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    “Merda! Merda! Merda! Isso está um caos!” Um homem de meia-idade com os olhos vermelhos correu por um cânion, transformado em um Lagarto Elétrico. Sua metade inferior serpentina se movia pela água, permitindo que ele avançasse rapidamente.

    Ele estava acompanhado por outras sete pessoas. Todos haviam se transformado em Lagartos Elétricos, movendo-se pelas águas em formação octogonal, seus movimentos sincronizados.

    No centro da formação havia uma caixa, hermeticamente1 selada para evitar que Prana, aura, som, odor, etc. vazassem. Havia um bocal em um dos lados, coberto por um pedaço de osso poroso, uma Arma Espiritual cuja única função era garantir a circulação de ar enquanto filtrava a presença da entidade dentro.

    Os oito cultivadores corriam desesperadamente pelo cânion, tentando sobreviver. Mas seus olhos diziam o contrário.

    Raiva! Tristeza! Sensação de Condenação! E Decepção Consigo Mesmos!

    Uma infinidade de emoções atormentava suas mentes, desgastando-os. Eles já estavam fugindo há um mês.

    “Isso não pode ser verdade. Se for, então pelo que estamos lutando?” O homem à frente murmurou, perdendo a sanidade, à beira da loucura, “Isso está um caos…”

    “Duvara! Para a frente!” A mulher ao lado dele gritou, alertando também seus companheiros. O grupo havia chegado perto de uma colônia de Zingers, atraindo imediatamente a atenção deles.

    Um grupo de Zingers saltou de suas posições no penhasco e planou em direção a eles, preparando Bombas de Prana para lançar contra o grupo.

    Vendo a aproximação, os oito cultivadores inspiraram profundamente e condensaram Prana em suas bocas antes de liberar um raio de Prana cada.

    Natureza Primária — Choque de Prana!

    Os raios de Prana voaram pelo ar. Mas, ao contrário do Choque de Prana normalmente liberado pelos membros do Clã Mamute, esses oito raios se sincronizaram e se combinaram em um único raio, dezenas de vezes maior.

    Ele explodiu, liberando ondas de choque que ecoaram por todo o cânion, totalizando oito ondas, fazendo com que os Zingers caíssem do céu, seus corpos entorpecidos pelos choques repetidos.

    Era óbvio que o grupo de cultivadores era formado por veteranos com habilidades impressionantes, capazes de combinar suas Naturezas de Prana para liberar uma habilidade dezenas de vezes mais potente que seus ataques individuais.

    Enquanto os Zingers caíam, o grupo os evitou e acelerou pela água. A parte inferior da gaiola possuía catorze camadas de osso, cada uma a Arma Espiritual de um dos cultivadores do grupo.

    Sim, catorze. O esquadrão originalmente consistia em catorze cultivadores. Mas seis já haviam sido mortos. E a causa…

    “SEUS! MALDITOS! PARE!” Um grito cheio de fúria reverberou pelo cânion enquanto um homem de meia-idade avançava, transformado em uma Besta Prânica de quatro patas com vinte metros de comprimento.

    Ele não estava sozinho. Dez… vinte… cem… os números continuavam a aumentar. O ar na região ficou pesado com sua intenção assassina, e qualquer Zinger que permanecesse em seu caminho era vaporizado. Afinal, todos eram mestres.

    O alvo dos mestres era o grupo de oito que corria pelo cânion. Havia cerca de 180 quilômetros de distância entre eles. Mas essa distância não importava, pois entre os perseguidores havia mestres que podiam se transformar em Bestas Prânicas especializadas em habilidades de detecção.

    Eles rastrearam o grupo e perseguiram, fechando a distância lentamente. Mas cada segundo de atraso fazia com que sua intenção assassina se condensasse ainda mais.

    Os Zingers recuaram com medo, sabendo muito bem que não deveriam antagonizar a multidão furiosa de mestres que agora somava centenas.

    A multidão de mestres passou por uma montanha de Zingers, fazendo com que alguns que estavam pendurados nos penhascos espumassem pela boca devido à intenção assassina, perdessem o equilíbrio e caíssem no chão.

    “Kieeek!”

    “Kuaak!”

    Os Zingers gritaram, ficando inquietos com a atividade. Mas nem tiveram tempo de se acalmar, pois algumas horas depois, avistaram no horizonte uma nuvem de poeira. Era como um monstro que devorava tudo em seu caminho.

    Os Zingers ficaram alarmados com a visão. Na colônia havia um Rei Zinger, o mais forte de sua espécie, uma existência poderosa que poderia enfrentar até mesmo uma Besta Prânica de Grau Prata Iniciante e sair vitoriosa.

    Mas agora, seus pelos ficaram arrepiados enquanto o Rei Zinger sentia o maior pavor que já experimentara. Ele tinha a visão mais aguçada entre seus irmãos, capaz de observar claramente coisas a até cem quilômetros de distância.

    A nuvem de poeira não era a causa de sua preocupação. Não, era apenas um efeito colateral. Quando a nuvem de poeira chegou ao Cânion Dieng, as montanhas em seu caminho desmoronaram, como se fossem estruturas de palha.

    As montanhas desmoronadas se juntaram à nuvem de poeira.

    O Rei Zinger condensou Prana em seus olhos e ampliou sua visão, espiando através da espessa camada de nuvens. Ele se arrependeu de sua decisão, desesperado, ao soltar um grito fraco: 

    “Kua!”

    Sua voz era suave, mas todos os Zingers na colônia a ouviram claramente. Em um instante, entraram em pânico e pularam do penhasco em massa, planando mais fundo no cânion na maior velocidade possível.

    O Rei Zinger não os seguiu, permanecendo imóvel. Então, como um humano, prostrou-se no chão.

     “Uwaa!”

    Suas ações eram como as de um mortal adorando uma Divindade, pois o que estava dentro da nuvem de poeira era uma existência mais corpórea que Divindades.

    Era uma manada de Presas Empíreas correndo, enfurecidas e sedentas de sangue, totalizando 62. Suas trombas estavam erguidas, prontas para a guerra, liberando ondas de choque que destruíam montanhas inteiras e as transformavam em poeira que acompanhava sua carga.

    A manada furiosa de Presas Empíreas avançou pelo Cânion Dieng, nivelando tudo em seu caminho, criando seu próprio caminho, com centenas de quilômetros de largura, praticamente reformando a paisagem da região histórica.

    Antes que a nuvem de poeira chegasse até ele, as ondas de choque das trombetas da manada de Presas Empíreas vaporizaram o corpo do Rei Zinger. Quanto aos seus irmãos que haviam fugido? Eles também foram atingidos, sem nem mesmo conseguir gritar antes que seus corpos se transformassem em névoa de sangue.

    As ondas de choque avançaram, nivelando tudo. Bestas Prânicas, montanhas, rios, nada importava. Tudo foi destruído em um acesso de fúria enquanto a manada de Presas Empíreas avançava, perseguindo o grupo de oito cultivadores que fugia.

    A razão era simples. Na gaiola transportada com segurança pelo grupo de oito cultivadores estava um filhote de Presa Empírea recém-nascido. A manada que perdeu seu filhote perseguiu os sequestradores.

    E o líder desses sequestradores era um homem perturbado chamado Duvara, o pai de Resha. Suas ações desencadearam uma fúria incontrolável em toda a manada de Presas Empíreas e no Clã Mamute associado a elas, e um mero efeito colateral de suas ações causou uma reação em cadeia por todo o Cânion Dieng.

    O resultado disso foi o Primeiro Grande Desastre.


    1. totalmente vedada[]

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