Capítulo 128: A Tribo Devastada do Rei Javali Empíreo

“Puta merda!” Undrakha e Renduldu exclamaram em uníssono enquanto seus corpos desapareciam, transportados para o Mundo Transcendente que pairava ao longe no céu.

As habilidades de Brangara evoluíram quando ele se tornou o Rei Javali Empíreo. Ele finalmente entrou no Estágio Corporal, o que não parecia possível até então. E como ele já tinha sua forma de Besta Prânica, essa se tornou seu corpo.

Como seu corpo já havia atingido a maturidade, Brangara alcançou o pico do Estágio Corporal.

Os Membros do Clã Mamute no topo da 1ª Presa Empírea correram em sua direção, com a intenção de dar um fim à sua vida. Em resposta, ele berrou: “Não tão rápido, filhos da puta. Vocês me torturaram até agora. A partir de hoje, os papéis se inverteram!”

Como ele estava sendo reforçado por mais de cem Naturezas Primárias da Natureza Voraz, Brangara estava em sua forma mais forte. Ele ergueu a mão e desferiu um golpe, destruindo o assentamento e mandando todos pelos ares.

Faixas de osso formando o exoesqueleto da 1ª Presa Empírea começaram a fluir como o mar enquanto ela entrava em sua forma de batalha.

Ele sabia que não devia desafiá-la, pois mesmo em seu estado atual, um golpe dela e ele morreria. Em vez disso, Brangara usou o Vazio Cinza-Arenoso a seu favor e saltou da 1ª Presa Empírea, desaparecendo na escuridão.

Ele os circulou, fazendo um cálculo baseado em sua rota de viagem enquanto corria para a retaguarda da manada e visava a 100ª Presa Empírea, ferindo-a, já que ela ainda estava em sua forma de economia de energia.

[Gannala está desaparecida!]

O rugido da 1ª Presa Empírea alertou todas as 100 Presas Empíreas para a ação, enquanto procuravam ao redor e lutavam contra os ataques furtivos de Brangara. No caos, eles se desviaram da rota designada, fazendo com que as pernas das Presas Empíreas começassem a afundar.

A batalha se estendeu por oito longos anos, resultando na morte de seis Presas Empíreas. Como Brangara nunca as enfrentou diretamente, mas as assediou com ataques furtivos, eles sofreram perdas significativas.

Além disso, sempre que desejava descansar, ele se transformava em humano e se refugiava em um Assentamento. Assim que descansava e se recuperava, ele escapava silenciosamente, se transformava no Rei Javali Empíreo e voltava para atacá-los, fazendo parecer que os estava rastreando através do Vazio Cinza-Arenoso.

Quando as Presas Empíreas descobriram seu plano, seis delas já estavam mortas, consumidas por ele. Além disso, a energia que ele obteve ao engolir seis Presas Empíreas permitiu que ele continuasse lutando sem descanso.

Somente depois que ele parasse de usar suas habilidades, as Naturezas Primárias ativadas desapareceriam de seu corpo. Como ele tinha Prana suficiente para suprir sua ativação, graças aos cadáveres dos Javalis Empíreos, ele continuou a assediá-los.

Mas depois de um tempo, ele atingiu seu limite quando o Vazio Cinza-Arenoso se tornou cada vez mais traiçoeiro. No final, ele teve que parar a caçada e retornar ao Continente de Sumatra. Embora apenas seis Presas Empíreas tivessem sido mortas, aquele dia sinalizou a ascensão de um predador que visava até mesmo as Presas Empíreas sozinhas.

Logo, o nome do Rei Javali ressoou por todo o Continente de Sumatra, temido por todos, uma Besta Prânica aterrorizante com um apetite insaciável que caçava até mesmo Presas Empíreas.

Como ainda havia 88 Presas Empíreas deixadas para trás no Continente de Sumatra, o Rei Javali pretendia exterminá-las primeiro. Depois disso, ele seguiria a primeira manada para o novo continente e as massacraria todas lá.

Olhando para a Tribo Galo, o Rei Javali murmurou: “Ver o Vazio Cinza-Arenoso aqui me fez lembrar do meu passado horripilante.”

