Capítulo 57: A Sentença de Morte de Asaeya  

‘-I-Incrível!’ Os olhos de Asaeya brilhavam de fascínio enquanto observava o trabalho de Inala. ‘Como ele está controlando quatro Armas Espirituais com tanta precisão? Ele não parece nem um pouco incomodado com tanto esforço mental.’  

A competição entre seus irmãos era impiedosa. Para obter recursos valiosos, eles precisavam contribuir adequadamente para o Clã. Só então eram considerados dignos de serem filhos de Yahard Tusk e Zahaella.  

Ser o melhor entre seus pares em cultivo, ter uma fundação robusta capaz de superar seus limites e matar Bestas Prânicas mais fortes, conseguir reunir membros do Clã sob sua liderança — tudo era avaliado antes que seu potencial fosse reconhecido.  

E o melhor de todos seria nomeado como sucessor de Yahard Tusk. Na corrida pela sucessão, seja Luttrena ou Asaeya, elas não tinham chance. Afinal, seus irmãos mais velhos já estavam vivos há décadas, construindo sua própria força todo esse tempo. 

O irmão e a irmã mais velhos de Asaeya já haviam alcançado o Estágio Vital. Em comparação, ela era apenas uma pirralha de 12 anos no Estágio Espiritual. Para pelo menos fazer seus pais reconhecerem sua existência, ela precisaria tomar medidas drásticas.  

Foi por isso que, no momento em que percebeu a hesitação de Luttrena, Asaeya assumiu a oportunidade de negócio que Inala apresentou.  

E agora, ao ver sua perícia, ela sorriu.

‘Eu estava certa sobre ele.’  

Seus olhos brilharam enquanto olhava para Inala.

‘Esse cara é uma mina de ouro em formação. E ele será todo meu!’  

“Como você treinou para se tornar tão proficiente?” Asaeya se aproximou por trás de seu ombro, observando casualmente os entalhes se formando na placa de lama. Ela não parecia ter notado sua bochecha tocando a dele, agindo de forma ignorante. “Pode me ensinar?”  

“Não me atrapalhe, Asaeya,” Inala respondeu secamente. Ele esticou a mão e puxou seu braço, forçando-a a sentar no chão ao seu lado. “Você pode observar meu trabalho. Mas não vou viver ensinando meu sustento.”  

‘Ele acabou de me forçar a sentar no chão?’ Asaeya ficou pasma, nunca tendo sido tratada daquela forma. Ela ficou levemente irritada com sua atitude. ‘Esse cabeça-dura! Meu charme é inexistente?’  

Na mente dele, ela era apenas uma criança. Então, sua tentativa de sedução nem sequer registrou em seus sentidos.¹  

Enquanto Asaeya enfrentava uma crise de identidade, questionando se era uma mulher ou não, Inala continuou a esculpir.

‘Ficou mais fácil esculpir desde que adquiri a Habilidade de Escultor. Consigo até reservar atenção suficiente para pensar em coisas inúteis. Não só meu controle ficou mais preciso, como estou gastando menos da metade do Prana comparado a antes.’  

Mentalmente, ele estava menos sobrecarregado enquanto trabalhava no projeto. E, à medida que sua proficiência na Habilidade de Escultor aumentasse, ele se tornaria cada vez mais rápido, controlando quatro Armas Espirituais com precisão.  

Asaeya tentou falar com Inala, mas ao receber apenas respostas curtas, ela decidiu observar silenciosamente seu trabalho. 

‘Posso aprender muito com sua técnica. Além disso, ele deve estar concentrado para alcançar esse nível de controle. Melhor não o perturbar. Preciso desse negócio para melhorar minha posição na família.’  

Asaeya ativou sua Arte Óssea Mística enquanto observava Inala trabalhar, tentando aplicar lentamente as flutuações de Prana dele às suas.

‘Já sinto uma melhora no meu controle de Prana.’  

‘Essa garota…’ Inala voltou sua atenção para ela após uma hora, notando que Asaeya estava em transe. Mas, julgando pela forma como sua aura se condensava, ela parecia ter alcançado um estado de iluminação. ‘Ela é absurdamente talentosa, só perde para Resha. Então, por que ela não foi mencionada nem uma vez nas Crônicas de Sumatra? Até Luttrena foi citada várias vezes, mesmo sem influência na trama.’  

‘Só pode haver uma resposta.’ Inala observou calmamente sua Flutuação de Prana. ‘Aos doze anos, ela acumulou 94 Prana. Isso é insano, considerando quão estáveis são seus Recipientes Espirituais. Ela definitivamente foi morta por seus irmãos antes de amadurecer.’  

