Capítulo 58: Toque Fúnebre
No tesouro de todo Assentamento, existem alguns ovos de Bestas Prânicas, preciosos, aguardando por seus donos.
Um estudante de Grau S da Academia de Refinamento recebe um ovo de Besta Prânica de Grau Prata Iniciante. Esse era o limite para o grau de ovo que um estudante sem influência poderia obter.
Mas, é claro, existiam ovos superiores a esses, obtidos pelo Clã após riscos significativos. Esses ovos eram disputados pelos mestres.
O sucessor de um mestre ganhava elegibilidade para uma Besta Prânica de Grau Prata Intermediário. O ponto-chave aqui era elegibilidade. Existem dezenas de mestres em um Assentamento.
Os sucessores de todos os mestres se tornavam elegíveis. Assim, dependendo da disponibilidade de ovos de Grau Prata Intermediário, os sucessores precisariam lutar pelos números limitados.
Aqueles que falhassem em obter um teriam que se contentar com um ovo de Besta Prânica de Grau Prata Iniciante. Um estudante só era nomeado sucessor após obter uma avaliação de Grau S na Academia de Refinamento. Portanto, eles eram elegíveis de qualquer forma.
Era depois disso que as coisas ficavam complicadas. No 43º Assentamento, qualquer filho de Yahard Tusk que se provasse receberia um ovo de Besta Prânica de Grau Prata Avançado. Para se provarem, eles precisavam cumprir vários requisitos impostos pelo Clã.
Geralmente, esses filhos serviam como o núcleo de força do Assentamento, pois não apenas possuíam a maior quantidade de força e Prana, mas também tinham a vida útil mais longa. Depois que o sucessor assumia o cargo de Líder do Assentamento, o restante ocupava posições como Guardiões do Clã.
Além disso, poderia existir um ovo, protegido com o máximo sigilo. Seria um ovo inestimável que não havia sido usado apenas porque nenhum cultivador demonstrou potencial suficiente.
Todo Assentamento tinha um. E o 43º Assentamento guardava com segurança um dos melhores ovos de toda a manada.
Ovo de Besta Prânica de Grau Prata Especialista — Toque Fúnebre!
O Toque Fúnebre não estava no nível de uma Besta Prânica de Grau Prata Especialista comum. Não, era uma Besta Prânica Mutante, uma versão mutante da Besta Prânica de Grau Prata Iniciante — Toque da Morte.
Todas as Bestas Prânicas Mutantes possuíam duas Naturezas — Primária e Secundária. O Toque Fúnebre não era diferente. Fundir-se com ele concederia ao cultivador duas Naturezas. Isso o colocaria acima dos demais em termos de poder.
Nenhum membro do Clã Mamute jamais se fundiu com um ovo de Besta Prânica de Grau Ouro. Tal ovo nem mesmo existia no tesouro da 1ª Presa Empírea.
A razão era simples: Ofender uma Besta Prânica de Grau Ouro simplesmente não valia a pena.
Uma Besta Prânica de Grau Ouro teria força no nível de uma Presa Empírea. Cada uma dessas Bestas era um soberano que havia esculpido seu território e reinado sobre ele.
No Continente Sumatra, quanto mais forte uma Besta Prânica, mais fraca sua fertilidade. Criaturas fracas como as Víboras de Lama produziam filhotes como uma fábrica. Mas uma Besta Prânica de Grau Ouro precisava se preparar e, no máximo, dar à luz duas ou três vezes em sua longa vida.
Portanto, elas eram superprotetoras com seus filhotes. Se seu ovo fosse roubado, a Besta Prânica de Grau Ouro entraria em frenesi e não pararia até que o caçador furtivo fosse eliminado.
Tal Besta Prânica poderia até mesmo incapacitar uma Presa Empírea. A força que um membro do Clã Mamute ganharia ao se fundir com um ovo de Grau Ouro nem mesmo compensaria as perdas sofridas, incluindo a morte de uma Presa Empírea.
Portanto, o ovo mais forte que o Clã Mamute obtinha era de Grau Prata, e mesmo esses eram raros.
‘Se eu puder transformar Asaeya em uma gênio lendária, ela se tornará elegível para obter o Toque Fúnebre. Apenas com ela ao meu lado, poderei sobreviver em Sumatra de alguma forma.’
