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    『 Tradutor: Crimson 』


    Dentro da Fortaleza Guardiã.

    Os olhos de Alice se abriram de repente. Seu peito subia e descia enquanto ela imediatamente buscava os sentidos. Os tremores, os estrondos distantes, a energia crescente lá fora — era inconfundível.

    “A batalha… já começou.” Sua voz era suave, mas carregada de culpa. Ela se levantou e disse: “Não posso ficar aqui sentada. Isso está acontecendo por minha causa. Eu tenho que lutar.”

    Seus passos ecoaram no corredor enquanto ela saía do quarto. A tripulação da fortaleza olhava para cima quando ela passava, curvando-se ou oferecendo cumprimentos apressados, mas Alice apenas levantou a mão e balançou a cabeça, instando-os a ignorar as formalidades. Agora não era o momento.

    Por fim, ela pisou no convés externo. O horizonte estava em chamas — feitiços colidindo, luz dourada e fumaça negra serpenteando pelo céu, o campo de batalha um mar de caos e carnificina.

    Alice deu um passo à frente. Sua mão se abriu e, com um brilho de luz, uma lança dourada se materializou em sua palma. Sua aura sagrada pulsava como uma batida de coração, ressoando com sua determinação.

    Mas quando ela estava prestes a entrar na briga…

    “Parada aí.”

    A palavra cortou bruscamente o barulho da batalha.

    Alice se virou. Torkez estava parado a uma curta distância, com a expressão séria e a cabeça balançando lentamente.

    “Ainda não”, disse ele, em voz baixa, mas firme e continuava: “Não se junte à luta.”

    Alice franziu a testa, apertando a lança com mais força.

    “Por quê? Você pode ver por si mesmo. Estamos sendo empurrados para trás. Estamos em desvantagem!”

    “É… É justamente por isso que você não deve se juntar à batalha. Você se juntará mais tarde”, disse Torkez com firmeza, com os olhos fixos no campo de batalha.

    Alice voltou o olhar para fora. A cena fez seu peito apertar. Quase todos os lutadores da Astros estavam travando combates contra múltiplos inimigos. Seus movimentos eram irregulares, seus corpos encharcados de sangue, mas ainda assim se recusavam a ceder. O desespero irradiava de suas fileiras — qualquer segundo poderia ser o último.

    “Se isso continuar, vão morrer, Torkez.” Sua voz tremia, mas seus olhos dourados ardiam de convicção.

    “Isso só se…” Torkez murmurou, calmo em contraste com sua urgência.

    No campo de batalha, Vashno liberou seu poder dos sonhos ao limite, entrelaçando-o com poder elemental. O corpo de Eztein ardia com magia e artes de combate, enquanto Franklin investia imprudentemente, com as feridas abertas e rindo como louco. Todos se esforçavam além de seus limites, cada um cercado, cada um carregando o peso da quantidade contra si.

    “Espere…” Torkez sussurrou baixinho, contando os segundos, estreitando os olhos como se estivesse esperando por um sinal invisível.

    Um minuto inteiro se passou.

    Então, sua mão se levantou.

    “Ativem.”

    Ao seu comando, um campo radiante irrompeu da Fortaleza Guardiã, expandindo-se instantaneamente até engolir todo o campo de batalha. Semitransparente, brilhando com energia primordial, a barreira pressionou como a vontade dos próprios céus.

    “Não se preocupe com as pedras de mana. Queime todas se for preciso”, ordenou Torkez.

    A [Matriz-Barreira dos Cinco Elementos] rugiu para a vida. Os soldados da Astros ofegaram quando uma onda de calor e vigor percorreu suas veias. Sua força se aguçou, seus movimentos se tornaram mais leves — eles se sentiram vivos novamente.

    Os inimigos, no entanto, cambalearam. A supressão tomou conta de seus corpos, desacelerando seus membros, aprisionando sua força.

    Os veteranos foram os primeiros a aproveitar o momento. Vashno, Eztein, Franklin — instintos aguerridos pela batalha se manifestaram. O instante de distração era tudo o que precisavam.

    Um único batimento cardíaco decidiu a vida e a morte.

    Sangue espirrou pelo campo de batalha. Um ou dois oponentes caíram sobre cada um deles, seus corpos desabando antes mesmo que percebessem que a maré havia mudado. Vários outros ficaram gravemente feridos, com o ímpeto quebrado.

    Os especialistas que ainda não haviam se juntado à batalha franziram a testa enquanto a [Matriz-Barreira dos Cinco Elementos] se expandia.

    “E pensar que eles têm uma matriz desse nível…” Murmurou um deles, estreitando os olhos.

    “Como eu disse, o Monstro Relâmpago de Sangue não é um inimigo comum. Ele derrotou um monstro no quinto estágio enquanto ainda está no quarto estágio. Um homem assim certamente tem inúmeras cartas na manga”, respondeu outro, sombriamente.

