Capítulo 1173 - Demônios: Fortaleza dos Demônios
『 Tradutor: Crimson 』
–Bang!!
Os olhos da mulher se arregalaram quando uma força poderosa atingiu seu corpo. Sua espada sequer havia alcançado Souta quando uma barreira transparente ricocheteou seu golpe.
Ela foi arremessada a centenas de metros de distância, seu corpo crivado de buracos. Ela aproveitou a oportunidade quando viu o Monstro Relâmpago de Sangue distraído — mas foi um erro fatal.
“Não pode ser…” Ela murmurou fracamente enquanto suas forças se esvaíam do seu corpo.
Souta virou a cabeça e, no instante em que seu olhar pousou sobre ela, ela sentiu a presença de um predador alfa à espreita.
Ele brandiu a foice na mão, e a mulher desapareceu no ar, sem deixar rastro.
Um ataque surpresa? Dificilmente seria eficaz contra alguém como ele, que possuía inúmeras habilidades de contra-ataque. Ele tinha [Grande Reflexão], [Espelho do Purgatório] e várias outras que se ativavam automaticamente sempre que era atacado. No máximo, só conseguiam eliminar especialistas abaixo do Reino da Liberdade.
Apesar de seus atributos básicos serem baixos, as bênçãos e as inúmeras habilidades que ele acumulou o tornaram muito mais poderoso do que os demais.
Se ele dependesse apenas de uma ou duas bênçãos e habilidades, seu personagem Blood teria dificuldades contra oponentes de alto nível. Mas com as bênçãos de todos os Comandantes do País Mecânico, seu poder já havia atingido um nível avassalador.
“Vamos acabar com isso!”
Souta desapareceu de sua posição e reapareceu no meio do exército inimigo. Ele brandiu a foice e a espada que tinha nas mãos, abrindo caminho pela multidão e ceifando centenas de vidas num instante.
–Boom!! Boom!!
Explosões irromperam ao seu redor enquanto ele avançava, abrindo um caminho de devastação. Em meros segundos, Souta continuou avançando em direção ao demônio que vinha rastreando. Embora já tivesse abatido centenas de milhares de especialistas, alguns ainda restavam. Ele decidiu deixar o restante para o exército de monstros.
No mínimo, havia alcançado seu objetivo: eliminar a maioria dos especialistas de Rank Herói e deixar apenas um punhado de sobreviventes.
Na verdade, havia passado menos de um minuto desde que chegara ao campo de batalha.
Durante esse breve período, ativou ainda mais habilidades, preparando-se para o confronto iminente. Além disso, sua barra de experiência foi completamente preenchida, impulsionando-o para o próximo nível.
Souta sabia o quão difícil era confrontar demônios de frente, especialmente dentro de suas fortalezas. Em uma batalha um contra um, no entanto, ele tinha certeza da vitória. Não era arrogância — era simplesmente um fato. Com o poder do Blood correndo em suas veias, nenhum demônio no mundo inteiro poderia derrotá-lo em um duelo.
A menos, é claro, que fosse um Pilar Demoníaco.
Ele já havia enfrentado demônios inúmeras vezes. Sabia melhor do que ninguém que invadir uma fortaleza dos demônios nunca era fácil.
“Aguarde por mim, Alice…”
A voz de Souta era baixa, levada pelo vento enquanto ele acelerava mais uma vez. O ar estalou como um trovão, e um rugido estrondoso ecoou pelos céus, enviando ondas de choque violentas que rasgaram a paisagem abaixo dele.
Então ele parou.
Suspenso no ar, a expressão de Souta escureceu. Seu olhar percorreu o corpo para baixo, os olhos se estreitando.
“Os rastros desapareceram aqui…” Ele murmurou e então disse: “Então eu estava certo. Há uma base dos demônios aqui.”
Seu feitiço de rastreamento não desapareceria sozinho. Algo abaixo estava interferindo — uma restrição, poderosa e deliberada, tecida para mascarar o que jazia por baixo.
Mas Souta já tinha visto esse tipo de truque antes.
E ele sabia exatamente o que isso significava.
Ele desceu silenciosamente, sua sombra riscando o chão abaixo.
…
Um lugar desconhecido.
Uma fortaleza envolta em segredo — um lugar demoníaco oculto aos olhos de todos os reinos. Dezenas de milhares de demônios se reuniam ali, sua presença adensando o ar com malícia e calor.
–Ohm!!
Toda a câmara tremeu. Um vasto portal no centro da fortaleza resplandecia com mana instável. O ar crepitava e se distorcia enquanto ondas de poder irrompiam para fora.
Alice, parada diante da chama, estremeceu com o clarão repentino. Seus olhos dourados refletiam a luz do vórtice giratório.
“O portal está… ativando”, ela sussurrou.
Ao seu redor, demônios despejavam pedras de mana no dispositivo, uma após a outra. Suas mãos tremiam sob a energia bruta que pulsava no ar.
“Quantas dessas bases temos espalhadas pelo continente?”, perguntou Alice em voz baixa, com o olhar fixo na estrutura trêmula.
Leimin, de pé ao lado dela, soltou um suspiro suave.
“Você não quer saber, Princesa.” Seus lábios se curvaram num sorriso fraco, quase cansado enquanto dizia: “Isso é confidencial. Apenas aqueles que carregam o fardo de nossa terra têm permissão para saber.”
A expressão de Alice endureceu.
Os Pilares Demoníacos.
Somente eles saberiam o número verdadeiro.
A câmara tremeu novamente. A chama das tochas oscilou. Ao redor, demônios se preparavam, suas armas reluzindo, suas auras afiadas. A maioria estava abaixo do Reino das Algemas, mas até os mais fracos podiam senti-lo — o frio repentino que se espalhava pelo ar.
