Capítulo 7: Extorquindo o Regressor
‘Por que esse louco teve que vir aqui?’ Inala ficou nervoso a ponto de sentir falta de ar. Grande parte disso se devia à aura assassina liberada pelo homem de meia-idade diante dele.
Inala não estava acostumado a tal cena e, por isso, se sentiu sobrecarregado física e mentalmente.
O Líder do 44º Assentamento, Bora Tusk. Somente os líderes de cada assentamento tinham o direito de adicionar o sufixo ‘Tusk’ 1a seus nomes. Isso simbolizava seu status de liderança.
Bora estava vivo há mais de dois séculos. E durante sua longa e sangrenta vida, ele viu muitos de seus Membros do Clã morrerem. Como resultado, isso o deixou mentalmente perturbado, fazendo-o enxergar as pessoas como nada mais do que escudos de carne com um pouco de poder.
Sua loucura só foi amplificada pelo envelhecimento da 44ª Presa Empírea. Se ela morresse, ficariam perdidos, sem lar. Em Sumatra, sem o apoio de uma Presa Empírea, um Membro do Clã Mamute morreria de forma horrível.
Por isso, ele havia tomado várias medidas radicais. Uma delas era mandar os pais de crianças com a Doença do Fragmento para as terras selvagens de Sumatra. Sua missão era encontrar uma Presa Empírea jovem para seu assentamento migrar.
E até terem sucesso, eles estavam proibidos de voltar para casa. Eles foram enviados nessa missão sob a condição de que seus filhos seriam criados até a idade adulta. Caso contrário, a política geral era jogar aqueles com a Doença do Fragmento na boca de uma Besta Prânica ainda na infância.
Isso conservaria seus recursos.
Claro, o Continente Sumatra era perigoso demais. A maioria desses pais acabava morta. Na história, os pais de Resha teriam sucesso em sua missão e retornariam. Era um detalhe revelado bem mais tarde.
Mas até isso acontecer, os pais daqueles com a Doença do Fragmento eram considerados desaparecidos em ação. Bora Tusk tinha mudanças de humor severas. Não seria surpresa se ele simplesmente matasse um aluno quando incomodado.
Por isso, Inala estava nervoso.
“Selar a entrada usando as bolas de lama foi sua ideia, certo?” Bora Tusk encarou Inala, continuando sem esperar por uma resposta: “E quando você alcançou seu objetivo, decididamente se transformou em uma escultura. É por isso que alguém tão fraco como você sobreviveu.”
Inala se prostrou no chão em sinal de respeito. Mas não ousou dizer nada. Ao longo da história, toda vez que alguém falava com Bora Tusk, as coisas sempre pioravam. Portanto, ficar em silêncio e expressar sua intenção por linguagem corporal era a melhor aposta.
“Hmm, 210 alunos dos mais de 300 sobreviveram.” Bora Tusk murmurou enquanto olhava ao redor do abrigo. “Se você não tivesse selado a entrada, mais da metade teria morrido.”
Originalmente, Bora Tusk não deveria ter vindo aqui. Ele estaria ocupado formando uma equipe de resgate para recuperar o máximo de elites capturadas pelas Víboras de Lama possível. Alunos eram sua menor preocupação. Afinal, a quantidade de recursos gastos para treinar uma elite era exorbitante. Seria uma perda para o assentamento se uma elite morresse.
Em contraste, um aluno não tinha valor para o Clã antes de amadurecer. Se morressem, paciência. Mais poderiam ser gerados. Isso estava alinhado com o pensamento do Clã Mamute. Só produzindo bebês em massa eles conseguiam perseverar diante da taxa de mortalidade insana.
‘Parece que ele ficou interessado na entrada selada e veio aqui para investigar. Se eu estiver certo, ele pode me recompensar.’ Inala pensou, tentando ao máximo se manter calmo.
“Como imaginei, você merece uma recompensa.” Bora Tusk disse após considerar. “Sumatra não segue a lei da sobrevivência do mais forte, mas a sobrevivência do mais apto.”
“Você,” ele deu um tapinha em Inala, “é apto para sobreviver aqui.”