Ele suspirou e pensou no Clã Mamute. “Através dos Membros do Clã Mamute, as Presas Empíreas aumentam seus números. Antes da chegada da Ancestral do Clã Mamute, eles eram meramente uma Tribo Devastada que eram escravos das Presas Empíreas.”

“Não, elas nem eram Presas Empíreas naquela época.” Ele assentiu e observou calmamente os Membros da Tribo Galo se agitando em aflição para notificar a Rocatriz sobre o muro quebrado. “Estou sozinho. Minha raça foi aniquilada. Mas,”

Seus olhos brilharam de excitação. “Se eu criar minha Tribo Devastada e fazê-los evoluir para Membros de Clã, contanto que eu siga a mesma rota que as Presas Empíreas, eu deveria ser capaz de criar meus irmãos através deles.”

“Hahaha!” Ele rugiu de rir. “Seu filho da puta que me atraiu para a armadilha. Você acabou de me iluminar com esperança.”¹

“Vou criar meus irmãos e casualmente apagar sua espécie.” Ele estava confiante, especialmente com as informações que havia acumulado. “Em três gerações, criarei meus Membros de Clã.”

A figura do Rei Javali passou como um relâmpago pela região, observando todos os cinco Membros de Tribo. Ele passou um mês obtendo dados suficientes. Uma vez satisfeito, ele deixou a região, indo direto para o Enclave Varahan. 

‘Há um Reino de Humanos Livres a cinco mil quilômetros da minha casa. Vou transformar todos eles na minha Tribo Devastada.’

Ele saltou através do Vazio Cinza-Arenoso de um quilômetro de largura, anotando a posição do Gotejador de Lodo ao longo do caminho. 

‘Parece que está se preparando para gerar mais de sua espécie. Melhor assim. Voltarei quando houver um bando deles e engolirei as Naturezas Primárias de metade deles.’

Originalmente, o Rei Javali, que deveria ter enfrentado a manada de Presas Empíreas e o Clã Mamute sozinho, agora havia se desviado para uma direção completamente diferente.

O plano de Inala pretendia fazer o Rei Javali cair na armadilha e, assim, pensar em todos os futuros choros da pequena Gannala como armadilhas também. Isso de fato funcionou espetacularmente.

Do ponto de vista de Inala, foi um sucesso retumbante. Agora, ele não precisava se preocupar com o Rei Javali o perseguindo até que a pequena Gannala amadurecesse. Mesmo que o fizesse, Inala poderia simplesmente armar outra armadilha como essa, enganando o Rei Javali mais uma vez.

Enganá-lo vezes suficientes e, no futuro, mesmo que ouvisse os choros de uma Presa Empírea bebê, o Rei Javali se esquivaria de fazer a jornada. Até aqui, as coisas haviam saído como planejado.

Mas as consequências foram desastrosas. A entidade que antes era forte o suficiente para não precisar de ninguém agora desejava reerguer sua raça. 

E se ele tiver sucesso, o Rei Javali terá sob seu comando um exército de Javalis Empíreos inteligentes que terão controle total sobre suas habilidades.

O exército de Javalis Empíreos se tornaria o adversário das Presas Empíreas, enquanto o clã criado por Brangara acabaria confrontando o Clã Mamute.

O cenário final mudou: de um único inimigo superpoderoso para um inimigo superpoderoso com um exército. Não se sabia quem arcaria com as consequências desse erro. Mas, como parte do Clã Mamute, todos os reencarnados estavam na mesma situação.

A partir de agora, não importava onde no mundo eles se escondessem, o Rei Javali não se incomodaria com eles. Em vez disso, o Clã a seu serviço vasculharia todo o Continente de Sumatra para erradicar quaisquer Membros do Clã Mamute escondidos. 

O nascimento da pequena Gannala já havia mudado a trama uma vez, fazendo com que o Rei Javali e a manada de Presas Empíreas se confrontassem antes da hora. E agora, o erro de Inala mudou ainda mais a trama, resultando no nascimento de uma força oposta.

1. Falar que o tiro saiu pela culatra é eufemismo. Azulão, F no chat.[↩]