Capítulo 133: O Processo de Reversão de Idade de uma Presa Empírea
Vazio Cinza-Arenoso!
Quando a corrente de energia atingiu Brangara e destruiu parte do Assentamento na 1ª Presa Empírea, Gannala foi arremessada para longe. Os membros do Clã Mamute que atuavam como seus protetores foram vaporizados quando uma porção da corrente de energia se curvou em sua direção.
Gannala era uma existência especial, capaz de atrair uma pequena corrente de energia mesmo com apenas dois anos de idade. Isso era algo invocado apenas por Transcendentes.
Até mesmo Brangara só atraiu um raio após ativar simultaneamente todas as Naturezas Primárias de Javali Empíreo em seu corpo. Aquilo foi uma demonstração de sua especialidade, intitulada a Presa Suprema por todas as Presas Empíreas.
A explosão resultante a lançou para longe do Assentamento na 1ª Presa Empírea, para as profundezas do Vazio Cinza-Arenoso. Lentamente, ela começou a afundar na areia cinzenta, fazendo com que sua presença desaparecesse.
Quando a 1ª Presa Empírea sentiu seu desaparecimento, já era tarde demais, pois sua presença já havia sido ocultada. Tudo isso acontecera em questão de segundos.
Gannala estava ensanguentada pelo impacto, perdendo a consciência enquanto afundava cada vez mais na areia cinzenta. Mas, ao fazer isso, seus poderes se ativaram, tornando seu corpo mais leve, tão leve que ela parou de afundar.
Gradualmente, ela emergiu à superfície, acordando em um lugar muito distante da manada devido às correntes subterrâneas na areia. Quando recobrou a consciência, ela sabia o que fazer, pois naquela minúscula corrente de energia que se fundiu a ela havia informações valiosas.
Continha até mesmo informações sobre os segredos do Vazio Cinza-Arenoso, permitindo que Gannala navegasse por ele e alcançasse um caminho seguro onde os efeitos da região eram fracos o suficiente para que ela pudesse suportar.
Mas, a essa altura, ela estava cansada demais para ir atrás da manada. As ações do Rei Javali apenas tornaram as coisas caóticas, destruindo as marcas que a manada havia deixado para indicar sua rota.
Como resultado, Gannala não sabia para que lado elas foram. No fim, ela foi forçada a retornar ao Continente de Sumatra, a única rota disponível em suas memórias graças à herança da manada.
O Vazio Cinza-Arenoso era desprovido de vida. Mas, sendo ela mesma um bioma, Gannala consumia a areia cinzenta e a decompunha nos nutrientes de que precisava. Isso não era possível para outras Presas Empíreas. Mas, através das informações obtidas da corrente de energia, ela conhecia o método para usar a Gravidade Inercial Interna para decompor a areia cinzenta nos minerais necessários para sua sobrevivência.
Isso apenas lhe fornecia o suficiente para sobreviver. Ela não conseguia nem acumular Prana, nem aumentar o volume de seu corpo. No fim, ela permaneceu pequena, do mesmo tamanho de um elefante recém-nascido, perdendo uma boa parte de seu crescimento.
Com sua estrutura pequena, seus meios de locomoção eram limitados, e ela passou muito tempo em sua jornada de volta. A jornada que levara dois anos para a manada custou-lhe uma década.
Eventualmente, ela retornou ao Enclave Varahan. A primeira coisa que fez ao chegar foi pular no pântano e beber água até se saciar. Ao comer a grama, cascas de árvores, folhas, nozes, etc., dos produtos da floresta, ela compensou a falta de nutrientes.
O Rei Javali já havia retornado ao Continente de Sumatra a essa altura e estava caçando vorazmente Bestas Prânicas fortes para coletar suas Naturezas Primárias.
Relutante em confrontá-lo, Gannala se escondeu no Enclave Varahan e acumulou sua força. Assim que acumulou o suficiente e se recuperou dos danos sofridos no Vazio Cinza-Arenoso, ela deixou a região, adentrando o território principal do Continente de Sumatra.
