Capítulo 1187 - Batalha no Reino Secreto I
『 Tradutor: Crimson 』
“Agora que senti isso, tenho certeza de que é o efeito das leis caóticas deste reino”, Disse Doranjan, sombriamente e concluindo: “Provavelmente está relacionado à forma como o deus desconhecido escondeu os habitantes locais aqui.”
Esriel imediatamente se voltou para ele, solicitando todos os detalhes. Após uma breve explicação, ela soube tudo o que Zandir havia contado a Doranjan e Eztein. Como os habitantes locais haviam chegado a este reino centenas de anos atrás, protegidos por um poder muito além de sua compreensão.
“Isto não se parece em nada com o reino secreto anterior…” Murmurou Esriel. Ela relembrou sua experiência passada: as leis e os conceitos lá eram fracos, sim, mas não tão caóticos a este ponto. Havia recursos abundantes e apenas alguns mecanismos e runas. Este lugar era diferente… perturbadoramente diferente.
Os três continuaram em frente, movendo-se com extrema cautela.
Uivos fracos e gritos distantes ecoavam pela névoa sufocante, transformando o ar em um silêncio sinistro e opressivo entre cada som. A névoa se adensava ainda mais, um labirinto vivo capaz de engolir sem piedade qualquer um abaixo da Sétima Algema.
–Growl!
Um braço enorme, coberto por uma espessa pelagem vermelha, surgiu de repente da névoa.
Eztein, Esriel e Doranjan reagiram instantaneamente, recuando.
O braço monstruoso passou por eles, suas garras afiadas como navalhas rasgando as árvores como se fossem papel, abrindo um buraco largo e irregular no chão.
–Bang!!
A criatura inteira irrompeu da névoa, finalmente.
Uma abominação semelhante a um lobo erguia-se diante deles, musculosa e grotesca, com espinhos ósseos projetando-se de cada parte do corpo. Tinha quase três metros de altura, mas não emitia um único resquício de energia… uma existência silenciosa e antinatural.
Com um rosnado gutural, a criatura atacou, estendendo as garras.
Eztein foi tomado por uma onda de mana, interceptando-a. Ele chutou as garras da criatura para o lado, girando no ar para desferir outro golpe certeiro.
–Bang!!
A besta caiu no chão, espalhando poeira e névoa.
Eztein não hesitou. Seu corpo se tornou um borrão enquanto ele saltava para cima, a palma da mão se abrindo em um movimento rápido e preciso. Tentáculos grotescos de carne explodiram de sua mão, mana irrompendo como um rugido vulcânico enquanto chamas se enrolavam ao redor da carne retorcida.
–Boom!!
Uma saraivada de lanças de carne flamejantes e contorcidas atingiu a criatura, perfurando seu corpo dezenas de vezes.
“Morra!”
Eztein estalou o pulso, e os tentáculos de carne se contorceram violentamente. Eles se emaranharam e giraram como um moedor, despedaçando a criatura em incontáveis fragmentos de carne moída.
O som era abafado e nauseante.
Esriel estremeceu e virou o rosto, incapaz de continuar olhando.
A brutalidade da execução foi avassaladora, impiedosa, eficiente e aterradora.
Eztein moveu o pulso com um movimento rápido, e a carne grotesca recuou, fazendo com que sua mão voltasse ao normal. A criatura desconhecida já havia se dissolvido em uma poça de sangue que se infiltrava na terra.
Doranjan aproximou-se, examinando os restos mortais.
“E então? O que você acha? Eu estive observando… aquela coisa não era uma criatura simples.”
“Sim”, concordou Eztein e disse: “Não parecia estar vivo. Mais como um golem, embora não exatamente a mesma coisa. Algo entre os dois.”
“C-Como você consegue ficar tão calmo… depois daquilo?” Esriel gaguejou, com o rosto pálido. A imagem da criatura sendo despedaçada se repetia em sua mente, fazendo seu estômago revirar.
Eztein deu de ombros.
“Não sei. Acho que já me acostumei.”
Esriel encarou os dois homens, uma mistura de horror e descrença distorcendo sua expressão. Por um instante, ela realmente questionou se ser salva por eles era uma bênção… ou um golpe de sorte perigoso.
…
Do outro lado do reino, o grupo Presa de Leão desceu sobre um enorme continente escondido nas profundezas do reino secreto.
Vashno e os guerreiros pairavam no ar, observando a terra abaixo. Uma névoa sufocante engolia todo o continente, ondulando e contorcendo-se como uma criatura viva. Ela embotava seus sentidos, turvando sua percepção e tornando a exploração difícil e perigosa.
“Essa névoa!!”
“O que vamos fazer? Acho que não vai durar muito.”
“Só aparece à noite. Deve desaparecer ao amanhecer.”
“O que é ainda mais preocupante são esses monstros que nos atacam do nada!”
As vozes ecoavam ansiosamente pelo grupo, mas Vashno permaneceu em silêncio. Ele manteve os olhos fixos na névoa que se movia, observando seus movimentos sutis como se algo dentro dela estivesse respirando.
“Desta vez é diferente, não é?” Disse uma voz calma ao seu lado.
Vashno se virou para ver Raven, o líder da Presa de Leão. Ele assentiu lentamente.
“Sim. Este reino secreto não é como o anterior. Devemos ter cautela.”
“Concordo”, respondeu Raven e disse: “E, pelo que parece, outras facções também enviaram grandes grupos. Devemos esperar conflitos — portanto, estejam preparados.”
Antes que pudessem dizer mais alguma coisa, a expressão de ambos mudou instantaneamente.
