Índice de Capítulo

    — Como… o que acabou de acontecer? — O Rei Javali ficou agitado ao ver a Natureza do Tentáculo Empíreo de Ferro desaparecer de seu Mapa Astral. 

    “Ele está prestes a reviver?”

    — Aconteceu alguma coisa? — Yarsha Zahara perguntou, preocupada.

    — Perdi o poder do Tentáculo Empíreo de Ferro — explicou o Rei Javali. — Eu o estava guardando para impedir o nascimento do Tentáculo Empíreo Místico. Mas, de alguma forma, ele sumiu do meu Mapa Astral.

    Enquanto a dupla preocupada batia cabeça sobre a causa, Orakha vibrava: 

    “Deu certo!”

    O Ponto de Retorno Diário era um poder com duração de um dia. Orakha podia selecionar um local e estabelecer um ponto de retorno ali. Depois disso, contanto que morresse nas 24 horas seguintes, ele reviveria naquele ponto.

    E, ao reviver, podia escolher retornar a qualquer estado físico em que esteve durante aquele período. Por exemplo, se consumisse um Elixir valioso, poderia se matar durante uma fuga e reviver na condição exata de quando acabara de ingerir o Elixir.

    Embora o efeito durasse apenas 24 horas, era uma habilidade valiosa. Além disso, assim que a duração terminasse, Orakha podia ativá-la novamente.

    Foi também essa a habilidade que Renduldu fundiu com a Solidificação de Prana e a Condensação de Pensamento para derivar sua visão do futuro quando se tornou um Tentáculo Empíreo Místico.

    Orakha foi até a parte de trás da rocha e disse a Raaha:

    — Chefe, obtive o poder do Tentáculo Empíreo de Ferro como minha Natureza Secundária.

    — É mesmo? — Os olhos de Raaha brilharam antes de ele soltar uma gargalhada: — Isso é ótimo! Valeu cada minuto aqui!

    Ele conhecia o favoritismo do Continente de Sumatra pelos Tentáculos Empíreos. O fato de Orakha ter obtido o poder do Tentáculo Empíreo de Ferro significava que o Rei Javali o perdera.

    Isso também significava que, no momento, o Clã Mamute detinha todos os três poderes da Raça Tentáculo Empíreo.

    “Desde que tenhamos cautela, podemos passar os poderes do Tentáculo Empíreo pelo Clã Mamute de geração em geração”, pensou Raaha. Ele não acreditava nisso cegamente.

    O Clã Mamute possuía registros deixados por Renduldu detalhando o funcionamento da raça Tentáculo Empíreo. Com base neles, Raaha podia tomar medidas para garantir que detivessem os poderes de todos os três Tentáculos Empíreos.

    E, se surgisse a necessidade, poderiam trabalhar no nascimento de um Tentáculo Místico. A iniciativa agora pertencia a eles.

    Ele deu um tapinha no ombro de Orakha e o desintegrou:

    — Continue o que está fazendo.

    Enquanto Orakha continuava morrendo e ressuscitando, Yennda foi enviado às Planícies Ennoudu para viver à base de uma dieta exclusiva de Musgo Espiritual. Ele foi acompanhado por uma equipe de talentosos Membros do Clã Mamute, todos avaliados com potencial suficiente para se tornarem mestres no futuro.

    O objetivo de todos era obter a Natureza Secundária de Cultivador de Musgo Espiritual. Como Raaha conhecia o valor dessa Natureza, não planejava ignorá-la. Por isso, já havia colocado seus planos em movimento.

    Além disso, estabeleceram um grupo para pesquisar as condições ambientais em várias regiões ao longo da rota capazes de despertar uma Natureza neles, visando fortalecer o Clã Mamute e elevá-lo a outro patamar.

    Simplesmente incluíram Yennda na equipe que já estava a caminho das Planícies Ennoudu. Além disso, se o grupo enfrentasse algum contratempo, Blola poderia ressuscitar Yennda, permitindo que descobrissem a causa da morte por meio dele.

    Sim, esse era o propósito de Yennda. Como perdera seu valor, Raaha planejava usá-lo como cobaia, o primeiro a ser sacrificado para medir o nível de perigo de qualquer lugar.