Asaeya estava presente quando Inala revelou a Arte da Imaginação — Derrota. Ela testemunhou e não perdeu nem uma única unidade de Prana. Isso significava que sua mente era robustamente treinada. Dois de seus irmãos mais velhos, um no Estágio Espiritual e outro no Estágio Corporal, foram afetados pela Arte da Imaginação e perderam a maior parte de seu Prana.  

Apesar de ser a mais jovem no local, ela foi a menos afetada. Até Yahard Tusk ficou furioso. Em contraste, a flutuação emocional de Asaeya foi sutil. Era uma demonstração pura de talento. Se ela pudesse amadurecer, se tornaria uma potência e seria certamente nomeada a próxima Grande Matriarca.

‘A disputa pela sucessão é cruel. Uma de suas irmãs mais velhas deve ter causado sua morte antes que ela se formasse na Academia.’ Inala refletiu e não pôde evitar um sorriso: ‘Por outro lado, isso significa que ela é um talento valioso. Se eu conseguir que ela se junte à minha equipe, terei uma vantagem maior contra os reencarnados.’  

Até agora, apenas Virala, entre os reencarnados, estava ativamente formando uma equipe de talentos. Era porque ele havia completado seus preparativos para a cura e estava esperando o Primeiro Grande Desastre começar para agir. Todos os outros ainda estavam fazendo preparativos.

Nessa situação, uma equipe era apenas prejudicial, pois os membros seriam alvos dos reencarnados antes de amadurecerem. Mas a principal razão era a falta de informação.  

Sim, até os reencarnados não sabiam quais alunos eram talentosos ou não. Afinal, os estudantes foram dizimados no Primeiro Grande Desastre. Então, os reencarnados só podiam adivinhar se alguém se tornaria forte ou não. Não havia garantia.

Essa era a principal razão pela qual os reencarnados evitavam formar equipes. Por que gastar tempo e recursos com alguém que morreria em menos de um ano?  

Mas Asaeya era diferente. Ela era do 43º Assentamento. Portanto, mesmo que os outros reencarnados descobrissem sobre ela, não poderiam fazer nada enquanto ela estivesse em outro assentamento.  

Portanto, era a aposta mais segura fazê-la parte de sua equipe. ‘O único problema é sua morte iminente. Preciso fazer algo a respeito. Qual de seus irmãos ou irmãs a está alvejando e como?’

Ao meio-dia, Inala concluiu a Arte da Imaginação. Originalmente, levaria até a noite. Mas a Habilidade de Escultor apressou o processo. Após embalar a peça de arte, Inala olhou para Asaeya, não interrompendo sua sessão de iluminação.

Ele esperou pacientemente, limpando o quarto no processo.

Uma hora depois, os olhos de Asaeya se abriram, cheios de vitalidade. Ela se sentia revigorada, tendo progredido ainda mais em seu cultivo. Ela notou Inala calmamente olhando para ela, corando em resposta. “Há quanto tempo você estava observando?” 

“Terminei meu trabalho há uma hora. Então,” Inala fez um sinal de positivo. “Desde então.”

“Você poderia ter me avisado.” Asaeya fez beicinho, escondendo seu constrangimento enquanto observava a Arte da Imaginação, elogiando: “Isso é bem eficaz. Eu teria gritado de susto se a visse de noite.”  

Ela deu um tapinha. “Estou satisfeita com o resultado.”

‘Ela está satisfeita?’ Inala focou na escolha de palavras de Asaeya, juntando as peças rapidamente. ‘Significa que desde os detalhes da encomenda até o seu preço, tudo foi definido por Asaeya. Parece que Zahaella confia em sua filha o suficiente para não interferir em sua escolha.’

Ou seja, Zahaella tinha expectativas em relação a Asaeya. Isso também significava que a autoridade total nesse negócio, da compra à encomenda, era determinada por Asaeya.  

‘Se eu puder convencê-la, posso criar uma Arte da Imaginação extremamente instigante. Ao vendê-las, farei muito mais dinheiro. E a opinião de Zahaella sobre Asaeya melhoraria. Posso matar dois coelhos com uma cajadada só.’ Inala estava animado. ‘E se eu aumentar a avaliação do Clã sobre ela o suficiente, uma vez que Asaeya alcance o Estágio Corporal, o Clã lhe concederá um ovo de Besta Prânica de Grau Prata Avançado ou até mesmo Especialista.’ 

‘Há uma que me vem à mente.’ Ele pensou. ‘Se Asaeya obtiver aquilo, ela se tornará minha aliada mais forte.’

1. AINDA BEM NÉ INALA, LOLICON É SUJEITO A PAULADA[↩]