Índice de Capítulo

    O instrutor era um elite. Cultivadores no Estágio Corporal eram chamados de elite em seu Clã. Elites eram responsáveis pela segurança geral do rebanho. Como resultado, trabalhavam incessantemente.  

    O fato de ele ter gasto dez minutos de seu tempo assistindo a uma peça já dizia muito.  

    Refletindo sobre isso, Inala entendeu o aceno de aprovação do instrutor no final, ‘Ele quis dizer que valeu a pena gastar tempo vendo a peça. Isso é um bom sinal.’  

    Era o suficiente para aumentar sua confiança. Inala recolheu a barraca e voltou para seu quarto.  

    Olhando para a bagunça que havia feito no chão, ele resmungou, ‘Nunca vou limpar isso. Meus ossos só se recuperaram recentemente. Vão fraturar se eu ficar raspando toda essa lama e argila endurecidas.’  

    Toc! Toc!  

    Já era noite. Ele sabia quem era o visitante. Com um suspiro, infundiu seu Prana em duas Armas Espirituais. Imediatamente, as falsas portas de lama que ele instalou no quarto se moveram, cobrindo a maior parte do ambiente.  

    Inala abriu a porta e cumprimentou Grehha, “Pontual, como sempre.”  

    “Vamos logo com isso.” Dizendo isso, Grehha arrastou duas Víboras de Lama inconscientes para dentro, “Cuidado. Não as danifique.”  

    “Eu sei.” Revirando os olhos para as palavras que já ouvira dezenas de vezes, Inala inseriu gentilmente uma Arma Espiritual na boca da Víbora de Lama e ativou sua Habilidade de Refinamento de Toxina. Ele teve cuidado para não machucá-la, ofegando de exaustão alguns minutos depois.  

    Enxugou o suor e retirou a Arma Espiritual, fazendo com que ela despejasse o Tônico de Víbora de Lama refinado em um frasco. Dez mililitros do tônico haviam sido criados.  

    “Próxima.” Grehha bateu apressadamente na segunda Víbora de Lama.  

    “Deixa eu respirar.” Após dez minutos, ele usou a Habilidade de Refinamento de Toxina para criar mais dez mililitros do tônico.  

    Observando os vinte mililitros do tônico com animação, Grehha comentou de forma despreocupada, “Sabe, mesmo que você me forneça vinte mililitros todo dia, ainda faltará um litro depois de um ano. O nosso acordo não era por oito litros?”  

    “Isso é problema seu.” Inala bufou, “Se quer mais, traga mais Víboras de Lama. Além disso, só estou fazendo isso boa vontade. Não registramos nosso acordo nem nada, então não sou legalmente responsável. Não espere que eu crie do nada.”  

    “E definitivamente não vou compartilhar o tônico que faço com as minhas.”  

    “Tá, tá, beleza.” Levantando a mão, Grehha se preparou para sair. Então, olhou para as paredes de lama bloqueando a maior parte do quarto, exibindo uma área igual à dos outros alunos no dormitório, ‘Ele está escondendo tudo o que tem feito. Bem, se eu me esforçasse, poderia derrotá-lo e arrancar seus segredos. Mas também posso me machucar. Droga dessa doença. Vai atrasar meus planos e me fazer gastar mais recursos na recuperação. Os outros bastardos podem me ultrapassar usando a chance.’  

    “Nem pense nisso.” Inala bufou ao perceber as intenções de Grehha, “Eu acabo com você se tentar.”  

    “Consegue?” Grehha riu com deboche e liberou seu Prana.  

    ‘V-Vinte e Sete de Prana?’ Inala ficou chocado. Grehha vinha ganhando um Prana a cada dois dias. Era a velocidade mais rápida depois do regressor.  

    “Tenho o dobro do seu.” Grehha falou calmamente, “Se lutarmos, tenho meios suficientes para te derrotar. Bem, a única razão para não fazer isso é que qualquer ferimento que eu sofra pode fazer o Prana que acumulei desmoronar.”  

