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    Uma existência que viveu por dois milênios, enfrentando incontáveis perigos para provar sua posição como entidade suprema — essa era Gannala.

    Tendo matado inúmeras criaturas perigosas, incluindo Bestas Prânicas de Grau Ouro, o que a fez colapsar foi um único e minúsculo ovo.

    A Rainha Zinger precisava de pelo menos um século de força vital de uma Presa Empírea para eclodir com sucesso. E, dependendo de seu potencial, a quantidade só aumentava.

    Gannala era velha, mas, graças aos cuidados do Clã Mamute, ela teria durado mais um século. Claro, isso apenas em termos de força vital. Em um ano, ela se tornaria incapaz de sustentar o Clã Mamute. Isso era certo.

    Se quisesse viver mesmo depois disso, ela poderia vagar por Sumatra sozinha e encontrar um local para seu corpo cansado hibernar. Nenhuma Presa Empírea teve um fim assim, pois eram mortas antes de chegar a tal estado.

    Gannala não foi diferente. Como toda sua força vital foi roubada, ela não conseguia nem andar. Em seguida, um lampejo — sua Natureza Primária encolheu, recuando em direção ao seu coração. O primeiro efeito disso foi sentido em suas pernas, que não conseguiam mais suportar a massa de seu corpo.

    Apenas a massa de seu corpo equivalia a uma montanha. Mas os recursos armazenados nos vastos espaços formados em seus órgãos somavam algumas dezenas de montanhas. Sem a Gravidade Inercial Interna, essa não era uma massa que qualquer criatura viva poderia suportar.

    Em um instante, as pernas que perderam os efeitos da Natureza Primária viraram pó, fazendo Gannala tombar para o lado.

    [Movam-se!]

    Gannala gritou em uma frequência audível apenas para as Presas Empíreas. O grito foi direcionado à 43ª Presa Empírea, que pulou para o lado, criando espaço suficiente para Gannala cair de lado.

    [Todos! Fujam! Ele ficará satisfeito apenas com a minha morte!]

    Boom!

    O solo rachou com o impacto, causando um terremoto que se espalhou por todo o Cânion Dieng, levantando uma nuvem de poeira que atingiu dezenas de quilômetros no céu.

    Tosse! Tosse!

    Inala gemeu de dor enquanto observava instintivamente o ovo em sua mão, aliviado ao ver o filhote de Presa Empírea seguro. Graças aos efeitos da Gravidade Inercial Interna no ovo, ela não sentiu o menor distúrbio.

    Inala! Você está bem?” O grito de Asaeya ecoou atrás dele.

    Inala olhou ao redor, vendo apenas poeira e fumaça por toda parte. Ele ficou surpreso ao perceber que estava flutuando no ar por algum motivo.

    “Estou bem.”

    Ao seu chamado, uma mão óssea se aproximou e segurou suas roupas, puxando-o. Asaeya flutuou em sua direção e expressou sua surpresa:

    “O que está acontecendo?”

    Uma onda de choque surgiu nesse momento, afastando a nuvem de poeira e revelando um focinho de Presa Empírea. Ele então o tocou gentilmente, e sua Arte Óssea Mística se ativou por reflexo, fazendo-o usar sua Habilidade Primária de Deslize Empíreo.

    Inala flutuou no vazio, capaz de ver aglomerados massivos de informação. Um pequeno aglomerado pairou diante dele e se infiltrou nele. À medida que as informações invadiam sua mente, Inala conseguiu entender o que havia acontecido.

    Quando estavam prestes a cair, a 43ª Presa Empírea inalou ar e o usou para mantê-los flutuando delicadamente. Ela agiu graças ao pedido de Gannala. Além disso, Gannala comunicou o plano de Inala à 43ª Presa Empírea.

    As memórias mostraram a Inala que a 43ª Presa Empírea tomaria o lugar de Gannala para lançá-lo para longe.

    Imediatamente depois, Inala voltou à realidade e olhou para um segundo focinho próximo. Era o de Gannala. E dele escorria um fluxo de essência — sua Herança.

    [A partir de agora, você é Gannala!]

    Gannala anunciou a manada enquanto transferia tudo para o recém-nascido e dava seu último suspiro. Sua tromba caiu no chão, causando outro tremor.

    Inala nem teve tempo de processar as coisas, agindo rapidamente. Todas as Bombas de Prana armazenadas em sua Lanterna de Armazenamento voaram para fora, e ele as consumiu todas, criando uma Bomba de Prana gigante que envolveu ele e Asaeya.

    Inala não tinha certeza de onde o Instrutor Mandu estava. A 43ª Presa Empírea só salvou ele e Asaeya, deixando-o sem outra opção.

    ‘Eu queria fugir com um grupo grande, pois seria mais seguro. Droga! Nada aqui sai exatamente como planejado!’

    A Bomba de Prana gigante terminou de se formar, e suas duas Mãos de Prana e Mãos da Vida se prenderam à superfície externa, fundindo-se a ela.

    A 43ª Presa Empírea inalou ar, e a Bomba de Prana gigante foi lançada em sua tromba. De repente, uma quantidade densa de Prana inundou-a, enchendo-a com efeitos mais do que suficientes de Gravidade Inercial Interna.

