Capítulo 811
『 Tradutor: Crimson 』
A guerra continuava.
Na verdade, a conclusão daquela batalha na fortaleza já havia sido determinada desde o início.
Tudo o que Greem e Gazlowe podiam fazer era obrigar a invasora revoada de dragões a se ensanguentar diante da fortaleza de metal. Eles tinham que fazê-los pagar o preço mais alto possível por sua imprudência e ignorância!
Dois dragões de Quarto Grau lideravam uma dúzia de dragões de Terceiro Grau em um ataque contra uma fortaleza sem defesa; não poderia ser mais fácil.
Os dragões usaram seus ataques de longo alcance e concentraram o fogo nos canhões de energia mágica ao longo das muralhas, destruindo-os um a um. Depois de lidar com esses incômodos “espinhos”, os dragões finalmente avançaram contra a fortaleza para despedaçá-la.
Gazlowe, já esperando pela chegada da revoada, havia feito imensas modificações no interior da fortaleza. Todos os armazéns, oficinas, refinarias e tubulações tinham sido desmontados. Os resíduos metálicos desse processo não haviam sido inúteis. Tudo fora usado para a modificação interna da fortaleza de metal.
O lugar agora era como um imenso labirinto de metal. Várias dezenas de paredes e camadas de portões dividiam o interior da fortaleza em campos de batalha de vários tamanhos. As dez mil máquinas mágicas, ativadas com antecedência, aguardavam silenciosamente a chegada da revoada de dragões.
Quando um dos dragões de Quarto Grau usou seu aterrorizante ataque de respiração para abrir uma brecha na muralha, vários dragões dobraram as asas e se esgueiraram para dentro da fortaleza. Naturalmente, o que os recebeu foi uma tempestade de feixes de energia e violentos canhões de energia mágica.
Gazlowe não poupava mais nem o consumo de energia mágica nem a perda das máquinas mágicas. O fogo cerrado dos canhões de energia mágica nem mesmo evitava as posições das máquinas. Se um dragão pudesse ser morto ao custo de algumas dezenas ou até algumas centenas de máquinas mágicas, já valia a pena.
Não era fácil para os dragões desviar da chuva de ataques em uma área tão estreita. As escamas de dragões de Primeiro Grau não podiam suportar uma surra tão brutal, e apenas os dragões de Segundo Grau conseguiam sobreviver à tempestade e avançar contra o pesado poder de fogo.
Após várias tentativas fracassadas de invasão, a revoada mudou de estratégia. Os dragões de Segundo Grau tornaram-se a vanguarda, atraindo o fogo das máquinas mágicas, enquanto os de Primeiro Grau ficavam responsáveis por destruir os canhões e as próprias máquinas.
O progresso do cerco acelerou com essa estratégia.
Depois de apenas uma hora, a muralha externa da fortaleza havia caído diante dos dragões. Todas as máquinas mágicas recuaram para a segunda linha de defesa. Durante essa batalha, Gazlowe também demonstrou sua astúcia e obteve o maior espólio desde o início da luta.
Um dragão de Terceiro Grau havia morrido dentro da fortaleza de metal.
Feixes de energia comuns mal conseguiam arranhar esses dragões de Terceiro Grau. Mesmo os canhões de energia mágica, com intensidade de duzentos pontos, dificilmente os ameaçavam. Por isso, muitos dragões de Terceiro Grau começaram a assumir papéis de vanguarda e tanques, confiando em sua robustez e defesa.
Gazlowe aproveitou-se de seu orgulho para armar uma cilada. Suprimiu furiosamente todos os outros dragões com poder de fogo, enquanto reduzia a intensidade em uma única direção. Assim, atraiu um dragão de Terceiro Grau para o meio das máquinas mágicas.
Não importava quantas máquinas mágicas de Primeiro Grau houvesse, ainda teriam imensa dificuldade em arrastar aquele dragão de Terceiro Grau para a cova. No entanto, com os canhões de energia mágica apoiando aquele exército de máquinas, era algo possível.
No fim das contas, ver era crer. Nem mesmo os orgulhosos dragões esperavam que o inimigo fosse selvagem o bastante para liberar aquele aterrorizante sol negro em meio às próprias fileiras. Quando o dragão de Terceiro Grau percebeu a energia mágica caótica reunida rapidamente e tentou escapar, seu caminho de retirada já havia sido bloqueado por um exército de máquinas mágicas.
Boom!
Após uma explosão abafada, o dragão de Terceiro Grau ergueu o pescoço e rugiu antes de derreter como uma vela em uma fornalha no núcleo do sol negro. Os efeitos destrutivos da energia mágica caótica não poderiam ser mais visíveis ao explodir em uma área tão estreita e confinada.
Os dragões que haviam ficado presos nas fileiras das máquinas mágicas derreteram em uma gosma negra junto com as próprias máquinas. Metal fundido se misturou com sangue e carne, vaporizados pela onda de choque de energia antes que pudessem esfriar.
A feroz e violenta energia mágica colidia repetidamente contra as paredes da fortaleza e ricocheteava, elevando ainda mais seu poder destrutivo.
Os dragões que circulavam do lado de fora da fortaleza só sentiram a gigantesca estrutura metálica tremer antes que a outrora impenetrável muralha externa começasse a derreter como cera. O fluxo vital das duas dezenas de dragões lá dentro desapareceu sem deixar rastros. Ninguém conseguiu sentir suas auras de alma também.
Era claro que o sol negro que detonara dentro da fortaleza não apenas destruíra seus corpos poderosos, mas também queimara suas almas.
A partir de agora, essas figuras lendárias não mais voariam pelos belos céus de Lance.