    Em sua 45ª Ressurreição, Orakha sentou-se de pernas cruzadas no chão, sentindo as mudanças no corpo. De repente, arregalou os olhos e sorriu. Havia entrado oficialmente no Estágio Corporal.

    Natureza Terciária — Devorador Místico!

    Natureza Primária — Avatar Humano!

    Devorador Místico era um derivado de um Devorador Transcendente, limitado a devorar recursos, em especial os minerais necessários para construir um Avatar Humano.

    O Devorador Místico não se limitava apenas a consumir recursos. Na verdade, assim que Orakha devorasse um minério com ele, obteria instantaneamente a técnica de cultivo necessária para incorporar aquele mineral ao Avatar Humano. E essa alteração seria aplicada diretamente à Arte Mística Óssea.

    Sim, Orakha trilhava o caminho de cultivo de um Humano Livre, embora continuasse sendo um Membro do Clã Mamute. Isso era possível graças à sua Natureza Primária: Avatar Humano.

    Enquanto continuava a morrer e ressuscitar, várias essências eram absorvidas pelo seu corpo. Com o tempo, elas se condensaram em seu Recipiente Espiritual para gerar um “outro eu”, basicamente uma versão Besta Prânica mutante de si mesmo que imitava um Humano Livre.

    Mas, para um Humano Livre, a Natureza Primária obtida baseava-se no mineral usado para construir o Avatar Humano. O caso de Orakha era um pouco diferente.

    Por meio do Devorador Místico, Orakha podia consumir qualquer recurso que desejasse e incorporá-lo ao Avatar Humano. Sua Arte Mística Óssea seria modificada de acordo.

    E, como sua Natureza Primária era o Avatar Humano, ele podia reconstruí-lo como bem entendesse, em conjunto com seu Devorador Místico.

    Suponha que ele se depare com um mineral valioso no futuro, mas já esteja no Estágio de 4 Vidas. Usando o Devorador Místico, ele devoraria o mineral. Em seguida, a habilidade modificaria a Arte Mística Óssea para integrar o novo material ao Avatar Humano.

    Assim, ele dividiria o mineral em quatro partes e as integraria aos quatro Avatares Humanos, respectivamente. Além disso, se encontrasse mais desse mineral no futuro, poderia modificar o Avatar Humano ainda mais.

    E se sentisse que a versão atual estava fraca, poderia remover alguns minerais, fazer as modificações necessárias e alterar o poder. Para outros Humanos Livres, isso era impossível.

    Eles levavam uma vida inteira apenas para criar uma técnica de cultivo, e gerações e gerações para refinar e aumentar sua eficiência, até finalmente elevar seu Grau.

    Precisavam construir cuidadosamente o Avatar Humano de acordo com a técnica de cultivo, mantendo o mineral puro. Se a técnica não permitisse outros minerais, uma pureza inferior a 100 por cento poderia causar o colapso do Avatar Humano. Era arriscado.

    Graças às suas Naturezas Primária e Terciária, Orakha se tornaria o primeiro em Sumatra a construir um Avatar Humano Composto, capaz de otimizar os efeitos conforme desejasse, até que a força superasse a dos mais poderosos Avatares Humanos de minerais puros.

    Com o sucesso obtido, Orakha aproximou-se de Raaha e fez uma reverência:

    — Chefe, atingi o limite de informações que posso extrair do Devorador Transcendente. Se eu tentar obter mais, a vontade dele começará a crescer.

    — Registre tudo nisto. — Raaha apontou para uma enorme Tabuleta Óssea.1

    Assentindo, Orakha registrou tudo o que desejava transmitir a Raaha, omitindo informações sensíveis que apenas Resha e os reencarnados deviam saber.

    Raaha acessou as informações na Tabuleta Óssea e franziu a testa:

    — O Rei Javali planeja criar seus próprios Membros de Clã?

    — Isso é preocupante.


    1. Alterei o termo “Lâmina Óssea” para “Tabuleta Óssea” para evitar ambiguidades, já que a piazada estava achando que se tratava realmente de uma lâmina (ou arma), e não de pedaços/lascas de osso e coisas do tipo. O mesmo vai rolar, obviamente, com os termos derivados dele, como a “Lâmina Empírea”, etc.[]

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