(Pov Cael)

    E quando eu finalmente ia entrar no meu quarto — sem culpa, plano, só o peso honesto de uma possível transa no olhar — adivinha?

    ALARME.

    Um puta alarme.

    Soando em cada esquina maldita do oitavo distrito. E dos outros quatorze também, porque claro, o caos tem plano de dados ilimitado.

    — Ah, tava demorando…

    Soltei, bufando pela alma.

    Ananit virou-se pra mim com aquele sorriso… Deus me livre. Ou melhor, não me livre.

    Ela tinha a expressão de quem goza ouvindo sirenes.

    — Alguém resolveu atacar um dos distritos… ehr…

    Deslizou um dedo pelo próprio peito, e eu juro que ouvi um saxofone ao fundo.

    — Isso me excita…

    — E-excita…?

    — Xiii…

    Sussurrou, o mesmo dedo agora selando minha boca, como se a merda da guerra fosse preliminar.

    E piscou.

    Aquela piscada que quebra alianças e começa impérios.

    — Com certeza tem um idiota em meus aposentos querendo que eu vá ver aquele loiro azedo… só… espere até isso acabar…

    — Tá…

    Murmurei, sem saber se precisava de um banho frio ou de um exorcismo.

    — Até logo, cachorrinho.

    E puff — sumiu.

    Portas batem.

    Eu, encostado na parede do quarto, com um arrepio na espinha e outra coisa em pé.

    — Cacete…

    O trem era bom demais, viu.

    Mas essa cavalona ia dar trabalho. Não mais do que o trabalho que acabou de surgir… mas ia.

    Ia sim.

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