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    『 Tradutor: Crimson 』


    Com um estrondo ensurdecedor, Eztein avançou, sua lança penetrando diretamente no peito do Sussurrador Espacial.

    “Argh!!” O Sussurrador Espacial tossiu um bocado de sangue enquanto uma onda de dor lancinante atravessava sua mente.

    “Você quase me matou antes! Agora é a minha vez!” Rugiu Eztein. Força elemental e poder dos sonhos surgiram violentamente ao redor de sua lança, espiralando em uma erupção ofuscante.

    O poder liberado atravessou as defesas do Sussurrador Espacial e abriu uma rasgo no espaço atrás dele, com a onda de choque explodindo através do teto da caverna.

    –BOOM!!!

    Em algum lugar na caverna…

    Doranjan vinha voando sem parar. Finalmente, encontrou uma passagem que parecia dar para o exterior.

    “Fico pensando no que Eztein está fazendo. Conhecendo-o, sobreviver não deve ser um problema, mesmo que surjam dificuldades”, murmurou ele.

    Ele conhecia a força de Eztein, muito maior do que a que ele costumava demonstrar. Durante a jornada até aquela terra, Eztein compartilhou o que havia passado nos quatro meses após a grande batalha.

    Mas o que incomodava Doranjan agora era o súbito desaparecimento de Esriel. Era como se ela tivesse evaporado. Não havia nenhum vestígio dela em toda a caverna.

    Doranjan tinha certeza de que ela estava com eles quando entraram na matriz de teletransporte.

    “Mas também existe outro problema…”

    Ele ergueu o olhar, com uma profunda carranca estampada no rosto.

    Ele vinha sentindo intensas flutuações de energia vindas de cima, sinais poderosos, provavelmente de especialistas de alto nível. O que quer que estivesse acontecendo lá fora… Era muito pior do que ele esperava.

    Mesmo assim, precisava sair e avisar os outros sobre o Exército da Gula.

    Doranjan dobrou os joelhos e disparou em direção à passagem. O que ele não percebeu foi que duas figuras o perseguiam silenciosamente por trás.

    Em um espaço desconhecido…

    Uma mulher de cabelos castanhos e um par de asas brancas permanecia imóvel no meio do vazio.

    Ela era Esriel.

    Esriel cerrou os dentes enquanto lutava para se mover, mas uma força poderosa a prendia no lugar. Ela não conseguiu nem levantar um dedo, pois apenas seus olhos e boca permanecem livres.

    “Que lugar é este…?”

    Ela praguejou baixinho, examinando os arredores. O chão estava coberto por um líquido espesso e escuro que ondulava como uma sombra viva. Diante dela erguia-se um altar imenso, cercado por estátuas colossais, cada uma representando um ser envolto em trevas, com fileiras de dentes irregulares e incontáveis ​​olhos fixos.

    Esriel se arrependeu amargamente de ter entrado na área de teletransporte.

    “Você está aqui…” Uma voz calma ecoou pelo vazio.

    Seus olhos se arregalaram. A voz era desconhecida, mas dolorosamente familiar. Memórias que ela havia enterrado há muito tempo ressurgiram como uma onda gigante, fazendo seu corpo inteiro tremer.

    “Esriel… Você mudou seu nome para Charla, não foi? Por que abandonou seu posto e se escondeu atrás dessa nova identidade? Você até voltou a usar seu nome verdadeiro, Esriel Georagnisus.”

    Ela forçou a cabeça a virar. De lado, surgiu uma figura envolta em um manto escuro.

    A aparência do homem era bastante semelhante à dela, com os mesmos cabelos castanhos e os mesmos olhos. A semelhança era inegável.

    Este homem era o irmão dela: Esquin Georagnisus, conhecido como Soberano da Gula.

    “O que você está fazendo aqui?!” Esriel gritou para o irmão.

    “O que estou fazendo aqui?”, Respondeu Esquin calmamente e explicou: “Estou aqui para recuperar o que é meu por direito.” Seus olhos repousaram sobre ela, frios, sem emoção, indecifráveis. Ele balançou a cabeça e se virou dizendo: “Diga-me, você sabe onde estamos?”

    “Você—!! Me solte!!” Esriel gritou, debatendo-se contra a força invisível.

    “Este é o Túmulo da Gula”, disse Esquin, continuando em direção ao altar e dizendo: “Já estivemos aqui antes… mas você não se lembra de nada. Não se preocupe, você se lembrará em breve.”

    Ele fez uma pausa e olhou para ela, com uma expressão indecifrável.

    “Minha irmã… você cresceu.”

    “Não me chame assim!! Eu não sou sua irmã!!” Esriel berrou, com os olhos faiscando de fúria.

    “Você disse que cortaria relações comigo… chegou ao ponto de mudar seu nome para Charla. Você se tornou uma General do Dominion — uma posição que apenas um anjo de Décima Algema pode ocupar. E, no entanto, você jogou tudo isso fora… só para retomar o nome Esriel.”

    Esriel ficou em silêncio, com o olhar fixo no irmão. O ódio em seus olhos era puro e desenfreado.

    “Este é o lugar onde o antigo Soberano da Gula pereceu”, continuou Esquin e disse: “E é onde reside o poder da Calamidade Celestial.”

    Seus passos ecoaram enquanto ele se aproximava do altar.

    “Você conhece a Calamidade dos Céus? Uma entidade poderosa de muito tempo atrás, que caiu diante da força combinada dos Administradores.”

    Esquin fez uma pausa, sua voz diminuindo, como se recordasse uma história distante.