    O ar foi comprimido ao limite, e a 43ª Presa Empírea apontou sua tromba para o céu, mirando em uma direção específica antes de liberar o ar comprimido. Como uma bala, a Bomba de Prana gigante foi disparada em velocidades hipersônicas.

    Apesar da velocidade intensa, Inala não sentiu o menor solavanco dentro dela, conseguindo ver a manada assim que tornou a Bomba de Prana gigante translúcida. Graças ao reforço da 43ª Presa Empírea no exterior da Bomba de Prana, ela não rachou mesmo viajando em tal velocidade.

    Ele está aqui!” Inala murmurou quando o medo que sentia atingiu seu ápice. Ele olhou na direção de onde vinha, percebendo um ponto que se dirigia em linha reta para a manada. As montanhas em seu caminho desmoronavam em resposta.

    Após um momento de hesitação, Inala revelou uma pequena rachadura no ovo do filhote de Presa Empírea, fazendo um choro fraco vazar. Imediatamente em resposta, o ponto curvou seu caminho e se voltou para ele. A montanha sob ele virou pó quando o ponto saltou para o céu, viajando um pouco mais rápido que a Bomba de Prana gigante.

    O ponto aumentou gradualmente de tamanho, revelando um indivíduo humanoide que soltou um rugido voraz. Seu corpo inchou até se tornar um javali massivo que se aproximou ainda mais rápido.

    Besta Prânica de Grau Místico — Rei Javali Empíreo!

    “Porra!” Inala fechou a rachadura no ovo do filhote de Presa Empírea enquanto seu coração palpitava ao ver o Rei Javali de perto. Ele queimou seu Prana para reforçar seu corpo através de sua Natureza Primária. Só então conseguiu suportar a pressão pura exalada pelo Rei Javali.

    Seu plano era simples. Usando os gritos do filhote de Presa Empírea, ele atrairia o Rei Javali, enquanto voava para longe. Assim, impediria que o Rei Javali encontrasse a manada de Presas Empíreas. Claro, ele não era um mártir. Ele pretendia fugir com sucesso.

    “Não desmaie!” Ele gritou para Asaeya, usando a dor para mantê-la acordada. “Ao meu sinal, use o poder do Toque Fúnebre nos olhos dele!”

    “O-Okay!” Asaeya tremia de medo, usando a dor para permanecer sã enquanto o Rei Javali se aproximava cada vez mais.

    Quando havia menos de dez quilômetros entre os dois, Inala gritou: “Agora!”

    Natureza Primária — Ruptura Vinculada!

    Asaeya perdeu a visão em seus olhos, vinculando-a ao Rei Javali, que também ficou cego… por um instante.

    Naquele momento, as duas Mãos de Prana e as duas Mãos da Vida presas à superfície externa da Bomba de Prana gigante mudaram de forma, transformando-se em asas curvas — pequenas, no formato de barbatanas de tubarão — fazendo a Bomba de Prana girar em resposta, assumindo um padrão helicoidal.1 Em velocidades hipersônicas, até uma pequena mudança na forma resultaria em trajetórias completamente diferentes.

    A mudança abrupta fez o Rei Javali errar, seguindo em linha reta enquanto a Bomba de Prana gigante desviava em seu padrão helicoidal, passando por ele. Devido à sua velocidade superior, ele ultrapassou-os.

    Inala ajustou levemente o comprimento das quatro asas minúsculas, fazendo a Bomba de Prana gigante curvar-se sutilmente e seguir em outra direção. Havia um ângulo de trinta graus entre o caminho da Bomba de Prana e o do Rei Javali.

    Por um instante, o Rei Javali perdeu a visão. E quando a recuperou, a Bomba de Prana já não estava à sua frente. Ele olhou para o lado, vendo seu alvo se afastar cada vez mais em outra direção.

    Como não podia voar, levaria um tempo até ele atingir o chão. Mesmo que saltasse, seu alvo já teria desaparecido. Afinal, ambos viajavam em velocidades hipersônicas.

    ‘Usar minha velocidade contra mim, essa é nova.’

    Revertendo para sua forma humana, o Rei Javali pousou suavemente em uma montanha, impressionado. “Os gritos do filhote de Presa Empírea foram revelados apenas por um instante para me atrair. E no momento em que errei meu alvo, seus gritos foram mascarados.”

    “Além disso, havia alguém com o poder de um Toque Fúnebre dentro daquela Bomba de Prana. Esse é um esquema sólido para escapar de mim.” Murmurando isso, ele esticou os membros e se virou. “De qualquer forma, finalmente encontrei a manada.”

    Ele chutou a montanha, esmagando-a em pó enquanto seu corpo voava, seguindo em linha reta para o rebanho de Presas Empíreas.

    “Desta vez, vou aniquilá-los.”



    1. Que segue um caminho em espiral, semelhante a uma hélice ou caracol. Acho que já cheguei a explicar bem certinho na primeira vez que surgiu o termo.[]

    Pensamentos do Autor

    O Vilão da Série Aparece!!!

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