    Suas conversas sussurradas ecoavam pela multidão. E a cada minuto, mais tropas chegavam. Seus números aumentavam como uma maré sem fim.

    Cinco mil já se chocavam desesperadamente com o povo do Monstro Relâmpago de Sangue. Atrás deles, pairando como uma montanha de inevitabilidade, mais vinte mil observavam, aguardando a ordem de devorar.

    No convés da Fortaleza Guardiã, Torkez expirou lentamente, com os olhos pesados. Mesmo que os vinte mil ainda não tivessem se movido, a presença deles, por si só, o atingia, a todos. Era sufocante, como uma tempestade se formando antes do ataque.

    Ele se virou para Alice.

    “Pode ir agora”, disse ele, com a voz firme, mas grave disse: “Proteja Doranjan.”

    “Doranjan?” Alice piscou, franzindo as sobrancelhas.

    Seu olhar percorreu o campo de batalha caótico — e lá estava ele. O enorme dragão, Doranjan, com suas escamas brilhando fracamente sob o sangue e a sujeira, estava cercado por vinte especialistas. Seu corpo arfava com os ferimentos, pedaços de carne arrancados, sangue jorrando como um rio. Se não fosse pelo parasita se contorcendo dando seu melhor, ele já teria caído.

    A expressão de Alice endureceu. Ela assentiu bruscamente e então disparou para frente como uma lança dourada, sua aura flamejante enquanto rasgava os céus.

    Enquanto sua figura desaparecia no caos, Torkez abriu os braços. Seu corpo envelhecido tremia levemente, mas seus olhos ardiam em desafio.

    “Posso ser mais fraco que eles”, murmurou para si mesmo e continuou dizendo: “Mas ainda posso abrir um caminho — e ainda posso levar alguns deles comigo.”

    Ele cerrou os punhos, uma onda de feram envolvendo seu corpo em ondas ondulantes de pressão.

    “Quanto ao comando…” Seus lábios se curvaram num sorriso débil e disse: “Souta chegará em breve.”

    No Palácio do Demônio Celestial.

    No momento em que Alice entrou no campo de batalha, Lúcifer abriu os olhos. Seu olhar se voltou para a projeção cintilante à sua frente — uma transmissão ao vivo por demônios batedores ocultos.

    Todos acreditavam que os demônios ainda não haviam se movido. Na verdade, eles já estavam lá, escondidos nas sombras, transmitindo cada detalhe ao Grande Imperador Demônio.

    “Coordenadas…” Murmurou Lúcifer.

    Sua mente calculou instantaneamente o local exato da batalha. Ele ergueu a mão, e o espaço à sua frente se quebrou como vidro. Uma rachadura enorme se abriu, cujas bordas sangravam com luz distorcida.

    Lúcifer estendeu a mão pela rachadura, atravessando as dimensões para agarrar Alice.

    Mas então,

    –Bang!!

    Uma onda de choque estrondosa irrompeu quando uma força de resistência o atingiu, empurrando sua mão para trás. Seus olhos se estreitaram.

    “… Imperador Sem Divindade.”

    Uma voz fria e autoritária ressoou de dentro da rachadura.

    “Imperador Demônio. Eu avisei antes — nenhum ser de nível divino tem permissão para interferir. Achou que eu não perceberia seu plano? Você pretende arrastar todo o campo de batalha para o reino dos sonhos. Se isso acontecer, todos os seres vivos presos lá dentro morrerão. É por isso que seus demônios permanecem, observando, imóveis.”

    Lúcifer não disse nada. Sua expressão permaneceu indecifrável, mas seu olhar permaneceu na rachadura, sem piscar.

    A voz continuou, profunda e implacável:

    “Você comanda legiões, não é? Você tem inúmeros demônios abaixo do nível divino. Use-os. Envie quantos quiser — não importa. Enquanto não forem deuses, eu não intervirei.”

    Lúcifer finalmente falou, seu tom calmo, quase casual:

    “Você não vai conseguir manter isso por muito tempo.”

    “Não pretendo”, respondeu o Imperador e informou: “Além disso… tenho a sensação de que este assunto vai acabar mais cedo do que você imagina.”

    A rachadura se fechou com um último estalo, deixando apenas o silêncio para trás.

    Os olhos de Lúcifer se fecharam mais uma vez, embora um sorriso pairasse em seus lábios.

    “Claro que não pretende”, sussurrou ele e continuou: “Mesmo que eu fique parado… aqueles seres virão atrás de você.”

    No campo de batalha.

    Alice se movia como um cometa dourado em meio ao caos, sua lança lançando arcos de luz enquanto golpeava. Cada estocada e varredura carregava um poder avassalador, perfurando defesas, dilacerando corpos. Em meras respirações, dezenas de inimigos desmoronavam diante dela.

    Ela não se levantou para se juntar a Vashno contra os especialistas na Sexta Algema. Em vez disso, desceu para fazer um massacre abaixo, derrotando a onda de guerreiros que fervilhava pelo chão.

