Usem a fonte Crimson Text piazada, com o texto justificado ativado. É o fino do fino para leitura tanto no teu celular pocket véiaco ou no seu PC torradeira.
👽 Pó confiar 👽
Capítulo 1: Desafio Aceito
“Desculpe…” O Personagem Principal tossiu sangue enquanto encarava a lança que atravessara seu peito. Sua visão estava embaçada ao olhar para um javali colossal cujo bufado1 liberou um vendaval, vaporizando o sangue que jorrava dele. Um cultivador lendário que aterrorizara o Continente Sumatra por mais de um milênio. Aquele era o Rei Javali, seu inimigo.
“Você foi uma decepção, Resha.” Dizendo isso, o Rei Javali pisou na cabeça do Personagem Principal, espalhando seus miolos pelo chão. Silencioso, sem alma, incapaz de gritar, o Personagem Principal caiu, rumo ao seu fim – uma morte desconhecida por todos, mas lamentada por muitos.
Fim!
Nota do Autor: Aos meus leitores, expresso minha gratidão…
…
“Gratidão, o cacete!” Um jovem em um quarto mal iluminado gritou, esbravejando de raiva. “Seis anos! Seis porras de anos! A gente te apoiou nessa jornada e você nos dá esse final patético?”
“Porra! Tô puto!” Ele amassou um copo de lámen próximo e o arremessou com força, observando-o espalhar-se na parede. Alguns segundos depois, o jovem desabou na cadeira, ofegante. Tinha se exaurido com o chilique.
Após se formar na universidade, o jovem não conseguira um emprego e permaneceu desocupado. Felizmente, seus pais criaram rendas passivas para ele. O aluguel já era suficiente para viver.
Mas toda vez que abria as redes sociais e via seus colegas triunfando, afundava em depressão. Nessa vida isolada, o romance ‘Crônicas de Sumatra’ era seu refúgio. O autor atualizava três capítulos por dia, garantindo entretenimento constante.
Desde que acompanhava há seis anos, Crônicas de Sumatra se tornara parte de sua vida. Ele nem se preocupava com o fim, pois, pelo enredo, a história deveria durar mais quatro anos. Era um romance realista sem “Poder do Roteiro” para os personagens – incluindo o Protagonista.
Por isso, conquistara fãs cansados de histórias com protagonistas “quebrados”, cheats, Sistemas, etc.
O último arco foi eletrizante: o Personagem Principal quase morria a cada passo. E então, o Rei Javali apareceu – um vilão antecipado por dois anos. Era impossível derrotá-lo, e o encontro garantia morte certa.
Todos aguardavam o clímax, pois, até então, o Protagonista usava astúcia para sobreviver. Mas, diante do hype, o autor o matou.
“Fodeu ele! Porra! Porra, porra, porra!” O jovem não conseguia controlar a raiva. Esmurrou o teclado e acessou a seção de resenhas do livro, decidido a deixar uma avaliação negativa. Só assim aliviaria a frustração.
“O autor nasceu quando o pai dele comeu uma porca… Não, fraco demais. O cérebro do autor tá cheio de vermes… Droga, nem isso é insulto decente. O autor vai se f… Ah, ‘foder’ tá banido aqui. Aff, não sei nem xingar direito?” Resmungou. Então, vendo as críticas negativas se acumulando, teve uma ideia.
“Agora vai” Sorriu maliciosamente enquanto digitava: “Sua mãe deve ter sido uma cadelinha desgraçada pra ter um lixo igual você como filho! Arrombado do caralho!” Se esse final foi seu melhor, tome um caminhão na fuça e faça um Isekai de si mesmo, fdp! Até eu escrevo melhor, e sou um analfabeto do caralho!”
“Perfeito.” Orgulhou-se, imaginando o autor lendo e chorando. “Hahaha!”
“Filho da puta, o que você disse da minha mãe?”
Uma voz trovejou no quarto, assustando-o. O monitor brilhou intensamente, e uma mão etérea surgiu, agarrando seu rosto.
Apertou, deformando seu rosto, fazendo-o gritar de dor. Antes que pudesse processar o medo, a mão o puxou para dentro do monitor. A tela desligou, e o CPU emitiu bipes. Segundos depois, o PC explodiu.
…
“Ahhhhhhh!” O jovem gritou, cego pela luz branca. Ao recobrar os sentidos, estava numa sala cinza. O chão era gelatinoso, nojento sob seus pés.
Olhou para si: seu corpo era uma mancha borrada, com tom índigo.2 Percebeu então que não lembrava mais seu nome.
“E então?” Uma criatura musculosa com cabeça de polvo (dois metros de altura) encarou-o. “O que você disse da minha mãe?”
Diante da criatura, seu instinto de sobrevivência falou mais alto:
“Eu não disse nada! Não fui eu! Sempre fui seu fã. Sou um bom menino.”
“Chega! Toma essa na boca!” O polvo-humanoide desceu o cacete nele por dez minutos. Satisfeito, estalou os dedos, curando-o, e disse sorridente:
“Sua crítica me fez pensar. Será que alguém faria melhor? Então pensei: ‘Por que não? Posso rebobinar o tempo e testar ‘.”
“Alguém pode fazer melhor?” O humanoide cabeça de polvo ergueu o jovem e falou calmamente: “Durante minha jornada espacial, encontrei um mundo interessante. Fiquei animado e publiquei como webnovel. Muitos amaram, mas odiaram o final – pra mim, perfeito.”
“Naquela situação, Resha não sobreviveria. Ele enfrentou o Rei Javali, que garantia sua morte. Escrevi o que aconteceu, mas parece que nem todos gostam da realidade.” Um de seus tentáculos abanou como rabo de cachorro.
“Vendo as reviews, decidi testar.”
“Onde quer chegar?” O jovem entendeu: aquela criatura era o autor. Não humano, mas algo como Cthulhu.
“Vocês seis desafiaram meu protagonista. Prove que são melhores.” O polvo bateu as mãos. Mais cinco pessoas apareceram, cada uma com uma cor do arco-íris.3
“Enviarei vocês a Sumatra. Começarão nas mesmas condições que Resha. Há apenas um conjunto de tesouros para se tornarem fortes. Compitam com ele por isso.”
O jovem calculou: ‘Resha é fraco no começo. Só preciso me preocupar com esses cinco. Se conseguir a cura, viro um monstro.’
Os outros também perceberam: seriam inimigos. Mas todos estavam animados – cansados da Terra, sedentos por poder.
“Se vencerem, concederei um desejo. Imortalidade, a Terra… Tudo. Mas se morrerem, game over.”
Quando começaram a desaparecer, o polvo lembrou:
“Ah, tem um detalhe…”
Sorriu maliciosamente:
“Desta vez, há uma diferença na história que vocês leram.”
“Resha será um Regressor.”
- bafinho da morte[↩]
- Azulão piazada:
https://htmlcolorcodes.com/colors/indigo/[↩] - virou Super Sentai negada kkkkk[↩]
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