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    ‘A Grande Matriarca do 43º Assentamento, Zahaella. Ela é uma mulher problemática.’, Inala pensou. Ele se lembrou de suas aparições nas Crônicas de Sumatra, uma mulher sanguinária famosa por sua crueldade, mesmo entre os membros do Clã Mamute.  

    Um ano após o Primeiro Grande Desastre, quando o Clã Mamute entrou em um reino para negociar, um ministro a ofendeu. Zahaella armou um esquema contra o ministro de tal forma que, mesmo depois de toda a sua família ter sido massacrada, com as cabeças de todos empaladas e expostas nas ruas, o Rei teve que pedir perdão pessoalmente.  

    O número de membros do Clã Mamute era pequeno, mas cada um era forte. No mesmo nível de cultivo, um membro do Clã Mamute podia enfrentar cinco outros cultivadores e sair vitorioso. Essa diferença era ainda mais extrema entre os mestres.  

    A Arte Óssea Mística era a melhor do Continente de Sumatra, o ápice em termos de eficiência de cultivo. Somado à Presa Empírea, que fornecia aos membros do Clã Mamute todos os recursos que desejavam, desde que um membro do Clã tivesse talento suficiente, ele poderia se tornar forte.  

    Por outro lado, um cultivador em um reino humano não tinha tanta sorte. Não apenas possuíam técnicas de cultivo inferiores, na maioria das vezes, nem sequer tinham acesso aos recursos ideais, muitas vezes tendo que se contentar com materiais similares.  

    Além disso, o fato de terem que construir seu Vaso Espiritual por conta própria era um desafio. Para um membro do Clã Mamute, assim que fundissem seus cem Recipientes Espirituais em um e atingissem o Estágio Corporal, eles precisavam se fundir com um ovo de Besta Prânica e, pronto, estabilizariam seu cultivo e poderiam acumular força imediatamente.  

    Isso não acontecia com um cultivador comum, que tinha que infundir dolorosamente as propriedades de vários minerais em seu Recipiente Espiritual e torcer para estabilizá-lo após muitos problemas. A taxa de sucesso era mínima.  

    Por isso, apesar de terem cultivadores na casa das dezenas a centenas de milhões por reino, o número de cultivadores que atingiam o Estágio Corporal era de apenas alguns milhares. Os mestres eram ainda mais raros.  

    A quantidade de Prana que possuíam era mínima. Suas vidas também eram curtas e limitadas. Somando tudo, um cultivador comum não chegava aos pés de um membro do Clã Mamute.  

    Quando a família do ministro foi massacrada por Zahaella, o Rei ficou furioso. Mas até ele foi derrotado por ela e teve que implorar por perdão. Claro, Zahaella saqueou os cofres reais do reino e também comprou escravos suficientes para repor os números da recém-adicionada 44ª Presa Empírea.  

    Os escravos foram usados como combustível pelos pouco mais de vinte sobreviventes do Clã Mamute no novo 44º Assentamento para gerar recém-nascidos. E sob a influência da 44ª Presa Empírea, todos os recém-nascidos nasceram como membros do Clã Mamute.  

    Os escravos foram descartados logo depois, já que haviam cumprido seu propósito. Era bastante cruel, mas essa era a norma aqui. ‘E eu definitivamente não posso desagradá-la.’  

    Ao contrário de Bora Tusk,1) o Líder do 44º Assentamento, Yahard Tusk, o Líder do 43º Assentamento, era um homem razoável. Desde que Inala apelasse para sua natureza curiosa, ele o protegeria dos esquemas de Zahaella.  

    “Agora, por que não discutimos suas descobertas?” Diante das palavras de Zahaella, Inala permaneceu prostrado.  

    Vendo que ele continuava respeitoso, Yahard Tusk deu um leve toque em sua esposa, fazendo com que ela retraísse seu Prana. Assim que a energia sem forma desapareceu, Inala pôde se mover novamente. Ele olhou para cima e acenou respeitosamente. “É uma honra contribuir para o Clã.”  

    “Mesmo sendo de Assentamentos diferentes?” Zahaella perguntou, sem expressar nenhuma intenção por trás de suas palavras. Mas era um teste. Ela estava avaliando o valor de Inala.  

