Capítulo 821

『 Tradutor: Crimson 』

Um grito de dor e raiva ecoou pelo campo de batalha. O xamã finalmente caiu pelas mãos de Greem e Arms.

Vários Defensores com Escudo que haviam se preparado de antemão avançaram e arrastaram o corpo carbonizado do xamã e a águia-trovão agonizante para a retaguarda do campo de batalha.

Greem e Arms não hesitaram. Após uma rápida comunicação, ergueram-se imediatamente e investiram contra um centauro de Terceiro Grau isolado.

Enquanto isso, Mary e o Goblin Triturador de Tigule também caçavam em segredo orcs de Segundo Grau cercados em outros cantos do campo de batalha.

Nessa situação, em que as bruxas tinham a vantagem absoluta e as forças principais dos orcs estavam presas no céu, já não restavam elites poderosas entre os de Segundo e Terceiro Grau no campo de batalha.

Os adeptos também eram proficientes em feitiços estranhos e não convencionais. Combinado com a vantagem numérica, ver poderosos orcs sendo cercados e espancados era cena comum. À medida que essas elites eram lentamente eliminadas, o exército orc, já em colapso, finalmente se desfez.

A guerra sempre fora brutal!

Se os orcs tivessem o ímpeto a seu favor, ousariam lançar uma investida ainda mais feroz contra a maré de mortos-vivos, mesmo que fossem apenas uma centena. No entanto, uma vez que a moral se despedaçou, o ainda numeroso exército de orcs de vinte mil começou a fugir como patos em pânico.

As bruxas de alto escalão já haviam decidido tomar a Cidade Água Murcha. Como poderiam permitir que esses remanescentes escapassem à vontade? Sob o comando das Bruxas da Morte, a maré de mortos-vivos começou a avançar na direção para onde os orcs fugiam. Enquanto isso, criaturas meio-sombra surgiam aqui e ali, flanqueando continuamente as forças orcs em retirada.

O campo de batalha ficava a cerca de cinquenta e cinco quilômetros da Cidade Água Murcha.

O exército de orcs havia deixado de lado a maior parte de suas pesadas armas de cerco após receber o decreto sagrado. Marcharam então cinquenta quilômetros, levemente equipados, para destruir o portal das bruxas. Infelizmente, depois de oito horas de batalha sangrenta, tudo fora em vão!

Mesmo que o Físico dos orcs fosse várias vezes maior que o de um humano, tal provação prolongada havia exaurido completamente sua energia, tornando impossível uma jornada tão árdua.

Muitos guerreiros orcs já haviam desabado no chão de exaustão. Não tinham forças sequer para resistir quando o enxame de mortos-vivos os arrastava para a horda.

Derrota até a cidade; uma derrota total.

O exército de orcs foi massacrado de forma tão decisiva que era difícil suportar a visão!

Um destino ainda pior aguardava o esquadrão de elite dos orcs, que agora estava cercado por inimigos. Seus graus não eram inferiores aos das bruxas de alto escalão, mas definitivamente não eram páreo para elas em combate real.

Após exterminarem quase metade dos poderosos orcs, as líderes bruxas realizaram uma discussão. A Líder das Bruxas da Morte, Khesuna, conduziria a maré e continuaria a perseguir os sobreviventes do exército de orcs. Enquanto isso, a Líder das Bruxas das Sombras, Circe, lideraria o exército das sombras em uma marcha direta rumo à Cidade Água Murcha.

Enquanto isso, a fraca facção das Bruxas do Destino limparia o campo de batalha ao lado das Bruxas do Inverno Gelado e Bruxas da Agonia. Elas também seriam responsáveis por transportar os despojos de guerra para a Cidade Água Murcha.

O portal já se fechava lentamente após transportar todas as forças das bruxas.

Quando orcs e bruxas deixaram as planícies, as únicas coisas que restaram foram ossos carbonizados e grandes poças de sangue carmesim.

…………

Cidade Água Murcha.

Quem estava no comando da guarnição da cidade era o líder da Tribo Martelo de Pedra – Dava.

Mais de cinquenta mil elites haviam sido enviadas da Cidade Água Murcha desde que receberam o decreto do Deus-Bestial. Eles marcharam cinquenta quilômetros para atacar o portal das bruxas. Enquanto isso, Dava permaneceu na cidade, reunindo todas as forças de combate dos territórios ao redor e observando atentamente o campo de batalha à distância.

As patrulhas de harpias descobriram o primeiro grupo de orcs em fuga às três da tarde.

Nas duas horas seguintes, Dava recebeu notícia atrás de notícia, cada uma mais aterradora que a anterior!

As forças invasoras das bruxas haviam derrotado o exército orc!

As forças das bruxas estavam usando os mortos-vivos para conduzir os remanescentes em direção à Cidade Água Murcha.

E acima de tudo, o que mais assustava Dava era o desaparecimento misterioso de todas as patrulhas de cavaleiros-lobo e harpias que havia enviado na outra direção.

De acordo com os padrões militares dos orcs, todas as patrulhas e sentinelas deveriam enviar relatórios de volta à Cidade Água Murcha em intervalos específicos. Mas agora, a cidade havia perdido todo contato com as poucas torres de vigia e postos de observação fora de seus muros. Até mesmo as tropas enviadas para investigar não retornaram.

Isso… era sem dúvida uma péssima notícia que não poderia ser pior!

Parecia que o inimigo pretendia aproveitar a derrota das elites para conquistar a Cidade da Água Murcha. Dava via claramente a situação, mas não havia nada que pudesse fazer a respeito.

Afinal, Xan’tish havia levado consigo todas as forças de elite da cidade. Os orcs restantes podiam até ser capazes de lutar, mas careciam de treinamento militar rigoroso e adequado. Eram soldados despreparados, incapazes de se organizar em uma força de combate efetiva.

