Capítulo 106: Lagartos Vacilantes e Membros da Tribo Galo
Com uma altura de vinte metros e em forma de pilar, estava o Rockatrice,1 uma Besta Prânica de Grau Prata Avançado. Ele ostentava garras de pássaro por todo o seu corpo gigante, geralmente cerca de cem pares. O número de garras em cada um variava de três a cinco.
Os braços com garras podiam se estender a um comprimento de cem metros, que era o que o Rockatrice usava para agarrar sua presa. Era uma existência muito perigosa mesmo entre as Bestas Prânicas de Grau Prata, mas tinha uma fraqueza fatal: mobilidade.
O Rockatrice não tinha pernas. Em vez disso, tinha uma parte inferior do corpo gelatinosa, semelhante à de um caracol, com os músculos ali criados principalmente para suportar seu peso corporal. Portanto, até mesmo mover-se um metro de distância levava dias.
Assim, um Rockatrice normalmente se estabelecia em junções muito frequentadas por Sumatra e simplesmente devorava toda presa que cruzasse seu caminho. Claro, não havia garantia disso. Por isso, era uma das raças que ativamente reunia humanos para formar uma Tribo Devastada.
Natureza Primária — Intimidação Rochosa!
Ao consumir seu Prana, o Rockatrice era capaz de erguer grandes pilares rochosos. Geralmente, usava sua habilidade para alterar o terreno com montanhas. Isso forçaria todas as Bestas Prânicas da região a se moverem pelos vales, pois essa era a distância mais curta.
As montanhas eram tipicamente rochosas e perigosas de escalar. Por isso, toda criatura instintivamente tomava a rota do vale. E no centro desse vale, na encruzilhada de múltiplos caminhos, estaria o Rockatrice, à espreita.
Mas isso era apenas em sua fase inicial.
Um Rockatrice necessitava de uma dieta primária de grãos, que variava de arroz a leguminosas. Portanto, no momento em que captura alguns Humanos Livres, ele os transforma na Tribo Devastada e altera o terreno rochoso para uma zona segura e fechada.
A Tribo Devastada viveria aqui, cultivando e minerando recursos, aumentando seus números com o tempo. E eles constantemente trariam comida e minérios para o consumo do Rockatrice.
A estrutura em anéis do assentamento era obra sua. Claro, isso levou décadas, senão um século ou dois para ser concluído.
Com uma capacidade de Prana de 2800 e uma vida útil de cerca de 520 anos, o Rockatrice era uma entidade de vida longa, tendo assim mais do que tempo e energia suficientes para criar um assentamento tão elaborado e criar pessoas para as necessidades dele e de sua prole.
Considerando que a população de sua Tribo Devastada estava quase chegando a cinco mil, ele estava se saindo muito bem.
Se fosse a Tribo Devastada de qualquer outra Besta Prânica, Inala teria ficado apavorado. Mas estar no território de um Rockatrice era um dos lugares mais seguros. Claro, isso era apenas para cultivadores do nível de Inala e Asaeya.
Besta Prânica Mutante de Grau Prata Iniciante — Zinger Empíreo!
Com uma capacidade de Prana de 1800 e uma vida útil de 341 anos, Inala era um inimigo formidável. Além disso, ele tinha três Naturezas, um feito raramente alcançável por cultivadores.
Besta Prânica Mutante de Grau Prata Especialista — Toque Fúnebre!
Com uma capacidade de Prana de 3449 e uma vida útil de cerca de 593 anos, Asaeya também era uma indivídua aterrorizante. Ela tinha duas Naturezas e seus poderes eram uns dos mais problemáticos que existiam.
Desde que recuperassem um pouco de Prana, eles poderiam facilmente lidar com um Rockatrice. Afinal, contanto que permanecessem além de seu alcance de 100 metros, poderiam atacá-lo enquanto ele ficava indefeso.
E a força da Tribo Devastada não era ameaçadora para eles, já que as habilidades de ambos se destacavam em contra-atacar um enxame.
“Se for um Rockatrice, podemos ficar seguros aqui”, Asaeya assentiu. “Mas a Tribo Devastada sob seu comando é conhecida por ter uma forte tendência ao acasalamento, quase a um nível destrutivo. Faz sentido por que os dois gêneros são separados aqui.”
Como Inala podia se transformar em mulher, eles praticamente não tinham problemas com que lidar.
