Índice de Capítulo


    『 Tradutor: Crimson 』


    –Ohm!!

    Uma poderosa onda de energia surgiu no Salão das Planícies.

    “Monstro Relâmpago de Sangue! Você não vai conseguir se esconder!”

    Uma voz estrondosa, repleta de poder absoluto, ecoou pela terra, reverberando por todos os cantos como um decreto divino. A atmosfera tornou-se pesada, sufocada por uma presença avassaladora que cobria tudo em seu caminho.

    Alice e os outros instintivamente olharam para cima, seus corpos tensos. Uma pressão esmagadora os envolveu, como se mãos invisíveis apertassem suas gargantas.

    Um ser de nível divino havia chegado.

    “Isso não é bom…” Vashno murmurou, com uma expressão sombria.

    “Não estamos nem tão longe de Ekatoe”, acrescentou Eztein, olhando para o terreno à frente.

    Estavam a apenas alguns quilômetros de distância e, para um ser daquele nível, tal distância não significava nada. Um piscar de olhos. Era tudo o que precisava.

    Os olhos de Alice estavam cheios de preocupação. Seus pensamentos eram consumidos por um nome.

    Souta.

    O poder de um Deus era algo muito além do seu alcance, além da lógica, além da resistência. Tudo o que podiam fazer agora era se preparar para o que estava por vir.

    Em várias cidades governadas pelo Conselho de Dragões.

    “Merda! Um Deus acabou de aparecer!” Exclamou a Quinta Cabeça, sentindo a pressão crepitante no ar.

    As outras Cabeças também sentiram, um peso que os oprimia e escurecia os céus. Todos sabiam que isso mudaria tudo. Como governantes de territórios no Salão das Planícies, não podiam escapar das consequências.

    Eles estavam concentrados em evacuar seu povo, mas agora… um ser superior havia descido, examinando toda a terra. Evacuar parecia sem sentido diante de tamanho poder.

    “Sou Arzona, Comandante do 53º Exército Demoníaco. Monstro Relâmpago de Sangue, você sabe o que queremos. Não pode se esconder de mim!”

    A voz de Arzona abalou a terra como um trovão, sua energia infundida em cada palavra. A pressão fez milhares de pessoas desabar instantaneamente, tanto civis quanto guerreiros de baixo nível. Sua declaração não foi apenas ouvida, foi sentida.

    Clã Flaem

    Hono e Erkigal ficaram lado a lado, olhando para o céu, com carrancas profundas estampadas em seus rostos.

    “Um Deus…” Hono murmurou.

    Após um breve silêncio, ela acrescentou: “O que você acha que vai acontecer agora?”

    A expressão de Erkigal era sombria.

    “Não sei… Mesmo que quiséssemos ajudar, não há nada que nossa força possa fazer contra um Deus. É inútil.”

    Suas palavras pairavam pesadas no ar, ecoando o desamparo sentido por muitos em todo o país.

    Ela não conseguia imaginar como Souta sobreviveria àquela calamidade. O Olimpo o havia abandonado, então não havia mais ninguém que pudesse protegê-lo.

    Erkigal virou a cabeça e seu olhar caiu sobre os membros assustados do clã.

    “Ajude-os”, disse ela calmamente e complementou: “Alguns já estão sendo consumidos pelo medo. Se isso continuar, não vão conseguir suportar.”

    Hono assentiu sem dizer uma palavra e entrou em ação.

    Do outro lado do Salão das Planícies, inúmeras pessoas se encolhiam nos cantos, agarrando a cabeça em pânico. Cobriam os ouvidos e fechavam os olhos com força, numa tentativa inútil de bloquear a voz, mas o medo continuava crescendo, infiltrando-se em suas mentes como um veneno.

    A voz de um Deus, amplificada com energia divina, não era algo a que pessoas comuns pudessem resistir. Ela afetava cada um de forma diferente. Para alguns, induzia um terror paralisante. Para outros… uma emoção perigosa e inebriante.

    Fora do Salão das Planícies.

    Nas sombras além das fronteiras da região, vários Deuses se escondiam, escondendo sua presença enquanto observavam Arzona, o Pilar Demoníaco.

    “Ehe~ Isso vai ser divertido…” Um deles sussurrou com alegria.

    “Cuidado”, alertou outro e disse: “Os Três Portadores da Calamidade também podem estar de olho, esperando a oportunidade perfeita para abater alguns de nós.”

    “E as Terras Santas? O que estão fazendo? Ficando parados enquanto os demônios fazem seu movimento? Que ousadia da parte deles…”

    “Kekeke… Seja lá o que for, será meu. Se for valioso, posso até evoluir de novo.”

    Seus sussurros ecoavam no vazio escuro, inaudíveis para os mortais, compartilhados apenas entre eles.

    Não era apenas um olhar observando o Salão das Planícies.

    Vários olhos divinos se voltaram para a tempestade que se desenrolava.