    “Não vale a pena.” Ele fechou a porta devagar, “Mas no dia em que eu conseguir a cura…”  

    Não precisava dizer mais. Só existia uma cura. Quem a obtivesse decolaria em força. Para evitar qualquer ameaça potencial à sua ascensão, eliminariam os outros reencarnados, incluindo o regressor.  

    Até o regressor lutaria pela mesma cura. Então, o banho de sangue que se aproximava era inevitável.  

    A porta se fechou lentamente, mas pareceu um estrondo em sua mente, piorando o humor de Inala, ‘Você acha que seu plano é superior?’  

    “Veremos.” Bufando em resposta, ele afastou as falsas portas de lama e começou a trabalhar em seu teatro em miniatura. Com base no retorno do público, ele aprimorou a experiência.  

    Também reabasteceu as toxinas nos recipientes ósseos e até esculpiu uma placa grande para destacar sua barraca.  

    A Trupe Cômica de Inala!  

    O nome era simples e mostrava do que se tratava sua barraca. Justamente quando ele estava terminando os últimos retoques, alguém bateu na porta novamente, ‘Quem diabos está visitando agora?’  

    Grehha era seu único visitante no último mês. Então, ele estava curioso. Depois de selar o quarto com as falsas portas de lama, Inala abriu a porta, surpreso ao ver o visitante, “Virala?”  

    O covarde fingido havia chegado, com uma expressão presunçosa. E agarrada em seu braço como um coala estava Ruvva. Parecia que ela havia se apaixonado perdidamente por ele.  

    ‘Ele é do tipo galanteador, hein?’ Inala pensou e perguntou, “O que você está fazendo aqui?”  

    “Vim negociar.” Dizendo isso, ele abriu caminho enquanto Ruvva arrastava um balde para dentro.  

    Ao ver o conteúdo familiar, Inala balançou a cabeça instantaneamente, “Recuso.”  

    Havia vinte litros de toxina de Víbora de Lama no balde. Era óbvio que Virala estava pedindo para ele refiná-la. Refinar vinte litros consumiria todo seu Prana e um pouco mais. Ele teria que fazer pausas para recuperar parte do Prana.  

    Como a toxina não estava em uma Víbora de Lama, no máximo um litro do tônico seria criado. E um litro do tônico, quando consumido, só rendia um aumento de 10 Prana.  

    Além disso, se Inala quisesse recuperar o Prana gasto através de comida, levaria alguns dias. Isso significaria que seus planos para o evento do dia seguinte seriam prejudicados. Virala chegou no momento perfeito para atrapalhar tudo.  

    “Dê a ele.” Enquanto Virala falava, Ruvva estendeu uma cesta a Inala.  

    “Isso é…” Ele olhou para a fruta semelhante a uma baga1 dentro dela, de cor branco-cremosa. Era uma fruta Parute, a única fonte de Prana puro em Sumatra. Havia centenas na cesta.  

    Um grupo de árvores Parute crescia no estômago da Presa Empírea, produzindo frutas Parute. Consumir cem frutas Parute aumentava o Prana de um cultivador em uma unidade, não apenas recuperando Prana gasto, mas também aumentando seu crescimento.  

    A maneira mais rápida de cultivar era consumir frutas Parute. Mas elas eram um recurso protegido e distribuído com moderação, pois também serviam como moeda. Com validade de um ano, eram um recurso monetário descartável.  

    “400 Parutes.” Virala disse, observando os olhos de Inala brilharem de desejo, “Isso é só o adiantamento. Se você refinar os vinte litros antes do amanhecer, receberá mais 400.”  

    “Se quer aceitar a tarefa ou não, é sua escolha.” Virala sorriu com arrogância, ‘Mas, será que você pode recusar?’  


    1. Tipo tomate, bem carnudão e com sementinhas. No caso, ai é um Tomate Albino kk[]

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 100% (4 votos)

    Nota