Ao compreender a gravidade da situação, o Chefe da Tribo Martelo de Pedra, Dava, só pôde emitir um edital de conscrição da mais alta ordem. Ele mobilizou todos os orcs e raças subordinadas da cidade para ficarem de guarda nas muralhas.

Por um momento, uma multidão se reuniu nas muralhas grandiosas e imponentes da Cidade Água Murcha. Esquadrões de minotauros com chifres pretos na cabeça empurravam pesadas máquinas de guerra pelo chão, transportando-as até a torre no centro das muralhas.

Talvez fosse a ferocidade e o poder dos orcs que os fazia gostar de lutas brutais e frontais contra o inimigo. Era essa ferocidade e força que permitia aos orcs se tornarem os governantes incontestáveis do Plano Florestas Vigorosas.

No entanto, era precisamente esse estilo de combate que os levava a desprezar máquinas de guerra e estratégias.

Naturalmente, isso não importava se sempre tivessem a vantagem no campo de batalha.

Porém, agora que os orcs estavam em desvantagem e precisavam fortificar sua cidade, essa imperfeição tornara-se assustadoramente óbvia.

Quando os remanescentes finalmente chegaram às imediações da Cidade Água Murcha, seu estado lastimável chocou todos os espectadores. Qualquer um que visse os sobreviventes não podia evitar engolir em seco de nervosismo.

Grupos de ghouls haviam emergido da maré de mortos-vivos e alcançavam rapidamente os remanescentes numa estrada empoeirada a apenas um quilômetro da cidade.

Os orcs exaustos só podiam escolher ficar e resistir, defendendo-se dos ataques do exército de mortos-vivos enquanto imploravam desesperadamente por ajuda da cidade.

Uma terrível discórdia explodiu na Cidade Água Murcha diante daquela cena!

Esses remanescentes eram forças da própria cidade desde o início. Quase todo guerreiro tinha parentes e amigos aguardando seu retorno dentro das muralhas. Os defensores não conseguiram mais suprimir a ansiedade ao verem seus próximos suportando ataques de mortos-vivos aterradores logo fora da cidade. Muitos correram até os portões, dispostos a abri-los para salvar seus entes queridos.

Os defensores nas muralhas entraram em conflito com os orcs emocionados, fazendo despencar a moral da guarnição.

O comandante supremo da guarnição era Dava. Ele sabia bem qual era a situação, mas também sabia o que precisava ser feito.

Se recusasse enviar tropas para salvar aqueles soldados, o coração do povo se perderia sem luta. Porém, se mandasse reforços, provavelmente seria exatamente o que a maré de mortos-vivos no horizonte aguardava.

Dava hesitou, mas no fim só pôde suspirar e ordenar a abertura dos portões. Uma tropa de três mil soldados foi enviada para resgatar os orcs cercados.

Essa ordem foi, sem dúvida, uma das razões que resultaram na rápida queda da Cidade Água Murcha!

O exército enviado para fora da cidade era um time misto. A força principal era um exército de dois mil minotauros. Esses minotauros eram apoiados por trezentos cavaleiros-lobo, seiscentos centauros e cem harpias.

O que os aguardava fora da cidade era o exército de ghouls e o exército de espectros que as Bruxas da Morte haviam preparado especialmente para aquela situação.

Mais de mil espectros desceram dos céus no início da batalha. Eles gargalhavam friamente enquanto tornavam seus corpos intangíveis e investiam contra o exército orc.

Os espectros eram um tipo peculiar de existência, composto do ressentimento dos mortos e da substância espacial. Eles não possuíam corpos reais e eram imunes à maior parte dos danos físicos. Seus ataques também não possuíam efeitos físicos. Eles só podiam usar seu núcleo gélido de ressentimento para corroer as almas de seus inimigos.

Assim, todos os seus ataques possuíam efeitos de corrosão da alma tremendos e drenavam de forma eficaz o Espírito, a vitalidade e a energia da alma do inimigo!

Havia pouquíssimos entre os orcs que possuíam poderes de elementium, e armas convencionais mal conseguiam ferir os espectros. Consequentemente, os semitransparentes espectros atravessavam as flechas dos centauros e as lanças das harpias. Eles avançavam para os flancos e enfiavam suas garras nos corpos inimigos, agarrando freneticamente algo dentro deles.

Centauros e minotauros atacados pelos espectros não conseguiam feri-los, não importava como agitassem seus pilares de madeira e lanças. Em vez disso, eram eles que perdiam rapidamente energia da alma sob os ataques dos espectros. Perdiam a capacidade de pensar ou lutar. Seus corpos congelavam, e eles tombavam no chão.

O surgimento dos espectros instantaneamente lançou o exército orc no caos.

Nesse momento, o exército de ghouls chegou de todas as direções.

Os minotauros rugiam com os olhos injetados de sangue e batiam os cascos no chão. Os pilares de madeira de três metros em suas mãos eram brandidos ferozmente, esmagando um ghoul após o outro em pedaços.

No entanto, esses ghouls não temiam a morte.

Podiam ser muito inferiores aos guerreiros minotauros em termos de Força e Físico, mas possuíam agilidade muito superior à do inimigo.

Os ghouls se esgueiravam para cima e para baixo, desviando dos pilares de madeira e, ocasionalmente, arrancando um pedaço de carne de um minotauro ou acrescentando um novo talho em seu corpo musculoso.

As garras e presas dos ghouls estavam cobertas de veneno aterrador. Mesmo que os minotauros ainda resistissem após serem atacados, seu Vigor e Força inevitavelmente começavam a cair.