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    『 Tradutor: Crimson 』


    Dentro da [Matriz-Barreira dos Cinco Elementos],

    Alice, Vashno, Amanda, Franklin e os outros haviam se refugiado na Fortaleza Guardiã. Eles permaneceram no convés, observando o caos se desenrolar lá fora com expressões sombrias.

    A cada segundo, alguém morria.

    Cadáveres jaziam espalhados pelo campo, e o cheiro de sangue era denso no ar. Explosões ecoavam sem parar, cada uma ceifando mais vidas.

    Foi uma guerra brutal.

    “Isso não é nem de longe toda a força do que está por vir…” murmurou Eztein, com a voz pesada.

    Todos sabiam disso. Ainda havia centenas de milhares marchando em sua direção. Se permanecessem ali esperando, acabariam sendo subjugados — mesmo com os monstros que atenderam ao chamado de Souta.

    “Tudo isso começou por minha causa”, disse Alice em voz baixa.

    Seu olhar estava fixo no campo de batalha, seus olhos dourados refletindo fogo e relâmpagos. Talvez, se ela tivesse sido um pouco mais forte naquela época, não teria sido forçada a usar sua verdadeira forma.

    “Temos que ir embora — agora”, disse Torkez com firmeza.

    Vashno, Isabella e os outros trocaram olhares antes de assentir. Eles sabiam o que precisava ser feito.

    Mas, quando estavam prestes a entrar, Alice se pronunciou.

    “Eu vou ficar aqui”, disse ela suavemente e continuou: “Vocês podem ir primeiro.”

    Torkez se virou para ela, com as sobrancelhas franzidas.

    “O que você quer dizer com isso?”

    Os outros também a olharam com olhares interrogativos.

    “Não vou participar da batalha”, explicou Alice e disse: “Vou ficar no prédio e esperar por Souta.”

    Sua voz era calma, mas havia algo inabalável por trás dela — uma determinação nascida da fé.

    O grupo trocou olhares inquietos.

    “Ah, então nós também ficaremos aqui”, disse Eztein.

    Os demais compartilhavam do mesmo sentimento, optando por permanecer dentro da fortaleza e aguardar o retorno de Souta.

    Fora da [Matriz-Barreira dos Cinco Elementos],

    A batalha entre especialistas de alto nível havia chegado a um impasse tenso depois que Kessa matou outro membro na Sétima Algema.

    Embora já tivessem eliminado vários inimigos, o número deles parecia continuar aumentando.

    Atualmente, havia vinte e nove especialistas de Rank Herói no lado oposto—

    E entre eles, dois estavam na Oitava Algema.

    A recém-chegada na Oitava Algema era uma mulher pequena, com sua altura mal chegando a um metro e meio. Ela segurava um cajado de madeira em uma das mãos, sua figura escondida sob um manto marrom folgado.

    “Você está aqui, Sana”, disse o outro especialista na Oitava Algema.

    A mulher chamada Sana assentiu levemente com a cabeça, seus olhos penetrantes percorrendo o campo de batalha. Seu olhar se deteve primeiro na Hidra de Nove Cabeças, depois se voltou para o próprio Monstro Relâmpago de Sangue.

    “Não esperava que o Monstro Relâmpago de Sangue iniciasse a guerra entre seres de alto nível”, murmurou Sana e complementou: “Talvez ele pretenda eliminar o máximo possível antes que mais cheguem.”

    Ela sabia a dimensão do que estava por vir. Os reforços que ainda chegariam somavam milhões — e entre eles, inúmeros seres de Rank Herói. Nem mesmo o Monstro Relâmpago de Sangue seria capaz de enfrentar tantos de uma só vez.

    Se ele estivesse atacando agora, isso só poderia significar uma coisa:

    Ele queria reduzir o número deles antes que o verdadeiro exército chegasse.

    Sana estreitou os olhos, apertando com mais força o seu cajado enquanto relâmpagos carmesins brilhavam à distância.

    Souta, Kessa, Doranjan e Erkigal pairavam no ar, observando silenciosamente os movimentos de seus inimigos pelo vasto e caótico campo de batalha.

    –Ohm!!

    Uma figura humanoide gigantesca emergiu da tempestade de energia e parou ao lado de Souta. Então, em sinal de reverência, ajoelhou-se no ar.

    “Saudações, Imperador”, disse a criatura, sua voz grave ressoando na linguagem dos monstros.

    Souta inclinou ligeiramente a cabeça, seus olhos cor de sangue pousando no recém-chegado — um monstro de quinto estágio com uma aura inconfundivelmente antiga e uma base sólida.

    “Vim porque ouvi seu chamado”, continuou o monstro e disse: “Você está enfrentando muitos inimigos. Abrirei um caminho para sua fuga.”

    Apenas Kessa e Doranjan entenderam as palavras. O som que chegou aos ouvidos de Erkigal não passava de um rosnado, incompreensível e bruto — uma linguagem que somente sua espécie conseguia entender.

    O olhar de Souta se intensificou.

    “Você sabe quantos monstros responderam ao meu chamado?”

    “Não”, respondeu o monstro humanoide e disse: “Viemos de tribos diferentes. Não posso falar por todos… mas existem outros dois como eu.”

    Souta fechou os olhos por um breve instante, pressentindo a verdade em suas palavras. Ao longe, em meio à horda de monstros, ele podia sentir a presença de mais dois seres de quinto estágio, esperando — observando.

    “Nós três abriremos um caminho para você, Imperador”, disse o monstro solenemente. “Mesmo que isso nos custe a vida.”

    “Agradeço. Você vai distraí-los”, disse Souta com um aceno breve de cabeça.

    Como esses monstros o queriam dar tempo para escapar, ele não rejeitaria a oferta. O momento era perfeito — o número de inimigos ainda não era esmagador.