    Inúmeros mortais não tinham ideia do que estava prestes a acontecer.

    O Salão das Planícies estavam prestes a se tornar um campo de batalha para os Deuses.

    Asgard, Takamagahara, Aaru e outras Terras Santas observavam silenciosamente, à distância. Cada uma tinha suas próprias reservas e seus próprios planos ocultos.

    Quem morderia a isca? Quem cairia hoje?

    –Ohm!!

    Uma aura poderosa desceu sobre o Salão das Planícies enquanto uma figura se materializava lentamente no céu. Sua presença provocou uma onda na atmosfera, e todos os olhares se voltaram para ele.

    O olhar da figura se fixou diretamente em Arzona.

    Arzona parou no ar, estreitando os olhos ao reconhecer o recém-chegado.

    “Governante da Gula…” Ele murmurou.

    Isso mesmo. O homem que acabara de aparecer era ninguém menos que Esquin, o Soberano da Gula.

    “Você é ousado”, disse Esquin calmamente, penteando o cabelo para trás com indiferença enquanto dizia: “Eu já disse a vocês, demônios, para ficarem no cantinho de vocês. Mas considerando o que está acontecendo agora… mudei de ideia.”

    “O que você quer?” Arzona perguntou, com um tom ríspido e cauteloso.

    Esquin riu baixinho.

    “Ah, nada demais. Só quero dar uma olhada no que quer que você esteja procurando. Quem sabe… Talvez vocês, demônios, possam manter as outras Terras Santas ocupadas enquanto eu aproveito o espetáculo.”

    “Você” Arzona levantou a mão, e uma imensa onda de energia começou a se formar.

    –Ohm!!

    A própria estrutura do espaço tremeu enquanto os céus sobre o Salão das Planícies se tornavam sinistramente escuros. Nuvens espessas rodopiavam acima, e trovões ribombavam pelos céus como tambores de guerra.

    Lá embaixo, os mortais congelaram, tomados por um medo instintivo. Era como se a própria terra os alertasse: uma calamidade estava prestes a se desencadear.

    Assim que Arzona estava prestes a lançar seu ataque, o ar mudou.

    Uma montanha colossal irrompeu do solo, perfurando a camada de nuvens. Sua superfície irregular rachou e se partiu enquanto água vermelho-sangue irrompia de seu pico, caindo em cascata como uma cachoeira carmesim. Momentos depois, uma espessa fumaça negra subiu, engolfando os céus acima do Salão das Planícies em uma escuridão sufocante.

    Esquin estreitou os olhos enquanto olhava para baixo.

    “Isso é…” Ele murmurou, com a voz carregada de cautela.

    Arzona se virou bruscamente, sua expressão endurecendo ao sentir uma onda avassaladora de energia antiga e bruta se espalhando pela terra.

    E então, uma voz ecoou pelo mundo:

    “Em meu nome…”

    Era poderosa. Primordial. Uma voz que transcendia raças e reinos.

    Um minuto atrás

    Souta pousou em uma área isolada nas profundezas da região central do Salão das Planícies. Ele virou a cabeça ligeiramente, estendendo sua percepção por toda a terra.

    “Eles não conseguiram nos seguir…” Ele murmurou.

    Aqueles que o perseguiam desapareceram, incapazes de acompanhar sua velocidade.

    ‘Isso é natural. Você está muito além deles agora. Eles nunca foram a verdadeira ameaça. São os seres superiores atrás da sua cabeça que você deveria se preocupar.’ disse Saya calmamente em sua mente.

    “Eu sei. Foi por isso que viemos aqui”, respondeu Souta, assentindo.

    ‘Ótimo. Basta seguir minhas instruções. Está tudo no lugar agora.’

    Seguindo suas instruções, Souta começou a esculpir um enorme círculo mágico no chão. Assim que terminou, ele levantou a mão e o sangue jorrou, pingando no círculo.

    –Ohm!!

    O círculo absorveu o sangue avidamente, suas linhas gravadas brilhando com uma intensa luz vermelha.

    Souta observou a transformação se desenrolar, com o rosto sereno. Ele já havia aceitado o que precisava ser feito.

    –Thud!!

    Um fraco pulso de energia se espalhou pelo chão como uma batida de coração.

    “Faça isso, Souta.”

    Sem hesitar, Souta levantou a espada vajra e a cravou no coração do círculo.

    –Boom!!

    A terra tremeu violentamente quando um pilar de luz explodiu para cima.

    –Whoosh!!

    No instante seguinte, Souta se viu em um espaço diferente, isolado do mundo físico.

    Diante dele, erguia-se um cubo enorme, coberto por correntes antigas e selos poderosos. Uma presença se agitava dentro dele, aprisionada firmemente, com o corpo obscurecido pelo peso de restrições mágicas.

    “Então você está aqui…”

    Uma voz profunda e ressonante ecoou pela câmara.

    “Imperador Sem Divindade…” Souta murmurou, com os olhos fixos no enorme cubo selado à sua frente.

