Capítulo 75: O Ovo da Rainha Zinger
Os Zingers eram uma raça bastante senciente, capaz de formar suas próprias colônias com uma estrutura social sólida. As Crônicas de Sumatra detalhavam isso, mostrando que eles até se envolviam em arte, ainda que rudimentar.
Eles cantavam, pintavam e até dançavam. Claro, o roubo era seu principal negócio. A Natureza Primária de um Zinger era a Bomba de Prana. Ele roubava Prana do alvo e o armazenava para consumo posterior.
Um Ovo Zinger era idêntico a uma Bomba de Prana, e apenas um Zinger conseguia distingui-los. Muitas vezes, quando os Zingers atacavam um alvo e o enchiam de Bombas de Prana, infiltravam um ou dois ovos.
Os ovos eclodiam após absorverem Prana. Mas havia uma condição: a força do filhote dependia inteiramente da qualidade do Prana absorvido.
Se o ovo absorvesse Prana de uma Besta Prânica de Grau Ferro, o resultado seria um Zinger Batedor ou um Zinger Capitão — Grau Ferro Iniciante e Intermediário, respectivamente.
Se o Prana viesse de uma Besta Prânica de Grau Prata, o resultado seria um Zinger Comandante, com uma chance raríssima de nascer um Rei Zinger.
Mas se o ovo absorvesse Prana de uma Besta Prânica de Grau Ouro, o resultado seria garantidamente um Rei Zinger. E o Prana de uma Presa Empírea criava uma probabilidade infinitesimal1 de um Rei Zinger Mutante.
Porém, tal entidade só apareceu uma vez nas Crônicas de Sumatra, próximo ao final. Mas esse não era o foco aqui.
Quando muitos Reis Zinger nasciam, seu poder coletivo aumentava drasticamente. Quando a Comunidade Zinger julgava que havia reis suficientes, eles se reuniam em um conselho e solicitavam à Rainha Zinger que criasse outra rainha.
Apenas uma Rainha Zinger podia criar um Ovo Zinger. E a única fêmea da espécie era a rainha. Ela era uma existência especial. Não precisava acasalar, conseguia reunir todo o material genético necessário apenas bebendo o fluido das Bombas de Prana que os Zingers machos lhe davam como tributo, e praticamente não tinha limite para a quantidade de ovos que podia criar em vida.
A Natureza Primária de um Zinger macho era a Bomba de Prana, enquanto a da Rainha Zinger era o ovo, chamado de Bomba da Vida. Ela podia condensá-lo facilmente usando Prana. E consumir Bombas de Prana recuperava seu Prana.
Portanto, a Rainha Zinger era uma fábrica de ovos. Devido a suas características, ela geralmente evitava criar outra rainha, a menos que estivesse envelhecendo e relutante em perder seu poder.
Claro, se sua força e população excedessem um certo limite, ela criaria outra rainha para atender à demanda por ovos.
Em todo o Cânion Dieng, um território dominado por Zingers com milhões de quilômetros, existiam apenas três Rainhas Zinger. Quando uma delas morria misteriosamente, as restantes criavam um Ovo da Rainha Zinger.
Para eclodir, o Ovo da Rainha Zinger exigia condições rigorosas. A primeira era absorver Prana do mais alto grau possível. Apenas o Prana de uma Presa Empírea se encaixava. Se o ovo fosse colocado em qualquer outra Besta Prânica, não eclodiria.
A segunda condição era a necessidade de uma quantidade enorme de força vital. Se plantado em outra Besta Prânica, o alvo reagiria à dor da perda de sua força vital e imediatamente se livraria do ovo.
Apenas a Presa Empírea, com sua força vital robusta, não reagiria assim. Claro, ela enviaria o Clã Mamute para lidar com o ovo. Mas para evitar isso, os Zingers atacariam em enxame.
E desta vez, centenas de Reis Zinger estariam presentes para ocupar os membros do Clã Mamute. Claro, se o ovo fosse plantado no meio do campo de batalha, seria destruído como dano colateral.
Por isso, ele sempre era colocado logo acima dos quartos traseiros da Presa Empírea mais fraca. Como a mais fraca se moveria por último, não haveria ninguém para perceber o esquema. Além disso, a cauda estava ali, capaz de afastar qualquer Besta Prânica que se aproximasse.
Assim, nenhum membro do Clã Mamute se preocupava em defender a região traseira, concentrando-se nas pernas, onde a maioria dos ataques ocorria.
E através da experiência, os Zingers determinaram o local mais seguro na Presa Empírea, longe do caos — um lugar sereno, por assim dizer. Era na raiz da cauda, onde a ponta da cauda não alcançava.
Nas Crônicas de Sumatra, ao avistar uma casa desabitada nesse local, o Rei Zinger obviamente colocou o Ovo da Rainha Zinger dentro. Por que recusaria uma segunda camada de proteção?
Era uma situação famosa, discutida pelos leitores por anos. Afinal, a causa do Primeiro Grande Desastre foi um único ovo. Por isso, quando Inala escolheu tal casa, Grehha entendeu imediatamente seu alvo.
Resha descobriu a causa mais tarde, durante sua investigação — quando o Clã Mamute retornou ao Cânion Dieng após um século. Naquela época, a Rainha Zinger nascida de Gannala já havia amadurecido completamente.
Na linha do tempo atual, ele planejava correr até a casa e destruir o ovo, encerrando o Primeiro Grande Desastre prematuramente. Ele não ficou acampado lá porque sua presença assustaria o Rei Zinger que trazia o ovo. Ele evitaria o lugar e encontraria outro, arruinando tudo.
Além disso, segundo suas memórias, ainda faltavam dois meses para o Primeiro Grande Desastre começar. Como Resha estava no coração da Presa Empírea, não percebeu as mudanças e perdeu sua chance.
Para evitar que alguém notasse suas ações, o Rei Zinger partiu imediatamente após colocar o Ovo da Rainha Zinger. Todos os Zingers sentiriam o nascimento de sua rainha. Então, o Rei Zinger planejava retornar logo após o nascimento e levar a rainha em segurança.
Inala olhou para o ovo diante dele e murmurou:
“Gannala, sua força vital está sendo sugada por este ovo? Este é o Ovo da Rainha Zinger?”
Slap! Slap!
Os golpes eram fracos, mas Inala os traduziu usando a linguagem que derivara do Criador de Habilidades Místicas, interpretando os pensamentos de Gannala:
‘Sim! Rápido!’
Ela não tinha muito tempo de vida. Se Inala quisesse ter sucesso, precisava agir imediatamente. Se ela morresse, todos os recursos em seu corpo explodiriam como uma erupção vulcânica, matando todos.
“Tudo bem.” Inala acionou a Arte Óssea Mística e fundiu seus 100 Recipientes Espirituais em um só. Então, aproximou-se do Ovo da Rainha Zinger e tocou-o, grunhindo de dor enquanto o ovo absorvia sua força vital.
No mesmo instante, a condição foi cumprida. O ovo absorveu a força vital de Inala e Gannala. Sangue jorrou do chão e penetrou no ovo; aproveitando a chance, Gannala finalmente estabeleceu uma conexão entre os dois.
Uma voz fraca, exausta, mas animada, ecoou na mente de Inala, cheia de calor:
[Meu querido filho! Inala!]
- Quantidade infinitamente próxima de zero. Algo extremamente pequeno, quase insignificante. Igual teu p-[↩]
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