Nesse momento, a rocha na entrada se despedaçou em pedaços enquanto os Lagartos Vacilantes2 entravam, espalhando-se pelo assentamento. Parecia que eles tinham um objetivo, que era lidar com os ovos postos pelo Rockatrice.
Uma vez que eclodissem e amadurecessem, a força do assentamento seria elevada ainda mais. E a Besta Prânica que vivia sob o rio não gostou disso. Por isso, instigou os Lagartos Vacilantes a atacar o assentamento.
Parecia ser uma ocorrência diária, a julgar pela maneira como as mulheres da Tribo Devastada lutavam. A cada golpe de suas garras afiadas, um Lagarto Vacilante era retalhado em pedaços.
Tribo Devastada — Membros da Tribo Galo!
Era como a Tribo Devastada sob um Rockatrice era chamada nas Crônicas de Sumatra.
Como o número de Lagartos Vacilantes que entravam era vastamente superior aos mais de três mil Membros da Tribo Galo, muitos escaparam pelas brechas na defesa e se espalharam pelo assentamento.
Quando um Lagarto Vacilante passou correndo por uma casa na borda do assentamento, uma mão de osso o agarrou pela cabeça e o puxou. Doze segundos depois, um cadáver ressequido foi jogado para fora, que foi devorado por um Zinger Batedor Empíreo.
“São apenas crianças,” Inala murmurou em sua forma feminina, parecendo uma senhora de meia-idade. “Dê-me uma hora.”
“Permaneça dentro de um raio de 60 metros,” Asaeya expressou sua preocupação. “Dessa forma, você pode se comunicar comigo através da Lâmina Óssea. Não importa o inimigo, eu posso neutralizá-lo instantaneamente.”
Ela estava confiante em sua força. Afinal, ela foi capaz de cegar até mesmo o Rei Javali por um instante. Isso significava que não existia um oponente em Sumatra que não pudesse ser vítima de seu poder.
Embora tenha ficado aterrorizada durante o encontro com o Rei Javali, essa experiência desempenhou um papel fundamental em aumentar seus níveis de confiança.
“Não se preocupe,” Inala riu enquanto saía correndo da casa, murmurando: “Sem ter que me preocupar com meus ossos fraturando quando me movo, posso lutar livremente.”
No momento em que ele saltou para fora da casa, três Lagartos Vacilantes notaram sua presença. Seus corpos brilharam por um momento antes que ele tropeçasse feio, batendo o rosto no chão.
Natureza Primária — Grande Tropeço!
Era uma habilidade fraca que fazia o alvo tropeçar e cair no chão, não importava sua estrutura corporal, fosse humanoide ou serpentina. O único requisito era que o alvo estivesse em movimento. E era uma habilidade que se acumulava.
Portanto, quanto maior for o número de Lagartos Vacilantes te alvejando, mais forte sua queda. Como resultado, sangue escorreu do nariz de Inala.
Assim que os três Lagartos Vacilantes correram em sua direção, uma mão ossuda agarrou suas cabeças, exercendo força suficiente para esmagar seus crânios. Duas Mãos de Prana e uma Mão da Vida. Ao contato, elas absorveram Prana e força vital.
Alguns segundos depois, Inala se levantou, alguns anos mais jovem e com um pouco mais de reserva de Prana. O influxo de Prana curou seu ferimento no nariz enquanto ele limpava o sangue. Através da conexão deles, o Zinger Batedor Empíreo, que pairava alto no ar, avistou os Lagartos Vacilantes mais próximos.
Sem qualquer hesitação, Inala correu na direção deles, pensando:
‘Quantas vezes vou machucar meu nariz esta noite?’
“Só há uma maneira de descobrir.”3
- O termo “Rockatrice” é um neologismo criado pelo Anvelope, sendo uma junção de “Rock” (rocha) e “Cockatrice” (em português, Cocatrice). Trata-se de uma besta mitológica lendária, um dragão com cabeça de galo, famoso por ter um olhar ou um sopro mortal. A Galinha Pintadinha pulou a cerca e saiu isso aí: https://share.google/images/2K0y1Jml21Ko3ocrO[↩]
- Eu corrigi a tradução “Lagarto Pantanoso” para “Lagarto Vacilante”, pois o termo original é “Slump” (desabar, cair, etc.). Acabei comendo bola, piazada jkk[↩]
- Cada dia mais Masoquista JKKKK[↩]
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.