Capítulo 6: Breve encontro.
— Acorda! Acorda! Acorda! — gritou a Eleanor, acordando-o e fazendo-o ficar nervoso, acelerado.
— Eu… estou acordado! — respondeu espantado, piscando os seus olhos diversas vezes.
— Precisamos de ser rápidos! Encontrei uma carta de um batedor.
— Uma carta?
— Sim…
Deste modo, aproximou-se dela. Nesse instante, ela retirou do seu bolso um pequeno envelope, então assim o abriu. A carta estava marcada com um símbolo vermelho, parceria sangue, mas não era. Parecia algo antigo, mas as notícias eram novas.
— O que diz ai? Não consigo ler.
— Não consigo perceber tudo, mas parece que menciona uns tais de senhores, que devem ser os superiores desta criatura, depois fala sobre uns fugitivos, deve estar a falar de nós…
— Fala de onde estamos? — falou, acelerado.
— Hm… deixa eu tentar ler.
Assim, ela aproximou a carta de seus olhos, tentando decifrar mais alguma palavra.
— Parece que falam de algo chamado M…
— Montanha?
Isso não. se sabem que estamos aqui…
— Espero que não.
— Também.
— M O N
Assim, ele a interrompeu.
— Conheces mais alguma palavra começada por MON? Não, pois não.
— Não…
— Pronto, é o que está escrito.
— Eles podem estar a falar de alguma outra montanha, de outros fugitivos…
— Não tenhas falsa esperança… — falou.
— Não sejas tão negativo… — falou, parando por um momento para respirar. — Se não temos esperança… como iremos sobreviver?
— Eu não sou negativo, apenas realista… Como sobrevivemos? Sobrevivendo…
— Olha! Obrigado, muito obrigado…. — falou, revirando os olhos e andando ligeiramente para o lado.
…
Eu estou a ser um idiota…
Como eu posso tratar desta forma alguém que me salvou.
Bolas…
— Ah… desculpa. Eu não faço isto de novo… mas poderias dizer para onde vamos agora?
Ele está de brincadeira? Ele foi assim e agora diz isto…
Pensou Eleanor, tentando entender a sua mudança repentina.
Depois, ela retirou o pequeno mapa da região.
— Ok… ok… vamos agora atravessar esta montanha para chegarmos ao estreito de Abaf — falou, olhando para o mapa.
Guardou-o, de novo, e começou a retirar os poucos suprimentos que ainda tinham para a restante viagem.
— Pega em alguns suprimentos também, Weast.
— Entendido!
Hm… é a primeira vez que ela usa o meu nome, interessante…
Os dois começaram a pegar nos sacos velhos e a colocar tudo o que cabia neles, pouco tempo passou-se e eles já tinham arrumado tudo.
— Pronto… já está tudo, Eleanor.
— Boa! Assim, ainda temos bastante tempo para chegar ao estreito.
— Sim.
— E se tudo continuar a correr assim chegaremos ainda amanhã de manhã à base!
— Calma…
— Não comeces com tretas outra vez!
— Hm… está bem. — suspirou, ignorando a sua fala.
Depois de uns momentos, começaram a atravessar a gigantesca montanha, aquilo tudo era horroroso. Havia corpos de animais e humanos espalhados por todos os cantos.
— Ai! — gritou Weast, aterrorizado.
Então Eleanor, rapidamente, corre para ele e pergunta.
— O que foi?! — Por que gritastes?! — perguntou, exclamando.
— Éeee… — proferiu com extrema dificuldade. — Um humano morto! — exclamou, estava completamente assustado.
— Ah… isso é normal — falou, mostrando um cara de poucas emoções.
— Normal?!
— Sim….
— Como isso é normal?!
Hm… o que lhe devo dizer? Ah…. já sei.
— Isso é bastante comum, vais habituar-te.
Então, Weast olhou para ela com uma face de desespero, surpresa. Ele não estava, nada, à espera de uma resposta como aquela.
Mas, para azar dele, inúmeros corpos apareceram.
— Outro! E agora é de um animal! — Parou durante um segundo, virou-se completamente para Eleanor e referiu. — De certeza que estamos seguros aqui?
— Quer que fale a verdade?
— Claro…
— Não sei.
— Como não sabes? Estamos a seguir um caminho que nos pode levar à morte?
— Para de reclamar! Esta é a única rota em que podemos sobreviver…
— Toc… — Inesperadamente, um som ouviu-se durante a discussão.
— Cala-te… — suspirou Eleonor, fazendo um gesto de silêncio.
— Acho que está aqui mais alguém… — falou, ainda mais baixo.
— Clic… clac… clic…
— Segue-me.
Nesse instante, uma criatura que estava vestida toda de preto, quase parecendo um humano, saltou para cima dela.
— Shfft–THUD!
— Ei! Saiii de cima de mim! — gritou, tentando afastar a fera.
Eleonor usa seu cotovelo e mexe-o para trás, tentando acertá-la.
— Weast! Tenta bater nela, tenta a tirar das minhas costas!
— Percebido!
Então, ele corre para ela, aproxima-se das costas e tenta acertar no monstro.
— Tenta ficar um pouco mais quieta ou vou-te acertar e não neste bicho!
— Vou tentar.
Weast prepara-se para dar um murro, fechando o seu punho.
— Sai de perto Eleonor! — gritou, enquanto movia a sua mão.
Mas, o batedor, rapidamente, retira-se das costas dela e dá um pontapé nele.
—THWACK! — O som seco e rápido do chute não deu tempo para Weast reagir, caindo no chão, com uma certa dor em todo o seu corpo.
— Aaa! A minha barriga… — suspirou, hesitante e ofegante.
De repente, a criatura mostra sua cara. Sorrindo e rindo.
— Hahahahaha! Humanos estúpidos! Nunca chegarão ao forte, pois eu próprio garantirei a vossa morte. Hahaha! Uma morte lenta e com muita turtura…
— Quem você acha que é? — gritou Elenor, aproximando-se, lentamente, de Weast.
— Eu trato dele, foge — suspirou, olhando para ele.
— Não. Não! Eu não deixarei que te sacrifiques por mim!
— Eu sou um soldado, feito para combater. Você não.
— Mas, mas. Eu não te abandonarei!
— Hhh… Está bem, mas se veres que eu vou morrer, foge. Promete-me isso!
—Eu prometo!
Dúvido que ele fuja, mas eu não o posso impedir…
Deste modo, Eleanor esticou os braços e cerrou seus punhos.
— Hmph… Hah… — riu para si, encheu seu peito e disse, mostrando um cara feliz. — Agora vai começar a festa!
Dois lados. De um lado Eleanor e Weast, do outro o misterioso batedor.
Mas ambos detêm o mesmo objetivo. A sobrevivência — e a morte de todos aqueles que ameaçarem seus planos.
A batalha começa.
O primeiro golpe é de Eleonor na cara do Batedor. — Bam! — Acertando-o em cheio.
A fera vai para trás, colocando os seus braços para a mesma direção.
— Não és tão fraca assim… Vai ser interessante… — proferiu, mostrando um sorriso ainda maior do que antes, ele via um desafio.
— Só agora reparastes? Seu idiota! Vais morrer pelas minhas mãos! — gritou, entusiasmada. Além disso, ela demonstrava uma clara sede de sangue.
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