Índice de Capítulo

    O grupo de bandidos fora enviado por um homem poderoso. Tentar argumentar com eles era uma completa perda de tempo. Além disso, Inala não queria gastar neurônios ouvindo qualquer merda que tivessem a dizer para justificar o ataque contra ele.

    Por isso, ele apenas atacou primeiro. Sua Mão de Prana voou e acertou os sete bandidos em cheio no maxilar, nocauteando-os. Ele então os amarrou, bolando um plano de ação enquanto esperava que acordassem.

    Claro, Inala já havia investigado a dinâmica do lugar antes de comprá-lo. Safara era uma mulher bastante ambiciosa, sempre de olho nas pessoas no poder. Ela usou sua inteligência para manobrar pelo cenário político do mercado e prosperar.

    Ela era sua principal fonte de informação. Se ele quisesse fundos, informações ou qualquer outra coisa, Inala apenas lhe fazia uma visita e conseguia o que precisava. Graças a ela, ele sabia que Maharell, o Lorde do Estabelecimento do maior armazém da Cidade Comercial de Ellora, estava de olho nesta propriedade.

    A propriedade fazia fronteira com um de seus estabelecimentos. Ao anexar a área, ele poderia expandir seus negócios e ganhar ainda mais destaque.

    A maioria das pessoas que vivia no beco estreito era idosa, sem sucessores. Depois que os grandes comerciantes bloquearam o acesso ao beco, a vida deles piorou muito. Eles não ganhavam dinheiro e apenas passavam os dias vendo a poeira acumular em suas mercadorias.

    Ao cortar sua fonte de renda, os grandes comerciantes estavam tentando forçá-los a vender suas propriedades. Inala já havia investigado isso, e foi por isso que se meteu no meio dessa guerra fria.

    Em Crônicas de Sumatra, o Clã Mamute operava sozinho, permanecendo nas costas das Presas Empíreas. Apesar do vasto poder que possuíam, capaz de derrubar Reinos inteiros com facilidade, eles nunca o usaram.

    Foi por isso que, quando a situação piorou por causa do Rei Javali, eles não conseguiram se recuperar.

    Apenas ter força não era suficiente. Havia muitos outros fatores envolvidos. Ele era da Terra e acompanhava avidamente a geopolítica, sabendo como os países jogavam seus jogos para controlar uns aos outros.

    O poder militar era apenas o último recurso. A maior arma em que confiavam para impor seu domínio era a economia, especialmente através do comércio.

    Como membro do Clã Mamute, mesmo no nível básico do Estágio Corporal, Inala era forte. Somando isso às suas três Naturezas, ele podia até lutar contra um cultivador do Estágio de 2 Vidas do Reino Humano. Com seu nível de poder, ele podia espalhar sua influência.

    Abrir lojas no Reino Ganrimb com Humanos Livres que juraram lealdade ao Clã Mamute era a forma mais segura de exercerem influência. Essas lojas conseguiriam funcionar sem problemas, já que teriam o apoio de uma das forças mais poderosas de Sumatra.

    Quando necessário, o Clã Mamute pediria a essas lojas uma parte da receita. Dessa forma, mesmo que as Presas Empíreas esgotassem seus recursos lutando contra o Rei Javali, elas poderiam se recuperar mais rápido.

    Contanto que tais esferas de influência fossem estabelecidas em todos os Reinos e Impérios Humanos, o Clã Mamute teria uma base sólida de recursos na qual confiar.

    Claro, ele só podia usar Humanos Livres para isso. Reinos e Impérios Humanos eram muito rígidos quanto a manter sua pureza.

    Além disso, Humanos Livres no Estágio Vital conseguiam sentir se alguém era um Humano Livre ou não. E ao encontrá-los, os Reinos e Impérios expurgariam as pessoas que consideravam “infectadas”.

    Nem mesmo Inala era exceção a essa regra. No momento em que liberasse seu Prana, sua identidade como membro do Clã Mamute seria revelada. O Reino Ganrimb viria atrás de sua garganta.

    “Bem, há coisas que posso fazer para me preparar. Ainda tenho muito tempo”, pensou Inala, focando na tarefa em mãos. “Não vamos nos empolgar e vamos lidar primeiro com esta situação.”

    Ele soltou as amarras de um bandido e o chutou para fora do pátio: — Diga ao seu chefe para vir rastejando até aqui com o rabo entre as pernas. Caso contrário, eu vou buscar o pescoço dele.

    — S-Sim — gaguejou o bandido, fugindo apavorado.

    Já que Maharell estava determinado a obter esta propriedade, ele continuaria a perturbar o local. Em vez de se defender passivamente, era melhor atacar primeiro. Libertar um dos bandidos foi apenas para alertar a outra parte, fazendo-a investigar o local.

    Isso atrasaria qualquer retaliação, dando a Inala tempo mais do que suficiente para agir.

    — Você pode levar o resto das mercadorias para dentro? — perguntou Inala a Asaeya, que o encarava preocupada.

    — Posso, mas você não está sendo precipitado demais? — Asaeya hesitou. — Não sabemos quem apoia Maharell, nem quão fortes são. Já que essa gente veio do Império Brimgan, eles devem ter muitas potências entre eles, no mesmo nível dos nossos mestres. Você não devia subestimá-los.

    — Quem disse que estou subestimando alguém? — Inala riu e olhou para ela. — Você sabe que quanto mais forte for o apoio de alguém, maior sua arrogância e mais ousados eles se tornam?

    — Sim — Asaeya assentiu, depois de pensar um pouco. — Isso faz sentido, mas como isso se relaciona com sua imprudência?

    — E eu estou sendo arrogante o suficiente? — Inala abriu um sorriso.

    Os olhos de Asaeya se arregalaram. — Então, você quer enganar seus inimigos, fazê-los acreditar que seu apoiador está acima de todos.

    — Exatamente — Inala assentiu. — Assim, eles vão parar de me perturbar e, em vez disso, concentrar toda a energia em descobrir quem é meu apoiador.

    — Mas se fizerem isso, uma hora ou outra, vão descobrir que ninguém está te apoiando — disse Asaeya.

    — Mas eu tenho um apoiador — com um sorriso, Inala saiu tranquilamente do pátio e se aproximou do estabelecimento onde Maharell ficava. — O apoiador mais forte, aliás.

    Ele era um membro do Clã Mamute. Seu apoiador era o infame Clã Mamute, que havia destruído muitos Reinos apenas por ter sido irritado. Tudo o que Inala estava fazendo era agir de forma que seus inimigos assumissem que seu apoiador era alguém do alto escalão do Reino Ganrimb.

    Se eles descobririam a verdade ou não, pouco importava. Afinal, em ambos os casos, ele não era alguém que pudessem tocar sem sofrer o risco de aniquilação.

    Mercadorias e Serviços Maharell!

    Era um edifício extenso na estrada principal da Cidade Comercial de Ellora, vendendo de tudo, de tapetes a Elixires. Dois guardas estavam na entrada, revelando serem cultivadores do Estágio Corporal.

    Um grande número de pessoas entrava e saía do edifício de doze andares que ocupava pelo menos cem mil metros quadrados, o tamanho de um shopping center comum na Terra.

    Comportando-se como os nativos, Inala andava de forma imponente ao entrar no estabelecimento, olhando as mercadorias enquanto colocava seu plano em ação.


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