Capítulo 7.1: A luta e o batedor.
— Como te atreves?! — gritou, já com alguma raiva.— Ninguém me chama de idiota, ninguém! Sobretudo você — disse, enquanto preparava seu primeiro golpe — Você vai pagar caro!
Assim, parecendo que iria dar o golpe, mas, surpreendentemente, retirou de seu casaco castanho algo que parecia afiado. Era uma espada de pequeno porte. Seu cabo era verde; a lâmina, cinza.
Cuidadosamente, Eleanor aproximou-se dele e tentou acertá-lo, mas, no último segundo, o monstro colocou sua mão em uma posição de pausa no sítio do golpe.
— É o quê? Como fizeste isso?
A fera, rapidamente, junta toda a força que tinha e usa o punho para a afastar e a contra atacar.
—Whoosh… — Chutou, cortando o ar em volta.
Então, ela vai ligeiramente para trás, desviando do chute por um triz. Baixa-se, rapidamente e…
— SHWUMP! — Um golpe rápido e forte vindo de baixo para cima, tinha batido exatamente no queixo do batedor.
— KRAK — O som do impacto ecoou pelas redondezas, sua cabeça e pescoço foram para trás.
A força do golpe havia sido enorme — quase letal.
O sangue dele andava pela sua cara — era inevitável a sensação do gosto metálico.
Por alguns momentos, o seu fôlego parecia inexistente. Ele tinha afirmado os matar, mas parecia estar à beira da derrota, da morte.
Antes, ele dissera diversas frases, com ódio e vontade assassina, mas cada vez parecia mais distante desses momentos.
Eu preciso dos derrotar, de os matar. Não posso desistir, não pode ser este o meu fim…
Os seus pensamentos o corromperam. O tempo havia parado para ele, debruçando-se sobre suas antigas memórias.
Ele estava em sua casa, era de madeira castanha-escura. Sentado numa cadeira modesta, seus braços estavam por cima da mesa de pedra circular. De repente, uma criatura parecida com uma mulher — que tinha por volta de 30 anos — caminhou para seu lado, sentou-se numa das cadeiras e olhou fixamente para ele.
[Atenção!] [Por razões óbvias irei considerar a figura feminina com uma mulher.]
— Já vistes o jornal? — disse a mulher.
— Não, o que aconteceu? — questionou-a, unindo as mãos.
— O Representante extinguiu as eleições, além de que retirou os nossos direitos como civis…
— É o quê? Quer dizer que ele acha que somos fantoches dele? Uns escravos?! — falou, demonstrando uma cara de surpresa.
— Parece que sim… Mas, eu não vou aceitar isso!
— Boa… já que eu também não vou!
Inesperadamente, a memória desaparece como que por magia. Assim, ele muda de lugar, de espaço. Agora está nas ruas com sua mulher.
— Não podem tirar os nossos direitos! Não somos escravos de ninguém! — proclamavam, segurando algumas tábuas de rebeldia e, principalmente, revolta.
— É revolta, é revolução. Ninguém tira nossos direitos… não!
Continuaram, mas nada mudou. As pessoas que os viam escondiam-se, com medo de que fossem consideradas cúmplices.
Mas, para tristeza deles, as pessoas estavam certas, poucos minutos depois vários guardas chegaram lá.
— Não nos podem calar! — gritavam os dois.
— PAF! — Um golpe rápido e seco vindo da mão forte do guarda tinha acertado na boca da mulher.
— Fica calada! — avisou, colocando as algemas cinzentas, que tinham algo que assemelhava-se com um chip, nela.
— Não tocas na minha mulher! — referiu em uma voz agressiva, preparando-se para dar um soco no homem.
Porém, rapidamente, ele é parado por um outro guarda.
Assim, viu-se derrotado, preso.
— Central, capturamos dois rebeldes, qual é a ordem? — comunicou, usando um pequeno rádio azul com tons de vermelho.
— Escoltem os rebeldes até ao Julgamento — falou uma voz sombria.
— Entendido, senhor!
E assim o fizeram, ao chegar naquilo que se chamava Julgamento viram um enorme prédio branco com portas de vidro gigantes. Entraram.
O interior era cheio de lâmpadas, balcões com ninguém e uma enorme sala — que parecia um tribunal.
— Andem mais rápido! Vá! Bora! Os guardas eram impacientes, agressivos e não tinham qualquer réstia de moral.
Sentaram-os em cadeiras pequenas, que pertenciam ao grande espaço. Este que parecia ser o lugar onde iria acontecer o tribunal, a justiça. Mas esta corrompida e não mais cega.
Uma criatura feia, horrenda, que vestia um fato completamente negro apareceu na mesa do juiz.
— Olá, senhores. Eu serei o responsável por este julgamento. Garanto que este tribunal será transparente e imparcial — falou, cuidadosamente, parecendo um erudito, talvez até o era.
— Primeiramente, reparei que não detêm um advogado presente, então terão que defender-se a vós próprios. Qualquer dúvida não hesitem em relatar-me.
Hm… talvez até saímos daqui sem pena, ele parece um bom homem.
— TUMMM! — bateu o juiz com seu martelo de madeira na mesa.
— Que comece a audiência! Vejo que o senhor e senhora foram acusados de ações terroristas. Deste modo, peço à guardia que me entregue as respectivas provas.
Lentamente, os guardas entregaram as provas das ações que teriam feito.
— Hm… temos aqui uma imagem de vós a implantar uma bomba… uma prova de DNA associada a um cadáver. Desta maneira, peço a vossa defesa destas acusações.
Nunca fizemos nada disto… tudo isto foi criado, mas como? Existe alguma tecnologia nova que os humanos inventaram… que faça isto?
— Não dizem nada? Nenhum dos dois?
— Gostaria que nos informassem sobre a data da suposta implantação.
— É confidencial.
— Então como quer que nos defendamos?
— Já percebi o vosso jogo… Mas aviso que não está a funcionar. E isso vai aumentar a vossa pena. E pelas novas leis, serão escravos que nem terão direito a casa, mas viverão para sempre numa prisão.
Jogo? Que jogo?
— Mas um de vós poderá ser salvado.
— Um de nós? — perguntou a mulher.
— Sim… se teu marido trabalhar como batedor para nós. 50 anos de trabalho pela sua liberdade.
— Não aceites…
— Eu… aceito. Prefiro trabalhar 50 anos sem parar do que ficares presa, a ser feita de escrava.
— Então está decidido… levem-o daqui.
A sua mente voltara à realidade, não mais estava em memórias.
— Lutei tantos anos, décadas de trabalho! Apenas para garantir a liberdade de minha mulher. Não… não irão me vencer, eu vos matarei! — gritou, com desespero.
A sua vontade tinha-se multiplicado. De alguma maneira, o sangue dele tinha desaparecido.
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