    Este era o ser aprisionado neste espaço.

    O homem que nasceu sem algemas.

    O homem que nasceu imperador.

    O Imperador Sem Divindade.

    “Por que você veio aqui?” A voz perguntou novamente, cheia de poder e calma final.

    “Como se você não soubesse…” Souta respondeu friamente.

    Ele já sabia a verdade. Saya lhe contara tudo o que acontecera entre ela e o Imperador Sem Divindade no final daquela batalha fatídica.

    Meses antes.

    Logo após o ataque final de Souta ter aparentemente derrotado o Imperador Sem Divindade, Saya desceu aos restos do corpo de Yenxia, ​​tentando apagar a vontade persistente do imperador.

    “É inútil”, disse o Imperador Sem Divindade, calmamente e explicou: “Você não pode apagar minha vontade aqui. Ela está fundida com este receptáculo, assimilada além da separação. Se você persistir, só vai danificar sua consciência… irreparavelmente.”

    Mas Saya permaneceu firme e imperturbável.

    “Tenho uma proposta”, Ela disse.

    O Imperador Sem Divindade levantou uma sobrancelha, intrigado.

    “Sobre Souta…” Saya continuou, com a voz firme.

    O imperador deu um grande sorriso.

    “Continue.”

    “Acredito que Souta em breve enfrentará algo muito além de suas capacidades”, disse ela, relembrando os eventos no Reino Fone, com os fios do destino se entrelaçando de forma anormal. “Ele precisará de ajuda, que só alguém como você pode oferecer. Quando chegar a hora, direi a ele para libertá-lo. Em troca, você fornecerá proteção.”

    Houve uma pausa.

    Então, uma risada lenta e divertida.

    “Ah…? E por que você acha que ele concordaria com uma coisa dessas?” Perguntou o Imperador Sem Divindade, com os olhos brilhando dentro do cubo de correntes.

    “Provavelmente porque lhe custaria tudo se enfrentasse aquele desastre sozinho”, disse Saya suavemente e continuou: “Eu o conheço. Sempre estive com ele. É por isso… tenho certeza de que ele concordará.”

    O Imperador Sem Divindade deu um leve sorriso e fechou os olhos.

    “Muito bem. Eu aceito. Oferecerei uma ajudinha, nada mais. É bem interessante, afinal. Até lá, ficarei parado.”

    Saya levantou o olhar, encarando solenemente o ser selado diante dela.

    “Eu lhes darei um círculo mágico que pode iniciar o processo. Vocês não podem quebrar o selo sozinhos, mas com ele, as chances são maiores. Um sacrifício será apreciado.” Um sorriso irônico surgiu em seus lábios enquanto dizia: “Desta vez, não preciso de um receptáculo. Já preparei algo lá fora, usando este corpo.”

    Sim… o Imperador Sem Divindade havia simplesmente lutado após tomar o controle de Yenxia. Ele havia preparado uma rota de fuga, uma contingência caso falhasse.

    De volta ao presente.

    “Você está aqui para me libertar”, disse o Imperador Sem Divindade, com a voz carregada de poder ancestral enquanto dizia: “Eu vou te ajudar… mas não espere que eu cuide de você.”

    “Eu sei”, Souta respondeu com um aceno de cabeça.

    O ser selado soltou uma risada profunda e divertida.

    “Não faz tanto tempo, mas você ficou mais forte. Vá em frente, mostre a eles. Mostre a todos do que você é capaz. Crie história neste exato momento. Eu testemunharei a glória que você trará.”

    Souta estreitou os olhos.

    “Quero te matar.”

    Não havia raiva em sua voz, apenas uma promessa fria.

    “Então venha pelo meu pescoço”, disse o Imperador, sorrindo ainda mais. “Eu nunca experimentei a morte antes… então me conceda, se puder. Embora com sua força atual, seja impossível. Além disso…” Sua voz se aprofundou: “Eu já removi o conceito de morte do meu corpo. Não possuo mais tal coisa.”

    Souta respirou fundo e levantou a mão. Energia irrompeu de sua palma enquanto ele gritava: “Saya!”

    “Eu sei!” Saya respondeu sem hesitar.

    –Ohm!!

    Uma luz branca ofuscante consumia todo o espaço.

    E então a Montanha da Perdição surgiu mais uma vez.

    Raízes escuras e retorcidas se espalhavam pelo céu, estendendo-se como gavinhas, consumindo tudo em seu caminho. Uma espessa fumaça negra cobria os céus acima do Salão das Planícies. A chuva começou a cair em torrentes enquanto relâmpagos rasgavam os céus. O trovão rugia implacavelmente, sacudindo a terra. Uma violenta tempestade havia se abatido.

    O povo levantou a cabeça, com os olhos arregalados de medo.

    Memórias de morte, destruição e desespero voltaram.

    A calamidade que quase os exterminou a todos há apenas alguns meses…

    Ela havia retornado.

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