Capítulo 78: Antecedentes do Grande Desastre
“Kuukukugaaa!”
“Gukaaa!”
“Gaku… uuaaa!”
Gritos agudos ressoaram dos Zingers Batedores, ecoando por todo o Cânion Dieng. Os Zingers podiam transmitir discursos inteiros em um curto guincho. Na velocidade do som, a mensagem se espalhava pela região, amplificada e retransmitida pelos batedores que a ouviam.
[62 Presas Empíreas estão em fúria. Dezenas de milhões de nossos irmãos estão mortos. Perderemos o controle da região se não repormos nossos números.]
A mensagem alarmou a comunidade Zinger, enquanto outras continuavam a ecoar pelo Cânion Dieng, trazendo notícias da destruição causada pela manada de Presas Empíreas.
No topo de uma montanha de cinco quilômetros de altura, uma Rainha Zinger estava sentada, de olhos fechados, após terminar de criar uma leva de ovos Zinger. Ela pegou uma Bomba de Prana, quebrou a casca e bebeu o líquido dentro, repondo parte de seu Prana gasto.
Seu entorno estava coberto por pilhas e mais pilhas de Bombas de Prana, mais do que ela jamais precisaria. Era um imposto das colônias Zinger.
Normalmente, um Zinger forte o suficiente estabelecia sua própria colônia em uma montanha. Dependendo da área superficial e dos recursos da montanha, a força e o tamanho da colônia variavam.
As colônias maiores eram governadas por Zingers Comandantes. Já as maiores de todas tinham cada uma o seu próprio Rei Zinger.
A comunidade Zinger se baseava no conceito de autossuficiência e individualismo entre colônias. Ou seja, se uma colônia fosse aniquilada, as colônias vizinhas não se importariam. Em vez disso, assim que o perpetrador1 desaparecesse, elas lutariam para ocupar o território que ficou vago.
Se uma colônia sofresse perdas em um ataque, resultando em muitas mortes, o líder enviaria um emissário ao núcleo do Cânion Dieng.
O emissário voaria com um grande lote de Bombas de Prana e o depositava na Montanha da Rainha Zinger. Essas Bombas de Prana eram um imposto.
A Rainha Zinger avaliaria o imposto e concederia ao emissário um certo número de ovos. O emissário retornaria à sua colônia com os ovos e os chocaria cuidadosamente, reconstruindo seus números.
Esse era o princípio de funcionamento das colônias Zinger. Como recebia impostos de praticamente todas as colônias sob seu governo, a Rainha Zinger vivia em abundância.
Sua montanha ficava no ponto mais profundo do Território Zinger, protegida por uma guarda real composta por dezenas de Reis Zinger. As montanhas ao redor também abrigavam os Zingers mais fortes, principalmente Zingers Comandantes, servindo como barreira contra qualquer Besta Prânica perigosa e a Rainha Zinger.
A rainha era a maior de sua espécie, com uma cabeça a mais que um Rei Zinger. Mas seu corpo não era tão robusto quanto o do rei, pois ela não foi feita para lutar.
Quando a Rainha Zinger terminou de distribuir os ovos para todas as suas colônias, ouviu os gritos retransmitidos pelos Zingers Batedores das colônias sequencialmente. A mensagem finalmente a alcançou, levando-a a tomar uma decisão.
Embora tivesse um excedente de Bombas de Prana para repor seu Prana, ela tinha limites óbvios. Levaria tempo para digerir os ganhos e convertê-los em Prana.
Pelo menos cem montanhas haviam sido destruídas pela manada de Presas Empíreas. Se não repusessem seus números rapidamente, outra Besta Prânica ocuparia o território no vácuo de poder.
As três Rainhas Zinger não tinham poder suficiente para repor seus números em pouco tempo.
“Kukaaa!” Ao grito da Rainha Zinger, os batedores ecoaram sua voz e a transmitiram para outras regiões. Logo, duas respostas chegaram pela mesma rede, trazendo mensagens das outras duas Rainhas Zinger.
[Façam uma nova Rainha!]
Como todas as três rainhas aceitaram a decisão, uma delas engoliu o líquido de dezenas de Bombas de Prana e condensou todo aquele Prana, perdendo parte de sua força vital no processo ao criar uma Bomba da Vida.