    Este era o momento de recuar.

    Com três monstros de quinto estágio contendo as fileiras inimigas, Souta e suas forças teriam uma breve janela de oportunidade para recuar.

    “Agradeço. Que você sobreviva a esta batalha”, disse Souta em voz baixa antes de se virar. Ele fez um gesto para que Doranjan, Kessa e Erkigal o seguissem.

    –Swoosh!!

    Os quatro voaram pelos céus em direção à Fortaleza Guardiã.

    Lá embaixo, Sana e os outros especialistas de Rank Herói viram o movimento. Instantaneamente, suas energias se intensificaram.

    A atmosfera fervilhava de intenções assassinas, mas Souta e seus companheiros não vacilaram. Naquele mesmo instante, três enormes assinaturas de energia — cada uma quase comparável à de Kessa — irromperam das fileiras de monstros.

    “Caramba!!”

    “Monstro Relâmpago de Sangue!! A batalha ainda não acabou!!”

    Os especialistas de Rank Herói desencadearam uma saraivada de ataques, detonando por todo o campo de batalha em uma tempestade de destruição.

    –Boom!! Boom!!

    “Posso deixá-los para trás?”, perguntou Erkigal, olhando para trás.

    “Não”, respondeu Souta secamente e complementou: “Mas não temos escolha.”

    Seu tom não demonstrava hesitação, apenas uma aceitação sombria.

    Aqueles monstros tinham vindo para ajudá-los, mas seriam deixados para enfrentar o ataque sozinhos. Não havia outra saída. A força do inimigo era avassaladora, muito além do que poderiam enfrentar de frente.

    Nesse ponto, a sobrevivência era a única vitória.

    Momentos depois, os quatro desceram sobre a Fortaleza Guardiã, o ar ao redor deles pesado com o cheiro de sangue e trovão.

    Eles viram que Alice e os outros ainda estavam esperando lá dentro. Um alívio tomou conta de Amanda, Torkez e dos demais ao verem o grupo de Souta retornar ileso. Nenhum deles apresentava ferimentos graves — qualquer coisa menos que fatal poderia ser curada pelo parasita que percorria seus corpos.

    “Estávamos esperando por vocês”, disse Torkez, soltando um suspiro de alívio.

    Souta assentiu levemente com a cabeça.

    “Ótimo. Então vamos.”

    O grupo adentrou ainda mais a Fortaleza Guardiã. Após vários corredores, entraram em uma vasta câmara pulsante com uma energia estranha.

    Em seu centro erguia-se um dispositivo imponente — uma construção triangular de metal e pedra, cercada por partículas giratórias de energia densa. O espaço ao seu redor ondulava como água agitada.

    “É isso aí”, disse Torkez, dando um passo à frente e explicando: “O portal para a outra Fortaleza Guardiã. Assim que o ativarmos, poderemos deixar este campo de batalha.”

    Este era o plano desde o início—

    Para usar o portal para escapar.

    Ao atrair a atenção de inúmeros inimigos para esta área, garantiram que ninguém pensasse em investigar outro lugar. Enquanto os olhos do mundo estavam fixos em Souta, o povo comum de Astros já havia evacuado o local.

    Depois que todos atravessassem, destruiriam o dispositivo, cortando a conexão para que ninguém pudesse segui-los.

    “Vamos lá”, disse Souta.

    Todos assentiram com a cabeça. Um a um, atravessaram o portal, seus corpos se dissolvendo em luz enquanto desapareciam na fenda.

    Momentos depois, apenas Souta e Alice permaneceram. A energia turbulenta do portal refletia em seus olhos, projetando ondulações brancas e carmesins em seus rostos.

    Souta se virou para ela.

    “Você está com medo?”

    Alice balançou a cabeça suavemente.

    “Não.”

    Sua voz era firme, mas seus olhos carregavam o peso da culpa.

    “Não tenho medo deles… Só fico pensando que tudo isso — tudo o que está acontecendo — é minha culpa.”

    O olhar de Souta suavizou-se ligeiramente.

    “Você ainda se culpa?” Ele fez uma pausa para respirar, seu tom firme, mas não áspero e disse: “Você fez o que tinha que fazer. Se eu estivesse no seu lugar… eu teria feito o mesmo.”

    “Nem sei o que meu pai quer”, disse Alice baixinho e explicou: “Só me lembro da minha mãe me mandando correr… e do meu pai… ele estava enlouquecendo.” Ela franziu a testa, tentando encontrar uma razão para as ações dele, mas as lembranças eram vagas e dolorosas.

    O olhar de Souta permaneceu sobre ela.

    “Você quer voltar?”

    “Não”, disse ela firmemente, balançando a cabeça e reafirmando: “Não quero voltar.”

    Ela ainda conseguia ver o rosto aterrorizado da mãe gravado na memória — o medo, o desespero. Talvez estivesse destinada a enfrentar o mesmo desespero um dia. Mas agora… ela não queria pensar nisso. Só queria ficar ali — com seus amigos. Mesmo assim, a culpa a corroía. Muitas pessoas da Astros morreram na batalha que ela iniciara.

    “Então é isso”, disse Souta. Seu tom era calmo e resoluto antes de afirmar: “Eu vou te proteger… mesmo que isso signifique lutar contra o mundo inteiro.”

    Alice se virou para ele. Por um instante, ela apenas olhou para o rosto dele, então um pequeno sorriso frágil surgiu.

    “E você?”, perguntou ela baixinho e continuou: “Está com medo?”

    “Sim”, respondeu Souta sem hesitar, entrando no portal brilhante.

    Os olhos de Alice o seguiram. Então, após uma breve pausa, ela respirou fundo e entrou atrás dele.

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