    “Isso não importa.” Inala disse com confiança. “Se o Clã se beneficiar, meu Assentamento ganhará naturalmente com isso. Nesse sentido, pretendo me tornar útil ao meu Clã.”  

    Com a primeira afirmação, ele expressou sua perspectiva ampla, focando no panorama geral — o Clã Mamute. Sua segunda afirmação significava que ele não negligenciou seu Assentamento em favor do todo. Por fim, ele expressou o desejo de todo membro do Clã Mamute — se tornar útil ao Clã.  

    ‘Para um estudante de sua idade, ele é focado.’, Yahard Tusk exibiu um leve sorriso: ‘Bem, isso é natural para um Condenado à Morte. Só assim ele pode sobreviver à sua sentença de morte.’  

    Ao ver a opinião de seu marido sobre Inala melhorar, Zahaella calmamente trouxe Luttrena à frente e perguntou: “O que você acha da minha filha?”  

    “Estou com inveja de seu talento e contribuição”, Inala expressou com honestidade. Não era o que ele realmente pensava. Ele apenas expressava como se fossem seus pensamentos honestos.  

    ‘Só isso?’ Zahaella olhou calmamente para Luttrena, observando nenhuma flutuação em sua expressão facial. Seus pensamentos estavam completamente mascarados enquanto seus olhos se voltavam para o Instrutor Mandu e se fixavam no objeto que ele carregava. “Explique sobre isso.”  

    “Sim”, Inala acenou e fez um gesto para o Instrutor Mandu colocá-lo cuidadosamente no chão, voltado para a multidão. Ele não o abriu prematuramente e, em vez disso, deu uma explicação breve, sem querer ofender os mestres com uma explicação longa e desperdiçar seu tempo. “É uma peça de arte que, com apenas um olhar, afeta suas emoções. Esta, em particular, faria provavelmente com que você me matasse. É tão ofensiva.”  

    “Pode despertar emoções suficientes para fazer qualquer pessoa no Estágio Espiritual perder seu Prana quando seus Recipientes Espirituais se romperem”, ele inclinou-se levemente. “Essa é o fim da minha explicação. Por favor, preparem-se.”  

    “Como se chama?” Yahard Tusk não pareceu se importar com a explicação. Em vez disso, ele observou a aparência desgastada de Inala para julgar a eficácia da peça.  

    Inala abriu lentamente as portas, revelando a inscrição dentro. Ele nem sequer terminou de abri-las quando o Prana jorrou nas portas, destruiu sua marca e assumiu o controle. As portas se fecharam instantaneamente enquanto a Arte da Imaginação voou em direção a Yahard Tusk.  

    Uma densa intenção assassina encheu a sala, suficiente para fazer todos desmaiarem com a pura sede de sangue na pressão.  

    “Yahard!” Zahaella gritou, emitindo seu Prana em advertência, acalmando um Yahard agitado. A natureza de seu Prana tornou-se gentil e protegeu todos na sala que haviam desmaiado, curando-os enquanto os via se levantarem um após o outro.  

    “Peço desculpas”, Yahard suspirou ao observar Inala recuperar a consciência após cinco segundos, batendo palmas em elogio. “Isso foi incrivelmente ofensivo.”  

    Ele riu casualmente. “Se não fosse por minha esposa, eu realmente teria te matado.”  

    “Você é corajoso, garoto.”  

    A razão era simples. A Arte da Imaginação tocou no ponto fraco de todo membro do Clã Mamute. Era uma imagem simples, mostrando a cena de uma Presa Empírea chorando enquanto caía de lado, dominada por Zingers. Membros do Clã Mamute sem cabeça estavam em seu corpo desmoronando, enquanto suas cabeças eram carregadas pelos Zingers como faziam com suas Bombas de Prana.  

    O que mais os irritou foi a Presa Empírea derramando lágrimas pela morte de seu sistema imunológico — os membros do Clã Mamute — enquanto era dominada pelo inimigo, caindo para a morte. Essa era a cena retratada na escultura: a derrota de uma Presa Empírea, algo incompreensível e inimaginável para os membros do Clã Mamute.  

    Arte da Imaginação — Derrota!


    1. O sobrenome “Tusk” (que significa “Presa” em inglês) é usado somente pelos líderes do Clã dos Mamutes, simbolizando sua ligação com a Presa Empírea (Empyrean Tusk, o mamute colossal[]

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