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    Revertendo para sua forma masculina, Inala inseriu uma Bomba de Prana — cheia de Prana — na boca do foguete. A boca do foguete era parte da Arma Espiritual feita usando sua própria boca. Portanto, podia triturar a Bomba de Prana e fazer o fluido de dentro vazar.

    Seu interior era basicamente feito de seu sistema digestivo. Assim, o fluido logo foi transformado em Prana, que foi absorvido pelo par de pulmões na parte de trás.

    Através do bocal, os dois pulmões começaram gradualmente a sugar o ar assim que Inala ativou a Gravidade Inercial Interna em todo o foguete, concentrando seus efeitos dentro dos pulmões.

    À medida que o Prana continuava a surgir nos pulmões, juntamente com a Gravidade Inercial Interna, o espaço começou a se expandir dentro deles, fazendo com que mais e mais ar fosse absorvido e comprimido. Enquanto isso acontecia, Inala despejou todas as Bombas de Prana e Bombas da Vida cheias em uma Bomba de Prana gigante.

    O foguete foi montado em suas costas, com a boca dentro da Bomba de Prana gigante, permitindo que Inala inserisse Bombas de Prana — em sua boca para abastecê-lo — enquanto estava sentado dentro.

    Presos na parte inferior da Bomba de Prana havia um par de rodas, fixadas a um sistema de suspensão simples. Saindo das laterais, havia asas de avião. Flaps, lemes e ailerons foram instalados em seus respectivos locais.1

    Todos eles eram Armas Espirituais, permitindo que Inala os controlasse individualmente.

    Ele se sentou e esperou pacientemente na cabine. Alguns Lagartos Vacilantes retardatários atacaram o objeto, mas como era criado com Bombas de Prana, o contato apenas fez com que seu Prana fosse absorvido.

    Levou dez minutos para o ar ser comprimido ao limite dentro dos pulmões. Inala se preparou e o ativou. 

    “Vamos ver no que dá!”

    BOOM!

    Um poderoso jato de ar foi liberado pelos dois bocais, fazendo o veículo disparar para a frente, decolando em questão de segundos. Graças aos efeitos da Gravidade Inercial Interna, Inala nem sentiu os vetores inerciais da velocidade de lançamento.2

    “Decolou!” Ele gritou, tendo tornado translúcida a parte da Bomba de Prana gigante à sua frente, agora capaz de ver o exterior. Os Lagartos Vacilantes recuaram com medo dessa criatura misteriosa, observando-a alçar voo, um caso sem precedentes em Sumatra.

    Infelizmente para Inala, ele estava no ar por menos de uma dúzia de segundos quando, de repente, as asas presas ao Ovo de Prana gigante desapareceram.

    Não, elas não se despedaçaram pelo atrito. Não sucumbiram à Natureza Primária dos Lagartos Vacilantes. Não. Foi algo mais grandioso e sinistro. As asas simplesmente desapareceram, como se jamais tivessem existido.

    O veículo se chocou contra o chão e sofreu danos no processo. Mas seu interior estava ileso graças à Gravidade Inercial Interna.

    Inala precipitou-se para fora e fitou o lugar onde as asas deveriam estar.

    “Mas que…”

    O local onde as asas estavam presas à Bomba de Prana gigante estava liso. Inala franziu a testa, mas como não tinha tempo para procurar nos arredores, caçou alguns Lagartos Vacilantes e refinou seus ossos em um par de asas de avião mais uma vez.

    Dez minutos depois, os pulmões estavam cheios de ar comprimido. Desta vez, Inala se concentrou nas asas enquanto o veículo decolava novamente, colocando toda a sua atenção nelas. Ele se arrependeu imediatamente.

    Um olho misterioso, de natureza etérea, avermelhado, de aparência escamosa e pontilhado com um milhão de íris. Ele surgiu ao lado das asas e as fitou.

    A lógica de causa e efeito parecia ter sido subvertida. Num instante, o par de asas desapareceu, como se jamais tivesse existido. O olho misterioso se desvaneceu no exato momento em que o veículo se espatifou no chão.

    Inala saltou para fora e disparou em direção à cratera da queda anterior, parando em choque ao ver um amontoado de carcaças de Lagartos Vacilantes espalhadas pelo local. 

    “Porra!”