Ela só precisava de Prana para criar as Bombas da Vida regulares. Mas para criar uma que chocasse uma rainha, ela também precisava usar sua força vital, sem mencionar consumir quantidades enormes de Prana.
A Rainha Zinger envelheceu algumas décadas em resposta, sentindo-se fraca. Ela chamou um de seus guardas reais e lhe entregou o ovo, comunicando-se com ele para atacar a segunda manada de Presas Empíreas que se movia pelo Cânion Dieng.
Enquanto o Rei Zinger transportava o ovo, reuniu um exército para servir como distração enquanto o ovo chocava. Desde que a quarta Rainha Zinger nascesse, eles poderiam repor seus números em uma década.
Portanto, morrer por seu nascimento não era um problema. Com esse objetivo em mente, o Rei Zinger entrou na casa de Inala e colocou o ovo na sala de estar, suspirando de alívio ao sentir o ovo sugar grandes quantidades do Prana e da força vital de Gannala.
Para evitar que os membros do Clã Mamute notassem o ovo, o Rei Zinger voou para longe e se escondeu atrás de um grande Baobá, observando Gannala de lado. No momento em que a Rainha Zinger chocasse, ele avançaria e a levaria embora.
Ele estava acompanhado por um grupo de Reis Zinger para o mesmo propósito. Eles estavam lá para se defender dos membros do Clã Mamute.
Logo após colocar o ovo, o Rei Zinger soltou um assobio fraco, alertando seus irmãos enquanto milhões de Zingers saltavam dos penhascos e voavam em direção ao rebanho.
80 milhões!
Esse era o número de Zingers atacando a manada de Presas Empíreas. E apenas uma pequena parte deles voou mais perto das Presas Empíreas para combate corpo a corpo. Quanto ao resto?
Natureza Primária — Bomba de Prana!
Milhões de Bombas de Prana simplesmente caíram do céu. Uma Presa Empírea tinha 1,6 quilômetros de altura, enquanto o pico das montanhas variava em torno de dois quilômetros.
Isso significava que havia diferença de altitude suficiente — 400 metros — para os Zingers planarem e permanecerem além do alcance máximo de 180 metros dos elites do Clã Mamute. Apenas os mestres poderiam atingir os corpos dos Zingers, mas mesmo que pudessem, não faria diferença.
O número de Zingers atacando a manada de Presas Empíreas era simplesmente esmagador.
“Você… deve ser Asaeya.” Virala sorriu casualmente e juntou as mãos. “Ouvi muito sobre você de sua irmã mais velha.”
“É mesmo?” Asaeya bufou e passou por Virala, entrando na sala transportadora acompanhada por seus guarda-costas, um grupo de quatro elites no auge do Estágio Corporal.
‘Julgando pela segurança, parece que ela obteve o Toque Fúnebre.’ Virala avaliou, enquanto seus olhos se curvavam levemente. ‘Inala, aquele desgraçado. Como ele fez um personagem sem nome obter tanto poder?’
“Bem, vamos?” Ele olhou para Luttrena e sorriu.
“Lembre-se, isso é apenas uma transação.” Luttrena disse friamente.
“Eu sei.” Virala assentiu, observando a expressão gelada de Ruvva.
‘Ela nem está escondendo sua intenção assassina agora. Como eu pensei, ela deve ter tido sucesso em seu esquema. Bem, estou esperando por isso mesmo. Nunca me canso de fazer mulheres dançarem conforme minha música.’
Sentada dentro da sala transportadora, Asaeya encarou as costas de Virala.
‘Algo está prestes a acontecer. Posso sentir. Apenas olhar para ele está arrepiando minha pele. Preciso consultar Inala sobre ele. Não sei o endereço de sua casa, mas Mandu pode avisar sobre minha chegada, como sempre. Acho que vou esperar em sua casa até Inala chegar.’
A sala transportadora chegou ao 44º Assentamento, e Asaeya saiu. Ela havia acabado de dar um passo quando um de seus guardas a puxou para trás: “O que…?”
Boom!
Uma Bomba de Prana atingiu o chão diante dela, absorvendo o Prana de Gannala. Os olhos de Asaeya se arregalaram de choque ao olhar para o céu e empalidecer de medo, observando a chuva de Bombas de Prana.
“Kurrraalllalala!” Todas as 44 Presas Empíreas trombetearam2 em alarme, alertando o Clã Mamute sobre o desastre que se aproximava.
Pensamentos do Autor
Tá começando…
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