— Como reportamos… Uma raça interessante, em um planeta adequado — diz uma voz masculina inumana, em uma sala escura parcialmente iluminada por um monitor que exibe a luta.

    — Surpreendente… Mas contra Fobos, não significa muita coisa… — A voz feminina que anunciou o início da competição responde, vinda e um assento alto em frente ao monitor.

    — Não seria exagero dizer que… Fobos não está tão distante de um humano quando se trata de atributos físicos — Uma outra voz masculina comenta, vinda de um canto da sala.

    — E ainda assim está tendo dificuldade para lidar com esse ser… Devemos admitir que suas habilidades são interessantes.

    — Halley o forneceu auxílio biológico. Aquela criatura está sob o efeito de um reforço, então não é de se surpreender que esteja demonstrando tal performance — diz uma quarta voz, ao lado do grande assento.

    — Bem, mesmo que apoiado em nossa tecnologia, ele suportou bem desde o início antes mesmo de ingerir a cápsu-

    — Silêncio… — A voz feminina ordena, calando todos os demais. — A conclusão está próxima.

    — FICA NO CHÃO, ALIENÍGENA! — Steen grita, preparado para mais um ataque.

    — Não diga besteiras… Sabe que ainda não terminamos — responde sem demonstrar emoção, finalmente de pé.

    — POIS BEM, VOU TE DERRUBAR DE NOVO ENTÃO!

    — Não… Não vai… — responde olhando com seus olhos sombrios.

    O homem avança em frenesi, saltando a cada passo para ganhar velocidade.

    “Mais dez segundos…” Pensa, vendo seu oponente chegando.

    Fobos rapidamente move sua clava, liberando outra enorme quantidade de energia contra Steen, que tem sua investida barrada pela rajada de ar.

    — TSC, JÁ ESTAVA DEMORANDO…

    “Sete segundos…”

    Ele então começa a avançar para a direita, fugindo da parte mais intensa da ventania para poder retomar a aproximação.

    — CARAMBA! AQUELE CARA ENROLA DEMAIS! — Íris diz irritada.

    — Acredito que, se ele tivesse avançado antes, estaria sendo imprudente — responde Halley.

    — Como?! Ele só precisava ter jogado a machadinha na cabeça dele!

    — Mestre Fobos provavelmente estava preparado para esse cenário, mesmo caído.

    — Ah! Para de babar ovo por um segundo, pode ser?!

    — Í-Íris… Vamos nos acalmar… — diz James, deixando ambos surpresos.

    — Como é?! Você dizendo isso?! Que estava parar chorar agora a pouco?! — fala quase agredindo o rapaz.

    — Olha… Pa-parece que alguma coisa vai acontecer agora…

    Fobos coloca sua mão sobre a ferida em seu abdômen e posiciona sua clava na direção de Steen, que segue avançando rapidamente.

    “Quatro segundos…”

    “POIS BEM, E LÁ VAMOS NÓS NOVAMENTE! ANDERSEN SE APROXIMA OUTRA VEZ PARA COLIDIR COM FOBOS, QUE POR SUA VEZ SE PREPARA PARA RECEBÊ-LO! ESSA SENSAÇÃO… O QUE VAMOS VER… SERÁ PROVAVELMENTE A CONCLUSÃO DESSA LUTA! SE PREPAREM, MEUS IRMÃOS!”

    — EU TÔ VENDO O MEDO NA SUA CARA! — grita gargalhando, já próximo o suficiente para golpear seu adversário.

    “Dois segundos…”

    Uma chuva de golpes se inicia vinda do homem, que com apenas um braço força Fobos a se defender desesperadamente. Incapaz de evitar todos os ataques, cortes e mais cortes começam a surgir no corpo do ganniano, que segue dando seu melhor para se proteger.

    “Um… Segundo…” Pensa, preparando o próximo ataque.

    — IDIOTA! EU NÃO SOU TÃO BURRO! — grita com um sorriso pretensioso.

    Ele salta para o lado esperando escapar da clava de Fobos, que o acompanha com os olhos.

    No mesmo instante o ganniano solta a arma, que de repente deixa de emitir qualquer resquício do brilho roxo confundindo a todos.

    “Espera… O que raios…” Andersen pensa por um segundo, perplexo com aquilo.

    Em um vislumbre o homem pode ver o punho de Fobos se aproximando, emitindo o intenso brilho ao invés da clava. Incapaz de organizar alguma reação a tempo, ele acaba sendo atingido no peito, recebendo então o pior golpe desde o início da luta que o arremessa para longe.

    “ELE… E-ELE… STEEN… FOI ATINGIDO… POR UM ATAQUE DE FOBOS… ESPERA… O QUE ELE FEZ… ISSO NÃO PODE…” Diz o locutor em choque, sem conseguir narrar direito aquela ação.

    — MAS O QUE?! O QUE FOI AQUILO QUE ELE FEZ, HALLEY!? — íris troveja avançando contra o monitor, em pânico com a situação.

    — Não esperava que ele fosse fazê-lo, mas Fobos recolheu a energia de sua clava e a concentrou em seu próprio punho no último segundo, para ser capaz de aplicar a liberação sem depender da arma. Andersen não foi capaz de processar aquela informação a tempo, infelizmente.

    — MA-MAS… MA-MAS… E A-AGORA?! AQUILO PARECEU FO-FORTE DEMAIS… HALLEY, ELE VAI… ELE VAI… — fala James, desesperado.

    — Não acho que haja muito o que possa ser feito agora.

    — VOCÊ SABIA QUE ELE PODERIA FAZER AQUILO!? DEVIA TER NOS AVISADO, SEU DESGRAÇADO! — Ela exclama enquanto arremessa alguns instrumentos contra o androide, que sequer se move.

    — Me perdoem, mas não pensei que fosse ocorrer visto que os colaterais podem ser severos — fala apontando para a tela.

    Fobos olha para seu braço completamente destruído, antes de apanhar sua clava com a outra mão.

    — O corpo de meu mestre nunca suportaria a pressão. Mas aparentemente o cenário se tornou crítico o suficiente para que ele chegasse a isso.

    Alguns instantes se passam sem que o homem dê qualquer sinal de vida, colocando todos os espectadores em um estado de desesperança.

    — Não pode ser… Depois de tudo… — sussurra a moça, socando o monitor.

    — O quão persistente… Você pode ser? — sussurra Fobos de repente, com um olhar chocado vendo Steen se sentando devagar, com sangue escorrendo de sua boca e por uma ferida aonde foi atingido.

    “Steen… Ele… ainda está vivo…” diz o locutor, incrédulo.

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