Uma ondulação. Uma intenção assassina. Uma perturbação na neblina.
Eles se viraram bruscamente.
“Algo está por vir!! Preparem-se para a batalha!!”
Suas vozes ecoaram pelo céu.
Imediatamente, os guerreiros dos Presa de Leão desembainharam suas armas. Mana percorreu seus corpos, intensificando silenciosamente suas auras enquanto preparavam suas artes de combate e feitiços. O ar ao redor deles vibrava com a tensão, a calmaria antes do inevitável confronto.
No instante seguinte, centenas de flechas rasgaram a névoa.
–Swoosh! Swoosh! Swoosh!
A Presa de Leão reagiu instantaneamente. Lâminas reluziram enquanto guerreiros cortavam os projéteis que se aproximavam. Outros ergueram barreiras cintilantes, camadas de mana protetora pulsando ao seu redor.
–Bang! Bang! Bang!
Explosões sacudiram a floresta quando as flechas atingiram o solo. Árvores se partiram, desabando em chuvas de estilhaços. O chão explodiu em crateras, com terra e pedras voando para cima como fragmentos de estilhaços.
Raven deu um passo à frente, os olhos semicerrados. Sua mana fluiu violentamente, agitando o ar ao seu redor em turbulência. Ela puxou uma adaga da cintura, cuja lâmina irrompeu em um brilho laranja flamejante.
[Terra de Carnificina]!!
Seu braço ficou desfocado.
Uma tempestade de golpes surgiu no ar, tão rápida que deixou rastros de imagens residuais. A atmosfera tremeu, o próprio espaço vibrando enquanto a saraivada de cortes atravessava as flechas, reduzindo-as a pó num instante. As ondas de choque avançaram, rasgando a névoa como se estivessem abrindo uma cortina.
–Boom!!
Uma explosão ocorreu à frente, seguida pelo eco distante de gritos de agonia.
“Lá estão eles… Não esperava que estivessem tão perto”, murmurou Raven. Seus joelhos dobraram e então ela disparou para a frente como uma flecha.
Vashno seguiu em frente, sua aura aumentando bruscamente enquanto se preparava para qualquer ameaça que pudesse estar além.
–Whoosh!!
Eles passaram pela névoa que se dissipava e a linha inimiga tornou-se visível.
Uma força de cem a duzentos guerreiros estava diante deles, cada um vestindo uma armadura prateada idêntica. Um emblema desconhecido brilhava em suas placas peitorais, captando a pouca luz que filtrava pela névoa.
Num instante, Vashno e Raven chegaram à conclusão de que esses guerreiros blindados provavelmente eram habitantes daquele reino secreto.
O olhar de Raven se intensificou.
“Já que você ousou nos atacar, não nos culpe por revidar!”
Sua mana irrompeu para fora, uma onda de força esmagadora descendo sobre a linha inimiga.
–Bang!!
O chão tremeu.
Os guerreiros blindados caíram de joelhos enquanto a gravidade se multiplicava ao seu redor. As armaduras rangeram. As testas pingavam suor. O pânico brilhou em seus olhos quando o poder avassalador de Raven os oprimiu.
Sem hesitar, Raven e Vashno saltaram do céu.
Eles atingiram o solo como meteoros.
–BOOM!!
Ondas de choque se propagaram, arremessando inimigos para longe e abrindo uma cratera sob seus pés. Poeira e destroços se espalharam enquanto Raven e Vashno avançavam, ilesos ao caos.
Eles pararam diante de um homem cuja armadura diferia sutilmente das demais. O emblema em sua placa peitoral era maior — sua aura, mais profunda e estável. Sua produção de mana, por si só, o identificava como o líder do grupo.
“Vamos ver do que você é feito”, disse Raven friamente.
Ela estendeu a mão e, sem esforço, agarrou o capacete do homem de armadura.
“Argh—!!” Ele se debateu, mas seus movimentos foram inúteis. Seus membros tremiam violentamente. Por mais que tentasse resistir, não conseguia se libertar do aperto de Raven. Uma sombra de medo brilhou em seus olhos trêmulos. Ele finalmente percebeu a diferença de força entre eles.
“Quem é você?” perguntou Raven, com a voz baixa e gélida, ainda o questionando: “E por que atacou os Presa de Leão?”
Vashno permaneceu por perto, silencioso e sereno, observando o interrogatório em silêncio. Ele não precisava intervir. Raven, por si só, já era mais do que suficiente.
Ela era uma mestra no Reino da Oitava Algema, um nível de força que poucos ousavam desafiar.
O líder inimigo, em contrapartida, encontrava-se apenas na Quinta Algema.
A diferença entre eles não era apenas enorme.
Era absoluto.
“Por que você nos atacou?” Perguntou Raven, apertando ainda mais o capacete do homem.
O homem de armadura tossiu, com sangue escorrendo do canto da boca. Então, de repente, irrompeu numa gargalhada maníaca.
“Cough… Hahaha!!”
Seus olhos se arregalaram com uma loucura sem fim enquanto ele encarava Raven diretamente.
“Vocês todos vão morrer! Todos!! Estranhos não têm lugar aqui!”
A expressão de Raven escureceu, seus olhos se estreitaram em fendas afiadas.
Sem hesitar, ela aumentou sua força.
–Crack…!
O capacete de metal cedeu sob o peso de seu aperto.
–Bang!!
A cabeça do homem foi esmagada instantaneamente; o sangue espirrou no chão quando seu corpo decapitado desabou com um baque surdo.
A floresta ficou em silêncio.
O homem de armadura estava morto.
Raven o esmagou, sabendo que ele não responderia às suas perguntas.

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