O olhar de cada dragão congelou quando fitavam a fortaleza devastada pela energia mágica. Pairavam nos céus, atônitos e em silêncio. Todo pensamento em suas mentes desaparecera enquanto olhavam para o campo de batalha fumegante e arruinado abaixo. Seus corações estavam vazios, e ninguém sabia o que deveria fazer ou que emoção expressar diante do que viam.
Era uma cena desoladora o que restava abaixo, onde antes estivera a fortaleza de metal.
Árvores, terra e até pedaços das paredes de metal haviam sido arremessados para longe. As rochas negras expostas estavam cobertas de carne e membros esmagados até a polpa. Sangue de dragão roxo-escuro escorria das ruínas retorcidas, juntava-se em um riacho e descia até a cratera produzida pela explosão.
Os corpos despedaçados dos dragões jaziam lado a lado com as partes quebradas das máquinas mágicas, como um desenho abstrato congelado no tempo. Era uma visão aterradora de se contemplar à distância.
Os dragões só conseguiram ver uma ou duas silhuetas familiares movendo-se na beira da explosão; eram um dragão de Terceiro Grau e um de Segundo Grau. Podiam ter tido a sorte de sobreviver à detonação, mas seus outrora corpos elegantes e belos agora estavam cheios de sangue e feridas de todos os tamanhos. Fragmentos afiados de metal estavam cravados em seus ferimentos. Cada mínimo movimento fazia os fragmentos cortarem ainda mais e escorrer ainda mais sangue por seus corpos.
Alguns dos dragões rugiram apressadamente e mergulharam para salvar esses dois companheiros sortudos.
Os outros dragões soltaram um rugido ensurdecedor, com olhos injetados de sangue. Começaram a purificar repetidamente as estruturas restantes da fortaleza com seus ataques de respiração.
A maioria das máquinas mágicas já havia sido destruída na explosão anterior. Apenas alguns sobreviventes avançaram das ruínas, disparando contra os dragões com seus feixes de energia.
Logo, também foram destruídos pelos dragões.
O campo de batalha inteiro voltou a ficar em silêncio!
Os dragões haviam vencido.
Tinham obtido vitória naquela batalha de uma forma que jamais aceitariam!
A revoada de dragões lamentou em tristeza.
…………
Dezessete mil quilômetros de distância das Montanhas de Pedra Talhadas.
A luz brilhante de um portal de teletransporte temporário iluminou cada canto de um espaço em uma caverna escura.
Quando a luz branca começou a diminuir, Greem, Gazlowe e Gru apareceram dentro de uma matriz.
Os Adeptos Carmesins que aguardavam ali avançaram e ofereceram suas saudações.
Eles haviam testemunhado a visão heroica da última batalha da fortaleza por meio de uma projeção mágica ao vivo.
Greem e Gazlowe não haviam se envolvido pessoalmente no combate. Contudo, conseguiram se apoiar na fortaleza e em suas estranhas características para infligir uma ferida sangrenta na revoada de dragões.
Aquilo… aquilo já estava muito além da capacidade e dos meios que um adepto comum deveria possuir!
Não havia certo ou errado. Não importava como Greem havia alcançado aquele resultado. Qualquer adepto que possuísse tal poder merecia respeito.
Depois que os dois Adeptos Carmesins prestaram suas reverências, o Dragão Trovejante de Terceiro Grau, Arms, avançou em sua forma humana após alguma hesitação. Ele também saudou Greem e Gazlowe.
Greem havia cumprido sua parte do acordo. Isso significava que, agora, Arms podia ser considerado seu companheiro contratado. Os dois podiam parecer iguais em status. Contudo, considerando que Greem estava abrigando Arms naquele momento, já havia uma sutil diferença em suas posições.
Ter um dragão de Terceiro Grau inclinando-se diante de um adepto de Segundo Grau era embaraçoso demais. Arms ainda não conseguia se forçar a fazer algo assim.
No entanto, Greem não parecia se importar.
Abaixar a cabeça era sempre difícil da primeira vez. Mas, com o tempo, quando se acostuma, sua posição e relacionamento já terão mudado imensamente.
Com a batalha de hoje, Greem havia mostrado descaradamente seu poder a Arms, Iritina e aos orgulhosos dragões verdes. A luta na fortaleza mais uma vez demonstrou que Greem — e todo o Clã Carmesim — possuía o aterrorizante poder de combate de matar dragões de Terceiro Grau.
Esse era o único motivo pelo qual Arms estava disposto a baixar a cabeça!
“Arms, você reconhece os dois dragões de Quarto Grau que atacaram a fortaleza hoje, não é? Quem são eles?” Greem perguntou ao sair do portal e seguir em direção ao salão.
“São o Dragão Dourado Stuart e o Dragão Ametista Toril. Eles são dois dos únicos sete Grandes Lordes Dragão de Quarto Grau de Lance.” Arms caminhou ao lado de Greem e começou a falar o que sabia, ainda que hesitante.
“Muito bem. Muito bem,” disse Gazlowe ressentido.
“Gazlowe, envie imediatamente suas informações e detalhes para Alice e peça que verifique qual líder poderia se interessar. Hmph! Já que ousam destruir minha torre, quero que paguem com suas vidas e liberdade!”
A crueldade nas palavras de Greem fez até mesmo Arms estremecer de medo.
Afinal, tratava-se de um grupo de dragões de Quarto Grau!
Um “mero” adepto de Segundo Grau ousava usar esse tom para declarar o destino de dragões de Quarto Grau. Isso realmente chocou Arms.
Por um momento, todos os tipos de emoções fervilharam no coração de Arms!
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