falou, ainda mais baixo.

    — Clic… clac… clic… 

    — Segue-me.

    Nesse instante, uma criatura que estava vestida toda de preto, quase parecendo um humano, saltou para cima dela.

    —  Shfft–THUD! 

    —  Ei! Saiii de cima de mim! —   gritou, tentando afastar a fera.

    Eleonor usa seu cotovelo e mexe-o para trás, tentando acertá-la.

    — Weast! Tenta bater nela, tenta a tirar das minhas costas!  

    — Percebido!

    Então, ele corre para ela, aproxima-se das costas e tenta acertar no monstro.

    —  Tenta ficar um pouco mais quieta ou vou-te acertar e não neste bicho!

    — Vou tentar.

    Weast prepara-se para dar um murro, fechando o seu punho.

    — Sai de perto Eleonor! — gritou, enquanto movia a sua mão.

    Mas, o batedor, rapidamente, retira-se das costas dela e dá um pontapé nele.

    —THWACK! — O som seco e rápido do chute não deu tempo para Weast reagir, caindo no chão, com uma certa dor em todo o seu corpo.

    — Aaa! A minha barriga… — suspirou, hesitante e ofegante.

    De repente, a criatura mostra sua cara. Sorrindo e rindo.

    — Hahahahaha! Humanos estúpidos! Nunca chegarão ao forte, pois eu próprio garantirei a vossa morte. Hahaha! Uma morte lenta e com muita turtura…

    — Quem você acha que é? — gritou Elenor, aproximando-se, lentamente, de Weast.

    — Eu trato dele, foge — suspirou, olhando para ele.

    — Não. Não! Eu não deixarei que te sacrifiques por mim!

    — Eu sou um soldado, feito para combater. Você não.

    — Mas, mas. Eu não te abandonarei!

    — Hhh… Está bem, mas se veres que eu vou morrer, foge. Promete-me isso! 

    —Eu prometo! 

    Dúvido que ele fuja, mas eu não o posso impedir…

    Deste modo, Eleanor esticou os braços e cerrou seus punhos.

    — Hmph… Hah… — riu para si, encheu seu peito e disse, mostrando um cara feliz. — Agora vai começar a festa!

    Dois lados. De um lado Eleanor e Weast, do outro o misterioso batedor.

    Mas ambos detêm o mesmo objetivo. A sobrevivência — e a morte de todos aqueles que ameaçarem seus planos. 

    A batalha começa.

    O primeiro golpe é de Eleonor na cara do Batedor. — Bam! — Acertando-o em cheio.

    A fera vai para trás, colocando os seus braços para a mesma direção.

    — Não és tão fraca assim… Vai ser interessante… — proferiu, mostrando um sorriso ainda maior do que antes, ele via um desafio.

    — Só agora reparastes? Seu idiota! Vais morrer pelas minhas mãos! — gritou, entusiasmada. Além disso, ela demonstrava uma clara sede de sangue.

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