    Especialistas na Terceira, Quarta e até Quinta Algema — todos caíram como trigo sob uma foice. Ninguém conseguiu resistir a ela, nem por um instante.

    Sua aparição repentina chocou os inimigos. Murmúrios se espalharam por elas.

    Outro Sexta Algema? Quantos o Monstro Relâmpago de Sangue comanda?!

    Vashno sozinho já era suficiente para conter vários oponentes na Sexta Algema. Mas agora, outra se juntou a eles.

    E então havia Souta — o próprio Monstro Relâmpago de Sangue. Um ser que desafiou a lógica e venceu, derrotando um quinto estágio enquanto ainda estava no quarto. Contra oponentes comuns de seu nível, dizia-se que dez mil poderiam não ser suficientes para derrotá-lo.

    Alice parou no ar, sua lança dourada espalhando luz enquanto observava o campo de batalha. Seu olhar se fixou em Doranjan, que lutava com ferocidade implacável, apesar de estar sobrecarregado.

    “… O que você quer dizer com isso?” Ela murmurou baixinho, lembrando-se das palavras de Torkez.

    Seus olhos se estreitaram. Doranjan estava em apuros.

    –ROARRR!!!

    O corpo enorme de Doranjan avançou, com as mandíbulas se abrindo enquanto ele liberava [Bestrou] — uma torrente devastadora de energia destrutiva.

    Três especialistas na Sexta Algema combinaram seus poderes imediatamente, e uma barreira brilhante se ergueu para absorver a explosão. Faíscas e rachaduras percorreram sua superfície, mas ela resistiu.

    Mais dois o flanqueavam à esquerda, três à direita, com movimentos precisos e coordenados.

    A cauda de Doranjan se lançou para a frente, cortando o ar enquanto se lançava em direção a dupla à sua esquerda. Eles recuaram rapidamente, com as mãos montando círculos mágicos.

    –BOOM! BOOM!

    Explosões percorreram suas escamas, uma dor lancinante percorreu seus nervos.

    –BOOM!

    Os feitiços dos outros três caíram sobre seu flanco direito, um bombardeio concentrado que arrancou pedaços de carne e escamas de seu corpo. Fumaça e poeira o engolfaram.

    Mas através da névoa…

    –ROARRR!!!

    Doranjan irrompeu, abrindo as asas com um vendaval estrondoso. Suas garras se agarraram a um dos dois especialistas à sua esquerda antes que o homem pudesse recuar. Com força brutal, ele lançou o corpo contra a terra, deixando uma cratera no impacto.

    Sem pausa, Doranjan inclinou a cabeça para trás e liberou outro [Bestrou], a onda de choque percorrendo o campo de batalha.

    Os ventos uivavam enquanto suas enormes asas se estendiam, espalhando inimigos como insetos.

    Uma névoa emanava de seus ferimentos, enroscando-se em seus membros e presas. Sua palma apertou o especialista que se debatia, e uma força turbilhonante — enlouquecedora, etérea — cresceu em seu alcance.

    “Ahhhhhh!!” O homem gritou, seu corpo convulsionando enquanto ele tentava desesperadamente resistir.

    Mas Doranjan só se fortaleceu. O parasita alimentou sua carne, o poder dos sonhos irrompeu sem controle e seu poder elemental irrompeu em uma tempestade.

    A própria terra se deformou, terra e pedra se curvaram sob a torrente de seu poder liberado.

    Alice, mesmo enquanto derrubava os inimigos com precisão e rapidez, mantinha os sentidos concentrados na batalha de Doranjan. Em meio ao caos, algo chamou sua atenção. Seus olhos dourados se estreitaram.

    “… Então é isso.”

    Ela prendeu a respiração quando a verdade surgiu.

    “Agora eu entendo… por que Torkez insistiu que o protegêssemos. Doranjan… ele está bem na beira do quarto estágio. Ele está prestes a romper — a entrar no reino superior.”

    O choque percorreu seu peito. O peso quase a congelou.

    Um segundo monstro de quinta evolução estava prestes a surgir dentro da Astros.

    A expressão de Alice endureceu, a lança apertando-se em seu aperto. Ela entendeu o que isso significava.

    Os olhos que observavam das sombras — seus inimigos, seus rivais — nenhum deles permitiria tal nascimento. Um monstro de quinto estágio na Astros mudaria o equilíbrio de poder irreversivelmente.

    “Eles virão atrás dele”, ela murmurou e concluiu: “Vão fazer de tudo para impedir isso.”

    Seu olhar percorreu o campo de batalha, já imaginando a maré que logo chegaria. Dezenas de milhares — talvez mais. Um exército descendo como uma enchente.

    Mais de vinte mil especialistas podem chegar até nós em minutos…

    O corpo de Alice ficou tenso. Para Doranjan evoluir, para Astros ascenderem, ela teria que abrir caminho sozinha através da tempestade.

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