Capítulo 50: Fechando um Acordo
Uma Presa Empírea era o pilar espiritual de todo membro do Clã Mamute, a divindade de sua adoração, tratada como mais sagrada e amada do que sua própria família. Eles dependiam da Presa Empírea para sobreviver, desde comida até recursos de cultivo.
Além disso, os assentamentos eram seu refúgio, permitindo que sobrevivessem em um mundo traiçoeiro. Tenha em mente que o Continente de Sumatra não era dominado por cultivadores humanos, mas por Bestas Prânicas. A humanidade ocupava apenas uma pequena área, espalhada como pontos isolados na vastidão da terra.
Um reino humano sendo exterminado por Bestas Prânicas da noite para o dia não era algo incomum. Acontecia com frequência. Os sobreviventes fugiam da região e procriavam o suficiente para, com sorte, compensar as perdas com números e erguer um pedaço de terra para si novamente.
Eles perdiam tudo o que haviam acumulado e precisavam começar do zero. Faltavam-lhes necessidades básicas para viver, o clima era implacável, e suas técnicas de cultivo anteriores tornavam-se inúteis devido à falta de recursos necessários, entre outros problemas.
Suportando tudo isso, eles reconstruíam um reino e talvez desfrutassem de algumas décadas de estabilidade, apenas para serem invadidos por um enxame de Bestas Prânicas. Eles precisariam ter sorte o bastante para encontrar uma região com perigos mínimos e estabilidade suficiente para que o reino eventualmente se tornasse um império.
Só então ele poderia acumular poder suficiente para deter as Bestas Prânicas locais. E mesmo assim, não havia garantias. Havia Bestas Prânicas migratórias, como as Presas Empíreas, que seguiam rotas com séculos de existência.
Quando tais manadas de Bestas Prânicas passavam pela região, o império poderia ser reduzido a um reino ou mesmo à ruína. A vida desses cultivadores era comparável à de cães abandonados.
Em comparação, os membros do Clã Mamute viviam como reis, apesar de sua alta taxa de mortalidade. Nunca um assentamento foi completamente aniquilado. Isso só era possível graças à proteção da Presa Empírea.
O Clã Mamute tinha uma história que abrangia milhares de anos. Portanto, suas crenças estavam profundamente enraizadas. As Presas Empíreas eram sagradas e não podiam ser profanadas, seja fisicamente, verbalmente ou mesmo na imaginação. E diante dos olhos desses membros do Clã, a Arte da Imaginação — Derrota foi exibida, mostrando a morte de uma Presa Empírea.
Inala estava praticamente brincando com a morte. Se tivesse mostrado isso a Bora Tusk, sua cabeça já teria rolado há muito tempo. Só porque era Yahard Tusk que ele pôde correr esse risco.
“Qual foi o pensamento por trás disso?”, Yahard perguntou após se acalmar. Ele olhou para Inala sob uma nova luz. A Arte da Imaginação era absolutamente ofensiva, mas cumpriu o que Inala prometeu. Na verdade, foi mais eficaz do que o declarado. Vendo alguns de seus filhos perderem todo o Prana acumulado, ele entendeu sua potência.
“A Arte da Imaginação é um meio de treinar nossa mente para controlar nossas emoções, não importa a causa”, Inala explicou. “Como alguém com a Doença do Fragmento, meus Recipientes Espirituais se quebram toda vez que fico emocionado. Em uma situação perigosa, sou afetado mentalmente. Não há como evitar isso.”
Ele olhou para Yahard e se curvou. “Apenas elites e mestres que passaram por tais situações centenas ou milhares de vezes seriam capazes de controlar suas emoções. Mas quantas vezes precisamos perder nosso Prana arduamente acumulado antes de dominarmos isso?”
“Quando pensei nas perdas sofridas por nosso Clã, concebi a Arte da Imaginação”, ele concluiu.
“Por que você fez isso exatamente?”, Zahaella perguntou, focando em sua expressão. “Você poderia ter feito outra coisa para demonstrar sua habilidade.”
