Capítulo 27: Yennda Triunfa  

Ao ouvir o grito de Yennda, um dos instrutores presentes no anel externo para supervisionar os alunos se aproximou e observou a Lança Roto. Ele se moveu desajeitadamente até a frente da multidão e encarou Yennda friamente: 

“Seu item foi aprovado?”  

“Sim,” Yennda acenou com confiança.  

“Por quem?” O instrutor perguntou, friamente, questionando se algum instrutor havia sido subornado para permitir tal exibição absurda. ‘Dez vezes a velocidade? Se algo assim fosse real, já teríamos criado há muito tempo.’  

“Pelo Instrutor Mandu do 44º Assentamento!” Yennda anunciou em voz alta.  

O instrutor olhou ao redor, saltou para longe, atravessou a multidão e se aproximou do Instrutor Mandu, trazendo-o até a barraca de Yennda. Apontando para a Lança Roto, perguntou:  

“Isso é real?”  

“Bem, tem vários problemas, mas é real.” O Instrutor Mandu sorriu com arrogância: “Esse garoto só precisa de apoio para aperfeiçoar essa Lança Roto em algo que até nós possamos usar.”  

“Deixe-me testá-la.” Dizendo isso, ele arrancou a Lança Roto das mãos de Yennda e infundiu seu Prana nela, substituindo instantaneamente a marcação anterior. Em questão de segundos, ele a transformou em sua Arma Espiritual e a fez voar pelo ar.  

A ponta da Lança Roto girou tão rápido que produziu um zumbido de alta frequência. Mas a velocidade era excessiva para a lança aguentar. Um leve cheiro de queimado começou a emanar dela. O mecanismo de engrenagens internas havia pegado fogo.  

Mesmo danificando a Lança Roto, o instrutor ficou chocado e olhou para o Instrutor Mandu:  

“Como você disse, isso tem vários problemas. Mas é autêntico.”  

“Lança Roto, era?” Ele perguntou a Yennda e, ao ver o aceno de confirmação, continuou: “É fraca demais para a elite, mas já é a arma mais poderosa que um estudante poderia empunhar. Se você quiser, desejo promover sua Lança Roto para o anel intermediário.”  

“Por favor, deixe-me cuidar disso,” disse o Instrutor Mandu, incapaz de conter o sorriso que se formou em seu rosto ao ver mais instrutores se aproximando da barraca com interesse. “Já que você mesmo verificou, deseja endossá-la junto comigo?”  

“O aperfeiçoamento desta arma beneficiará o Clã Mamute. Claro que vou endossá-la.” Dito isso, o instrutor agarrou a Lança Roto e saltou sobre a parede, entrando no anel intermediário.  

“Você conseguiu, moleque.” O Instrutor Mandu deu um tapinha em Yennda e sussurrou: “Deixe o resto comigo. Farei o possível para conseguir um acordo favorável para você.”  

“Obrigado, Instrutor Mandu.” Yennda curvou-se feliz.  

“Quantas Lanças Roto você pode fazer em um mês?” ele perguntou em seguida.  

“Uma,” Yennda respondeu. “Mas se eu alcançar 100 de Prana, posso criar até quatro por mês. Se conseguir recrutar um aluno talentoso como assistente, posso fazer ainda mais.”  

“Entendido.” Dizendo isso, o Instrutor Mandu também saltou sobre a parede e entrou no anel intermediário.  

‘É um sucesso.’ Yennda riu, parcialmente orgulhoso, mas principalmente aliviado por ter conseguido. Ele estivera tenso o tempo todo. Houve vários momentos de tensão, especialmente nas nuvens antes. Ele quase morreu naquela ocasião.  

Yennda olhou para seu braço machucado. Ele gastara a maior parte de seu Prana para se concentrar em curá-lo, mas ainda havia danos visíveis. ‘Resha! Como ousa quebrar meu braço!’  

“É… verdade o que você disse?” Uma garota se aproximou dele, hesitante, mas esperançosa. “Alguém com a Doença do Fragmento pode ter esperança no futuro? Isso será possível com sua arma?”  

