Capítulo 14: Encontro com Vovó Oyo
Viver trancado em casa era ruim para a mente humana. Não só as experiências de vida estagnariam, mas até mesmo as experiências acumuladas antes dessa fase se desvaneceriam até não restar nada.1
A mente ficaria fraca. Portanto, aqueles que permaneciam reclusos tinham mentes frágeis, incapazes de suportar qualquer estresse. Eram propensos a explosões de raiva, expunham suas emoções facilmente e, pior de tudo, não tinham controle sobre seus desejos. Afinal, não haveria consequências para suas ações.
Não faltavam mulheres bonitas no mundo. Bastava percorrer as ruas para encontrar pelo menos algumas. E enquanto uma pessoa vivesse nesse mundo, ela se acostumaria com esse cenário.
Mesmo se vissem uma mulher deslumbrante, tudo o que fariam seria admirá-la mentalmente e soltar um ou dois comentários. Não perderiam totalmente o controle sobre seus sentidos motores, como Inala no momento.
Após seis anos como recluso, sempre que encontrava uma mulher bonita online, ao sentir o mais leve impulso, ele se masturbava. Se estivesse em um ambiente de trabalho, teria que se conter, caso contrário, poderia perder o emprego.
Além disso, ser rotulado como pervertido seria o fim de sua carreira. Portanto, ao conter seus impulsos, logo atingiriam um ponto em que teriam grande controle sobre eles e poderiam escondê-los ao interagir em sociedade.
Inala havia perdido esse controle. E mesmo após reencarnar, em nome do treinamento, ele se trancou em um quarto. Velhos hábitos são difíceis de mudar, afinal.
Ele olhou para as calças e viu a ‘barraca’ que se formara lá. Rapidamente pressionou a área: ‘Não é hora de montar acampamento, soldado’.
Ao entrar em seu quarto, Inala ativou a Arte Óssea Mística e meditou por cinco minutos, suspirando de alívio ao ver que se acalmara. O gado pervertido dentro dele havia sido selado no abismo mais uma vez.
Assim, pôde pensar logicamente como antes, observando seu corpo para sentir uma energia misteriosa circulando nele, ‘Isso é o que protegeu meus ossos de quebrar durante o impacto?’
Quando Vovó Oyo o petelecou, ela infundira essa energia em seu corpo. Seus efeitos não durariam muito, pois a quantidade infundida era mínima. Mas foi calculada para ser suficiente para ele fazer o trajeto até sua casa carregando o balde de tônico.
O tônico era apenas um litro, pesando pouco mais de um quilo. Não era pesado, mas era preciso lembrar que ele estava no andar mais alto. Isso significava que ele teria que carregar o balde e descer as escadas.
Se descesse com força, o choque gerado poderia rachar os ossos de seu braço que carregava o peso extra. Por isso, ele bateu na porta de Vovó Oyo sem o balde. Além disso, ele estava sondando para ver se ela usaria algum tônico nele para facilitar a tarefa.
‘Ela é exatamente como descrito no romance, propensa a liberar intenção de matar, mas inerentemente gentil.’ Inala se levantou, pegou o balde de tônico e desceu as escadas correndo.
Ele estava animado, pois conseguiu descer como uma pessoa normal de sua idade. Os efeitos de sua Doença do Fragmento haviam sido amplamente suprimidos pelo tônico infundido nele.
Vovó Oyo era uma farmácia ambulante. Ela armazenava tônicos para diversos fins em seu corpo e podia infundi-los nos outros quando necessário. Em batalha, atuava como curandeira, trabalhando ao lado dos mestres que enfrentavam Bestas Prânicas aterrorizantes.
Em Crônicas de Sumatra, após Resha salvar Ruvva, ele é levado sob a tutela de Vovó Oyo. Ela ajuda a suprimir sua Doença do Fragmento, permitindo que ele treine. E com a ajuda dos vários tônicos que ela forneceu, Resha atingiu o auge do Estágio Espiritual antes do Primeiro Grande Desastre começar.
Todo reencarnado pretendia obter sua ajuda, mas Virala foi quem conseguiu. Além disso, ele fez Ruvva se apaixonar perdidamente por ele, aumentando sua importância aos olhos de Vovó Oyo.
Apenas para garantir um futuro melhor para sua neta, ela ajudou Virala, fornecendo mais assistência do que deu a Resha. Afinal, Resha nunca teve interesse romântico em Ruvva. Era apenas a admiração dela por ele.
Mas Virala mudou isso e entrou em um relacionamento com Ruvva, ganhando mais atenção de Vovó Oyo.
Durante sua interação, Virala não liberou seu Prana, então Inala não pôde determinar quanto Prana ele acumulara, ‘Deve ser alto.’
‘Mas não importa. Você é apenas o namorado de Ruvva. Até se casar com ela, a ajuda que receberá de Vovó Oyo ainda é limitada. Você não obterá suas técnicas principais.’ Inala formulou um plano no momento em que Virala bateu em sua porta.
Ele chegou à casa de Vovó Oyo, vendo-a sentada em uma cadeira na sala. A porta estava entreaberta, e no momento em que ele chegou, uma voz fria ecoou, “Entre.”
“Com licença,” Inala disse respeitosamente ao entrar na sala, olhando fixamente para o chão. Não ousava arriscar olhar para seu rosto. Ela não só era bonita, mas também tinha um corpo explosivo. Somado ao seu charme de mulher madura e sua postura autoritária, ele se tornaria instantaneamente seu gado se ela o provocasse minimamente.
A única maneira de evitar isso era não olhar para ela. Um dia, quando se livrasse dos efeitos colaterais de ser recluso, ele poderia olhar diretamente para seu rosto.
No momento em que ele entrou, o balde de tônico voou de sua mão e pairou diante de Vovó Oyo. Uma gota saiu e entrou em sua boca.
Após sentir os efeitos do tônico, Vovó Oyo perguntou sem emoção, “Onde você aprendeu essa Habilidade de refinamento?”
‘É assustadoramente similar à minha, mas foi aprimorada. Como isso é possível?’ Ela o encarou, observando Inala de cima a baixo, franzindo a testa ao notar que ele continuava olhando para o chão, ‘Ele é um mero estudante. Não deveria ter saído do nosso assentamento até agora. Sou a única com conhecimento de refinamento de tônico aqui. Então, com quem ele aprendeu?’
“Eu fiz uma pergunta,” Ela bufou e liberou um traço de intenção de matar, dizendo após ver as pernas de Inala fraquejarem, “Olhe para mim quando eu perguntar algo.”
“Caso contrário, eu te mato.”
- Tá vendo? Não mofem em casa seus vagabundos. Querem ficar no mesmo estado do nosso menino Azulão?[↩]
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