“Se eu conseguir controlar minhas emoções e não perder Prana mesmo depois de ver isso, então não importa o que o Continente de Sumatra jogar contra mim, eu serei capaz de lidar”, Inala disse. “Esse foi meu único pensamento ao criar essa peça.”
“É como você diz.” Yahard calmamente fechou a mão em um punho, esmagando instantaneamente a obra de arte em uma pequena esfera. “Mas não vamos tão longe, certo?”
“Não queremos que os alunos percam todo seu Prana.” Ele falou no tom de um sênior educando um júnior.
“Eu ultrapassei meus limites.” Inala prostrou-se no chão. “Por favor, puna meus atos.”
“Vamos repassar a você um conjunto de instruções para o tipo de Arte da Imaginação que desejamos nas paredes de nossa Academia.” Zahaella fez um gesto com a mão, indicando que Inala deveria sair. “Você fará bem em torná-las perfeitas.”
“É minha honra ser útil ao Clã”, Inala anunciou enquanto era escoltado para fora.
“Você disse que ele se aproximou de você no final da feira, certo?” Assim que Inala saiu, Zahaella se dirigiu a Luttrena. “Por que você estava em um estado emocionalmente perturbada?”
“Isso…” Luttrena pretendia esconder suas ações embaraçosas, mas incapaz de suportar o olhar calmo de sua mãe, ela soltou tudo.
“Virala, hein?” Zahaella calmamente bateu no braço da cadeira e perguntou após alguns segundos de silêncio. “Você o quer?”
“Eu não.” Luttrena balançou a cabeça. “Ele já tem uma mulher. Não sou tão baixa a ponto de lutar por alguém assim.”
“Fraca sem espinha.” Zahaella bufou. “Apenas mate essa garota e faça dele seu brinquedo. Um mero órfão dos Condenados à Morte, ele deveria agradecer sua sorte por ganhar seu favor.”
“Eu não quero Virala. Ele é lixo.” A voz de Luttrena ficou tímida, com medo de receber o olhar de sua mãe.
‘Ela está brava! Merda!’
“E quanto a Inala, então?” Yahard interveio. “Ele tem a Doença do Fragmento, mas seu temperamento é excelente. Ele chorou o suficiente nos últimos dois dias para secar suas glândulas lacrimais, mas seus Recipientes Espirituais permanecem estáveis. Isso não é fácil de alcançar.”
“Posso afirmar que ele treinou extensivamente em quebrar e reconstruir seus Recipientes Espirituais.” Yahard concluiu. “Embora fraco e sem um futuro brilhante, ele tem qualidades excepcionais que serão passadas adiante. Seus filhos sem dúvida se tornarão poderosos.”1
“Essa é uma avaliação alta.” Zahaella falou, mas não contestou nenhum de seus comentários, oferecendo seu reconhecimento sutil. Ela olhou para Luttrena. “Você ouviu seu pai. Então, por que você não o tornou seu? A feira apresentou uma boa oportunidade.”
“Eu…” Luttrena hesitou.
“Mãe, posso fazer isso no lugar dela?” Uma garota perto de Luttrena se mostrou disposta. “Estou interessada em seu talento. Deixe-me assumir nossa transação com ele. Dê-me alguns dias, e também terei um filho dele.”
“Asaeya, você!” Luttrena fulminou a irmã com o olhar. “Não se meta no que é meu!”
Zahaella levantou a mão e fez um gesto para Luttrena calar a boca. Seu olhar revelou sua decepção com a filha por não aproveitar sua posição. Ela já havia investigado Virala.
‘Ele também é um talento. Se ela nem percebe isso, é inútil.’
“Não me decepcione.” Zahaella nem sequer olhou para Asaeya enquanto falava com ela. “Há algumas boas sementes no 44º Assentamento desta vez. Crie oportunidades para suas irmãs também.”
“Deixe comigo, mãe.” Asaeya assentiu, pensativa.
‘Inala, é? Seus olhos são exatamente do tipo que eu gosto. Talvez eu devesse mesmo investir nele.’
- Yahard defendeu o Inala igual a Chiquinha defendendo o Chaves jkkk[↩]
Pensamentos do Autor
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