Capítulo 1174 - Demônios: Lutando Com Demônios
『 Tradutor: Crimson 』
–Swoosh!!
Souta atravessou o centro da matriz e, imediatamente, uma força esmagadora o envolveu. A pressão era imensa — densa como ferro fundido — restringindo seus movimentos e diminuindo o fluxo de sua energia.
Mas ele não hesitou.
Ele ergueu a espada, e arcos carmesins de relâmpagos percorreram sua lâmina.
–Crackle!!
Uma torrente de relâmpagos cor de sangue explodiu para fora, rasgando o ar. A explosão abriu um buraco enorme na imensa estrutura flutuante, sacudindo toda a construção.
–Boom!!
Pedaços de destroços em chamas choveram quando Souta atravessou uma rachadura. O ar cintilava com uma energia violenta enquanto sua percepção se espalhava como uma tempestade, varrendo várias camadas da fortaleza num instante.
Mas ele não conseguia ver tudo. A teia de matrizes e runas que cobria a fortaleza resistia à sua investigação, distorcendo seus sentidos.
Ele estalou a língua.
“Como esperado…”
Esse era o perigo de invadir uma fortaleza dos demônios — uma fortaleza impenetrável repleta de armadilhas mortais, sistemas de selamento e barreiras de supressão projetadas para matar até mesmo o invasor mais cauteloso.
–Swoosh!!
Figuras surgiram ao seu redor — dezenas de demônios, com os olhos ardendo em intenções assassinas. O chão tremeu enquanto a aura combinada deles preenchia o salão.
Souta nem sequer hesitou.
Haviam se passado apenas alguns segundos desde que entrara, e já estavam ali.
Exatamente como esperado.
Ele sabia como funcionavam essas fortalezas. A vigilância estava presente em cada parede, cada runa, cada sombra. Para entrar sem ser detectado, seria necessária uma técnica de furtividade tão poderosa que enganaria até mesmo os Pilares Demoníacos.
Infelizmente para eles… Souta não tinha vindo para entrar sorrateiramente.
Ele veio para destruir tudo.
Souta respirou fundo. Seus músculos se tensionaram, uma onda de eletricidade percorrendo suas veias. Então…
Ele dobrou ligeiramente os joelhos e desapareceu.
–Swoosh!!
Um demônio avançou, brandindo sua lança contra ele. Mas antes que o golpe pudesse atingi-lo, Souta girou no ar, desviando-se do ataque por um triz. Ele girou, o impulso percorrendo seu corpo, e seu calcanhar se chocou contra o peito do demônio.
A criatura mal teve tempo de gritar antes que a foice descesse.
–Slash!!
Uma cabeça rolou pelo chão, o sangue caia como chuva.
Um vasto e sinistro círculo mágico se estendia sob os pés de Souta, brilhando com uma luz carmesim.
–Crack!
Num instante, estacas irromperam do chão, empalando os demônios que o cercavam. Eles foram erguidos do chão, pregados ao teto, seus gritos de agonia ecoando pelo salão.
Souta brandiu sua foice novamente, e as estacas — e seus cadáveres — se desfizeram em pó. Com um gesto de mão, as almas remanescentes foram atraídas para ele, devoradas por um par de acessórios em suas orelhas.
“Vou matar todos vocês”, murmurou Souta friamente, com os olhos ardendo em chamas vermelhas.
Então sua figura ficou borrada…
E desapareceu.
…
–Wooo!
Sirenes soaram por toda a fortaleza. Luzes vermelhas brilharam ao longo das paredes enquanto energia demoníaca ganhava vida.
A essa altura, todos os demônios da fortaleza já sabiam a verdade: o Monstro Relâmpago de Sangue havia invadido a fortaleza.
O pânico se espalhou pelas tropas, mas os demônios rapidamente se reagruparam, formando esquadrões e preparando suas defesas.
Souta os atravessou como uma lâmina.
Andar após andar, ele avançava sem parar, despedaçando todos os demônios que ousavam ficar em seu caminho. Os corredores se transformaram em rios de sangue, o ar pesado com energia queimada.
