Índice de Capítulo

    “Kukooo!” O grito de um Zinger Batedor reverberou pelo desfiladeiro, enquanto centenas de Zingers empoleirados nos Baobás amplificaram e ecoaram o som.  

    Eles soltaram seus poleiros e correram no chão sobre as quatro patas, como felinos, dando um salto gigantesco sobre o penhasco. Todos os Zingers desdobraram uniformemente suas membranas alares, planando pelo ar enquanto se aproximavam da Presa Empírea mais próxima.  

    “Kieek!” Um batedor que se movia mais perto gritou ao notar Lanças Ósseas voando em sua direção, lançadas pelos membros do Clã Mamute.  

    Um rastro de ar se formou nas extremidades de suas asas enquanto os Zingers acrobaticamente aumentavam seu coeficiente de arrasto,1 desacelerando abruptamente sua velocidade de planeio. A rápida desaceleração fez com que as Lanças Ósseas errassem seus alvos.  

    “Ataquem!” Um elite do 44º Assentamento gritou enquanto controlava sua Lança Óssea para fazer uma curva no ar e retornar, mirando nos Zingers na volta.  

    Um Zinger evitou habilmente os projéteis ao chegar a algumas centenas de metros do assentamento. Ele cerrou a mão com garras em um punho e condensou Prana nele, criando um objeto em forma de ovo.  

    Ele havia planado usando os ventos, atingindo velocidades de até 60 metros por segundo. Isso era semelhante à velocidade de planeio de um falcão. O arremesso de um arremessador de beisebol de elite atingia apenas 42 metros por segundo. Isso mostrava o quão rápidos eles eram.  

    Assim que entrou em alcance, o Zinger recolheu suas asas em um padrão helicoidal,2 aproveitando a corrente de ar para girar e converter todo seu impulso de planeio em força rotacional. Nessa posição, esticou o braço ao máximo e arremessou com toda sua força, lançando o objeto em forma de ovo.  

    Seu momento rotacional somado ao impulso do arremesso transferiram-se para o objeto em forma de ovo, fazendo com que ele emitisse um som assobiante enquanto voava em direção a um membro do Clã Mamute.  

    “Defenda!” O membro do Clã Mamute estava pronto, erguendo um Escudo Ósseo grande o suficiente para cobrir seu corpo.  

    O projétil em forma de ovo atingiu o escudo, produzindo um alto ruído, desequilibrando o defensor. Mas não terminou aí, pois o projétil em forma de ovo grudou no escudo.  

    “Ugh!” O membro do Clã Mamute que controlava o Escudo Ósseo—como sua Arma Espiritual—grunhiu de dor, pois o Prana que ele infundiu no escudo estava sendo sugado pelo projétil em forma de ovo.  

    Natureza Primária—Bomba de Prana!  

    O objeto em forma de ovo tinha a propriedade de absorver Prana do alvo ao qual se grudava. O membro do Clã Mamute tornou-se mais uma vítima de sua ação.

    Se ele não tivesse se defendido do projétil, seu corpo teria sido esmagado até virar polpa com o impacto. Mas se ele se defendesse, seu Prana seria absorvido. Além disso, a taxa de absorção era rápida.  

    Em alguns segundos, ele perdeu 10 Prana. Tal perda causou a ele um grande esforço, como se todo o ar tivesse sido arrancado dele. Ele levaria alguns segundos para recuperar o fôlego. Mas antes disso, mais duas Bombas de Prana atingiram seu escudo, o impacto lançando-o contra uma parede.  

    Após arremessar três Bombas de Prana, o Zinger aumentou seu ângulo de ascensão, aproveitando as correntes de vento para ganhar altitude e elevar-se além do alcance das Lanças Ósseas.

    Enquanto executava essa manobra, recolheu suas Bombas de Prana restantes.

    A Bomba de Prana não era apenas um item criado a partir de Prana, mas também sua Arma Espiritual. Como resultado, ele podia controlá-las através de psicocinese. Enquanto voava sobre a cabeça, ele puxou de volta as três Bombas de Prana que havia lançado, agarrando-as com suas garras.  

    O Zinger agiu como um batedor e sobrevoou as 44ª e 43ª Presas Empíreas que caminhavam lado a lado. Logo, ele alcançou a parede do penhasco do outro lado e pousou nela. Planar por cinco quilômetros diminuiu significativamente sua elevação.  

    Usando suas garras, ele escalou a parede do penhasco e chegou ao topo, parando para descansar após chegar a um Baobá. Ele estava exausto, tendo escalado por mais de uma hora. Após beber água para saciar a sede, ele abriu a boca e mordeu uma Bomba de Prana, tratando-a como um ovo.  