Os olhos de Leimin se estreitaram. Ela voltou o olhar para cima.
“… Algo está por vir.”
Naquele instante, diversas flutuações violentas de energia irromperam pela fortaleza, como tempestades colidindo sobre nossas cabeças.
Alice prendeu a respiração quando o chão tremeu sob seus pés. Uma pressão sufocante caiu sobre eles, sacudindo toda a base.
Não era direcionado a ela.
Nem sequer era direcionado a alguém que estivesse lá dentro.
Era algo… lá fora.
Os demônios mais fracos desabaram instantaneamente, ofegantes. Os mais fortes ajoelharam-se, com as veias saltando, incapazes de resistir à força que os pressionava.
“Isso… essa sensação…” A voz de Alice tremeu quando a compreensão surgiu.
Um especialista no Reino da Liberdade.
Não, são vários.
O poder do Palácio Demoníaco Celestial era avassalador. Mesmo um único membro de sua elite poderia destruir um país. Mas isto… isto era suficiente para apagar um do mapa.
Leimin baixou os olhos por um longo momento, com uma expressão sombria. Então, ela se virou para Alice.
“Você tem que ir. Agora.”
Alice piscou, com confusão e medo estampados no rosto.
“O que você quer dizer?”
Leimin não respondeu. Ela manteve os olhos fixos no chão trêmulo, sua aura brilhando fracamente — como uma faísca solitária antes da tempestade.
Embora Leimin não tenha respondido, Alice podia sentir — algo estava errado. O próprio ar parecia tremer.
Então, uma voz ensurdecedora quebrou o silêncio.
“ALICE!! ESPERE POR MIM!!”
O som ecoou por toda a fortaleza, fazendo as paredes tremerem e o ar rasgar como um trovão.
Os olhos de Alice se arregalaram. Seu coração parou por um instante.
Aquela voz — ela a conhecia melhor do que ninguém.
Souta.
Ele veio para cá.
Por ela.
Seus joelhos fraquejaram enquanto a culpa a apertava o peito.
‘Ele veio de tão longe… por minha causa.’
Inúmeras pessoas se voltaram contra ele, inúmeras forças se mobilizaram apenas para capturá-lo ou matá-lo. E todas as vezes, o motivo era ela.
No entanto, ele não reclamou nenhuma vez.
Em nenhum momento desviou o olhar.
Mesmo quando o mundo inteiro tentou derrubá-lo, Souta suportou o fardo sozinho apenas para protegê-la.
“Isso… como eu pude…” Os lábios de Alice tremeram e sua voz falhou.
Desde aquele dia, desde o momento em que o incidente despedaçou seu mundo, ela não parou de se culpar. Cada batalha, cada perda, cada ferida. Ela podia sentir tudo isso pressionando seu coração como correntes.
O Palácio Demoníaco Celestial era uma força monstruosa. Comparado ao seu poder, todos que estavam ao seu lado não eram nada…
Mesmo assim, Souta continuou lutando.
Mesmo com sangue por cada centímetro de seu corpo, ele desafiou todos… só por ela.
A expressão de Leimin se contorceu em uma carranca enquanto o eco de sua voz se dissipava.
“Que diabos há de errado com esse Monstro Relâmpago de Sangue?!” Ela exclamou, com a voz embargada pela incredulidade e questionou: “Como ele pode ter tanta força?!”
Ela cerrou os punhos, rangeu os dentes em frustração enquanto outra onda de energia percorria o chão — uma tempestade de sangue e relâmpagos anunciando sua chegada.
…
Numa região conhecida como Vale da Pata de Urso, os próprios céus pareciam tremer.
Uma massa colossal de terra — um continente inteiro flutuante, com milhares de quilômetros de diâmetro — pairava suspensa no céu. Sua sombra engolfava o vale abaixo, mergulhando a terra na escuridão.
Os habitantes do Vale da Pata de Urso só conseguiam olhar horrorizados. Sua terra natal era um lugar árido e silencioso — seu especialista mais poderoso mal alcançava o Reino da Primeira Algema. No entanto, agora, diante de seus olhos, uma visão impossível se descortinava sobre eles.
Uma onda de energia — antinatural e sufocante — varreu a terra. O ar crepitava, distorcendo o próprio espaço. Até mesmo o solo vibrava sob a pressão daquela força invisível.
Se aquela terra flutuante afundasse, sabiam que não haveria sobreviventes. Cada cidade, cada animal, cada alma seria reduzida a pó. Centenas de milhares de vidas — apagadas num instante.
“O que é isso?!”
“A energia é insana!!”
O pânico se espalhou como fogo em palha seca. As pessoas gritavam, dispersando-se em todas as direções, desesperadas para fugir de uma calamidade que não conseguiam compreender.
Ninguém sabia o que era realmente aquela terra flutuante. Nenhum deles era capaz de entender.
Oculta sob camadas de magia ancestral e runas, a estrutura maciça era uma fortaleza demoníaca — uma fortaleza camuflada por uma matriz tão poderosa que até mesmo a percepção de um deus passaria despercebida. É claro que seres de nível divino poderiam detectá-la se vasculhassem a área minuciosamente.
Para os mortais abaixo, era intocável, intangível — algo que existia além da própria realidade. Mesmo que voassem em sua direção, simplesmente a atravessariam, como se não passasse de uma ilusão.
Mas agora—
A ilusão estava se desfazendo.
A matriz estava vacilando, fraturas se espalhando como rachaduras em vidro.
E qual foi a causa dessa destruição?
Era ninguém menos que aquele a quem chamavam de—
Monstro Relâmpago de Sangue.

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