Diversas vezes, armadilhas detonaram sob seus pés — com violência suficiente para destruir até mesmo algumas de suas defesas passivas.
Explosões irromperam, a fumaça encheu o ar, mas Souta continuou avançando.
Ele não tinha tempo para ser cauteloso. Cada segundo importava. Se parasse para desarmar cuidadosamente cada matriz, levaria muito tempo para chegar até Alice.
–Swoosh!!
Souta avançou como um raio, um turbilhão de luz carmesim cortando os corredores. Cada demônio que se lançou contra ele — cada lâmina, garra e feitiço — desapareceu num piscar de olhos, apagado antes mesmo que percebesse o que havia acontecido.
A fortaleza estremeceu sob o peso de sua velocidade.
E então—sua percepção se aguçou.
Alice.
Os olhos de Souta se arregalaram. Ele podia sentir a tênue presença dela acima dele — a aproximadamente duzentos quilômetros de distância.
Um sorriso surgiu em seu rosto.
“Te encontrei.”
Ele ergueu a mão, e um relâmpago cor de sangue destruiu os tetos, atravessando camada após camada da fortaleza.
–BOOM! BOOM! BOOM!
Mas, quando estava prestes a se mover novamente, seus instintos gritaram.
Souta desviou-se bruscamente. Uma onda de energia gélida irrompeu de trás dele, congelando tudo em seu caminho. O ar cristalizou-se e a geada devorou as paredes, transformando sua posição anterior em um campo de gelo.
Ele rolou pelo ar, recuperando o equilíbrio, mas o frio ainda o atingiu. A mão que segurava sua espada vajra congelou, travando no lugar.
“Tch… uma armadilha tão poderosa.”
Souta cerrou os dentes, uma energia escura percorrendo suas veias. Sombras rastejaram por seu braço, devorando a geada centímetro por centímetro até que o gelo se estilhaçou em pó.
Sob sua pele, o parasita pulsava fracamente enquanto começava a reparar o dano. Sua regeneração era mais lenta do que antes — seu limite ficando próxima—, mas Souta não se importava.
Ele não podia parar agora.
Seu foco se fixou na aura de Alice perto do portal acima. Ele pressionou o pé contra o chão e um círculo mágico desabrochou sob ele, brilhando com intrincadas runas vermelhas.
–Crackle!
No instante seguinte, seu corpo se dissolveu em sombras.
Ele cortou o ar como um raio — rápido, silencioso, imparável.
Seus instintos se manifestaram mais uma vez — dezenas de armadilhas foram acionadas simultaneamente, e explosões se espalharam ao seu redor.
Mas Souta não vacilou.
Ele avançou em meio ao caos.
Porque logo além dessas camadas de morte e fogo—
Alice estava à espera.
As runas esculpidas nas paredes da enorme fortaleza começaram a brilhar, pulsando com hostilidade. Cada símbolo irradiava energia projetada para repelir intrusos — projetada para repelir ele.
Então-
–BOOM! BOOM! BOOM!
Múltiplas explosões sacudiram toda a estrutura. Chamas irromperam pelos corredores enquanto ondas destrutivas de magia se chocavam umas contra as outras. As paredes sucumbiram sob a pressão, pedaços de pedra e aço caindo do teto.
Souta cerrou os dentes, com os olhos brilhando em vermelho carmesim.
“Não posso deixar isso acontecer…” murmurou ele, abrindo caminho em meio à tempestade de runas e fogo.
Cada segundo contava.
Se aquele portal fosse ativado, Alice desapareceria.
…
Entretanto, em frente ao portal…
O enorme portal ondulava como vidro líquido, seu centro girando com uma luz instável. Um zumbido profundo preenchia o ar — o som de um portal despertando.
Alice estava parada diante dele, com a expressão tensa e os olhos dourados trêmulos. A energia que emanava do portal queimava sua pele — estava quase pronto.
Ela queria correr.
Ela queria gritar.
