Capítulo 115: Em Busca de Informações
No momento em que aterrissou na cidade, Inala saltou para a casa mais próxima, acalmando-se enquanto usava seus dois Zingers Batedores Empíreos — em formas em miniatura — para observar os arredores.
A casa era um prédio de três andares. Após alguns saltos, ele pousou no terraço, rolando por entre as decorações para evitar ser detectado por alguns transeuntes.
Havia uma diferença óbvia no estilo de suas roupas. Inala destoaria completamente se andasse por aí com seu traje atual do Clã Mamute.
Para se misturar com o assentamento de exoesqueleto, as roupas dos membros do Clã Mamute consistiam unicamente em tons de marfim. Dependendo da tonalidade do exoesqueleto na parte do Assentamento onde viviam ou passavam a maior parte do tempo, a tonalidade de suas roupas variava.
Como ele vivia na parte traseira do assentamento, que tinha um tom de marfim mais escuro, quase cinza, as roupas de Inala combinavam com isso.
Em termos do tecido em si, havia uma diferença. Como os membros do Clã Mamute viviam no alto do céu, onde as nuvens passavam constantemente, eles usavam tecido não poroso para evitar que a umidade entrasse em suas roupas.
Além disso, eram pesadas e justas ao corpo. Afinal, roupas esvoaçantes seriam apanhadas pelo vento e agiriam como um paraquedas, fazendo com que fossem levadas pelo vento.
As roupas dos membros do Clã Mamute eram trajes corporais grossos que lembravam lã em textura. Os homens tinham cabelo curto, enquanto as mulheres, em sua maioria, tinham cabelo na altura dos ombros, muitas vezes preso em um coque para evitar que esvoaçasse ao vento. Era considerado ofensivo deixar o cabelo solto.
As roupas na cidade formavam um contraste completo. As roupas aqui eram largas, tanto para homens quanto para mulheres. Fitas eram presas às mangas, fazendo-as balançar como folhas. As fitas tinham formato helicoidal1 para os homens e retas com pontas circulares para as mulheres.
As cores eram vibrantes; quanto mais chamativas, melhor. Frequentemente, três a quatro cores vibrantes compunham uma peça de roupa.
Enquanto os observava, Inala entendeu que quanto maior o status de alguém na sociedade, maior o número de cores vibrantes em suas roupas. O nível de extravagância das cores também variava de acordo.
As pessoas aqui não pareciam ter o hábito de cortar o cabelo, deixando-o crescer livremente. Quanto mais longo o cabelo, melhores suas perspectivas como um indivíduo atraente para o sexo oposto.
A única diferença entre os dois sexos em termos de cabelo era o adereço de cabeça. Os homens usavam um adereço semelhante a um capacete que cobria suas cabeças — a região onde o cabelo crescia. Na ponta do cabelo, havia um recipiente cônico como uma presilha, envolvendo completamente a extremidade do cabelo comprido.
Em contraste, o adereço de cabeça das mulheres cobria apenas a testa, expandindo-se ligeiramente em direção ao cabelo. Eles formavam desenhos semelhantes à cauda de um pavão. Dependendo do senso de moda de cada um, a forma da coroa variava, mas nenhuma delas tocava o cabelo. Existia apenas na testa, como a armadura de um Tricerátops.
Quando um membro do Clã Mamute caminhava, ele tentava ocupar o mínimo de espaço possível, devido à falta de espaço em uma Presa Empírea. Tudo era feito para ser otimizado.
Mas aqui, na superfície, o espaço não era um problema. E esse fator se refletia claramente no comportamento das pessoas, que ocupavam o máximo de espaço possível ao andar. Suas roupas cheias de fitas balançavam ao redor de seus corpos.
Uma pessoa aqui ocupava pelo menos quatro a cinco metros quadrados de área ao caminhar. Somando-se à distância entre as pessoas, mesmo nas ruas largas que se estendiam por 30 a 40 metros, o volume de tráfego era escasso.
