Capítulo 2: Primeira aventura, parte 2.
Ter sido espancado pela garota que eu gosto me fez ficar nesse estado em que me encontro. Mas é graças a isso que poderei contar o que aconteceu no passado.
Após ter visto meu melhor amigo rir igual o Coringa, chorando logo em seguida, decidi que o melhor era deixar ele sozinho por um tempo. Mas, surpreendentemente, um pouco mais tarde nesse mesmo dia, ele acordou no meio da noite e me chamou.
— O que tu quer? — perguntei, sonolento e cansado.
— Seguinte… eu acabei de falar com um demônio.
Fechei os olhos com força e balancei a cabeça, sentindo a maciez do meu travesseiro.
— De que merda tu tá falando?
— E-exatamente o que falei… eu conversei com um cara lá de baixo. Não, não um cara… aquele cara lá de baixo.
— Lúcifer?! — exclamei, ficando sentando em meu colchão. Inclusive, dormíamos num beliche. — Tu falou com o diabo?!
— Sim, ele mesmo. Ele é o meu avô, inclusive.
“Só pode tá me zoando…”
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— Aliás, chamam meu pai de “diabo” porque ele é muito parecido com o próprio diabo… — Eu não estava vendo seu rosto, pois ele permanecia deitado na cama de cima. — Ele ainda tem a aparência angelical de quando era Lúcifer, o portador da luz.
“Tá… tá certo.”
— E aí, o que eu tenho a ver com isso? — indaguei, ainda sentado.
— Ele tá me enchendo o saco de novo… sabe essa semana que passei fora? — Ele falou como se eu soubesse o que tava fazendo. — Poisé, eu fui envolvido em uma aposta entre ele e Deus.
— A-ha… ahaha… ahahaha! — Não me aguentei. — É sério isso? Virou quem, o Jó?
— Sem piadas ruins e bíblicas.
Sua voz de repente ficou séria.
— Vou agir como se estivesse acreditando — Decidi que era uma boa ideia dançar conforme a dança. Ele tava mal, queria entender o que tava acontecendo. — O que eu tenho a ver com isso?
— Eu quero tua ajuda.
— Ah… beleza — Voltei a deitar e me cobri com o lençol.
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Ouvindo um “tum!” vindo do chão, seguido de um toque, rolei para o lado e olhei para o que me assustou.
— Pra agora.
— A-agora o quê?! — exclamei, recuperando-me.
— Eu quero tua ajuda pra agora.
Devia ter continuado a dormir.
Sim, essa teria sido a melhor escolha.
Mas, mijando na cara do meu eu do futuro — aquele que sentiria as consequências da atitude que tomei —, assenti com a cabeça.
E, do jeito como estávamos — só de calções e as sandálias que deixávamos na porta do quarto —, saímos de casa. Eu estava apenas seguindo-o, fazendo o que ele fazia.
ㅡㅡㅡ
Passado algum tempo, chegamos a um beco iluminado por luzes neons que alternavam entre vermelho e verde, e fomos parados por um cara de roupas largas e uma corrente de ouro falsificado reluzindo porcamente em seu pescoço.
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— Rala peito, moleque — Esse maldito me empurrou com um único braço. — Tá rolando um torneio aí. Torneio de luta entre gente que mata.
— Que mata? — perguntou Yago Dias.
— Que mata — O cara falou de forma a dar ênfase na última palavra. Queria dar medo, eu acho — Não é pra carne nova ver.
— Heh… — Nathan sorriu. Vi-o de canto, aquilo foi assustador de alguma forma. Era como se aquilo fosse uma piada levemente boa. — Então eu acho que não vou ser muito afetado.
Ouvi o som de algo esmagar a cabeça do segurança, vendo-o cair no chão frio e cheio de panfletos instantes depois.
Não tinha como ele saber que éramos paranormais, de qualquer forma.
— Tá ligado que a gente pode ir pro reformatório, né? — Perguntei enquanto tentava acompanhar os passos rápidos do meu amigo. — Odd Holders tem que andar com o crachá.
— Foda-se o crachá — rebateu ele sem virar o rosto. — Ainda não entendeu o que a gente vai fazer?
— Acredita se eu disser que não…? — perguntei, ainda que sentisse que isso fosse idiota.
Ele parou. Erguendo a mão esquerda e a flexionando, fechou seu punho — tremendo-o como se sentisse muita raiva ou determinação, um dos dois.
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Nunca o tinha visto desse jeito. Alguma coisa que era melhor eu não saber o motivava a tomar decisões como essa. Sentir um forte sentimento de que não poderia contrariar suas possíveis “ordens”.
— Vamos lutar nesse torneio de rua — explicou, pude sentir que aquilo era tão sério que ele poderia morrer por isso, mesmo que eu nem soubesse o motivo para tanta convicção. — E vencer. Lutar e vencer. Me ouviu?
Não havia espaço para negação. Era como a ordem de um senhor feudal, ou mesmo a de um rei absolutista.
“Eu só posso aceitar o que me é imposto.”
— Socar e dar o fora, é?
— Socar, pegar uma garota, e depois damos o fora — completou o que perguntei.
“Uma garota?”
Recuei um pouco. Todo aquele transtorno de algumas horas atrás era por causa dela? Uma garota que o faria levantar às uma e pouco da manhã e trocar socos com gente aleatória? Me perguntei que tipo de mulher seria essa.
“Eu posso arranjar uma no meio disso, hehe.”
Não era de todo ruim. Quer dizer, era uma espécie de eufemismo pensar em garotas, naquela situação. Dessa forma, voltamos a andar…
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…Rumando um caminho que, para mim, não haveria volta.
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