    As mandíbulas de um Zinger eram tremendamente robustas, capazes de quebrar o exterior resistente da Bomba de Prana, que não rachava mesmo quando arremessada contra um escudo com força suficiente para esmagar um corpo humano. Havia um fluido dentro, semelhante ao conteúdo de um ovo.  

    Era rico em Prana absorvido do membro do Clã Mamute. O Zinger saboreou o gosto enquanto consumia a Bomba de Prana, recuperando todo seu Prana. Ele ainda tinha mais duas Bombas de Prana. Ou seja, ele lucrou com o ataque.  

    Um Zinger pulou de uma montanha, atacou seu alvo e alcançou a montanha do outro lado, terminando sua viagem. Lá, ele faria um balanço de seus gastos. Se o Prana que ganhou fosse maior que seu gasto, então era lucro.  

    Zingers que obtinham um lucro significativo encerravam o dia e começavam a cultivar. Aqueles que não ganhavam o suficiente ou até mesmo tinham prejuízo faziam viagens repetidas.  

    Além disso, os membros do Clã Mamute não eram os únicos alvos. Havia um alvo maior, repleto de Prana mais que suficiente para satisfazer todas as suas necessidades.  

    A Presa Empírea!  

    Os Zingers lançaram Bombas de Prana, mirando em qualquer lugar que desejassem no corpo da Presa Empírea. As Bombas de Prana secretavam uma substância gelatinosa que as fazia grudar em um alvo. Uma vez grudadas, elas absorveriam Prana automaticamente até ficarem cheias.  

    Desde que uma Bomba de Prana entrasse em contato com o corpo da Presa Empírea, não importava o local, ela seria capaz de absorver Prana.  

    Uma vez que absorvessem Prana suficiente, o Zinger recolheria as Bombas de Prana e voaria para um local seguro. Era por isso que eram tratados como bandidos. Eles roubavam Prana dos viajantes.  

    Um dos Zingers lançou uma Bomba de Prana no campo de treinamento da Academia de Refinamento do 44º Assentamento, mirando em Inala.  

    Um grupo de Zingers havia mirado em sua academia, mantendo os Instrutores ocupados. Mas não era como se pudessem cancelar as aulas, pois, diferentemente de territórios anteriores onde as Bestas Prânicas atacavam apenas em escala total, resultando em guerras que diminuíam como a maré após um pico, os ataques dos Zingers seriam contínuos, sempre presentes.  

    Isso significava que os cultivadores tinham que aprender a realizar seus deveres enquanto lidavam com os Zingers. Caso contrário, todas as atividades seriam pausadas, o que só faria com que perdessem seu Prana para os ataques sem ganhar nada.  

    Eventualmente, suas perdas se acumulariam o suficiente para causar o colapso da Presa Empírea. 

    ‘Foi assim que ela morreu.’  

    Inala se lembrou do Primeiro Grande Desastre das Crônicas de Sumatra:

     ‘Bombas de Prana choveram do céu e sugaram Gannala até secar todo seu Prana. Sua Natureza Primária foi desativada, causando o colapso do espaço altamente comprimido em seu interior. Os itens armazenados em seu corpo, abrangendo volumes milhares de vezes maiores que seu corpo, se espalharam como uma tempestade e destruíram a região. A maioria dos membros do Clã Mamute morreu não para os Zingers, mas para esse colapso.’  

    ‘Mas até nas piores situações há um lado bom.’ Pensando assim, Inala terminou sua sessão de escultura ao vivo, tendo criado uma luva de beisebol de argila. Dentro dela estavam Armas Espirituais agindo como os ossos de uma mão.  

    Arte Óssea Mística—Marionetismo!  

    Quando uma Bomba de Prana voou em sua direção, a luva voou para frente e a pegou. A argila que formava a luva se deformou com o impacto, mas conseguiu amortecer a força e absorver energia cinética suficiente.  

    Inala infundiu Prana nela, desacelerando seu trajeto enquanto voava em sua direção, carregada pela inércia da Bomba de Prana, parando-a a meros metros de seu rosto. “Eu consegui.”  

    “Pega!” Ele rugiu e apontou para o Zinger. “Rebatedor eliminado!”


    1. É como os Zingers ajustam suas asas no ar para frear bruscamente. Eles alteram a posição das membranas para criar mais resistência aerodinâmica (arrasto), desacelerando de forma abrupta e evitando lanças ósseas.[]
    2. basicamente, ele dobra as asas e gira que nem um pião louco, transformando o voo em rotação e arremessando a Bomba de Prana a 60 m/s (ou seja, OLHA A PEDRA!). É tipo uma catapulta misturada com arremesso de martelo, só que com física ninja. Isso aí mostra como os Zingers não são só bichos espertos, mas pique engenheiros da porrada aérea. Tudo dentro de um mundo que respeita as leis da física, quaaaaase sempre[]

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