    Essas carcaças de Lagartos Vacilantes deveriam estar espalhadas com pedaços de sua carne esmagados. Afinal, seus ossos foram retirados e usados por Inala para fazer as asas.

    Mas agora, ao se aproximar de uma das carcaças e tocá-la, ele sentiu o esqueleto em seu interior. 

    As asas reverteram às suas formas, localização e estrutura originais. É como se eu jamais as tivesse refinado para se tornarem as asas da aeronave.

    Como isso havia acontecido duas vezes, ele seria um idiota se ainda não entendesse o que estava acontecendo. 

    Lembrando-se das Crônicas de Sumatra, ele murmurou: “Não é que nenhuma Besta Prânica possa voar em Sumatra. Como estão em constante evolução, elas já deveriam ter evoluído na direção que lhes permitisse voar. Já que isso significaria que se tornariam a raça que domina os céus.”

    Voar era proibido!

    Essa era uma regra absoluta imposta ao mundo, possivelmente por alguma entidade onisciente com o poder de alterar a lógica de causa e efeito. Portanto, no momento em que uma Besta Prânica evoluísse para ganhar um par de asas ou obtivesse uma Natureza que concedesse voo, a causa e o efeito mudariam, revertendo seus ganhos.

    Assim, o voo se tornava impossível. Em seu caso, ele estava apenas usando suas habilidades básicas para criar um impulso. O único item que concedia voo era o par de asas de avião. Portanto, elas foram apagadas através de causa e efeito.

    Dessa forma, os ossos usados no refinamento das asas retornaram à carcaça de seus donos originais, formando seus esqueletos, mesmo que os Lagartos Vacilantes estivessem mortos.

    Essa foi uma lição valiosa para Inala. Se ele tivesse tentado algo assim por conta própria, ele mesmo teria sido apagado por esse poder misterioso.

    Espere, como nada aconteceu quando a 43ª Presa Empírea nos lançou ao céu?‘ 

    Ele se lembrou do momento em que foi lançado ao céu — dentro da Bomba de Prana gigante — pela 43ª Presa Empírea.

    Quando o Rei Javali correu em sua direção, ele fez asas de avião aparecerem na Bomba de Prana gigante e as usou para mudar sua direção de voo. Mas nada aconteceu naquela época. 

    Então, por que agora?

    Ele encarou o ar que lentamente saía do bocal enquanto o espaço interno desaparecia, percebendo o que estava acontecendo. 

    “Quando a 43ª Presa Empírea nos lançou no ar, a partir do momento em que deixamos sua tromba, começamos a desacelerar. Portanto, aquele caso foi meramente um projétil disparado com uma força tremenda. Não foi um voo puro.”

    Ele então encarou o bocal. “Mas agora, quando eu estava no ar, estava constantemente acelerando graças ao impulso. E com as asas controlando a estabilidade, aquilo era voo propriamente dito. Por isso, as asas foram apagadas.”

    “Mas,” ele franziu a testa e olhou para o bocal, “elas não são a fonte do impulso? Por que não foram removidas? Em vez disso, apenas as asas foram alvo.”

    Ele pensou por um tempo e finalmente descobriu. 

    “Entendo. É complicado.”

    “Mas eu entendi agora.” Inala sorriu. “Posso usar isso contra meus inimigos.”


    1. Eu não manjo absolutamente nada de aviação. Então, para quem é como eu, aqui vai o bizu: o Inala não está só construindo asas, e sim as partes móveis que controlam o avião. De forma simples:Flaps: São painéis nas asas que ajudam o veículo a decolar e pousar em velocidades mais baixas sem cair. Lemes: É a parte vertical na cauda que vira o “nariz” do veículo para a esquerda ou para a direita, como o leme de um barco. Ailerons: São as pontas móveis das asas que inclinam o veículo para os lados, permitindo que ele faça curvas no ar. Meu mano Inala basicamente construiu um sistema de voo completo, com todas as peças necessárias para manobrar no céu. Azulão é bizarro, muito anos de Flight Simulator jkkk[]
    2. Os “vetores inerciais da velocidade de lançamento” se referem basicamente à força G — aquele “repuxo” violento que pressiona seu corpo contra o assento quando um carro arranca muito rápido ou em uma montanha-russa. O poder de Inala, a Gravidade Inercial Interna, funciona como um amortecedor interno que o protege, impedindo que ele sinta esse impacto físico da aceleração extrema sem ser esmagado como uma panqueca.[]

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