Ela queria se reagrupar com a manada de 88 Presas Empíreas que ainda restava no Continente de Sumatra. Mas, ao ouvir sobre as atividades do Rei Javali, que estavam intimamente ligadas ao caminho deles, ela se absteve de ir para lá.
Ela estaria se enviando para a morte desnecessariamente. Havia uma chance maior de o Rei Javali encontrá-la primeiro do que sua manada. E mesmo que ela se juntasse à manada, o Rei Javali, que os seguia de perto, acabaria descobrindo que ela estava viva.
Ela praticamente nascera da aniquilação da raça dele. Portanto, a Presa Empírea que ele mais odiava era ela.
Como resultado, ela optou por seguir sozinha. Mas isso era mais fácil falar do que fazer, especialmente porque uma Presa Empírea não era uma Besta Prânica flexível.
Para se tornar flexível, ela teria que assumir seu modo de batalha, que consumia muitos recursos. Ela não conseguiria ficar nesse estado por mais de alguns minutos.
Seu modo de conservação de energia era severamente deficiente em meios para lutar contra espécies invasoras como as Víboras de Lama e milhares de outras que infestavam o Continente de Sumatra.
A única maneira de combater isso era através do Clã Mamute. Mas ela estava sozinha. Por isso, tomou uma decisão bastante ousada.
Sentada em uma caverna, Gannala começou a derramar sangue, perdendo propositalmente sua Prana e força vital acumuladas para reverter a própria idade, um processo considerado tabu entre as Presas Empíreas.
Ela nascera originalmente humana. E a transformação em uma Presa Empírea fora voluntária. Normalmente, as Presas Empíreas permanecem humanas por uma década ou duas, vivendo como membros do Clã Mamute.
Quando atingem a maturidade como humanos, eles naturalmente se tornam Presas Empíreas, começando como filhotes de Presa Empírea. Seu crescimento começaria a partir de então.
Como Gannala era significativamente mais dotada que suas irmãs, ela pôde se transformar em uma Presa Empírea dois anos após seu nascimento. Mas agora, ela estava regredindo esse desenvolvimento, descartando todo o seu crescimento para reverter à sua forma humana.
Esta era uma medida desesperada que as Presas Empíreas usavam em uma situação em que sua raça se sentia ameaçada. Ao se transformarem em humanos, elas se misturariam em um Reino humano, recuperariam sua força, aumentariam seus números e emergiriam como Presas Empíreas mais uma vez.
Essa era uma tática que usaram eras atrás, uma que foi considerada desnecessária assim que atingiram um certo nível de força. Além disso, nos últimos oito a dez mil anos, elas tiveram o apoio do Tentáculo Empíreo Místico, que os considerava seus amigos.1
Portanto, elas eram verdadeiramente uma das forças mais poderosas de Sumatra.
O problema com essa regressão de idade era a perda tremenda de força. Quanto mais velhas fossem como Presa Empírea, maior era a força que perdiam. Elas também sofriam inúmeros problemas genéticos como resultado.
Gannala tinha apenas uma década de idade como Presa Empírea, mas mesmo ela teve que pagar um alto preço, sentindo seu corpo enfraquecer, incapaz de um dia realizar seu potencial.
O caminho para o Grau Místico existia nela, mas essa ação significava que ela nunca se fortaleceria o suficiente para persegui-lo. Mas se não revertesse sua idade, não conseguiria sobreviver no Continente de Sumatra devido às limitações estruturais de sua raça.
Por fim, por seu futuro, pelo futuro de sua raça, para alcançar o objetivo de suas vidas, Gannala se submeteu à tortura.
“Aaaahhhhh!” Os gritos de uma mulher humana, de uma dor insuportável, ecoaram da caverna enquanto uma garota frágil e ensanguentada saía. Com olhos fundos, ela se arrastou até o Reino mais próximo.
- Até aqui rola o famoso Networking empresarial…[↩]
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