“Você é…?” Yennda perguntou, embora já soubesse a identidade da outra pessoa.  

Seus ossos estavam levemente deformados, fazendo-a curvar-se um pouco. Seu rosto angular tinha maçãs salientes e uma aparência francamente doentia. Nas Crônicas de Sumatra, ela era uma garota mencionada casualmente em uma única frase.  

No Clã Mamute, ela era a segunda mulher com a Doença do Fragmento. Havia muitas dessas mulheres na história, mas eram raras. No máximo, existia uma ou duas por geração. E, na geração atual, a primeira era Vovó Oyo, e a segunda era ela.  

“Yuza,” a garota se apresentou. “Eu também tenho a Doença do Fragmento. Eu havia desistido da vida, mas hoje, quando vi muitos alunos com a mesma condição que eu dando o seu melhor, eu quis fazer algo para mudar.”  

“Quando vi você, senti esperança.” Ela olhou para Yennda, com lágrimas nos olhos. “O que você disse é verdade? Podemos ser salvos?”  

“Você odeia sua fraqueza?” Yennda imitou a pose e o tom de um protagonista de anime popular e estendeu a mão para ela, animado. “Você deseja se tornar mais forte?¹ Se sim, então pegue minha mão. Torne-se minha assistente e trabalharemos juntos por um futuro melhor.”  

“Eu quero,” Yuza chorou de felicidade. Ao vê-la, Yennda ficou animado. ‘Havia uma razão para apenas duas mulheres com a Doença do Fragmento aparecerem. Geralmente, há uma correlação entre mulheres e singularidades. Não foi explicitamente dito lá, mas quando penso nisso…’  

Ele sorriu e enxugou as lágrimas de Yuza. ‘Através dela, posso me curar.’  

“Você me seguirá até meu assentamento?” ele perguntou. “Você é do 43º Assentamento, certo?”  

“Sim,” Yuza acenou. “Mas… isso é possível? Posso entrar no seu assentamento?”  

“Vamos ver,” Yennda deixou a frase pendente enquanto olhava para a parede. “Estou esperando permissão.”  

Uma hora depois, o Instrutor Mandu retornou, feliz, e jogou um saco de Parute para ele.  

“Há um adiantamento de 2000 Parute aqui. Você recebeu uma pequena oficina onde trabalhará a partir de amanhã. Todos os materiais necessários para construir uma Lança Roto serão fornecidos. Desde que a família permita, você pode designar um aluno como seu assistente.”  

“Na conclusão bem-sucedida de cada Lança Roto, você receberá 100 Parute.” Ele concluiu.  

“Só cem?” Yennda suspirou.  

“Sim, mas todas as suas outras necessidades serão atendidas.” O Instrutor Mandu deu um tapinha em seu ombro. “Além disso, isso é apenas para a Lança Roto atual. Você entende o que quero dizer, certo?”  

“Então, é para me motivar a aperfeiçoá-la mais rápido.” Yennda entendeu a implicação dos superiores. Se ele completasse seis Lanças Roto por mês, ganharia 600 Parute. Isso significava que, antes de sua graduação em onze meses, ele teria Parute mais que suficiente para alcançar 100 de Prana.  

Assim que alcançasse o Estágio Corporal, seus requisitos de Parute aumentariam. Além disso, ele também precisaria de vários recursos a partir de então, tornando seus ganhos de 600 Parute insuficientes. A única maneira de satisfazer suas necessidades seria completar a Lança Roto que pudesse ser usada pela elite.  

Só então ele ganharia o suficiente. Portanto, para obter mais investimento, ele teria que ter sucesso. Se ficasse satisfeito com sua conquista atual, não sobreviveria ao atingir o Estágio Corporal. Assim, ele foi forçado a aperfeiçoar a Lança Roto em um ano.  

Yennda olhou para o Instrutor Mandu e acenou:  

“Eu aceito a condição.”  

“Por favor, leve-me à nossa oficina.” Ele apontou para Yuza, nomeando-a como sua assistente, e sorriu ao ver sua proposta ser aceita. ‘Agora tenho tudo de que preciso.’  

1. otaku fedido kkkk[↩]