    “Ele desafiou o mundo depois de descobrir a verdade… a origem de Imperium, também conhecido como a Amálgama do Mundo, incontáveis éons atrás.” 1

    Ele ergueu a mão, gesticulando em direção à escuridão ao redor deles.

    “Eras e eras se passaram. Os seres vivos exploraram seus universos, e alguns eventualmente se libertaram deles. Quando descobriram outros universos, a guerra se seguiu, um conflito sem fim que abrangia a própria existência.”

    “Um a um, os vencedores emergiram. Aqueles que alcançaram os mais altos estados de consciência conseguiram romper suas próprias Fronteiras, as camadas que abrigavam inúmeros universos. Naquele momento, ficaram conhecidos como Mestres das Fronteiras.”

    O que se seguiu foi a guerra.

    Mais uma vez, foi uma guerra.

    Mestres das Fronteiras entraram em conflito incessantemente, suas batalhas estendendo-se por incontáveis ​​anos. Desse caos, emergiram os Mestres do Mundo Exterior. Os Mestres das Fronteiras governavam apenas suas próprias Fronteiras… mas um Mestre do Mundo Exterior governava um Mundo Exterior inteiro, que continha inúmeras Fronteiras.

    Mas nem isso pôs fim aos combates.

    A guerra continuou.

    Com o tempo, um universo poderoso nasceu. Todas as Fronteiras, Mundos Exteriores e os universos dentro deles foram reunidos, fundindo-se no que mais tarde seria chamado de Universo Mãe.

    À medida que o Universo Mãe atingia sua completude, algo mais ocorreu: os sub-mundos de cada universo se fundiram em um único domínio colossal e aterrador que envolveu as almas de toda a criação, o Reino das Almas. O mesmo fenômeno aconteceu com o Reinos dos Sonhos, fundindo-os em um vasto e insondável Reino dos Sonhos.

    Elas se empilharam umas sobre as outras e as outras treze dimensões superiores foram criadas, cada camada mais perfeita que a Fronteira e o Mundo Exterior.

    “Foi isso que a Calamidade dos Céus descobriu”, continuou Esquin e disse: “Ele desafiou o mundo, com a intenção de dividi-lo mais uma vez. Seu poder era tão imenso que foram necessários vários Administradores para eliminá-lo. Você sabia que existem Administradores de Combate? Até eles tiveram que entrar na batalha.”

    Esriel não conseguia encontrar a voz. Estava sobrecarregada pelo peso da história, mas pressentia que seu irmão não estava mentindo.

    Tudo o que ela conseguiu fazer foi:

    “Por que você está me contando tudo isso?”

    Esquin se virou para ela, com o olhar penetrante.

    “É porque você já sabe de tudo isso. Veja bem… você é a chave. A chave para recuperar o que eu perdi.”

    Esriel franziu a testa, confuso, sem conseguir compreender o que ele queria dizer.

    Esquin ergueu a mão. Uma onda de energia irrompeu, engolindo todo o espaço. Num instante, o corpo de Esriel foi arrancado de sua posição e transportado para o centro do altar. Ela ofegou, sem sequer perceber o que havia acontecido.

    “O que você está tentando fazer?”, Ela perguntou, com medo transparecendo em sua voz.

    “Para recuperar o que perdi”, respondeu Esquin friamente.

    Um instante depois, uma agonia invadiu seu corpo.

    “ARGHHHH!!!”

    Seu grito rasgou o vazio. Era como se todo o seu ser estivesse sendo queimado vivo enquanto mãos invisíveis vasculhavam seus órgãos, torcendo, esmagando, dilacerando. A dor inundava cada nervo, cada pensamento, cada recanto de sua alma.

    Esquin olhou para ela calmamente.

    “Naquela época, chegamos a este reino secreto… a este mesmo lugar. Eu já era o Soberano da Gula, mas minha força… ainda era fraca.”

    Imagens passaram pela mente de Esriel enquanto a dor lancinante continuava a devastar seu corpo. Seus membros tremiam incontrolavelmente e sua mana irrompia como fogo derretido.

    Esquin estendeu a mão. Runas brilhantes formaram um padrão circular no ar, girando e pulsando com uma energia sinistra. Ele avançou e torceu o pulso com precisão deliberada.

    “Ohm!!”

    “ARGHHH!!”

    O grito de Esriel rasgou o vazio, ficando mais alto a cada batida do coração.

    Uma esfera vermelha e branca emergiu lentamente de seu estômago, pairando no ar. Seu corpo desabou no chão enquanto ela vomitava violentamente tudo o que havia consumido.

    “Ufa… ufa… ufa…”

    Seu peito subia e descia violentamente, gotas de suor escorrendo pelo rosto. As imagens em sua mente se tornaram mais nítidas, cada lembrança retornando com brutal clareza. Lentamente, dolorosamente, ela se lembrou de tudo o que havia acontecido naquela época.

    Há muito tempo, ela era apenas uma adolescente, sua força mal alcançando o Rank B. Seu irmão, Esquin, já era uma figura formidável na Sétima Algema. Juntos, estavam explorando quando, sem saber, entraram em uma matriz de teletransporte desconhecida, chegando a este mesmo lugar.

    “Eu lhe disse naquela época que possuía um poder…” O olhar de Esquin recaiu sobre ela, ainda tremendo no chão enquanto dizia: “Foi aqui que descobrimos pela primeira vez o poder da Calamidade dos Céus. Tudo neste lugar explica o que a Calamidade revelou, e o próprio poder aqui tentou nos aprisionar.”

    1. Um éon é uma medida de tempo absurdamente longa, usada para falar de escalas cósmicas, eras do universo, acontecimentos muito anteriores à civilização, períodos que duram milhões ou bilhões de anos[]

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