Ele pretendia evitar a morte de Gannala com todas as suas forças. Mas isso era apenas uma medida temporária. No máximo, ele poderia ganhar alguns meses após o Primeiro Grande Desastre. A 44ª Presa Empírea estava prestes a morrer de velhice. Isso não poderia ser evitado. Restava menos de um ano de vida para ela.
E quando os pais de Resha trouxessem o filhote de Presa Empírea, seu assentamento estaria fraco demais para suportar o ataque das Segunda, Terceira e Quarta Crises Menores que ocorreriam em rápida sucessão.
Nas Crônicas de Sumatra, Resha realmente protegeu o filhote de Presa Empírea. Mas, todas às vezes, ele mal evitou a morte. Mesmo que não tenha morrido, seu corpo foi reduzido a um trapo após cada Crise Menor. Isso foi nas Crônicas de Sumatra.
Agora, com a adição de cinco reencarnados, a situação poderia se tornar mais controlável ou piorar ainda mais. Portanto, tudo o que Inala podia fazer era solidificar sua força e aliados, na esperança de sobreviver ao futuro traiçoeiro.
“Já que há bastante tempo, você quer encomendar outra Arte da Imaginação?” Inala expressou seu interesse.
‘Bem, eu tenho fundos suficientes para isso. Mas, será que é uma boa ideia?’ Asaeya ponderou. ‘A Mãe deixou tudo para mim. Ela ficará desapontada se eu esbanjar meus recursos. Mas, Inala é a pessoa certa.’
Ela olhou para a Arte da Imaginação. ‘Isso valerá o dinheiro. Apesar disso, não devo desperdiçar meus recursos e pensar em cenários que façam o melhor uso da Arte.’
“A propósito, qual é o nome desta peça?” Asaeya perguntou. “Lembro que a última tinha o sufixo ‘Derrota’.”
“Esta não tem um.” Inala balançou a cabeça. “Só pretendo nomear peças que estejam no nível daquela que mostrei aos seus pais. Esta não é uma delas.”
“Então, faça uma próxima.” Os olhos de Asaeya brilharam. “Cinco metros de comprimento e três metros de altura. Desenhe os olhos da Presa Empírea nela. A expressão deve ser aquela que ela dirige aos inimigos. Transmita-a de forma que os Zingers fiquem intimidados.”
‘Eles estão constantemente nos atacando. Sinto que posso usar a habilidade de Inala para contra-atacar os Zingers. Ou, pelo menos, funcionará para confundir os inimigos.’ Asaeya murmurou após pensar um pouco. “Desde que reduzamos a taxa de ataque dos Zingers, teremos contribuído imensamente para o Clã.”
Asaeya pegou um pouco de lama e a transformou em uma placa do tamanho de uma mão, seguindo as ações de Inala enquanto fazia alguns rascunhos nela. “A emoção é simplesmente raiva. Hmm… isso não serve. Deve ser algo que assuste os Zingers e os faça instintivamente evitar se aproximar de nós. Se os olhos da Presa Empírea não funcionarem, então os de um humano?”
‘Ela realmente tem apenas 12 anos?’ 1Inala ouviu seus murmúrios, estremecendo com a escuridão de seus pensamentos. Ela estava analisando a psique dos Zingers, pretendendo explorar seus piores medos. Ele relembrou sua vida passada.
‘Em que momento da minha vida eu fui capaz de ter pensamentos tão complexos?’
Ele só atingiu esse nível em seus vinte e poucos anos. E isso considerando que sua inteligência, astúcia, habilidades filosóficas e psiquiátricas estavam muito acima da média, mesmo de um ponto de vista objetivo.
‘Ela é uma candidata a sucessora, com certeza.’ Inala ficou ainda mais convencido do talento de Asaeya. ‘Se for ela, então é possível. Ela pode obter o Toque Fúnebre.’
‘Já estou no caminho para obter a cura. Apenas dois itens faltam, e eu sei o método para obtê-los. Com o apoio ativo de Gannala, eu definitivamente vou conseguir.’ Inala pensou. ‘Isso significa que posso me permitir nutrir Asaeya. Com um pequeno empurrão meu, ela sobreviverá e se tornará minha aliada mais poderosa.’
Inala estendeu a mão para Asaeya, sua expressão séria:
“Asaeya, se você estiver disposta, desejo apoiá-la de todo o coração em sua corrida pela sucessão.”
- Ufa, ainda bem que ela tem 12 anos, mas o nome não é Jaqueline…[↩]
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