Ele tirou uma caixa e enfiou a mão pela entrada. Após mexer um pouco, pegou um frasco e o entregou a Inala: “Já que você deseja aumentar seu Prana, este Elixir de Grau Baixo será sua recompensa. Mas, com a condição do seu corpo, você ganhará no máximo 20 Prana. Que desperdício.”
Com um grunhido, ele virou as costas e saiu do abrigo, seu olhar caindo sobre Resha, Blola e Grehha. Seus lábios tremeram em um leve sorriso: ‘Há alguns pirralhos com forte desejo de sobrevivência.’
“Um Elixir…” Inala murmurou em transe enquanto olhava para o pequeno frasco. Como Bora Tusk disse, era um desperdício em suas mãos. Elixir de Grau Baixo talvez fosse, mas podia aumentar o Prana de alguém em cem. Era um tesouro inestimável.
Mas como ele tinha a Doença do Fragmento, mesmo se desse seu máximo, seria um milagre ganhar 20 Prana. Isso era desperdiçar um Elixir. Ainda assim, como já havia sido dado a ele, era seu direito fazer o que quisesse com ele.
Os alunos o encararam com olhares de inveja. Ao consumir o Elixir, eles poderiam se formar na Academia de Refinamento e ganhar o poder para realmente enfrentar os perigos de Sumatra.
“Inala, você tem um minuto?” Resha chegou calmamente perto de Inala e ficou lá, emanando uma leve onda de intenção assassina para afastar os alunos. Muitos deles pretendiam trocar o Elixir por vários recursos.
Só a troca era uma possibilidade. Se fosse roubado, as elites saberiam e identificariam o culpado pelo aumento em seus níveis de Prana. Por isso, ninguém demonstrou intenção de roubar. Havia pelo menos esse nível de regras e regulamentos em vigor.
‘Claro, ele quer algum benefício.’ Inala acenou calmamente, querendo ver que proposta esse regressor cheio de recursos tinha.
“Me dê metade do Elixir. Em troca, te ajudo a ganhar 40 Prana.” Resha propôs.
“70 Prana,” Inala disse calmamente. “Caso contrário, esqueça.”
“Você está de brincadeira?” Resha emanou intenção assassina. “Você ousa acreditar que alguém pode te oferecer algo melhor? Se você consumir o Elixir, ganhará no máximo 16 Prana. Minha oferta te dá mais que o dobro disso.”
“Se você fosse o Resha de ontem, eu teria ficado surpreso e me perguntado como você conhece um método tão valioso. Eventualmente, eu aceitaria. Mas,” Inala bufou, “você é uma pessoa completamente diferente hoje. Tenho observado você lutar. Parece que você sabe de coisas que eu nem ouso imaginar.”
“Onde você quer chegar?” Resha olhou furioso: ‘Esse desgraçado está me sondando?’
“Quarenta Prana, mais o método que você usou nas Víboras de Lama.” Inala disse calmamente. “Se aceitar, fechamos o trato.”
“Você está me extorquindo!” Se não fosse pelas elites ainda por perto, Resha teria matado Inala. ‘Levei dez anos para aperfeiçoar a Habilidade de Refinamento de Toxina. Esse desgraçado quer ela por apenas meio Elixir de Grau Baixo? Porra…’
“Se não quer, então vá embora.” Inala abriu a tampa e estava prestes a engolir o Elixir. “Não atrapalhe as propostas dos outros alunos.”
“Você está desperdiçando esse Elixir.” Resha rangeu os dentes a ponto de Inala ouvir o som.
“É meu, de qualquer forma,” Inala encolheu os ombros. “Posso jogar fora ou cuspir nele, o que eu quiser. Você é quem tem o desejo, não eu.”
‘Desgraçado!’ Era verdade que Resha era quem mais desejava o Elixir, pois isso economizaria muito tempo para ele acumular força. Sua Habilidade de Refinamento de Toxina era poderosa, mas seu corpo atual era fraco demais para usá-la eficientemente. Suas vantagens só apareceriam no final.
Mas nessa fase inicial, ela não tinha muito valor. No fim, Resha cedeu e tirou sua esfera óssea, inscrevendo nela a Habilidade de Refinamento de Toxina. Ele a entregou a Inala relutantemente: “Cuide bem do seu pescoço… e fique esperto”
- Pai de pet, e o Pet é essa desgraça de mamute colossal que a negada tá em cima[↩]
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