Mas entre ela e a liberdade estava Leimin, um demônio feminino de alto nível envolvida em chamas escuras.
Os olhos de Leimin estavam calmos, porém inflexíveis. O emblema carmesim em sua testa brilhava com mais intensidade enquanto ela apertava o cabo de sua lança.
“Não dificulte as coisas, Princesa Alicia”, ela disse com um tom frio, mas firme, enquanto dizia: “Assim que o portal se estabilizar, você retornará à sua terra natal. Seu pai a aguarda.”
Alice cerrou os punhos. Não respondeu; seus pensamentos estavam em outro lugar—
Na energia estrondosa, no som de explosões distantes ecoando pela fortaleza, e no único nome que se recusava a sair de seus lábios.
“Souta…” Ela sussurrou, com a voz trêmula.
O chão tremeu sob seus pés.
Em algum lugar nas profundezas, algo imparável se aproximava.
…
Entretanto, nas profundezas dos níveis inferiores da fortaleza…
O chão estremeceu sob os pés de Souta. As paredes tremeram, poeira caindo do teto enquanto seus sentidos se aguçavam. Duas presenças poderosas avançaram em sua direção como tempestades vivas.
Ele estreitou os olhos.
“Dois… demônios no Reino da Liberdade.”
Souta apertou suas armas com mais força — a espada vajra pulsando com uma luz vermelho-sangue em uma mão, a foice vibrando com energia escura na outra. Ele saltou no ar no exato momento em que as paredes explodiram ao seu redor.
–BOOM!!
Duas figuras irromperam dos escombros. Uma estava envolta em relâmpagos estrondosos, arcos elétricos percorrendo violentamente por seu corpo. A outra estava envolta em chamas negras, seu contorno oscilando entre luz e escuridão.
“Intruso! Encare a fúria dos demônios!!”
Suas vozes unidas ecoaram como um trovão, fazendo tremer toda a fortaleza.
Souta enfrentou o ataque de frente.
O aço chocava-se contra as garras, o relâmpago atingia o sangue. Ondas de choque propagavam-se, despedaçando os pilares de pedra ao redor.
Se essa batalha fosse lá fora, Souta sabia que poderia acabar com os dois com facilidade. Mas ali — dentro da fortaleza — o próprio mundo resistia a ele.
Cada runa nas paredes ganhou vida, o ar denso com uma energia opressiva.
Até mesmo a gravidade parecia puxá-lo para baixo, resistindo a cada movimento seu.
A fortaleza estava viva, subvertendo as leis da natureza para auxiliar seus mestres.
Souta cerrou os dentes enquanto faíscas e relâmpagos vermelhos irrompiam ao seu redor.
Ele sentia que não estava lutando apenas contra dois demônios — estava lutando contra o mundo inteiro sobre o qual eles se erguiam.
‘Não se distraia, Souta!!’ A voz de Saya ecoou nitidamente em sua mente.
Mas ele não conseguiu evitar. Através de sua percepção, podia sentir a assinatura de energia de Alice diminuindo — aproximando-se do portal acima. Se ele não agisse agora… seria tarde demais.
“Morra, intruso!!”
Um rugido interrompeu seus pensamentos. Souta ergueu o olhar bruscamente—
Uma sombra imensa pairava no ar.
Uma árvore colossal, com seus galhos impregnados de energia demoníaca, colidiu com ele com a força de um meteoro.
–BOOM!!
Toda a estrutura estremeceu quando o corpo de Souta foi arremessado para baixo, atravessando inúmeros andares antes de se chocar contra o nível mais baixo.
Ele cuspiu um bocado de sangue, com a visão turva.
“Ugh-!”
‘Um semideus…! Além disso, alguém que ainda conservava um fragmento de divindade!’ O tom de Saya era de alarme.
Acima, três silhuetas emergiram da névoa de fumaça e relâmpagos. Olharam para ele, com incredulidade estampada em seus rostos contorcidos.
O Monstro Relâmpago de Sangue — ainda estava de pé.

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