Do terraço, Inala observou suas ações, enviando seus Zingers Batedores Empíreos para espionar suas conversas. Um deles pousou no chão e correu como uma barata. Ao se aproximar de um alvo conversando, ele se tornou leve e saltou como uma sanguessuga, pousando em uma fita pendurada.
A fita nem se mexeu quando ele pousou, então a dona nem percebeu sua existência. Ao sentir o Prana em seu corpo, o batedor determinou que ela era fraca.
Estágio Espiritual — 22 de Prana!
Era uma mulher de trinta e poucos anos. O fato de ela ter uma quantidade tão insignificante de Prana significava que ela nem mesmo cultivava. Este era o Prana que seu corpo acumulou naturalmente enquanto comia e trabalhava ao longo dos anos.
A mulher parecia ser uma lojista, vendendo algum tipo de mercadoria com conchas. Inala não conseguia nem entender para que serviam. Em vez disso, ele se concentrou na tarefa em questão, ouvindo a conversa delas através do batedor.
“Você sabe que meu filho está se preparando para os Exames da Academia, certo?” A lojista disse.
“Eu sei, eu sei. Seu filho mais velho é talentoso.” Uma das clientes conversava, uma amiga da lojista. “Ouvi dizer que ele já acumulou vinte de Prana. Ele não é um gênio?”
“Claro.” A lojista se gabou. “Em quatro anos desde que começou a cultivar, ele conseguiu tudo isso. O professor dele elogiou seus talentos e disse que ele vai entrar na Academia este ano.”
“Todos os formados da Academia estão no Estágio Corporal.” A cliente exclamou com admiração. “Ele poderia se tornar imediatamente um soldado poderoso. Tenho inveja. Se ao menos meus filhos tivessem metade do talento dele. Haah!”
Depois de ouvir a conversa, Inala teve uma compreensão básica de sua estrutura de poder.
‘Este lugar tem um poder considerável. A julgar pela falta de preocupação que essas mulheres demonstram, não é a característica de um Reino.’
Inala ficou confuso. Afinal, as Crônicas de Sumatra aprofundavam-se na vida de muitos Reinos. As pessoas lá se concentram principalmente em comida, abrigo e cultivo. Era só nisso que suas vidas giravam, até o mais baixo cidadão.
Todos estariam desesperados por recursos, para cultivar melhor e possuir força suficiente para ao menos preservar suas vidas. Era assim na maioria dos Reinos.
Mas aqui, as coisas eram diferentes. As pessoas estavam calmas e serenas. Além disso, a julgar pelo quão significativamente as indústrias de beleza e moda haviam se desenvolvido aqui, com lojas que vendiam ornamentos alinhados por toda a rua, era evidente que sua economia era estável o suficiente para desenvolver também necessidades secundárias e terciárias.
‘Essa é a característica de um Império.’ Inala sentiu uma dor de cabeça. ‘Onde diabos nós fomos parar?’
Seu conhecimento se estendia apenas ao que as Crônicas de Sumatra mostravam e ao que ele aprendeu com o Clã Mamute. O Continente de Sumatra era vasto demais para se saber de tudo. E este lugar era uma dessas regiões.
Ele não tinha a menor ideia do que esperar daqui. Depois de observar por mais um tempo, Inala ficou nervoso, pois havia muita informação irrelevante ao redor.
‘Isso não vai dar certo. A Bomba de Prana gigante pode durar no máximo até o amanhecer. Preciso voltar antes disso.’
Ele olhou ao redor e pulou de um terraço para outro. De repente, o dono da casa apareceu no terraço de uma dessas casas. Mas antes que pudesse sequer registrar a presença de Inala, uma Mão de Prana o nocauteou.
Inala mudou de local até chegar em frente a um restaurante. Ao observar o tipo de público que frequentava o estabelecimento, ele percebeu que poderia encontrar a informação de que precisava. Com um salto, ele aterrissou no terraço do estabelecimento e entrou sorrateiramente.
- O famoso “formato helicoidal”, lembram? Só pra reforçar o que já comentei antes: significa que as fitas eram torcidas em espiral. Basicamente, no formato do meu macarrão favorito, o parafuso!😋😋[↩]

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